Desenvolvido pela Toth Lifecare, startup instalada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), o Smart Check é um monitor de sinais vitais multiparamétrico que auxilia na triagem e internação hospitalar. O equipamento, que traz rapidez e precisão aos atendimentos médicos, prezando pela segurança de pacientes e profissionais da saúde, começou a ser elaborado em 2014.
O monitor foi desenvolvido antes da pandemia e pensado em conjunto com o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), com recursos da Financiadora de Inovação e Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (Finep/MCTI). Investimento fundamental para a conclusão do projeto e que ajudou a diminuir os riscos de produção e viabilizou testes dos protótipos na emergência do HSL, até a aprovação pela Anvisa.
Eduardo Marckmann, CEO da Toth Lifecare e mestre em Economia pela PUCRS, explica que a triagem pode ser realizada em setores de emergência, em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo: “Quando o paciente chega com uma queixa, nós temos que classificar ele como alto, médio e baixo risco de contaminação e dar um desfecho. O monitor tem um software que faz essa avaliação, auxiliando as equipes de saúde”.
O equipamento permite medir temperatura, frequência cardíaca, pressão arterial, glicose e a saturação de oxigênio de forma integrada, dispensando a utilização de diferentes ferramentas para cada necessidade e funcionando como um modelo de pré-triagem que auxilia na chegada de pacientes aos hospitais. Em menos de um minuto o monitor faz a medição e passa os dados para o prontuário eletrônico automaticamente.
O Smart Check é conectado a um software que transmite todas as informações coletadas para um computador por meio do Wi-Fi, evitando erros de transcrição. “Todas as leituras são feitas juntas e muito mais rápidas. Além de otimizar o processo, também minimiza a possibilidade de erros. É uma tecnologia própria para este tipo de monitoramento, que é diferente de pacientes de UTI, que têm acompanhamento constante”, complementa Marckmann.
Fabiano Hessel, professor da Escola Politécnica da PUCRS e coordenador do Grupo de Sistemas Embarcados, também participou da equipe que desenvolveu o equipamento. Segundo ele, o Smart Check tem a capacidade de processamento de informações, não apenas de coleta. “É um equipamento mais robusto que o normal, que conta inclusive com um carrinho de transporte para ajudar na mobilidade”, destaca.
Assista ao vídeo de triagem da Smart Check:
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A startup surgiu em 2008, fruto da união de profissionais com ampla experiência na criação de equipamentos médicos. Estruturada no Tecnopuc, a Toth Lifecare tem foco na pesquisa e desenvolvimento de equipamentos médicos, com o objetivo de oferecer produtos seguros, confiáveis e inovadores para o público.
Pesquisas recentes identificaram a deficiência da proteína interferon (IFN) no organismo como uma possível causa dos quadros graves da Covid-19. Uma delas, foi um estudo publicado na revista Science há alguns dias, em que os pesquisadores perceberam, a partir da análise de 50 pacientes, que, nessas pessoas, a atividade da proteína estava deprimida, o que levava o corpo a produzir uma inflamação exacerbada. Nos pacientes com quadros médios e leve da doença, os níveis do componente estavam normais.
Umas das principais pesquisas desenvolvidas pela PUCRS tem como objetivo testar terapias que melhorem a resposta de interferon do tipo I durante a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 que causa a COVID-19. A coordenadora do projeto, a professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Ana Paula Duarte de Souza, explica que a resposta do interferon do tipo I faz parte do nosso sistema imune inato e é responsável por controlar as infecções virais.
A pesquisadora conta que recentemente o grupo da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Centro Infant da Escola de Medicina da Universidade demonstrou, em estudo publicado na revista Nature, que o acetato, um ácido graxo de cadeia curta produzido pela microbiota intestinal, pode proteger frente infecções virais respiratórias. O acetato aumenta a resposta de interferon do tipo I e diminui a inflamação pulmonar. “Com base nisso, a pesquisa irá testar se o acetato apresenta os mesmos efeitos durante a infecção pelo SARS-CoV-2″, afirma.
Além disso, a pesquisadora acrescenta que existem vários estudos pré-clínicos e clínicos demonstrando que extratos bacterianos como OM-85 também protegem contra infecções respiratórias modulando a resposta de interferon do tipo 1. “Além do acetato, também iremos testar o OM-85 contra o SARS-CoV-2″.
A pesquisa conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul, Fapergs, e tem colaboração com a Unicamp. No momento encontra-se na fase inicial, com resultados preliminares in vitro.
Interferons (IFNs) são proteínas produzidas naturalmente pelo organismo e secretadas pelas células do sistema imunológico com o objetivo de combater elementos estranhos, como vírus, fungos ou bactérias. Elas atuam produzindo uma resposta local, intensa e imediata na região onde o patógeno se aloja, e por isso são importantes para mitigar a progressão de uma doença. Existem três tipos de IFNs naturais, cada um secretado por seu próprio conjunto de células. Tanto o tipo I (IFN-alfa e IFN-beta) quanto o tipo III (IFN-lambda) são proteínas antivirais que atuam recrutando células de defesa para agir no local da infecção e combater o vírus.
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