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Professor Kim Gesswein transmite a sua visão sobre o SXSW 2019 / Foto: Camila Cunha

Um momento para se atualizar sobre as tendências em tecnologia, inovação e entretenimento. Foi ocorreu na noite da última quinta-feira, dia 16 de maio, no Trends PUCRS, evento que trouxe essas experiências apresentadas no maior festival internacional de inovação, o  SXSW 2019, ocorrido na cidade de Austin, nos Estados Unidos. O encontro aconteceu no Auditório do Living 360º (2º andar do prédio 15). As informações sobre as edições anteriores do festival e sobre as tendências podem ser conferidas pelo site www.pucrs.br/trends.

Participante do SXSW 2019, o professor Kim Gesswein, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, foi o palestrante do Trends PUCRS e apontou as suas principais observações sobre o evento. “No passado, o festival tinha mais foco em experiências de mercado. Nos últimos anos, existe um maior envolvimento das universidades e dos pesquisadores”, frisa.

Conforme indicou o professor, os novos assuntos abordados na última edição foram cannabusiness (mercado a partir da legalização da maconha), blockchain & cryptocurrency (sistemas seguros para transações de dinheiro, serviços e produtos), futuro do trabalho, influenciadores digitais de entretenimento e marcas que se comunicam por histórias e geram experiências ao público.

 

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Foto: Camila Cunha

Principais tópicos do festival

Dentro das suas experiências vividas no SXSW 2019, o professor da Famecos elencou seis pontos chaves. O primeiro foi relacionado à era da assistência, tendo, como um dos exemplos, os fones de ouvido da empresa Bose AR, que realiza a tradução simultânea de várias línguas durante uma conversa. Outro aspecto foram os limites do empreendedorismo e novos mercados, como o SpaceX, do empreendedor Elon Musk, que criou o foguete Falcon 9 que consegue entrar em órbita e regressar à Terra sem ser destruído. “É importante anteciparmos a problemas que ainda não existem”, alerta.

Mais um aspecto levantado foram as potencialidades do sistema de transações de maneira segura, como o caso da Dada, uma curadoria de artes digitais que remunera artistas por seus trabalhos na internet. “Precisamos estudar esse segmento, além das suas implicações”, conclui. Também abordou o contexto de realidade mista e evolução da realidade virtual e da aumentada, tendo impacto até na educação. “Quem sabe os nossos filhos possam estudar história tendo a experiência mais sensorial, indo até a pirâmides do Egito”, comenta. Outro exemplo é a influenciadora digital Lil Miquela, que possui na sua conta de Instagram mais de 1,5 milão de seguidores. Um detalhe: ela é apenas uma personagem virtual e é extremamente utilizada para ações de marketing de diversas empresas.

O futuro do humano e a inteligência artificial foi outro assunto, exemplificado no caso do Storyfile, um recurso que permite o usuário tenha uma conversa com pessoas já falecidas, isso por meio de uma conversa digitalizada já programada. Também foi comentado como tópico o presente e o futuro das histórias, como o aplicativo Quibi, que possibilita que possam ser assistidos vídeos verticais de séries e filmes curtas de duração, de cerca de 20 minutos, pelo celular.

 

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Foto: Camila Cunha

Estudantes e as suas percepções

Para a aluna do curso de Design da Comunicação, Bárbara da Silva Pinto, chamou a sua atenção o conteúdo relacionado às tendências sobre realidades mistas. “Tenho acompanhado o crescimento da realidade virtual e aumentada. Já existem jornais com matérias usando esses recursos. Para a minha área, a internet das coisas tem tudo a ver com o meu curso”, destaca.

Já para Rômulo Da Cas, estudante da Pós-graduação em Finanças Investimentos e Banking (FIB), e gerente fiscal da empresa Getnet, no Tecnopuc, destacou que, por trabalhar neste ramo, a integração da tecnologia e ser humano foi o tema mais interessante. “Cada vez mais está presente no nosso dia a dia. Achei interessante a parte de como realizar as emoções humanas serem traduzidas em linhas códigos. Como usar as tecnologias a favor dos negócios e das pessoas”, enfatiza.

 

Mais sobre o SXSW

O South by Southwest (SXSW) é um conjunto de festivais de cinema, música e tecnologia, que acontece toda primavera em Austin, nos Estados Unidos. Desde 1987, o evento, que é anual, é conhecido por ser um grande lançador de tendências. Na edição 2019 foram 14 dias de apresentações e debates que refletiram sobre um mundo melhor num futuro próximo.

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Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Mais de 50 pessoas vinculadas a entidades, organizações da sociedade civil, startups, setor público, empresas privadas e universidades realizaram na manhã desta sexta-feira, dia 10 de maio, a discussão e a seleção de projetos do macrodesafio Talentos do Pacto Alegre. O objetivo era definir propostas que contribuam para cidade em relação à geração, manutenção e atração de talentos.

Os debates apontaram problemáticas relativas à noção de pertencimento à cidade, à definição e o fortalecimento dos potenciais que a cidade tem para oferecer aos seus cidadãos, além focar no papel da educação, em vários níveis, para criar um ambiente favorável aos talentos locais e à atração de profissionais de outros centros. Após a formação de 16 propostas, foram escolhidos três projetos que podem ajudar a cidade a melhorar sua relação com os talentos.

 

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Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Ideias selecionadas

Um das selecionadas foi a ideia de criar Olimpíadas da Inovação, que serão induzidas pelas universidades e pela Prefeitura de Porto Alegre. O objetivo é gerar comprometimento com a elaboração de projetos estruturados de inovação, que envolvam uma entrega efetiva e resultem na premiação das melhores iniciativas. Outra proposta surgida é chamada de PoA é Linda e Receptiva, que visa integrar cultura, ciência, tecnologia e arte para melhorar a percepção da comunidade e de visitantes sobre a capital gaúcha. Também foi selecionado o projeto de formação de professores, que procura ressignificar os envolvidos na educação básica e que abrange universidades e prefeitura, adequando recursos financeiros já existentes, para fomentar a inovação.

“Mais do que cumprir os objetivos de gerar, manter e atrair talentos para a cidade, esses projetos são pautados pelo impacto que trazem para toda a cidade, são realizáveis pelos diferentes atores da cidade e têm viabilidade em curto espaço de tempo”, explicou o professor da Escola de Negócios da PUCRS, Luis Humberto Villwock.

Ao avaliar a ação do Pacto, o pró-reitor Acadêmico e de Relações Internacionais da Unisinos, Alsones Balestrin, comentou que, no âmbito da Aliança para Inovação em Porto Alegre, formada pela UFRGS, Unisinos e PUCRS, foram feitas iniciativas como a construção dos parques tecnológicos para incentivar a inovação na cidade, mas que isso não é mais suficiente e que é necessário o envolvimento de outros atores na geração de um ambiente favorável aos talentos na cidade. “Porto Alegre seja talvez, das capitais do Brasil, a melhor favorecida em sementeiras de talentos: as universidades. Aqui semeamos e fazemos brotar os talentos, mas acabamos fornecedores de talentos para outros centros”, avaliou o pró-reitor.  Balestrin considera que o Pacto é uma notícia positiva nessa temática porque mobiliza pessoas de várias instituições para pensar projetos de impacto para a cidade.

O diretor do Parque Zenit da UFRGS, Marcelo Lubaszewski, caracterizou a formação dos talentos no contexto tecnológico atual como fator de preocupação para a cidade e suas instituições educacionais. Durante as atividades, Lubaszewski definiu como uma dimensão essencial para qualquer projeto a questão dos talentos.  “Precisamos pensar as pessoas, com as pessoas, para as pessoas. Desenvolver não apenas os talentos técnicos, que já concentraram a formação universitária, mas a atitude, a liderança e o empreendedorismo”, disse o diretor.

 

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Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Talentos

Envolvido nas atividades desta manhã, o jovem diretor Space Hunters e integrante do grupo Porto Alegre Inquieta, Arthur Dias Duarte, considera que o caminho para Porto Alegre na questão dos talentos é facilitar o crescimento e a atração de empresas e fomentar o conhecimento empreendedor.  “Devemos valorizar os pequenos negócios, deixar o cara que está na comunidade com um mercadinho crescer. Acho que o principal caminho é mostrar desde a escola o conhecimento empreendedor. Muitos dos jovens talentos não conseguem enxergar novas oportunidades que não sejam carreiras tradicionais”, ponderou.

Durante os debates, economista Diana Gerbase, associada-fundadora da Mobis, empreendimento que trabalha com educação para a cidadania, defendeu a incorporação da diversidade nas ações do Pacto. Ela acredita que a diversidade abre caminhos e possibilidades para todos se colocarem como são, com suas ideias, a debaterem e criarem coisas novas. “No momento em que a gente não se prepara para um ambiente diverso, a gente exclui ideias, a gente exclui pessoas, exclui gente que pode inovar e gerar valor para a sociedade”, comentou. Diane enfatizou que, para as propostas do Pacto serem apoiadas pela sociedade, “em primeiro lugar, as pessoas têm que sentir que elas pertencem ao Pacto, e só vamos criar pertencimento se a gente dialogar com os diferentes grupos da sociedade”.

Os projetos escolhidos hoje se somam aos definidos nas rodadas anteriores dos macrodesafios do Pacto e serão levados agora para a mesa do Pacto Alegre, em reunião que ocorrerá dia 31 de maio. Ainda serão realizadas mais duas rodadas de seleção de projetos, nos dias 20 e 24 de maio, quando entram em pauta os macrodesafios Transformação Urbana e Qualidade de Vida.

 

Sobre o Pacto Alegre

O Pacto Alegre é uma proposta de movimento de articulação e eficiência na realização de projetos transformadores e com amplo impacto para a cidade. O objetivo é criar condições para que a cidade se transforme em um polo de inovação, atração de investimentos e empreendedorismo. O convênio prevê o compartilhamento de recursos e parcerias com o poder público e a iniciativa privada. A ideia é unir forças da cidade, de todos os segmentos, em prol de uma agenda comum.

CONFIRA: Pacto Alegre define propostas para inovação na gestão pública

CONFIRA: Pacto Alegre define projetos do macrodesafio de Ambiente de Negócios

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Representantes da mesa do Pacto Alegre na segunda reunião de macrodesafios / Foto: Eduardo Beleske / PMPA

Uma plataforma virtual para identificar ideias inovadoras para superar desafios da cidade, um sistema mais ágil e digital para licenciamentos e uma blitz de inovação para estimular o empreendedorismo entre os jovens. Estas foram as iniciativas que receberam maior apoio na manhã desta sexta-feira, dia 26 de abril, durante a segunda oficina de ideação de projetos do Pacto Alegre, que teve como foco o macrodesafio Ambiente de Negócio. A primeira oficina ocorreu no dia 12 de abril e explorou o macrodesafio Imagem da Cidade. Nas próximas semanas serão realizadas as oficinas relativas a Talentos, Transformação Urbana, Qualidade de Vida, e Modernização da Administração Pública. O evento, sediado no Campus da Unisinos, recebeu mais de 40 representantes de entidades que compõem a mesa do Pacto Alegre.

Por meio de uma metodologia que estimulou a interatividade, foram discutidas possibilidades e avaliadas iniciativas que pudessem impactar o ambiente de negócios na capital. As visões de empresários, associações de classe, políticos e representantes de instituições de ensino foram compartilhadas considerando os requisitos da metodologia elaborada em parceria com o consultor espanhol Josef Piqué. O método demanda que cada proposta identifique impacto, condição de execução e capacidade de entregas a curto prazo antes de ser submetida à mesa do Pacto.

Segundo o coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, este encontro permitiu novos avanços em prol da cidade. “As propostas serão encaminhadas de forma conjunta à mesa do Pacto. Tivemos uma riqueza de ideias, além de ações complementares. Estamos conseguindo ativar e conectar de forma cada vez mais positiva o ecossistema de inovação de Porto Alegre. Foi uma amostra bem positiva de que todos se colocam à disposição para um bem coletivo. Na sequência teremos encontros para refinar essas ideias, bem como detalhar como serão os indicadores e as governanças de cada projeto. É um sinal de uma nova mentalidade de participação engajada”, celebra.

 

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Encontro proporciona as ideias mais relevantes para a cidade / Foto: Eduardo Beleske / PMPA

Projetos escolhidos

A iniciativa mais apoiada foi a plataforma virtual de conexão e ideias inovadoras, o Trinova, que teve como um dos criadores o diretor técnico do Hospital São Lucas da PUCRS, Saulo Bornhorst. “O nosso projeto está dividido em dois: o Trinova, que é a parte virtual, e o Open Space Porto Alegre, o ambiente físico. A ideia é facilitar de todas as formas a atuação de quem está querendo inovar. É um espaço virtual para que as pessoas e o poder público possam expressar suas demandas e transmitir suas propostas de soluções. É uma ferramenta de aproximação entre empreendedores, ou seja, entre quem quer investir e quem pode propiciar inovação”, destaca.

Outra ideia selecionada foi o licenciamento inverso, que garante maior agilidade aos processos. “Precisamos de uma inversão da responsabilidade de autonomia. O setor público possui uma velocidade limitada. A proposta visa que a sociedade e o governo acordem prazos máximos de liberação de licenciamento. Caso o Governo não consiga atender a demanda no tempo estabelecido, os empresários ou os cidadãos envolvidos nas ações ganham uma licença provisória”, comenta um dos envolvidos, Fernando Mattos, secretário adjunto da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SICT).

A terceira escolha envolve uma iniciativa radical e lúdica, de estímulo à inovação para a área de ensino – as blitzes de inovação. “A ideia é criar startups weekends, com apoio de várias entidades, estimulando os jovens a pensarem em novas formas de resolver problemas antigos. Para isso, os professores das escolas seriam convidados a participarem destes eventos e, por consequência, transmitir aos seus alunos essa mentalidade empreendedora”, comenta Wagner Bergozza, vice-presidente da Associação Gaúcha de Startups (AGS).  Para o coordenador do Pacto Alegre, as blitzes poderão ser combinadas com outras ações, como o Mais Caminhos e o Farol da Inovação, além de plataformas coletivas de crowdfunding. “Isso gera um processo de estímulo para a emergência de novos talentos em toda a sociedade porto-alegrense”, comenta.

Além dos três projetos mais votados, outros estarão sendo avaliados pela mesa do Pacto Alegre: o Open Space Porto Alegre, o Start Gov e um projeto crowdfunding (plataformas online de captação de recursos).

 

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Participantes durante uma das dinâmicas / Foto: Eduardo Beleske / PMPA

Metodologia adotada

Os participantes foram estimulados a escrever o que acreditam ser relevante em um ambiente de negócios na capital. Após esse momento, receberam indicações de como os projetos precisavam ser apontados, como: impacto (que repercuta de forma significativa na realidade e ajuda a transformar positivamente a cidade), recursos e liderança (ativos necessários para que avance rapidamente e que existam pessoas dispostas a impulsionar a ação) e entregas (ações mensuráveis de curto prazo que indiquem que o projeto está progredindo).

Na sequência, foram divididos dois grupos: uma roda interna, onde os participantes recebiam três perguntas para debate, e uma roda externa de observação. Após a primeira rodada, os papéis foram invertidos. Posteriormente, formaram-se quatro times, cada um com um painel, em que foram inseridas as ideias pensadas para contemplar diferenciais relevantes de impacto, recursos e liderança e entrega. A partir de 12 ideias centrais, os representantes elegeram as três prioritárias.

Cronograma de reuniões dos macrodesafios

Sobre o Pacto Alegre

O Pacto Alegre é uma proposta de movimento de articulação e eficiência na realização de projetos transformadores e com amplo impacto para a cidade. O objetivo é criar condições para que a cidade se transforme em um polo de inovação, atração de investimentos e empreendedorismo. O convênio prevê o compartilhamento de recursos e parcerias com o poder público e a iniciativa privada. A ideia é unir forças da cidade, de todos os segmentos, em prol de uma agenda comum. A iniciativa tem a coordenação da Aliança para Inovação (constituída por UFRGS, PUCRS e Unisinos) e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

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Na Associação Comercial de Porto Alegre, os três reitores da Aliança para Inovação presentes no evento do Pacto Alegre / Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Porto Alegre, que neste 26 de março completa 247 anos, celebra a data apostando num futuro inovador, com espaços urbanos e serviços qualificados e vitalidade cultural e econômica. Comprometidos com esta visão, 77 representantes de entidades de diversos setores assinaram a Carta de Adesão à Mesa do Pacto Alegre, em evento realizado na Associação Comercial de Porto Alegre na manhã desta terça-feira. O documento sela o compromisso coletivo para transformar Porto Alegre em referência como ecossistema global de inovação. A iniciativa teve início em 2018 com a Aliança para a Inovação, formada pelas universidades UFRGS, PUCRS e Unisinos.

Com o engajamento da Prefeitura Municipal, a Aliança fomentou a articulação de atores de diversos segmentos em prol da construção cooperativa de um ambiente inovador em Porto Alegre. O coordenador do Pacto Alegre, diretor da Escola de Engenharia da UFRGS, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, destacou que a mobilização iniciada em 2018 busca romper com a narrativa do isolamento e substituí-la pelo fazer coletivo. Saudando a instalação da Mesa, o coordenador fez questão de salientar que fazer parte deste grupo não é um privilégio, e sim uma responsabilidade e convocou todos os participantes ao trabalho, para que juntos possam construir uma agenda para Porto Alegre com visão de longo prazo, mas com pragmatismo e ações concretas.

Os reitores das três universidades parceiras manifestaram entusiasmo com os desdobramentos da Aliança. O reitor da Unisinos padre Marcelo Fernandes de Aquino ressaltou o aspecto humanista do trabalho que vem sendo realizado, em que as pessoas são os principais agentes. Segundo ele, não pode haver pacto sem pessoas e sem laços entre as pessoas. Aquino destacou que “a Universidade está cumprindo com a sua nobre tarefa ao articular a dimensão técnico-científica com a dimensão humanista”. “Este é um tremendo presente que podemos dar a Porto Alegre”, completou o reitor da Unisinos.

O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, comemorou a vitória frente ao primeiro desafio da Aliança para a Inovação, que foi a “compreensão de que podemos atuar juntos”. O segundo desafio, conforme destaca o reitor, “é agora assumir o compromisso de realizar ações concretas para construir o ecossistema de inovação em Porto Alegre”. Teixeira afirmou ainda que é preciso honrar o compromisso de “inovar e fazer de Porto Alegre uma cidade mais justa, mais fraterna, menos violenta e mais alegre para se viver mais e melhor”.

“Vamos atender à missão do Pacto, que é, através da inovação, transformar Porto Alegre”, disse o reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, destacando que esse é o grande presente que se pode dar para o futuro da cidade. Oppermann saudou a integração e cumprimentou todos os envolvidos pelo excelente mapeamento do ecossistema de inovação de Porto Alegre. O trabalho de mapeamento resultou em um documento de mais de 50 páginas que sintetiza o estudo de dados estatísticos e os debates de vários workshops realizados com 135 participantes para dar início às próximas ações do Pacto Alegre. Conforme o reitor da UFRGS, a partir deste diagnóstico é possível desenvolver os projetos e ações estratégicas.

O prefeito Nelson Marchezan Júnior manifestou sua expectativa em relação ao Pacto Alegre: “nós precisamos de todos vocês, não há como transformar a cidade sem vocês. Queremos que funcione, esse Pacto é por Porto Alegre”.

 

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Reitores e Prefeito assinam Carta de Adesão à Mesa do Pacto Alegre / Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Desafios

Após a cerimônia de constituição da Mesa do Pacto Alegre, foi realizada a primeira reunião de trabalho do grupo, conduzida pelo coordenador do Pacto Luiz Carlos Pinto da Silva Filho e pelo consultor Josep Piqué, que atua como mentor e facilitador do Pacto Alegre, contribuindo com sua experiência na transformação de cidades como Barcelona e Medellín. Piquè explicou a forma de trabalho do Pacto, começando pela apresentação dos valores que nortearão as atividades: Interesse de todos; Compromisso; Cooperação; Inclusão; Transparência; Criatividade; Empreendedorismo. O consultou focou-se no detalhamento dos desafios que foram identificados como necessidades de enfrentamento pelos integrantes do Pacto.

Foram listados inicialmente seis macrodesafios aos quais estarão vinculados projetos e ações: 1 Talentos – gerar, manter e atrair talentos; 2 Transformação Urbana – desenvolver ambientes inteligentes e criativos para viver e trabalhar; 3 Ambiente de Negócios – gerar um ecossistema inovador de classe mundial; 4 Imagem da Cidade Inovadora – promover a imagem de uma cidade inovadora; 5 Qualidade de Vida – melhorar o bem-estar das pessoas em saúde, segurança, cultura e meio ambiente; 6 Modernização da Administração Pública – qualificar e facilitar o acesso aos serviços para a população e para as empresas.

As entidades foram convidadas a indicar com quais macrodesafios se identificam e querem atuar. Conforme Piquè, os pactuantes devem conectar-se com os desafios e indicar as pessoas que comporão os grupos de trabalho responsáveis por elaborar os projetos e definir as ações visando aos objetivos do Pacto Alegre. A próxima reunião da Mesa do Pacto Alegre ocorrerá em 31 de maio.

Startup Garagem 2019Estão abertas as inscrições para o Startup Garagem 2019, um evento que acolhe projetos inovadores e de base tecnológica, além de promover mentorias especializadas para amadurecer ideias e auxiliar na concretização de novos negócios. O Programa de Modelagem de Negócios é promovido pela Área de Desenvolvimento de Startups do Tecnopuc (Tecnopuc Startups) e está em sua sexta edição. Os encontros acontecem de 1° de abril a 12 de junho de 2019, nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 14h às 16h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 24 de março através deste link. O edital está disponível no endereço: https://bit.ly/2NVSWTC. 

Como participar

É necessário formar uma equipe de no mínimo duas e no máximo quatro pessoas. Além disso, pelo menos uma delas deve fazer parte da comunidade PUCRS, que inclui alunos de Graduação e de Pós-Graduação, professores, técnicos administrativos e Alumni (diplomados). Durante as reuniões, serão trabalhados temas essenciais para a iniciação no empreendedorismo, como finanças, marketing e modelagem de negócios. Os projetos também serão avaliados conforme sua evolução, levando em conta aspectos que incluem potencial de mercado e assiduidade da equipe. A lista de mentores inclui nomes como Flávio Steffens, fundador do Vakinha.com.br, e Mário Bastos, diretor da DBServer.

Os finalistas terão a oportunidade de participar do Pitch Day, que ocorre no dia 12 de junho, e marca a conclusão do Programa. Na atividade, poderão apresentar seu projeto para investidores como WOWVentiur e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas- Sebrae, além de concorrer ao grande prêmio: um fast pass, uma forma de dispensar as etapas de inscrição, avaliação e banca de seleção, para o Programa de Pré-incubação de Startups do Tecnopuc.

Cronograma

Arte sobre o projeto Trends PUCRSO conhecimento pode ser encontrado em todos os lugares e nas mais variadas fontes. Por isso, foi criado o Trends PUCRS, para trazer à comunidade acadêmica tendências em torno das temáticas da inovação, empreendedorismo e tecnologia. A primeira atividade é a participação e compartilhamento das novidades e destaques do South By Southwest, conhecido como SXSW, um dos maiores festivais de inovação e criatividade do mundo. O evento ocorre de 8 a 17 de março na cidade de Austin, Texas, nos Estados Unidades. Acompanhe o conteúdo diariamente no perfil da PUCRS no Instagram.

Sobre o SXSW

A primeira edição do festival aconteceu em 1987, e continua crescendo a cada ano. O evento reúne palestrantes, visitantes e artistas de todo o mundo para discutir assuntos em torno da tecnologia, futuro e inovação, além de contar com uma mostra de cinema e um festival de música, que ocorre em paralelo. O clima é de colaboração, troca de ideias e multidisciplinaridade.

Em 2018, a PUCRS promoveu o evento Highlights SXSW, trazendo para o Campus o que foi apresentado em Austin. Veja como foi.

Homenagem da Assembléia Legislativa aos 70 anos da PUCRS

Reitor e integrantes da administração da Universidade com deputados/Foto: Bruno Todeschini

A Assembleia Legislativa realizou Grande Expediente nesta quinta-feira, 13 de dezembro, destacando os 70 anos da PUCRS. Em sessão conduzida pelo deputado Elton Weber, foi lembrada a trajetória da Instituição e sua relevância para o Rio Grande do Sul, considerada “um dos maiores patrimônios do Estado”, segundo o deputado Tiago Simon, que propôs a homenagem. “Seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento tem inspirado milhares de pessoas a fazerem transformações que impactam o futuro.”

Citando o momento de crise vivido pelo País e os baixos índices de desenvolvimento humano, o parlamentar evocou a capacidade empreendedora e criativa do povo gaúcho. Antes de relatar pontos importantes da história da PUCRS, afirmou que o momento era não apenas de celebrar, mas olhar para o futuro.

Formado em Direito pela Universidade, disse que o pai, ex-senador e ex-governador Pedro Simon, presente na tribuna, e dois irmãos também tiveram suas trajetórias construídas na Instituição. Contou que, quando estudante do Colégio Marista Rosário, o pai estava se encaminhando para cursar Medicina. Por influência do Ir. José Otão, que foi reitor da Universidade por 24 anos, acabou fazendo Direito e seguindo a vida pública. Na formatura do curso secundário, o Irmão Marista percebeu seus dotes oratórios.

Destaque nacional e internacional

Homenagem da Assembléia Legislativa aos 70 anos da PUCRS

Deputado Tiago Simon fez um relato da trajetória da Universidade e lembrou o papel da Instituição ao olhar para o futuro/Foto: Bruno Todeschini

Tiago Simon fez referência ao grupo desbravador que criou a primeira universidade marista do mundo, liderado pelo Ir. Afonso. A semente do Curso Superior de Administração e Finanças, em 1931, viria a germinar e resultaria na equiparação de Universidade, conquistada em 9 de novembro de 1948. O deputado fez questão de apontar os frutos da gestão de cada reitor, começando por Armando Câmara. Do legado do Ir. Otão, registrou o extraordinário crescimento da Instituição, com a instalação do Hospital São Lucas e do Campus Uruguaiana. O Tecnopuc, o Museu de Ciências e Tecnologia, o Parque Esportivo e a reforma da Biblioteca Central foram referidos sobre os 26 anos do Ir. Norberto Rauch na Reitoria. De 2004 a 2016, Ir. Joaquim Clotet deixou uma marca de qualidade e empreendorismo.

“E hoje, sob o comando do Ir. Evilázio Teixeira, se reinventa com o movimento PUCRS 360° e a reestruturação em Escolas. Em uma experiência integral e em diferentes unidades, o aluno pode construir o seu currículo.” Ainda falando nas metas atuais, o deputado lembrou a Aliança pela Inovação de Porto Alegre, reunindo PUCRS, UFRGS e Unisinos, e enfatizou o papel do Tecnopuc – Parque Científico e Tecnológico e do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).

O Papa João Paulo II foi lembrado por Tiago Simon ao dizer que as universidades nascem do coração da Igreja e são essenciais para a cultura e o desenvolvimento dos povos. “Entre seus valores, a PUCRS registra uma história de vanguarda, excelência e sucesso.”

Apartes

O deputado Adão Villaverde pediu a palavra para exaltar o grande legado da Universidade nas áreas humanas, técnicas e da saúde. Citou o Tecnopuc, ao apontar que a questão da inovação tecnológica é o principal ativo da sociedade moderna.

No seu aparte, o deputado Frederico Antunes começou dizendo que é diplomado pela PUCRS e tem dois alunos nos bancos da Instituição. “São 70 anos de evolução permanente na graduação, na pós-graduação, nos intercâmbios internacionais. A nossa PUCRS merece esse reconhecimento.” Finalizou cumprimentando os docentes, discentes e colaboradores.

O evento contou com a presença, na tribuna, além de Pedro Simon, do reitor Ir. Evilázio Teixeira, do capitão-tenente Leonardo Pires, representando a Capitania dos Portos, do secretário municipal da Educação, Adriano Naves de Brito, do vereador Aldacir Oliboni e do gestor de Relações Institucionais do CIEE-RS, Cláudio Bins. Assistiram à homenagem o vice-reitor Jaderson Costa da Costa, os pró-reitores, os decanos, professores e técnicos administrativos.

Confira fotos da homenagem:

Ir Evilázio Teixeira, Jorge Audy, Ir Norberto Rauch

Ir. Evilázio Teixeira (E) e Jorge Audy (D) ao lado do busto do Ir. Norberto Rauch, em frente ao Tecnopuc / Foto: Bruno Todeschini

No final do século passado, o Ir. Norberto Rauch, Reitor da PUCRS de 1978 a 2004, inquietava-se com a preocupação sobre como manter e qualificar a infraestrutura de pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade. Na busca de entender esse desafio, desenhou, auxiliado pelos seus mais próximos assessores, os seguintes cenários: a) uma incapacidade crescente dos governos, federal e estaduais, de manter um volume de repasses para infraestrutura de pesquisa e bolsas às Universidades comunitárias; b) a importância da diferenciação da PUCRS pela qualidade de suas pesquisa, frente a uma perspectiva da entrada de novas instituições de ensino particulares do centro do país em Porto Alegre, com forte foco no ensino de graduação; (c) o sucesso do plano de capacitação docente desenvolvido na década de 90: Mil Mestres e Doutores para o Ano 2000; (d) a perspectiva de uma demanda social por mais protagonismo das Universidades no desenvolvimento social, cultural, ambiental e econômico.

Para solucionar para tais questões, desenvolveu uma poderosa visão de futuro, onde traçou estratégias para: (a) a descoberta de novas formas de financiar as infraestruturas de pesquisa e as bolsas de pós-graduação; (b) a necessidade de maior aproximação com as empresas, públicas e privadas por meio de projetos cooperados; (c) a construção de um espaço físico que permitisse que parte destas empresas estivesse instaladas no Campus da Universidade; (d) a abertura da Universidade à sociedade, tornando-se mais protagonista do processo de desenvolvimento local.

A participação entusiasta do Ir. Norberto resultou em iniciativas importantes para a cidade de Porto Alegre na segunda metade da década de 1990, junto a outras Universidades, ao poder público municipal, estadual, entidades empresariais e da sociedade civil foram determinantes na construção da solução para os desafios identificados na época. A sua indução à participação da Universidade no Porto Alegre Tecnópole (PAT), no Consórcio Ibero-americano para a Educação em Ciência e Tecnologia (ISTEC) e na Associação Nacional dos Parques Científicos e Tecnológicos e Incubadoras de Empresas (Anprotec) foram fatores determinantes para os rumos desta área nas duas décadas seguintes. Fruto desse esforço emerge o Tecnopuc, que ocupou a área adquirida em 2001 ao Exército Brasileiro (antigo 18º Regimento de Infantaria).

“…o Tecnopuc é uma das referências latino-americanas em ecossistemas de inovação, sendo o Parque Científico e Tecnológico mais premiado e reconhecido do País.”

Ao completar 15 anos da sua inauguração oficial, em setembro de 2003, o Tecnopuc é uma das referências latino-americanas em ecossistemas de inovação, sendo o Parque Científico e Tecnológico mais premiado e reconhecido do País. Ao longo destes 15 anos, a visão de futuro do Ir. Norberto Rauch concretizou-se. Esse ecossistema de inovação e empreendedorismo de classe mundial possui mais de 150 organizações e 6,5 mil pessoas trabalhando em seus mais de 90 mil metros quadrados de área construída. Grandes empresas multinacionais, nacionais e gaúchas, institutos e centros de pesquisa da Universidade, as principais entidades empresarias e profissionais ligadas à área de tecnologia, todos interagem em um ambiente moderno e colaborativo. Ao longo desse tempo, milhares de jovens encontraram sua entrada no mercado de trabalho, estudantes da PUCRS, bolsistas e pesquisadores realizaram parte de sua formação profissional, centenas de estudantes viabilizaram seus estudos de graduação, outras centenas criaram suas empresas, startups e spin-offs, transformando o conhecimento que adquiriram em riqueza para a sociedade.

Durante esse período, decorrente daquela visão de futuro construída no final do século passado, a PUCRS se transformou em uma referência nacional pela relevância de sua pesquisa e pela excelência de sua Pós-Graduação Stricto Sensu. Nesse percurso, tratando-se apenas da área de pesquisa e inovação, emergiram e se consolidaram neste ambiente iniciativas diferenciadas, fruto do trabalho de grandes pesquisadores, como o NT Solar –  Centro de Referência Nacional em Energia Solar Fotovoltaica do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC); o INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) de Tecnologia em Tuberculose do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); o Inscer (Instituto do Cérebro do RS);o IPR (Instituto do Petróleo e Recursos Naturais), em parceria com a Petrobras, dentre muitas outras.

Entre os anos de 2005 e 2016, o Ir. Joaquim Clotet seguiu acreditando naquele projeto delineado no final do século passado, o qual acompanhou enquanto vice-reitor do Ir. Norberto desde sua concepção. A sua formação na área de inovação, desenvolvida em períodos de formação nas Universidades de Oxford e Warwick, além de diversas missões internacionais visitando alguns dos melhores Parques Científicos e Tecnológicos do mundo, foram determinantes para o crescimento e consolidação do Tecnopuc.

“…gerar mil novas startups e spin-offs nos próximos dez anos.”

Hoje, a Universidade está em uma terceira fase, liderada pelo Ir. Evilázio Teixeira, a qual resulta no desenvolvimento de um novo plano estratégico para a área de inovação e desenvolvimento da PUCRS. Do novo plano surgiu a SID (Superintendência de Inovação e Desenvolvimento) e a nova intenção estratégica da área: gerar mil novas startups e spin-offs nos próximos dez anos. Um belo desafio a nos guiar, mantendo a tradição e implementando a renovação necessária para fazer frente aos desafios institucionais e do país, ampliando a contribuição para a sustentabilidade institucional e a contribuição para o desenvolvimento social e econômico da região onde atuamos.

A energia e a determinação do Ir. Norberto Rauch foram, sem dúvidas, os fatores do sucesso nos anos iniciais desse empreendimento, em especial, nas fases de concepção e criação, as mais difíceis, o qual o mais importante é o papel de um líder visionário, como ele foi. Seu busto posicionado de frente para o Tecnopuc é um tributo ao seu papel nesse processo, sendo um modelo de inovação e empreendedorismo para todos nós da PUCRS.

A atuação do Ir. Clotet avançou nessa trajetória de realizações, traçando as bases de uma grande Universidade de pesquisa, sendo que a inovação e a transformação do conhecimento gerado em desenvolvimento social e econômico, define hoje, 20 anos depois, o posicionamento estratégico da PUCRS: a área de inovação e desenvolvimento.

“… nos preparamos para vencer os novos desafios e aproveitar as oportunidades que irão se apresentar.”

Agora, sob a liderança do Ir. Evilázio, tendo por base para os próximos 15 anos o plano estratégico da área de inovação e desenvolvimento desenvolvido no seu primeiro ano de gestão, nos preparamos para vencer os novos desafios e aproveitar as oportunidades que irão se apresentar. Este plano está alicerçado na fortaleza dos nossos valores institucionais, na aprendizagem acumulada nos primeiros 15 anos e na construção de uma visão de futuro poderosa e otimista que nos conduzirá pelos próximos 15 anos.

Ao completar 15 anos de Tecnopuc, o que nos motiva neste momento, ao descrever essa trajetória marcada pela liderança de três grandes Reitores, é lembrar o pioneirismo e reverenciar a memória de um grande líder, Ir. Norberto Rauch, uma pessoa muito à frente do seu tempo.

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Foto: Rochele Zandavalli

Cerca de 50 representantes de escolas privadas de Porto Alegre – entre diretores, coordenadores e professores – se reuniram na tarde desta terça-feira, dia 21 de agosto, na sede do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS) para conhecer a Aliança para Inovação de Porto Alegre. Surgida da articulação da UFRGS, da PUCRS e da Unisinos, a Aliança objetiva unir a academia, o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil para o desenvolvimento de ações com potencial para transformar a cidade em uma referência na área de inovação.

“A iniciativa de três instituições universitárias do renome da UFRGS, da PUCRS e da Unisinos, se juntando para propor um o pacto pela inovação é um gesto alentador”, afirmou o presidente em exercício do Sinepe/RS, Osvino Toillier, na abertura do encontro. Toillier ressaltou a intenção de discutir a incorporação do sindicato e das escolas privadas ao projeto de desenvolvimento de Porto Alegre.

 

Atividades desenvolvidas e desafios

O histórico de formação da Aliança foi apresentado pelo superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, que lembrou também alguns dos projetos anteriores realizados para a inovação e o desenvolvimento da cidade. “Temos a preocupação de constituirmos em Porto Alegre não só uma situação de fato, mas também um imaginário de uma cidade legal, de uma cidade que atraia investimentos na área de inovação, uma cidade que associe inovação com desenvolvimento, que associe educação com inovação”, enfatizou.

Audy falou ainda sobre as atividades realizadas e os próximos projetos previstos no âmbito da Aliança, com destaque para o Pacto de Inovação, que deve ser assinado em novembro e contará com a consultoria do presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (IASP), Josep Piquè, um dos idealizadores do projeto 22@Barcelona, responsável pela transformação da cidade espanhola em uma referência na área de smart cities.

Conforme frisou o pró-reitor de Pesquisa da UFRGS, Luís da Cunha Lamb, ao falar sobre as transformações no mercado de trabalho e as tendências mundiais em tecnologia, é primordial o papel da educação e do conhecimento nesse novo panorama – por isso se faz tão importante contar também com o apoio das escolas. “Nós queremos nessa aliança justamente construir uma cidade que seja melhor para as pessoas, que Porto Alegre seja atrativa para nossos jovens. Que vejam Porto Alegre como um lugar em que é possível ter uma carreira de sucesso”, ressaltou.

São desafios que, como salienta o pró-reitor Acadêmico e de Relações Internacionais da Unisinos, Alsones Balestrin, nenhuma instituição consegue resolver individualmente. “É um momento em que todas as instituições, públicas e privadas, especialmente as que lidem com a educação, que é o bem mais precioso para a formação de talentos, precisam estar engajadas”, afirmou.

Coworking; Raiar

Foto: Camila Cunha

O mês de agosto é de comemorações para o Tecnopuc. No dia 25 de agosto, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS completa seus 15 anos lançando uma meta audaciosa: atrair e gerar mil novas startups. A intenção, prevista no plano estratégico da área de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, reflete uma tendência dos principais ecossistemas de inovação do mundo, que têm direcionado seus esforços para a geração de startups de alto desempenho e impacto social e ambiental. Em 2018, também é celebrado os 70 anos da Universidade, que promove transformações por meio do ensino, da pesquisa e da extensão que impactam o futuro da sociedade.

Atualmente, o Parque gaúcho abriga mais de 150 organizações, entre gigantes globais como Microsoft, Apple, Santander, Getnet, HP,  HPE, ThoughtWorks e Oracle, empresas nacionais como a DB Server, Globo.com, UOL, Stefanini, LifeMed e Toth, institutos e centros de pesquisa como Instituto do Cérebro (InsCer), Smart City Innovation Center Huawei, Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) e Centro Tecnológico Audiovisual do RS (Tecna), além de diversos mecanismos de geração de empreendimentos, com mais de 200 startups graduadas ao longo desse período, como a Cliever Tecnologia e a Egalitê Recursos Humanos Especiais.

Em seus espaços, o Tecnopuc conta com mais de 6,5 mil pessoas trabalhando, em uma estrutura construída para gerar sinergia entre as empresas e a Universidade. Além disso, possui convênio de colaboração e interação com mais de 150 países. Desde a sua fundação, em 2003, quadriplicou sua área construída, passando dos iniciais 20 mil metros quadrados para mais de 90 mil. O crescimento é constante e muito voltado ao desenvolvimento do ambiente de atração empresarial via conexão com a Universidade, já que o Tecnopuc tem foco na transformação do conhecimento gerado na academia em negócios, geração de emprego e renda.

 

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Foto: Bruno Todeschini

Gestão conectada e global

Outro marco desses 15 anos é novo modelo de governança da área e o novo modelo de gestão do Tecnopuc. Agora, a PUCRS conta com uma Superintendência de Inovação e Desenvolvimento, ligada diretamente à Reitoria, responsável pela gestão de todo o ecossistema de inovação. Já o Parque agrupa as áreas de gestão do ambiente físico, geração de startups, criatividade, ações de impacto social, gestão de projetos e prospecção e negociação.

Essas mudanças também decorrem do processo de planejamento estratégico que buscou preparar a Universidade e o Tecnopuc para os desafios e as oportunidades dos próximos 15 anos. O processo envolveu as mais atuais abordagens de gestão e governança de ambientes de inovação, e deixou como resultado um modelo mais leve, rápido, conectado e global.

De acordo com reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, os mais de 20 mil acadêmicos, professores e pesquisadores da Universidade buscam aliar estudos, pesquisas e novas ideias às necessidades reais de um mundo cada vez mais complexo. O diferencial da Universidade é o uso do conhecimento gerado para desenvolver soluções transformadoras para os desafios da sociedade, e o Parque tem papel fundamental nisso. “O Tecnopuc é uma das mais importantes ações da PUCRS nessa aproximação com a sociedade, propiciando aos nossos alunos, da graduação e da pós-graduação, oportunidades únicas de contribuição para o desenvolvimento econômico e social de nossa região ”, observa.

Para o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, inovação, seja incremental ou disruptiva, se faz com “pessoas talentosas, inquietas, criativas e comprometidas, atuando de forma cooperada, transformando, para melhor, a realidade em que vivemos. Nossa nova estrutura foi concebida e está organizada para gerar um ambiente inovador de classe mundial que permita contribuir com o transbordamento do que fazemos para a Universidade e a nossa sociedade”, diz.

O diretor do Tecnopuc, Rafael Prikladnicki, acrescenta que o objetivo do Parque é justamente proporcionar um ambiente favorável para essas pessoas e empresas e para a geração de negócios. O mundo mudou e as estruturas lineares e hierárquicas da era industrial se transformaram muito pouco. Por isso, os principais ambientes de inovação mundiais estão buscando novos modelos de gestão e governança. “O Tecnopuc acompanha essa tendência e, com o novo modelo, visa motivar que as equipes atuem com maior autonomia e responsabilidade, dando espaço para que a criatividade e a inovação sejam estimuladas”, completa.