Exposição Helenismo Sul-Americano Missioneiro

Fotos: Divulgação

A Escola de Humanidades, por meio do Projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani, o Museu de História Natural e o Centro de Pesquisa e Documentação de Alegrete (Cepal) promovem no município a exposição Helenismo Sul-Americano Missioneiro. A mostra inclui acervo, fotos, desenhos e documentário que apresentam a arte sacra jesuítico-guarani, destacando um novo conceito cultural.

Faz parte da exposição a réplica do que deve ser a cruz que ocupou o campanário da Igreja de São Miguel das Missões, do século 18. Com 2,24 metros de altura por 1,12 de largura, foi encontrada pelo professor Ir. Édison Hüttner em uma gruta na cidade de Camaquã. Há ainda peças com a forma voluta (que lembram um caramujo, na foto abaixo) e bases de arenito do Ponto de Memória de São Miguel, além de pedras de itacuru, usadas pelos indígenas para construir a igreja que hoje está em ruínas, fazer cerâmica e pintar o corpo. No próprio Cepal, Ir. Édison encontrou, no ano passado, duas peças sacras doadas por uma família que ajudam a entender a produção artística do tempo das missões: uma imagem da Imaculada Conceição, com detalhes em ouro, e outra de Santo Antônio. Alegrete fazia parte das reduções jesuíticas, integrando a Estância de Yapeyú, hoje Corrientes (Argentina).

Exposição Helenismo Sul-Americano Missioneiro, volutaA exposição fica à disposição do público até o dia 30 de agosto no Cepal. O centro tem sede na Rua Coronel Luiz Inácio Jacques, 66, Centro de Alegrete. Funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h, e sábado, das 9h às 12h.

Neste ano, já recebeu a mostra a cidade de Camaquã. No ano passado, a exposição esteve no Museu Municipal Dr. José Olavo Machado de Santo Ângelo e no Museu Julio de Castilhos de Porto Alegre.

 

Novo conceito

Helenismo Sul-Americano Missioneiro, Igreja de São Miguel das MissõesFenômeno artístico, cultural e religioso, as edificações foram construídas por padres jesuítas e índios guaranis nos séculos 17 e 18. Fruto de seu tempo, sofreram diferentes influências, como o estilo renascentista-maneirista, barroco e barroco missioneiro. Durante o estudo das construções, também foram percebidos elementos evidentes da cultura grega, seja nos frontões, capitéis ou na própria disposição do espaço, destaca o professor Ir. Édison Hüttner. Esse conceito de Helenismo Sul-Americano Missioneiro evidencia esse encontro de culturas: ocidental com mãos de jesuítas e guaranis, abrangendo 30 reduções da Província Jesuítica do Paraguai. Artigo criando o conceito de Helenismo Sul-Americano Missioneiro foi publicado na Visioni LatinoAmericane, revista da Universidade de Trieste (Itália), de autoria do Ir. Édison, do seu irmão Eder Hüttner e do arquiteto Rogério Mongelos. Os três são curadores da exposição, com Nelson Assumpção dos Santos, diretor do Cepal.

Livros Daniel Munduruku

Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira, dia 26, às 19h30min, o Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural recebe o principal escritor indígena do País, Daniel Munduruku, para um bate-papo. Autor de mais de 50 livros para crianças, jovens e educadores, recebeu diversos prêmios no Brasil e exterior, entre eles o Prêmio Jabuti, o Prêmio da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Érico Vanucci Mendes (outorgado pelo CNPq) e o Prêmio Tolerância (da Unesco). Muitos de seus livros receberam o selo Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Também é comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República desde 2008. Em 2013, recebeu a mesma honraria na categoria da Grã-Cruz, a mais importante destinada a um cidadão brasileiro na área da cultura.

O Delfos fica no 7º andar da Biblioteca Central, prédio 16 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). O evento tem entrada franca. Não é necessário se inscrever.

 

Saiba mais

Graduado em Filosofia e Psicologia e licenciado em História, Munduruku tem doutorado em Educação e estágio pós-doutoral em Literatura. É diretor presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais. Reside em Lorena, interior de São Paulo. Outras informações no seu blog: danielmunduruku.blogspot.com.br.

Promover um espaço para discutir a cultura indígena nacional, a comunidade Caigangue Komág, de Porto Alegre, e a realidade das tradições indígenas de outros países. Este é o objetivo do Seminário Internacional: Comunidades Indígenas no Brasil e no Mundo, que ocorre nesta terça-feira, 29 de novembro, às 8h30min. A palestra de abertura será ministrada pelo Dr. Yashwant Pathak, da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos. Ele abordará o tema Semelhanças nas antigas tradições e culturas ao redor do mundo. Todas as atividades do evento são abertas ao público, com entrada franca, valem como horas complementares e ocorrem na sala 240 do prédio 15 do Campus (Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

Entre os outros palestrantes estão Helena Willhelm de Oliveira e Édison Hüttner, ambos professores da PUCRS. Eles falarão sobre experiências da atuação em Telessaúde e cultura indígena brasileira, respectivamente. O Seminário é uma iniciativa da Escola de Humanidades, por meio do Grupo de Estudos em Cultura Afro-brasileira e Indígena (Neabi), Centro de Microgravidade da Universidade e Faculdade de Farmácia.