Programa de Aprendizagem para pessoas com deficiência

Felipe Barrueco Costa, de 40 anos, conta que está gostando muito das aulas. / Foto: Giordano Toldo

A primeira turma do Somar Aprendiz, programa de aprendizagem para pessoas com deficiência lançado em agosto pela PUCRS, em parceria com o Senac, iniciou as atividades neste mês de outubro. Para esta primeira edição, foram selecionadas quinze pessoas com idade mínima de 16 anos. Com duração de um ano, o curso oferta uma formação teórico-profissional focada no desenvolvimento de habilidades técnicas e pessoais. De acordo com Bruna Bernardes, analista de Diversidade e Inclusão da Gerência de Gestão de Pessoas da PUCRS, esta é uma oportunidade de transformar a vida do aprendiz, da família e da comunidade ao redor.  

“É uma forma de combater a exclusão que muitas pessoas com deficiência sofrem diariamente na sociedade. Ao receber formação e se desenvolver pessoal e profissionalmente, fica mais fácil encontrar oportunidades e se sair melhor em processos seletivos para conseguir a tão sonhada vaga efetiva”, destaca Bruna. 

O grupo de aprendizes que compõe a turma de estreia do programa se destaca pela diversidade: adolescentes e adultos, dos mais tímidos aos mais comunicativos, reúnem-se todos os dias da semana, de segunda a sexta-feira, para aprender e se desenvolver juntos. Felipe Barrueco Costa, de 40 anos, é um daqueles estudantes que transparece seriedade e entusiasmo. Por já ter experiência de mercado, entende a importância de se aprofundar na área em que deseja atuar. 

“Eu estou gostando muito de estudar aqui no Senac e pretendo fazer um bom trabalho lá na PUCRS. A área administrativa é a que mais estou gostando de aprender, pois já trabalhei na área e também com telemarketing. Mesmo sendo o mais maduro da turma, eu sempre estou pronto para aprender”, conta o aprendiz. 

Programa de Aprendizagem para pessoas com deficiência

O sonho de Pamela Ferraz da Conceição, de 17 anos, é ser juíza. / Foto: Giordano Toldo

O aprendizado que Pamela Ferraz da Conceição, de 17 anos, está vivenciando no curso já tem repercutido no seu entorno. “Disseram que fiquei mais madura. E eu concordo, acho que a gente já está com outra postura, cara de trabalhadora”, conta entusiasmada. O curso tem impactado também na forma como a aprendiz enxerga seu futuro. Moradora de uma casa de acolhimento na Zona Sul de Porto Alegre, Pamela testemunha diariamente a importância do trabalho realizado pelas profissionais que atendem o espaço e, hoje, fala com convicção sobre a carreira que deseja seguir:  

“Eu quero ser juíza na Vara da Infância. Eu vejo o trabalho que a juíza faz por nós, e quero poder ajudar as crianças”, diz.  

Leia mais: PUCRS reforça seu compromisso com Diversidade e Inclusão por meio do Programa Somar

Um caminho para desenvolver a autonomia

A vivacidade de Joao Vitor Maria dos Santos (16) chama atenção por onde ele passa. Aprendiz mais jovem da turma, ele se desdobra para conciliar o curso com suas outras tantas atividades: colégio, futebol, aula de religião, dança, capoeira… ufa! João também é bastante engajado com a família — costuma fazer companhia para a avó e para o irmão mais novo. E, pela noite, reserva um tempo para atualizar a mãe sobre tudo o que aprendeu no dia.  

“Eu converso com a minha mãe, digo tudo. Ela me pergunta: como foi teu dia? E eu conto o que vimos na aula. Hoje foi sobre o uso incessante do celular, que pode ser prejudicial também no trabalho. Para mim foi bom saber disso, pois eu uso bastante, jogo, vejo vídeos e vejo filme”, conta João.  

Maira da Trindade Maria, a mãe do João, confirma: “Todos os dias ele fala como foram as aulas, está muito motivado e realizado”. Para ela, o projeto causou um impacto muito positivo na vida do filho, que tem se mostrado mais responsável e feliz. Segundo ela, João sonha em ingressar no mercado de trabalho desde os dez anos:    

“Acredito que essa oportunidade o fez expandir os horizontes. Sentir seu crescimento e autonomia em um período tão curto é incrível. Ele hoje demonstra uma responsabilidade e um amadurecimento que eu não acreditava que ele teria. E saber que ele se sente capaz nos tranquiliza como família, acho que como mãe um dos nossos maiores receios é como nossos filhos ficarão na vida adulta, e essa oportunidade vai ajudar a criar caminhos para que ele desenvolva a sua autonomia como cidadão”, comenta realizada.  

Programa de Aprendizagem para pessoas com deficiência

João Vitor Maria dos Santos, de 16 anos, é o aprendiz mais jovem e sonha em cursar Gastronomia. / Foto: Giordano Toldo

O caminho citado por Maira não é nada simples. Atualmente, pessoas com deficiência têm maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho e acesso à educação, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revela que, no fim de 2022, apenas 26% das pessoas com deficiência estavam no mercado de trabalho. Entre as pessoas sem deficiência, eram 60%. O levantamento destaca também a desigualdades na educação: a taxa de analfabetismo é quase cinco vezes maior entre pessoas com deficiência. Apenas 25% concluíram pelo menos o Ensino Médio.  

Para Bruna Bernardes, a aprendizagem inclusiva é fundamental para que pessoas com deficiência possam receber uma formação e, ao mesmo tempo, colocar em prática os aprendizados. Para o início de 2024, a PUCRS já planeja a formação da próxima turma do Somar Aprendiz. E, enquanto isso, os/as aprendizes da turma da Pamela, do Felipe e do João seguem realizando as aulas teóricas no Senac e práticas em alguns espaços da Universidade — como o Museu de Ciências e Tecnologia, o Living 360°, a Biblioteca e o Parque Esportivo.  

“A inclusão é importante para quem está sendo incluído e para quem inclui. Quem inclui aprende e se desenvolve enquanto ser humano e, consequentemente, se torna um profissional melhor. O exercício da empatia, da compreensão, do acolhimento e da paciência são fundamentais para um ambiente inclusivo e acessível. Na inclusão todos ganham”, finaliza. 

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Empresas mais diversas são mais produtivas. /Foto: Envato Elements

A diversidade tem um papel fundamental no aumento da produtividade das empresas. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Identidades do Brasil, entre 2010 e 2019, houve um aumento da produtividade nas organizações decorrente do crescimento da diversidade de gênero e étnico-racial. O tema vem ganhando força nas organizações e, de acordo com o levantamento realizado pela Pesquisa Benchmarking: Panorama das Estratégias de Diversidade no Brasil 2022 e Tendências para 2023,  81% das empresas entrevistadas destinam recursos para ações de diversidade e inclusão. Em 2020, apenas 67% delas reservavam capital para realizar essas atividades.   

Mas o que é ser uma empresa diversa? Para Pietra Gomes, advogada trabalhista com atuação em diversidade e inclusão, quando há pessoas em todos os níveis da organização com diferentes formações, gêneros, raças, experiências e visões de mundo a riqueza da diversidade está na possibilidade de resolução de problemas e na condução de tarefas com diversidade de ideias e percepções.  

Diferenças entre diversidade e inclusão    

Embora os termos pareçam semelhantes, é preciso entender que diversidade e inclusão não são a mesma coisa. Inclusive, uma depende da outra, como explica Pietra:  

“Diversidade está ligada à representação demográfica de diferentes tipos de profissionais. Já a inclusão é a garantia de oportunidade, desenvolvimento e ascensão profissional dentro da empresa para todos/as”, pontua.    

A advogada ainda cita o artigo da Harvard Business Review Diversity Doesn’t Stick Without Inclusion, que fala justamente que a diversidade não se sustenta sem inclusão:   

“A inclusão é o agir da diversidade. Uma empresa somente será inclusiva se houver o comprometimento de mudança da cultura organizacional com a construção de um espaço de escuta, diálogo e compreensão”.

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O que o futuro nos reserva?  

Em 2020, menos de 70% das organizações destinavam verbas para programas de diversidade e inclusão. / Foto: Envato Elements

A necessidade da construção de um mercado de trabalho mais inclusivo e diverso já é prevista em lei. Conforme a Lei de Cotas, empresas com mais de 100 funcionários precisam obrigatoriamente ter entre 2% e 5% do seu quadro com vagas para Pessoas com Deficiência e Reabilitadas. No entanto, nem sempre ocorre de  estes/estas profissionais serem incluídos plenamente no ambiente de trabalho.  

A advogada destaca dois pontos fundamentais para a concretização da inclusão:  a construção de ambientes com acessibilidade para acolher melhor e a importância de evitar que a deficiência seja o ponto de partida para determinar funções e atividades, não se tornando uma barreira para oportunidades de ascensão profissional.  

Outro fator determinante para a permanência de funcionários/as são ações corporativas que gerem sentimento de pertencimento à cultura da empresa. De acordo com Pietra, há algumas iniciativas que  administradores/as e o setor de Recursos Humanos podem tomar para tornar o ambiente corporativo mais diverso e inclusivo:  

“O ponto de partida é a mudança na cultura organizacional a fim de que todos/as os funcionários/as, começando pelos cargos de gestão, entendam esta diretriz diversa e inclusiva. Para além disso, devem ser promovidos constantemente treinamentos, workshops e palestras.”  

PUCRS oferece curso sobre diversidade no trabalho 

Para contribuir com esse movimento, a Escola de Negócios da PUCRS ofertará em outubro o curso Diversidade e Inclusão na Prática das Organizações, que já está com inscrições abertas. A certificação, que contará com Pietra como ministrante convidada, é coordenada por Ionara Rech, professora da Escola. Ela conta que o que a inspirou a criar o curso foi a intrínseca ligação da Escola de Negócios com as temáticas relacionadas à gestão organizacional e a necessidade do mercado em entender e aplicar os conceitos: 

“É preciso pensar também em como considerar a diversidade e como fazer a inclusão de diferentes pessoas dentro de uma organização. Já estamos tratando o tema em outros contextos dentro da graduação, da pós-graduação e agora estamos oferecendo um curso de extensão para tratar desses assuntos. Eles são de extrema importância para fazer a gestão das empresas e para tornar a própria convivência dentro das organizações mais igual e mais justa”, ressalta.  

A professora ainda explica que quem fizer o curso aprenderá a contextualizar e identificar situações de diversidade e inclusão, além de receber um preparo para desenvolver projetos de inclusão dentro de sua organização. “O curso tem um aspecto de contextualização e de entendimento dos temas, mas também conta com um lado prático de como fazer a construção de um projeto de diversidade e inclusão nas organizações”, acrescenta.  

A certificação será oferecida na modalidade presencial e as aulas acontecem entre os dias 16 e 17 de outubro, na Escola de Negócios (prédio 50, sala 1115), às 19h30. As inscrições podem ser feitas pelo site da Educação Continuada (Educon) 

quero me inscrever

As estudantes do curso de Engenharia Química da PUCRS, Marina Vicente Wizer, Myriam Bernaud Maghous e Ana Carolina Corso Minotto, formam o time Tech Girls e foram as ganhadoras da etapa brasileira do L’Oreal Brandstorm 2022. A competição universitária possibilita que estudantes proponham soluções inovadoras, ganhem visibilidade e tenham contato com especialistas de uma das maiores referências do universo dos cosméticos: a L’Oreal.

Elas criaram o Beauty Stabilizer, um pincel de maquiagem desenvolvido para pessoas com Parkinson ou Tremores Essenciais que conta com uma tecnologia de estabilização capaz de detectar e neutralizar tremores das mãos. “Acreditamos que o poder da beleza deve ser acessível para todas as mulheres e queremos trazer a visibilidade que essas mulheres merecem”, comenta uma das integrantes.  Conheça mais detalhes da proposta.  

Todos os anos é lançado um desafio e, nesta edição, podem participar candidatos com até 30 anos. As estudantes da PUCRS estão entre os dois times da trilha de inclusão escolhidos para seguir para a próxima etapa: a semifinal Internacional. Para celebrar as três décadas do programa, os universitários agora podem escolher entre uma das 3 trilhas: 

Próximos passos  

A última etapa será em Paris, na qual apenas 9 equipes do mundo todo (três de cada trilha) apresentarão suas propostas. Para avançar no programa e ir para a final internacional, as alunas precisam do apoio da comunidade acadêmica para votar no seu projeto, neste link, até o dia 15 de maio. Para registrar o voto, basta preencher com um e-mail e confirmar. 

“Já é incrível ter chegado até aqui e é agora que precisamos de vocês mais que nunca. Não seria incrível se três gurias estudantes da PUCRS realizassem o sonho de ir para Paris defender sua ideia representando o seu País?”, comentam as alunas. 

O programa Brandstorm existe há 30 anos e já contou com a participação de mais de 40 mil estudantes de 65 países e regiões. 

PUCRS oferece disciplinas voltadas para formação cidadã e inclusiva

Foto: Envato Elements

Para criar uma sociedade que abraça a sua diversidade, respeita as diferenças e sabe conviver e aprender com outras culturas e gerações é preciso ter um olhar que enxerga as pessoas pelo que elas são: humanas. O conhecimento é uma das melhores maneiras de se aprofundar em temas relacionados à complexidade da vida, às relações sociais e à filosofia, entre outros. Por isso, confira disciplinas que abordam questões sobre ética, direitos humanos e sustentabilidade e que você pode escolher cursar no próximo semestre:  

Fundamentada nos direitos humanos, a PUCRS tem por missão produzir e difundir conhecimento e promover a formação humana e profissional, visando ao desenvolvimento de uma sociedade justa e fraterna. Por isso, possui diversas ações e projetos relacionados aos Direitos Humanos e à diversidade, incluindo milhares de produções científicas publicadas sobre os temas. 

Leia também: Como contribuir para a proteção e promoção dos Direitos Humanos 

Aprender para a carreira e para a vida  

Além de expandir o seu repertório com diferentes pontos de vista e se tornar uma pessoa criativa e inovadora, ter atenção às pautas atuais e de cunho humanitário significa estar em sintonia com as novas expectativas do mercado de trabalho. Empresas de diferentes portes têm se preocupado cada vez mais com questões que não se limitam aos lucros, apesar de que se engajar em assuntos de impacto social também pode ser bom para o bolso.  

Um estudo realizado pela Accenture Strategy aponta que 83% da população brasileira prefere comprar de marcas que se conectam aos seus valores de vida e 79% têm expectativas de que as empresas se posicionem sobre assuntos relevantes para a sociedade como meio ambiente, política e cultura. Empresas com equipes mais diversas têm resultados até 21% melhores, segundo pesquisa da McKinsey, uma das consultorias mais relevantes globalmente.  

Leia também: Como ser feliz no trabalho e na vida? Confira os ensinamentos da professora Carla Furtado 

Faça sua rematrícula! 

Por mais que as escalas de matrícula já tenham acabado, ainda é possível fazer a sua rematrícula e iniciar mais um semestre junto à PUCRS, contando com todos os benefícios que a Universidade oferece aos seus estudantes. Para isso, basta acessar o sistema de matrículas e escolher as disciplinas que deseja cursar.

 

Paralimpíada, Jogos Paralímpicos, inclusão no esporte

Vitor mostra as medalhas de competições no atletismo/Foto: Camila Cunha

Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?, disse, certa vez, Frida Khalo, uma das mais conhecidas artistas do mundo. Ela e muitos personagens relevantes da história foram pessoas com deficiência e, como a frase demonstra, nunca deixaram de voar. Longe das grandes figuras históricas, pessoas comuns também seguem realizando suas conquistas. É o caso de Vitor Luft que, mesmo com a impossibilidade de se locomover sem o auxílio de uma cadeira de rodas, é atleta e cursa Educação Física na PUCRS. 

Desde 2018, o jovem pratica atletismo, competindo de cadeira de rodas nas provas de corrida de 100m, 200m e 400m. No mesmo ano, participou da primeira competição no esporte, uma seletiva para as paralimpíadas escolares. Atualmente, após participar de duas competições regionais do Comitê Paralímpico Brasileiro com boas classificações, se prepara para competir nas paralimpíadas universitárias, a nível nacional.  

Representatividade que motiva 

Vitor conta que uma das suas principais inspirações no esporte é Aser Ramos, seu colega de treino. Os Jogos Paralímpicos de Tóquio terão seu encerramento neste domingo e o atleta, que já bateu recordes continentais, obteve a quarta classificação na final do salto em distância. Foi sua primeira participação no evento.  

Vitor mostra imagens com sua equipe de treino, dentre eles, Aser Ramos/Foto: Camila Cunha

Estamos vivenciando o Setembro Verde, mês que reforça a importância da acessibilidade e da inclusão da pessoa com deficiência. Os Jogos Paralímpicos são uma forma de mostrar à sociedade a relevância da diversidade no esporte. Porém, como comenta Vitor, essa realidade ainda está distante.  

“Em Porto Alegre, que é capital do estado, existem poucos lugares que treinam paratletas. Além disso, falta investimento no esporte e, mesmo os Jogos Paralímpicos, que chamam atenção à essa realidade, são distantes de muita gente. Por isso, seria importante que canais abertos transmitissem as competições, assim como aconteceu com os Jogos Olímpicos.” 

A professora Fernanda Faggiani, que desenvolve, com o auxílio de Vitor, estudos sobre esportes paralímpicos no Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da PUCRS, destaca que “os Jogos Paralímpicos são uma vitrine do que o esporte pode fazer para o ser humano, sendo um ambiente de inclusão, e mostra que é possível obter conquistas, não apenas de medalhas, mas, também, pessoais”.  

PUCRS: uma universidade para todas as pessoas 

A história de Vitor com a PUCRS iniciou em 2019: “Eu participei do Open Campus e me admirei com a infraestrutura e com a acessibilidade”, conta. Um ano depois, estava iniciando sua graduação e, conforme o estudante, a inclusão sempre foi algo recorrente, tanto pelos colegas de turma, quanto em relação aos professores, que costumam adaptar atividades práticas para que ele possa participar e aprender. Seu objetivo com a Educação Física é aprimorar suas habilidades como atleta, entendendo os mecanismos de como evoluir no esporte e, futuramente, se tornar treinador de atletas de alto rendimento.  

Além disso, a Universidade conta com materiais adaptados para o esporte inclusivo, como cadeiras para corrida e para jogos de basquete. O Campus também possui elevadores que facilitam o acesso de pessoas com deficiência aos prédios. “Eu consigo andar por tudo na PUCRS”, complementa o estudante.  

Leia também: “A formação me possibilitou ter orgulho da minha trajetória profissional”
 

Candidatas podem se inscrever para o grupo de preparação organizado pelo PUCRS Carreiras até esta terça-feira, 18 de maio.Há pouco tempo, homens representavam mais de 80% do mercado de trabalho, enquanto mulheres eram poucos mais de 13%, segundo dados de 1950, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Passados 70 anos, elas conquistaram mais espaço. O relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) aponta que, em 2020, a taxa de participação no mercado de trabalho das mulheres foi de 46%, enquanto a dos homens foi de 69%. 

Pensando em contribuir com a inserção das mulheres no mercado, o PUCRS Carreiras e a Fundação Irmão José Otão (Fijo) estão com as inscrições abertas para a 3ª edição do Grupo de preparação para o mercado de trabalho. O objetivo da iniciativa é contribuir para que mulheres possam se apropriar de seus próprios recursos e história de carreira, por meio do trabalho em grupo e do contato com outras mulheres que servem de apoio e inspiração. 

Serão quatro encontros semanais, mediados pelas psicólogas e consultoras do PUCRS Carreiras Fabiane Rossi e Gabriela Techio. Serão abordados temas como identificação de habilidades e interesses profissionais; reconhecimento da trajetória de carreira, elaboração de currículo e dicas de preparação para o processo seletivo. 

Como participar  

Para participar é necessário estar desempregada, ter renda familiar de até três salários mínimos e estar buscando vaga no mercado de trabalho. Nesta edição serão 15 vagas disponíveis. A seleção das participantes se dará a partir de um sorteio realizado nas redes sociais do PUCRS Carreiras, no dia 19 de maio. 

Os encontros acontecerão pela plataforma Zoom, às terças-feiras, das 15h às 17h, de 25 de maio a 15 de junho. As interessadas podem fazer as inscrições gratuitamente aqui, até 18 de maio.

Cesmar e Tecnopuc lançam curso para jovens em situação de vulnerabilidade social

Foto: Christina Morillo/Pexels

Em parceria com o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), o Centro Social Marista (Cesmar) lançou o curso Full Stack Social (“pilha cheia” em inglês). O curso, que é vinculado ao programa Jovem Aprendiz, é destinado a jovens de 16 a 22 anos em situação de vulnerabilidade social e que moram em regiões próximas à PUCRS. A pré-inscrição deve ser realizada pelo formulário eletrônico até o final de fevereiro.  

As aulas iniciam em 17 de maio e serão ministradas no Tecnopuc, por meio do Centro de Inovação e do Hub Social, com o objetivo de promover o contato com empresas parceiras em potencial. “Os alunos e alunas ingressam como Jovens Aprendizes, já com o apoio de alguma empresa parceira. Assim, se espera que ao final do programa o grupo esteja capacitado e já iniciando suas carreiras nas áreas”, explica Michael Mora, coordenador do Centro. 

A expressão Full Stack é muito utilizada na área de tecnologia e se refere à formação de profissionais com habilidades para atuar no processo de desenvolvimento de uma aplicação web, que são sistemas de informática projetados para utilização através de um navegador. 

Mudando vidas por meio da tecnologia 

Márcia Broc, responsável do Cesmar pela gestão do projeto, relembra de jovens que já passaram pelos cursos do Centro e conta como surgiu a ideia do projeto. “Ofertamos o curso de Programação de Software por mais de cinco anos. Formamos mais de 100 jovens nesse curso, muitos deles estão trabalhando e ganhando a vida nessa área, com aquilo que aprenderam conosco. A última turma que formamos foi em setembro de 2020. Nós paramos para reformular o projeto e foi aí que nasceu a ideia de fazermos um curso de desenvolvimento web, mais focado nos produtos digitais”, conta.  

Segundo Márcia, a capital gaúcha mantém boas oportunidades na área de TI. “Hoje nós temos pelo menos 170 vagas nessa área em aberto em Porto Alegre. As empresas de desenvolvimento de sistemas têm muita dificuldade para encontrar profissionais, justamente pela carência que se tem de pessoas formadas. Motivados por esse contexto, por essa missão de incluir jovens no mundo do trabalho, nós resolvemos lançar esse curso. Queremos alianças e parceiros que estejam interessados em desenvolver seu papel social”, comenta.   

PUCRS oferece disciplinas voltadas para formação cidadã e inclusiva

Foto: Envato Elements

Além de ajudar a gerar oportunidades, o Full Stack contribui para o aumento da diversidade em ambientes corporativos, com o apoio de empresas que estejam comprometidas em compartilhar suas expertises organizacionais em prol do desenvolvimento humano e social. Em tempos tão desafiantes, as oportunidades na área da tecnologia vêm se mostrando promissoras e, a partir de capacitações como esta, evidenciam que podem contribuir para desenvolver, incluir e impactar positivamente a comunidade”, destaca Ana Lúcia Maciel, líder na área de impacto social do Tecnopuc. 

Saiba como participar do programa 

O curso tem a duração prevista de 14 meses, com 30 vagas. Os/as estudantes serão divididos em duas turmas nos turnos da manhã e tarde. Pela manhã, as aulas acontecerão das 8h às 12h e, pela tarde, das 13h30 às 17h30, de segunda a sexta-feira. Quem estiver estudando deverá fazer o curso no turno inverso às aulas da escola. 

O programa incluiu: carteira assinada por alguma empresa parceira desde o primeiro dia, além de receber todos os benefícios como trabalhador/a com vínculo especial de trabalho. Confira os requisitos necessários: 

As empresas que tiverem interesse em participar do projeto como parceiras, ou colaborar de outro modo, podem fazer isso de duas maneiras:

As organizações podem registrar o interesse em colaborar com o projeto neste formulário ou pelo e-mail [email protected] e aguardar o retorno.

Onde estão as mulheres negras à sua volta? - Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha marca o combate ao racismo e ao machismo e a reinvindicação por equidade

Foto: Unsplash

No Brasil, elas são 55,6 milhões, chefiam 41,1% das famílias negras e recebem, em média, apenas 58,2% da renda das mulheres brancas, segundo dados divulgados pelo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na PUCRS, o Núcleo de Estudos em Cultura Afro-Brasileira e Indígena (Neabi), o qual professora Leunice de Oliveira faz parte, dedica-se a aprofundar o debate sobre a negritude, a diversidade e uma possível reparação histórica.

Enquanto mulher negra e acadêmica, Leunice comenta sobre os desafios e os avanços em relação à quebra de paradigmas e a luta constante por espaços na sociedade. “Com a organização dos movimentos sociais foi possível evoluir em algumas pautas e no diálogo sobre o feminismo negro, por exemplo, com um maior engajamento em cessar com a invisibilidade”, comenta a professora da Escola de Humanidades da PUCRS.

É preciso falar sobre interseccionalidade

“É necessária a compreensão de que a mulher negra experimenta um conjunto de desvantagens sociais que resultam em uma posição social considerada inferior à da mulher branca. As nossas necessidades são muito peculiares e, sem que seja feita uma profunda análise do racismo, do machismo e colonialismo brasileiro, é impossível atender às urgências deste grupo” enfatiza.

Segundo a escritora Alice Walker, referência no movimento, existem diferenças entre o feminismo, o mulherismo e o mulherismo africano. “Ser uma mulherista africana significa que temos controle de nossa nomeação e nossa definição. É lidar com a tripla dificuldade das mulheres negras: raça, classe e sexo, mas com sua própria ordem. E, para mim, vem a noção de priorizar a raça, porque é isso que nos ameaça mais do que tudo, eu acredito”, explica.

Representatividade é coisa séria

Onde estão as mulheres negras à sua volta? - Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha marca o combate ao racismo e ao machismo e a reinvindicação por equidade

Foto: Nappy

As desigualdades étnico-raciais são evidentes tanto no mercado de trabalho, quanto nas competições de espaços de poder, como cargos de gestão, liderança e políticos. Mesmo com a melhora da universalização do ensino, essas ações não têm sido suficientes para reduzir significativamente as desigualdades da pirâmide educacional e “isto deve ainda implicar na persistência da concentração de brancos nas principais posições de poder do País”, segundo o Dossiê Mulheres Negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil.

“Tenho na Universidade um lugar de fala, de direito à voz.” LEUNICE DE OLIVEIRA. 

Apesar dos desafios, a professora Leunice diz ter obtido avanços na pauta de empoderamento de mulheres negras. Para ela, o ativismo foi fundamental para a conquista de espaços, rompendo com a não representação e ajudando a mudar a história.

Ela conta que sua história de vida não é diferente da maioria de negros e negras no Brasil. “Reconheço que o espaço em que ocupo como professora universitária, poucos negros tiveram acesso por falta de oportunidades educacionais e profissionais. Nós que pertencemos a estes grupos, podemos e devemos falar por nós, para que nossas vozes sejam ouvidas, estabelecendo rupturas com o que nos fora destinado e buscando caminhos para a superação”, destaca.

Sobre as políticas públicas

O Brasil implementou algumas Políticas de Ações Afirmativas, com o objetivo de tentar corrigir a longo prazo os efeitos das discriminações e da escravidão, baseadas na igualdade de acesso a bens fundamentais e direitos de cidadania plena. Entre elas, a Lei de Cotas para universidades públicas para negros/as, indígenas, alunos/as de escolas públicas, entre outros grupos.

A lei Maria da Penha, de 2006, também representa um marco na garantia de proteção social das mulheres, considerando os índices crescentes de violência doméstica e feminicídio que crescem anualmente. O Brasil tem 13 homicídios de mulheres por dia, e maioria das vítimas (66%) é negra, segundo o Atlas da Violência de 2019 do Ipea.

Uma carreira dedicada a abrir portas

Onde estão as mulheres negras à sua volta? - Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha marca o combate ao racismo e ao machismo e a reinvindicação por equidade

Professora Leunice de Oliveira / Foto: Arquivo pessoal

Formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Leunice Martins de Oliveira é mestre em Educação pela PUCRS, e possui doutorado e pós-doutorado em Educação pela UFRGS. Atua principalmente com temas sobre educação, currículo, cultura, políticas públicas, educação intercultural, estudos afro-brasileiros e educomunicação. É coordenadora do curso de especialização em Gestão da Educação e professora da Escola de Humanidades da PUCRS.

Uma causa coletiva

Com a realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, o dia 25 de julho é considerado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, desde 1992. O dia representa o enfrentamento ao sexismo, racismo, machismo e a busca da mulher negra por igualdade de direitos e oportunidades.

Leia também: Elas estão alcançando cada vez mais espaços na área de Ciência e Tecnologia

Evento do curso de Jornalismo debaterá sobre esporte, inclusão e democracia - Mais de 20 convidados participarão de seis horas de bate-papos online com professores da FamecosMuito além do entretenimento, o futebol é um esporte com significados importantes para grande parte da população brasileira e a sua representatividade ascende o debate sobre diferentes causas. Pensando nissoa equipe dEscola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS promove o evento online: Jornalismo: Esporte, inclusão e democracia, no dia 23 de julho, das 16h às 22h. live contará com mais de 20 convidados e convidadas de diferentes áreas e será transmitido ao vivo pelo Facebook da Eu Sou Famecos. 

Para Fábian Chelkanoff Thier, coordenador do curso de Jornalismo, o tema é de extrema relevância. “Muitas pessoas têm o esporte como algo fundamental na vida e por isso ele não pode ser tratado apenas como divertimento. E nada melhor do que debater isso na Universidade com pessoas que fazem esse dia a dia acontecer. Afinal, o esporte consegue ou não representar toda uma sociedade?. Para participar da conversa não é necessário se inscrever. Quem precisar receber o atestado de participação pode solicitar neste formulário. 

Programação completa 

Com lives durante a tarde e à noite, ninguém precisa ficar de fora. Confira: 

16h | É Tudo com elas 

Medicação de Fábian Chelkanoff. 

17h | Racismo e preconceito 

Mediação de Juan Domingues.  

Evento do curso de Jornalismo debaterá sobre esporte, inclusão e democracia - Mais de 20 convidados participarão de seis horas de bate-papos online com professores da Famecos18h | O Jornalismo como arma na luta contra o racismo 

Mediação de Felipe Gamba. 

19h | A democracia no esporte 

Mediação de Fábio Canatta. 

20h | Inclusão e diversidade 

21h | Jornalismo, Esporte, Inclusão e Democracia 

Mediação de Felipe Gamba. 

Seja parte do futuro do Jornalismo 

Na PUCRS, os/as estudantes circulam durante sua formação paralelamente na sala de aula e nos laboratórios, em um currículo moderno que se utiliza de metodologias dinâmicas. O curso de Jornalismo prepara profissionais com as competências necessárias, incentivando a capacidade reflexiva, a agilidade e o domínio tecnológico, em condições de atuar nas mais diversas áreas e está com inscrições abertas. Confira aqui!

Promover a inclusão no seu aspecto mais amplo é o objetivo da plataforma IncluiTec, idealizado pelo aluno do curso de Psicologia Robson Souza. Inicialmente lançada com o nome TchêInclui em 2018, a plataforma reúne serviços que podem ser utilizados por escolas, empresas e pessoas que procuram informações relacionadas ao tema, conectando quem tem essas demandas com estudantes, grupos de pesquisa e profissionais interessados em propor soluções.

A ideia surgiu no primeiro semestre de 2018, na disciplina Psicologia Escolar e Educacional I, ministrada pelo professor Alexandre Guilherme na Escola de Ciências da Saúde e da Vida. O docente utiliza a metodologia Problem Based Learning (PBL), em que a aprendizagem é baseada na busca de soluções para determinados problemas. Os estudantes deveriam visitar uma escola para entender a função de um psicólogo escolar e as possibilidades de se trabalhar em uma instituição de ensino como psicólogo. Posteriormente, iriam cria um website informativo, tendo como temática a inclusão. Robson, porém, quis fazer algo diferente: apresentou um aplicativo.

“Foi uma grande ousadia. Eu adorei a ideia e percebi que a gente poderia desenvolver mais, pois vi muito potencial”, conta o professor Alexandre. O docente convidou Robson para seu Grupo de Pesquisa em Educação e Violência (Grupev) e o aluno inscreveu o projeto para participar do Ideias do Bem, evento promovido pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação (Idear) e pela Escola de Ciências da Saúde e da Vida, que propôs soluções criativas e inovadoras para problemas relacionados à saúde. Durante as atividades, Robson ganhou a companhia dos alunos Flavio Cordeiro e Nicolle Cernicchiaro, da Gastronomia; Stéphanie Medeiros, da Farmácia; e Eduarda Racky, da Psicologia. Eles ficaram em primeiro lugar e, com isso, contaram com todo o apoio e a estrutura do Tecnopuc para aprimorar a plataforma.

De cara nova e novos horizontes, mas com o mesmo propósito

Para ter acesso ao IncluiTec, é preciso acessar o site da plataforma e se cadastrar

Para ter acesso ao IncluiTec, é preciso acessar o site da plataforma e se cadastrar

“Remodelamos o negócio, vimos a parte de marketing e financeira, começamos a trabalhar algumas ferramentas – sempre testando com diretores, escolas e alunos”, lembra Robson. Foi nessa época que a plataforma recebeu uma demanda de São Paulo, motivando a troca do nome.

O estudante de Psicologia diz que a ideia sempre foi criar uma ferramenta prática e funcional. “Queríamos oferecer uma ferramenta para auxiliar gestores, professores, psicólogos. Se uma escola receber um aluno com dislexia, por exemplo, os educadores podem consultar os últimos artigos sobre o assunto ou algum grupo de pesquisa que trabalhe com o tema para poderem se atualizar através da plataforma”, explica.

Desde então, o app esteve presente em eventos e Robson ministrou capacitações. A iniciativa também ficou entre as finalistas do edital Centelha de fomento, realizado em uma parceria entre Fapergs e Fapesp, que tem como objetivo dar um impulso inicial para startups.

Para ter acesso ao IncluiTec, é preciso acessar o site da plataforma e se cadastrar para receber um link. A partir desse endereço, a pessoa poderá acessar informações gerais, o cadastro de solucionadores ou o cadastro de instituições que precisam de soluções, dependendo do usuário. Cada perfil recebe informações e notificações personalizadas.

Assistente virtual conecta demandas com soluções

Para poder fazer a conexão entre demandas e soluções, Robson recorreu à inteligência artificial, através da Helena, assistente virtual do IncluiTec. Ela reúne as solicitações e, dentro de seu banco de dados, procura as opções de resolução disponíveis. A plataforma oferece informação e apoio sobre diversidade e inclusão, com foco em PCDs, imigrantes, LGBTQI+, pessoas com Down, autismo, entre outros; consultoria online; análise e desenvolvimento de censo de Recursos Humanos para empresas, com encaminhamento e acompanhamento de pessoal; palestras, cursos e oficinas de sensibilização; entre outros serviços.

O conceito utilizado é o modelo social de inclusão, aprendido nas aulas do professor Alexandre, que é mais amplo que o modelo médico. “Esse modelo não entende inclusão nas escolas como integrando apenas os estudantes com necessidades especiais. Ele considera, questões de gênero e sexualidade, racismo e questões sociais”, explica o docente. Até o momento, mais de 400 pessoas já foram atendidas de maneira direta pelo app.

Atualmente, a equipe do IncluiTec é composta por Robson, Eduarda (já formada em Psicologia) e a estudante de Publicidade e Propaganda, Mariana Ruiz. Para esse ano, uma das metas é desenvolver ainda mais a plataforma, contando com o apoio da Agência Experimental de Engenharia de Software (Ages) da PUCRS, além da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Idear. Além disso, o estudante conta que pretende participar mais de feiras, divulgar mais a plataforma, cadastrar mais pessoas e captar recursos. “Nosso lema é unir pessoas e construir soluções”, destaca.

Primeiras demandas surgiram na fase experimental

Uma das ações oferecidas pelo IncluiTec são oficinas e palestras sobre os mais diversos assuntos relacionados à inclusão e diversidade. Ainda em 2018, quando a plataforma estava em fase experimental, Robson recebeu uma demanda: desenvolver uma atividade que trabalhasse os temas violência de gênero, bullying na escola e empoderamento feminino com meninas de 15 anos atendidas pela ONG Suve (Sociedade União Vila dos Eucaliptos), localizada no bairro Mario Quintana.

Ilson Renato Marques, presidente da Suve, conta que conheceu Robson durante o 1º Hackathon Social de Porto Alegre, realizado pela Prefeitura Municipal. O evento tinha como proposta encontrar soluções para a prevenção da violência contra a mulher, diversidade sexual e identidade de gênero e, para isso, contou com o apoio da Aliança pela Inovação, da qual a PUCRS faz parte. “Na ocasião, apresentamos o projeto, pedimos apoio e logo nasceu a parceria”, conta.

Uma parceria entre IncluiTec e Suve pelo empoderamento

A Suve realiza um projeto com meninas da comunidade, trabalhando questões relacionadas ao empoderamento feminino e promovendo, anualmente, um baile de debutantes, que chegará a sua 10ª edição em 2020. Para a oficina solicitada via IncluiTec, Robson contou com o apoio do Grupev e a supervisão do professor Alexandre. “Durante a atividade, as participantes confeccionaram uma cartilha com contatos de emergência e dicas para denunciar a violência contra a mulher”, relata Robson. Segundo ele, as meninas saíram da oficina com a missão de ser multiplicadoras em suas escolas. “Além disso, foi a primeira vez em que estiveram em uma universidade. Elas ficaram maravilhadas e motivadas para estudarem e, um dia, voltarem como alunas”, conclui.

Para Ilson Renato, através desse projeto, é possível mostrar outras perspectivas a essas jovens: “Neste ano, queremos ir ainda mais longe, e certamente esperamos fazer outras parcerias através do IncluiTec”. O baile de debutantes acontece sempre na Semana do Bairro Mario Quintana, de 14 a 22 de dezembro, e a organização começa em maio. Além dessa iniciativa, a Suve, fundada há mais de 30 anos, realiza outros projetos via governo federal e estadual, e conta com uma escola municipal de educação infantil.

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