O mercado de trabalho em Direito possui, sem dúvidas, uma ampla gama de possibilidades de atuação – especialmente considerando as constantes transformações da área e da sociedade como um todo. A Escola de Direito da PUCRS proporciona aos seus alunos e alunas a oportunidade de unir a teoria aprendida em sala de aula com a prática e, assim, experienciar o mercado de trabalho já durante a graduação – além de gerar impacto positivo na sociedade. Essa é a proposta do Núcleo de Prática Jurídica, que tem como objetivo proporcionar aos estudantes experiências em diversas áreas do Direito – e, para muitos, o primeiro contato com a profissão. Além disso, todos os serviços prestados pelos alunos no Núcleo são oferecidos de forma gratuita à comunidade, democratizando o acesso a atendimento e soluções jurídicos para a população.
Cloves Egídio Knob, encarregado do Núcleo de Práticas Jurídicas, destaca a importância desse espaço como serviço à comunidade:
“Trata-se de prática jurídica real, pois alunos vivenciam a rotina de um escritório de advocacia, mediante o atendimento da comunidade hipossuficiente que necessita de atendimento jurídico. Dessa forma, a Universidade e os estudantes prestam um relevante serviço à comunidade”.
Ele também destaca que as experiências vividas pelos alunos nesses espaços são fundamentais para prepará-los para o mercado de trabalho. Afinal, os estudantes atuam de variadas formas, desde o atendimento ao assistido, passando pela discussão do caso, elaboração de peças processuais, até o acompanhamento de audiências e julgamentos.
“Eles desenvolvem competências comportamentais do profissional do Direito, como postura, ouvir o cliente, trabalhar e discutir o caso em grupo, bem como competências inerentes para o profissional, desenvolvendo seu raciocínio jurídico”, destaca.
O coordenador do curso de Direito, Elton Somensi, ressalta que há habilidades e competências necessárias para a prática jurídica e que precisam ser vivenciadas para um efetivo aprendizado, como: interpretar e aplicar as normas da ordem jurídica, dialogar e argumentar em um contexto de diversidade e pluralismo cultural, identificar e apresentar soluções para os conflitos e trabalhar em grupo. No Brasil, hoje em dia, a maioria dessas experiências acontece em estágios fora das instituições de ensino. “O mesmo acontece na PUCRS, mas temos um diferencial que poucas instituições possuem: nosso Núcleo de Prática Jurídica oferece oportunidades que são complementares e até mesmo suprem a necessidade de recorrer a um estágio fora”, pontua.
Elton ainda acrescenta que os espaços do Núcleo estão passando por renovações, a fim de oferecer aos alunos uma experiência jurídica ainda mais completa.
“Além do contato com a comunidade e uma vivência da pluralidade de realidade socioeconômico e cultural, estamos ampliando nossas parcerias com órgãos públicos e escritórios de advocacia, por meio das quais esta vivência também permitiram uma efetiva inserção no mercado de trabalho. Os escritórios, por exemplo, vão acompanhando, recrutando e preparando os estudantes em vistas a uma futura contratação”, conta ele.
Segundo dados da Defensoria Pública, 25% da população brasileira está à margem do sistema jurídico e se encontra impedida de acessar seus direitos civis, sendo boa parte dessa população em situação de vulnerabilidade econômica e com renda familiar de até três salários-mínimos. O objetivo do Núcleo de Práticas Jurídicas é justamente ajudar a modificar essa realidade. Em entrevista à GaúchaZH, Felipe Kirchner, professor da Escola de Direito, comentou sobre o que, para ele, é o verdadeiro papel do Direito na sociedade:
“O Direito costuma ser pensado por um viés um tanto elitista, mais relacionado a questões empresariais. Isso, no entanto, é a exceção. O Direito na verdade é um método de resolução de conflitos para o cidadão comum. E é essa uma das vivências que o aluno deve ter na universidade. Ele pode ser advogado, defensor, promotor, juiz e precisa aprender a lidar com essa realidade”, pontua ele.
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Os espaços do Núcleo de Práticas Jurídicas perpassam e já perpassaram a trajetória acadêmica de muitos estudantes da PUCRS – e alguns deles contam suas experiências. Thiago Pauletti, que integrou o Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (SAJUG), afirma sentir orgulho de ter participado do serviço.
“Foram apenas seis meses, mas cada pessoa que necessitou do meu auxílio foi de extrema importância, mal sabem elas que me auxiliaram em um grau ainda maior. E nada disso seria possível sem as orientações da professora Dora e da equipe fantástica.”
Thales Moura, também alumni do curso de Direito, também fez parte do SAJUG e destaca o serviço como um diferencial, pois possibilita que os alunos sejam os protagonistas das atividades.
“A minha experiência no SAJUG foi fundamental para chegar aonde estou hoje, pois foi o contato mais próximo que tive da realidade prática de um escritório de advocacia. A equipe qualificada de profissionais que trabalha junto aos professores, fornece todo suporte durante as aulas. Atualmente trabalho em um escritório de advocacia e faço parte do Núcleo de Integridade e Compliance e a PUCRS faz parte desta minha conquista.”
Maria Jucelia, que está cursando o 8º semestre, acredita no impacto da experiência no desenvolvimento das relações humanas, bem como de competências como comunicação, negociação, relação interpessoal, capacidade analítica e estratégica.
“A experiência no SAJUG foi divisora de águas para o encontro do meu propósito na área jurídica. É gratificante a satisfação das pessoas quando atendidas, e ver que elas indicam nosso serviço prestado para a comunidade. Isso representa mais que responsabilidade social, é a essência dos valores maristas.”
Amanda, que está no 10º semestre, afirma que está sendo uma excelente oportunidade de aplicar de forma prática os conhecimentos aprendidos em sala de aula.
“O excelente corpo docente, a dinâmica dos atendimentos e a constante interação com os procedimentos jurídicos me permitiram adquirir um conhecimento que vai além dos bancos da universidade. O aprendizado adquirido ao longo desse semestre engrandece as perspectivas futuras, tanto para vida profissional como acadêmica.”
O Núcleo de Prática Jurídica conta com espaços de aprendizagem focados em diferentes ramos do Direito. São eles:
No SAJUG, os alunos realizam práticas jurídicas reais, por meio de atividades filantrópicas que envolvem atendimento jurídico gratuito à comunidade vulnerável (com rendimento de até dois salários-mínimos) com processos que tramitem nos foros Partenon ou Central, nas áreas família, cível e penal. Os estudantes realizam os atendimentos no gabinete, em grupos, sempre supervisionados por um professor – são aproximadamente mil atendimentos por semestre. Além disso, realizam uma avaliação durante o semestre, nos mesmos moldes da prova da OAB, e no final entregam um relatório das atividades realizadas.
Iniciativa fruto do convênio entre a PUCRS e o PROCON-RS, o Balcão do Consumidor é dedicado a resoluções de eventuais reclamações nas relações de consumo, promovendo atendimento aos cidadãos em relações que não obtiveram êxito na relação contratual. Entre as atividades exercidas pelos alunos estão: esclarecer, conscientizar, educar e informar o consumidor sobre seus direitos e deveres. Além disso, também orientam, recebem, analisam e encaminham reclamações, consultas e denúncias, facilitando o exercício da cidadania por meio da divulgação dos serviços oferecidos. Os alunos realizam o atendimento e intermediam o contato com as empresas envolvidas, sempre orientados por um professor, que está presente no dia do atendimento. O Balcão do Consumidor atende aproximadamente 100 casos por semestre, sendo em torno de 70% dos conflitos resolvidos pelos alunos.
No JEC, os alunos atuam junto ao Cartório do Juizado, fazendo acompanhamento de audiências e do andamento de processos. O serviço atua como parte da Justiça descentralizada para causas reais de menor complexidade, sendo de grande valia para a população mais vulnerável, principal beneficiária dos atendimentos promovidos pelo JEC – em torno de 500 por semestre. Os alunos atuantes no espaço têm a disponibilidade do professor responsável pelo Juizado para orientá-los e tirar dúvidas.
O SADHIR é um projeto de extensão universitária que conta com a participação de alunos dos cursos de Direito e Relações Internacionais, oferecendo aos alunos uma experiência de acolhida humanitária e promoção dos direitos humanos aos imigrantes em situação de vulnerabilidade – o atendimento é feito tanto de forma presencial quanto online. O SADHIR presta uma assessoria que transcende a esfera jurídica, atuando em rede com diversas entidades da sociedade civil, e também valorizando a esfera acadêmica. O grupo organiza um congresso intitulado “Direitos Humanos e Migrações Forçadas”, que no ano de 2023 contará com a sua sétima edição. Para atuar no SADHIR, os alunos precisam passar por um processo seletivo, e os que ingressam ganham a oportunidade de exercer as atividades de acolhida humanitária durante todo o período do curso.
ESTUDE DIREITO NA PUCRS AINDA 2023
Mais do que ser um espaço de ensino e pesquisa, a PUCRS abraça o papel de agir para gerar transformação social, desenvolvendo ações que gerem impacto real na comunidade. Uma dessas ações é o Projeto Alquimia II, desenvolvido pela Escola Politécnica a partir de uma iniciativa do Ministério Público do Rio Grande do Sul desde 2021. Na época, um dos maiores desafios impostos pela pandemia foi a dificuldade de muitos estudantes, majoritariamente da rede pública, para acompanhar as aulas durante o ensino remoto, por não terem acesso à internet, computadores e celulares. A solução encontrada: restaurar celulares apreendidos nas revistas feitas em presídios, que originalmente seriam descartados, e após o conserto destiná-los a alunos da rede pública que não possuem esses recursos.
A iniciativa, que reúne técnicos e alunos, já beneficiou 1377 estudantes de escolas. Recentemente, foi assinado um adendo ao projeto inicial: além de celulares apreendidos em presídios, o Alquimia também receberá aparelhos confiscados no Fórum Central e em delegacias de polícia. Com essa medida, serão recuperados ainda mais celulares e, consequentemente, mais estudantes serão beneficiados.
O Projeto Alquimia II, realizado em parceria com um órgão do governo, recebeu esse nome em referência a uma outra operação federal, como explica o professor Anderson Terroso: “Todas as operações recebem um nome. O projeto Alquimia I era a apreensão de máquinas caça-níqueis. E o Alquimia II foi o nome usado para apreensão de celulares.” Além disso, o nome também se deve ao significado da palavra alquimia: trata-se da utilização de técnicas experimentais, laboratoriais e com o manuseio de substâncias químicas para manipulação da matéria.
A conexão da Universidade com o Ministério Público veio por meio de Caroline Vaz, professora da Escola de Direito e promotora de justiça, e a ideia foi levada à professora Sandra Einloft, decana da Politécnica. Ela, então, repassou a possibilidade para todos os coordenadores de curso da Escola – e Terroso aceitou o desafio. Coordenado por ele, o projeto conta atualmente com a participação de quatro alunos: João Pedro Feijó e João Pedro Beltrand, que cursam Ciência da Computação; e Matheus Krebs e Vitor Averbuch, do curso de Sistemas de Informação.
Antigamente situado no Laboratório Aquarium, no prédio 30, hoje o Projeto Alquimia tem um espaço próprio – que, além do professor Anderson e dos técnicos, conta com alunos dos cursos de Engenharia da Computação e Ciência da Computação, que atuam em todas as etapas do processo de restauração dos celulares. Funciona assim: após passarem por uma revisão inicial de hardware, os aparelhos são higienizados e formatados para que todos os dados sejam excluídos e logo em seguida são instalados neles aplicativos para atender as necessidades dos estudantes.
Essa restauração, muitas vezes, representa um desafio: alguns aparelhos chegam com a tela quebrada, outros com baterias que não carregam. No entanto, no início do projeto, havia dificuldades mais graves.
“Os celulares eram muito antigos: telas pequenas, sistema operacional muito antigo. Depois, quando o projeto começou a ganhar repercussão na mídia, os aparelhos vinham quebrados ao meio, com deteriorações propositais”, relata Anderson.
Além do impacto social, o Alquimia II gera também impacto positivo no meio ambiente: antes da implementação do projeto, os celulares apreendidos eram destruídos por uma máquina de rolo compressor. Agora, com o reaproveitamento dos aparelhos, diminui-se a quantidade de lixo eletrônico, cujo descarte geralmente demanda cuidados extras.
Mesmo depois da pandemia, que foi o pontapé inicial para o desenvolvimento da iniciativa, as escolas da rede pública, tanto municipais quanto estaduais, continuam recebendo doações de aparelhos restaurados. Se na época eles eram destinados especificamente a alunos que não tinham recursos para acessar as aulas remotas, hoje eles são entregues a todos os estudantes que não tenham um celular e necessitem. “As escolas dão o destino apropriado”, diz Terroso.
O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, reitera o papel da Universidade no atendimento das necessidades desses jovens e de tantas outras, a fim de tornar o mundo um lugar mais justo.
“A educação superior deve almejar a criação de uma nova sociedade em que as desigualdades sociais não sejam normalizadas. Isso passa também por atuar de forma a impactar positivamente a vida da comunidade em que está inserida, olhando desde a base do ensino até o acesso à profissionalização. No contexto da pandemia, não apenas nossos profissionais, mas nossos estudantes de diferentes áreas, para além da saúde, têm tido um papel muito importante na busca de soluções que resolvam os problemas que estamos vivenciando hoje.”
Conheça outras ações de impacto social da PUCRS
Em um cenário de negócios que passa por inúmeras e constantes transformações, a intersecção entre o mundo acadêmico e o mundo do trabalho torna-se ainda mais essencial para a formação de novos profissionais. Quando conectada ao empreendedorismo e suas possibilidades de aprendizagem, essa união se torna ainda mais produtiva, tanto para alunos quanto para profissionais. Essa é a proposta da Agência Experiencial da Escola de Negócios da PUCRS, núcleo que articula estudantes, empresas e sociedade, com o propósito de promover um ensino baseado na prática da gestão de negócios.
A agência oportuna uma imersão dos alunos/as no ecossistema de inovação e empreendedorismo da PUCRS e da cidade de Porto Alegre, fortalecendo o desenvolvimento de competências e a formação de seus portfólios. Por meio de disciplinas extensionistas, os estudantes atendem as empresas participantes, realizando entregas de projetos com soluções práticas para essas organizações.
A iniciativa, que passou a operar no segundo semestre de 2022, ao todo conta com quase 600 pessoas envolvidas, entre alunos/as, professores e técnicos/as administrativos/as, e 34 empresas participantes já beneficiadas. Além da participação em disciplinas extensionistas, estudantes de graduação também são incentivados a participar da ação inscrevendo suas empresas, de amigos ou familiares para serem atendidas pela agência. Já os alunos/as de pós-graduação, podem atuar como monitores, apoiando nos projetos.
A professora Ana Cristina Schneider – uma das coordenadoras da agência – destaca que para os alunos/as a participação acaba sendo um grande diferencial na composição da trajetória de aprendizagem. Afinal, promove sua efetiva imersão em ambientes reais, o contato com diferentes realidades, trabalhando desde microempreendimentos, em comunidades, até o que há de mais atual no ecossistema de inovação e empreendedorismo do País. “Temos o papel de nos aproximarmos das empresas e da comunidade e trazê-las para sala de aula, para que consigamos cumprir o desafio do impulsionamento de aprendizagem na prática”, ressalta a docente.
Com o reposicionamento do modelo de ensino da Escola de Negócios, bem como a fusão com o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), a Agência Experiencial tem como principal papel compilar o acervo de possibilidades e de serviços ofertados pelas diferentes estruturas da Universidade de forma que sejam facilmente compreendidas e acessadas. A conexão direta com o ecossistema do Tecnopuc é uma importante oportunidade para estudantes que desejam mergulhar na prática profissional. Por meio da conexão com diferentes empresas nacionais e internacionais e áreas do mundo dos negócios, a PUCRS conecta seus estudantes da Escola de Negócios com tudo o que eles podem aproveitar no Campus para alavancar suas trajetórias no mercado.
A Agência Experiencial também exerce papel complementar a outros laboratórios e espaços da Escola de Negócios como o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) e o Escritório de Finanças, com o objetivo de articular todas essas diferentes estruturas e promover o aprendizado conectado entre alunos/as e ambientes de negócios.
“A agência é o elo entre o mercado e os alunos/as. No sentido de inovação de educação em negócios, ela tem o papel de captar empresas e organizações para os desafios de aprendizagem propostos, de maneira a permitir que este modelo inovador seja implementado”, pontua Ana Cristina.
O trabalho realizado pela agência também se mostra um importante mecanismo de impacto social em Porto Alegre, dando às empresas públicas e privadas a oportunidade de conexão com o ambiente acadêmico de inovação. Além disso, a atuação junto a empresas privadas e órgãos públicos potencializa tal impacto, demonstrando mais um diferencial da Escola de Negócios da PUCRS: a formação de cidadãos protagonistas de mudança emergentes na sociedade. “A partir do processo de aprendizagem dos alunos são propostas ideias, projetos, realizados questionamentos, discutidos seus mercados, produtos, serviços, propostas de valor, frente ao mercado atual e todos os padrões mais elevados de competitividade”, explica a coordenadora.
Atualmente, a agência está trabalhando por meio de três disciplinas extensionistas, cada uma com seu portfólio de serviços desenvolvidos. São elas:
Ao todo, no primeiro semestre de 2023, foram atendidas 34 empresas/organizações, tendo havido envolvimento de 17 turmas, com um total de 581 alunos – além da participação de um mestrando, um doutorando e 12 professores da Escola.
Também foi realizado um projeto piloto em parceria com a Universidade de Medellín (EAFIT), com o objetivo de facilitar o intercâmbio intercultural entre estudantes das duas instituições e internacionalização das trajetórias. Esse intercâmbio se deu no contexto da disciplina de Marketing Digital da EAFIT, que teve como convidados estudantes da Escola de Negócios e da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da PUCRS, como atividade extracurricular. A atividade durou três semanas e teve a participação de quatro alunos da Escola de Negócios, da disciplina de Marketing Global e Inteligência de Mercado, que atenderam duas empresas colombianas. “Foi um primeiro ensaio cujos alunos entregaram uma análise do site e das redes sociais, propondo melhorias”, conta Ana Cristina.
A Agência Experiencial funciona diariamente das 10 às 20h, está localizada no 10º andar da Escola de Negócios – prédio 50 – junto à Secretaria da Escola. O e-mail é [email protected] e o telefone (51) 3335.6222.
Segundo a coordenadora, uma das parcerias mais importantes formadas no semestre foi com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O trabalho, proposto na disciplina de Inovação e Desenvolvimento, girou em torno da possibilidade de um maior engajamento dos jovens universitários nos projetos bancados pelo Gabinete de Inovação da Prefeitura, referente ao Pacto Alegre.
“Os alunos estudaram as propostas elaboradas pela sociedade organizada em torno do Pacto (universidades, empresas, governo e sociedade civil organizada), desdobradas em projetos executivos, com a finalidade de encontrar formas de contribuir com sua execução, podendo ampliar seu escopo e, sobretudo, sugerindo formas de engajamento”, explica Ana.
Os temas foram definidos pelos alunos, entre eles: educação, mobilidade, atividades indutoras de novos negócios e marca da cidade. As propostas dos estudantes são preliminares e garantem alinhamento com o objetivo de tornar essas temáticas mais conhecidas e fazê-las mobilizar um envolvimento efetivo, indo de encontro ao chamado protagonismo cidadão.
A coordenadora destaca, entre as propostas apresentadas pelos alunos/as, uma apontada pelo secretário Luiz Carlos Pinto da Silva Filho como sendo de grande valor e potencial para implementação: um olhar para as redes sociais da Prefeitura de Porto Alegre e uma série de recomendações estratégicas para incrementar a divulgação e o engajamento do público.
“Segundo o secretário, a Prefeitura precisa cada vez mais contar com o olhar dessa faixa etária jovem, a fim de cumprir seu papel e inovar. A partir desta oportunidade de continuidade, o professor da disciplina, Luís Humberto Villwock, o Núcleo de Inovação Pedagógica (NIP) e a Agência Experiencial já estão trabalhando em mecanismos para que esta proposta avance em implementação, com o apoio necessário à Prefeitura e aos alunos.”
A professora Ionara Rech, coordenadora do curso de Administração da Escola de Negócios, destaca a importância da Agência para a formação de seus alunos.
“A oportunidade de ter em sala de aula uma empresa real, participando e interagindo com os estudantes nos aspectos de gestão de seus negócios, tem se tornado o diferencial do curso de Administração. Estamos proporcionando aos alunos uma aprendizagem que realmente conecta teoria e prática e a Agência Experiencial é a estrutura da Escola de Negócios que tem apoiado de sobremaneira no planejamento e operacionalização do nosso relacionamento com as empresas”, pontua.
INGRESSE NA ESCOLA DE NEGÓCIOS
A nova temporada da série Caminhos para a Vitória estreia nesta terça-feira, dia 18 de julho, no Globo Esporte. Nesta edição, o programa da RBS TV irá valorizar as Escolas da PUCRS, seus projetos e ações e suas respectivas áreas do conhecimento. Os episódios irão utilizar recursos de gameficação para contar histórias que traduzem o impacto social da PUCRS para a sociedade.
Assim como nas últimas duas edições, os episódios serão exibidos semanalmente, nas terças-feiras. Os comunicadores Luciano Périco e Alice Bastos Neves irão percorrer um novo mundo, explorando um universo de desafios e muito conhecimento que só a PUCRS pode proporcionar. No formato de reality show, a série Caminhos para a Vitória mantém o objetivo de incentivar a busca por uma vida mais saudável.
Na última edição a Universidade auxiliou na preparação da equipe do programa, em especial os comunicadores Alice Bastos Neves e Luciano Périco, para a cobertura dos jogos da Copa do Mundo no Catar, contemplando uma imersão na gastronomia, idioma, costumes e outras dimensões da cultura do país.
Assim como na primeira temporada, que contou com nove capítulos transmitidos em novembro, a série também abordou o amplo ecossistema de saúde e bem-estar do Campus, conectando a estrutura de ensino e serviços para mostrar ao público todas as possibilidades que a PUCRS oferece. Para conferir os desafios enfrentados pelos protagonistas no ano passado, assista à primeira e à segunda temporadas.
A PUCRS, por meio do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), firmou um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do governo federal. O acordo tem por objetivo promover a cooperação técnica para a produção de Materiais de Referência Certificados (MRC) de interesse mútuo.
O MRC, popularmente chamado de “padrão”, é absolutamente fundamental para análises em laboratórios. Foi para saber se um resultado está correto se não há um padrão analítico confiável, que surgiu um dos primeiros MRC desenvolvidos nesta parceria, para análises isotópicas de carbono (ensaio que é feito pelo MAPA para detectar fraudes em alimentos, por exemplo). Estes padrões também são importantes para ensaios realizados na área forense (pela polícia federal); para detectar falsificações em produtos e fornecer evidências criminais confiáveis; para testes em empresas de óleo e gás; para identificar origem de petróleo e derivados, entre outras aplicações.
O acordo entre PUCRS e MAPA, que vale até 2027, visa desenvolver MRCs que poderão ser utilizados em laboratórios públicos e privados. Esta ação é relevante para o país, visto que o MRC é um padrão escasso (precisa normalmente ser importado de países desenvolvidos) e também custa muito caro, muitas vezes inviabilizando implementação e ofertas de ensaios qualificados em laboratórios no Brasil.
Neste ano, o IPR conquistou a acreditação internacional da ANSI National Accreditation Board (ANAB), o maior órgão de acreditação da América do Norte, para as normas ISO/IEC 17025 e ISO 17034. A ISO/IEC 17025 estabelece os requisitos gerais para competência técnica de laboratórios, incluindo a gestão da qualidade, confiabilidade e rastreabilidade dos dados. Já a ISO 17034 está relacionada a produção de MRC, com os requisitos para que esses materiais sejam produzidos de forma consistente, garantindo exatidão e rastreabilidade metrológica destes padrões.
Para o diretor do IPR, Felipe Dalla Vecchia, o novo acordo representa um grande avanço no desenvolvimento de ciência e tecnologia de conteúdo nacional, com qualidade reconhecida internacionalmente.
“As colaborações e trocas de experiências entre universidades, empresas, startups e órgãos governamentais serão estratégias essenciais para encontrarmos soluções para os complexos desafios que enfrentamos atualmente, nas mais diferentes áreas. Nesse sentido, essa colaboração reforça o compromisso do IPR-PUCRS na produção de pesquisa de ponta e alto conteúdo inovativo na PUCRS, gerando transferência direta do conhecimento para a sociedade”, comenta.
Para o gerente de qualidade do Instituto, Filipe Albano, os materiais de referência serão produzidos e comercializados para laboratórios que necessitam de padrões de alta confiabilidade e que hoje sofrem com altos custos de importação e longos prazos de entrega. “Este passo é relevante para área técnica do nosso país, que pode ter MRC nacionais que atendam critérios internacionais de qualidade”, complementa.
Chegou o momento do ano em que os lares ganham luzinhas piscantes, as propagandas tocam jingles dançantes e todos as refeições podem ganhar adaptações com uvas passas. Que tal, neste ano, trazer um outro significado para a data, promovendo um Natal sustentável? Para você ter uma celebração mais consciente e sem desperdícios, confira dicas especiais preparadas pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Negócios da PUCRS.
Apesar de ser um item muito característico do Natal, as embalagens geram um grande o volume de lixo. Dê preferência para aquelas com materiais recicláveis, como papel kraft e cordão. Outra opção é utilizar tecidos, que podem ser lavados e ganhar outra aplicação após o uso. Ou ainda, que tal reutilizar embalagens de outros anos? Em vez de escrever o nome da pessoa presenteada à caneta, anote com lápis ou em um cartão personalizado.
As refeições não precisam necessariamente de carnes ou alimentos de origem animal para serem saborosas. Aproveite a ceia para repensar o cardápio e incluir alimentos veganos ou vegetarianos à mesa. Com cada vez mais adeptos/as ao movimento, hoje em dia existem receitas alternativas acessíveis e práticas de fazer.
Opte por presentes funcionais ou coletivos. Quem nunca recebeu algo que não precisava ou, até mesmo, já tinha? No lugar de cada pessoa dar uma lembrancinha, uma boa alternativa é fazer uma vaquinha em grupo para dar um presente de maior valor e que a pessoa realmente esteja precisando. Se forem muitas pessoas, você pode até usar uma plataforma de crowdfunding, como o FreeFunder, por exemplo, que é gratuito.
Foque na experiência e não no presente, principalmente com as crianças. Demonstrar carinho vai além dos bens materiais: crie momentos especiais que ficarão marcados na memória. Construir um calendário com atividades diárias até o dia de Natal, fazer um bolo diferente ou decorar biscoitos e assistir a um filme com todo mundo reunido são boas opções.
E, se for presentear, priorize a qualidade, e não na quantidade. Opte por itens de madeira ou de pano, de fabricação local, brinquedos de segunda mão ou até uma assinatura de livros.
As árvores e as decorações são algumas das partes mais divertidas do Natal, mas podem sair bem caras, além de envolverem muito plástico. E na verdade você pode criar itens decorativos a partir de coisas que já tem em casa ou adaptar as decorações do ano anterior. Reaproveite embalagens de presentes, cartões, papelão, recortes de revistas e sucatas. Pronto, agora é só chamar a família para colocar a criatividade em prática.
Com o objetivo de promover saberes aliados a propostas efetivas e interdisciplinares de impacto social na infância, o Laboratório das Infâncias (LabInf) foi criado em 2021 na Escola de Humanidades, da PUCRS. Coordenado pela pesquisadora da PUCRS Andreia Mendes dos Santos, a estrutura de pesquisa surgiu como uma resposta científica ao contexto decorrente da pandemia da Covid-19, que se iniciou em 2020, ampliando as vulnerabilidades e desigualdades sociais para adultos e crianças.
Atualmente, o laboratório conta com uma equipe interdisciplinar de professores/as e alunos/as de pós-graduação das Escolas de Ciências da Saúde e da Vida, Humanidades e Medicina, além de estar aberto para acadêmicos de outras áreas. Sua atuação tem como objetivo desenvolver projetos integradores com foco nas infâncias, articulando ensino, pesquisa e extensão, por meio de atividades voltadas à sociedade e à academia.
Os projetos desenvolvidos contam com o apoio do Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança do Adolescente, com espaço físico equipado para atender crianças e famílias na Fundação Irmão José Otão (Fijo), localizado no prédio 2 do Campus da PUCRS. De acordo com Andreia, as iniciativas buscam oferecer oportunidades de melhorar a experiência nas infâncias e busca a valorização das experiências delas, por meio da intersecção entre o cuidar, promover e educar.
“Nossa estrutura e atividades buscam oferecer um espaço formativo para pesquisadores e alunos das mais diferentes áreas da PUCRS. Além disso, serão desenvolvidos projetos de acolhimento terapêutico em busca da garantia de um espaço potente para que ocorram processos de desenvolvimento físico, cognitivo, psicológicos e sociais, por meio de ações planejadas, pedagógicas e estruturais para os bebês, crianças e pais”, explica a pesquisadora.
O projeto Movimentar – o corpo como oficina de interações infantis: experiências infantis na universidade, surge da expertise de um grupo de pesquisadoras do Núcleo de Estudos sobre as Infâncias e Educação Infantil (NEPIEI) em uma relação dialógica socialmente construída no LabInf, frente à realidade percebida durante as reuniões e a necessidade de promover práticas corporais mais atentas ao corpo durante a infância.
O projeto, voltado a crianças de 3 a 6 anos, considerará a interação social e as aprendizagens dessas crianças, pois irão dispor de práticas pedagógicas lúdicas, atividades corporais, ampliando suas habilidades motoras amplas e finas, atividades artísticas e brincadeiras.
Andreia explica que a proposta de programação parte do entendimento de que o brincar na infância proporciona uma gama de novas aprendizagens quando a criança é deparada com momentos de formação de vínculos com o outro ou consigo mesmo, com a experimentação do espaço, com os materiais e com a imaginação.
“É brincando que as crianças trabalham seus medos, desenvolvem habilidades, criam conceitos sobre seus valores e conseguem descobrir e expressar o que de fato gostam e o que não gostam de fazer”, pontua.
Durante este projeto as crianças terão a oportunidade de participar de diferentes situações de aprendizagens, num processo ativo de construção de significados, podendo se expressar por meio do desenho livre, da fala, da linguagem corporal, gestual, musical, artística, experimentando diversas vivências e sensações, e gradualmente, irão se apropriando da cultura, por meio de situações significativas.
A primeira turma piloto deste projeto teve início em outubro com encontros semanais, com um grupo reduzido de até dez famílias. Atividades englobam construção de brinquedos com sucata, leitura de contos e brincadeiras lúdicas com finalidade de oportunizar momentos de reflexão sobre as ações, práticas e avaliação do projeto.
Outro projeto desenvolvido pelos pesquisadores do LabInf é a Oficina de brincar com bebês e crianças pequenas. Pensada com o propósito de criar um espaço de estar e brincar para os bebês e crianças bem pequenas para exploração e também identificação de descompasso de desenvolvimento e acolhimento de seus cuidadores como promoção e prevenção de saúde, atendendo a comunidade.
As atividades iniciam em outubro, com frequência quinzenal nas quintas-feiras, para um grupo fechado de cinco bebês e seus responsáveis, que serão envolvidos em quatro encontros com momentos de interação entre adultos e bebês, exploração do espaço físico e brincadeiras estimulantes com tecidos, objetos e materiais diversos.
As oficinas englobam objetivos de formação profissional e científica, onde estudantes e pesquisadores atuar com estudos e intervenção com bebês e crianças pequenas, com um espaço de estágio e prática de observação. Assim como agregar na sociedade com um espaço de lazer e de encontro para familiares, cuidadores e crianças onde os bebês serão tratados como sujeitos.
A pesquisadora Andreia explica que as propostas partem de uma noção de que a infância não deve ser compreendida apenas como uma etapa biológica que perdura até cerca de 12 anos ou que se restringe a uma preparação para a vida adulta. Para a docente, a infância é abordada como uma construção social e as crianças são reconhecidas como atores que produzem culturas.
“As suas experiências, trajetórias, expectativas e conflitos são importantes demandas sociais. Considera-se o brincar como parte fundamental da infância e, por isso, tomamos como um desafio na promoção da inserção social da criança”, finaliza a coordenadora do laboratório.
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Diferentes tipos de brinquedos e mobiliário destinados pela PUCRS à Fundação Pão dos Pobres, em Porto Alegre, irão auxiliar educadores e educadoras em atividades pedagógicas de acolhimento com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Os itens foram desenvolvidos por estudantes das disciplinas LAB 1, dos cursos de Design de Produto e Design de Comunicação, e Atelier de Design, do curso de Arquitetura e Urbanismo.
Marcelo Martel, professor responsável pelas duas turmas, explica que a proposta dos trabalhos é promover um impacto social real e que, ao mesmo tempo, esse tipo de prática aproxima alunos e alunas dos problemas atuais da sociedade:
“Os estudantes foram desafiados a propor soluções viáveis e com comprometimento social. Para isso, foram criados itens que ajudam em aspectos importantes da aprendizagem, como na melhoria da coordenação motora, do raciocínio lógico e matemático e do desenvolvimento cognitivo”.
Martel também conta que a iniciativa é inspirada em personalidades italianas como Gianni Rodari (jornalista), Bruno Munari (artista), Bruno Danese (ceramista), Jacqueline Vodoz (fotojornalista) e Enzo Mari (artista visual), das décadas de 1960 e 1970. Entre as suas ideias estavam a de que cuidar das crianças é uma forma de contribuir para a construção de um futuro melhor, combinando imaginação e planejamento, design e ensino.
Indicados para o desenvolvimento cognitivo e motor de crianças de oito a dez anos, a atividade utiliza materiais recicláveis, como garrafas PET, embalagens tipo TetraPak, balões, cordas, e exploram a releitura de brinquedos antigos.
Podem ser facilmente produzidos em atividades práticas em grupo, como oficinas e workshops, pela simplicidade da montagem: com encaixes, engates, dobras e colagem.
Os projetos foram criados na disciplina LAB 1, que também conta com a participação do professor Júlio Caetano e da professora Cláudia Nichetti, pelas alunas Bianca Ferreira (Papa moscas) e Artur Pechansky (Orbitoides).
Os móveis foram criados com inspiração em escrivaninhas infantis, juntando mesa e estante e trazendo a utilidade de um lugar onde as crianças podem ler e estudar de forma confortável. Possui o design simples para trazer um aspecto divertido e colorido ao ambiente em que estiver
Desmontável ou empilhável para uso em espaços internos por crianças de até seis anos da educação infantil. Seria reproduzido no curso aprendizagem profissional em marcenaria da Fundação e poderia incluir funções adicionais (mesa, cadeira, cadeira de balanço, banco, brinquedo), dispositivos ou acessórios. O material utilizado seria o MDF, com montagem de encaixe, engates e dobras.
Projetos criados pelas alunas Maria Lopes (Bubu a Girafa), Yan Mendes (Multicanguru), Bianca Ferreira (Felunis) e Laura Sieg (Balancia).
Mesas e cadeiras modulares, prateleiras, armários, cabideiros, quadros e suportes para o uso de crianças e adolescentes de sete a 15 anos, que poderiam ser produzidos nas aulas de marcenaria e serralheria da Fundação. O conceito é que as salas de aula sejam aconchegantes e tragam diferentes opções de disposição.
Em todos os casos, para a prevenção de acidentes, é preferível evitar arestas, formas pontudas e componentes pequenos (potencialmente ingeríveis). Não há a necessidade de usar parafusos ou pregos, por exemplo.
Projetos criados pelas alunas Andressa Fattori e Maria Cavassola (projeto 1) e Bárbara Pertile e Ana Ferreira (projeto 2).
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Por meio de um convênio assinado no início do ano, a PUCRS e o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP/RS) estão restaurando centenas de celulares que são disponibilizados para estudantes da rede pública de ensino que não têm recursos para acompanhar as aulas remotas no contexto da pandemia. Os aparelhos, que são preferencialmente smartphones, foram apreendidos na rede prisional e passam por uma triagem feita no Laboratório de Projetos em Engenharia (LPE) da Escola Politécnica.
Até o momento, o LPE já recebeu 358 aparelhos para a análise. Após passar pela revisão inicial do hardware, higienização adequada e formatação para excluir todos os dados, técnicos/a e estudantes que atuam no laboratório fazem a instalação dos aplicativos que são necessários para o acesso às aulas.
O professor Anderson Terroso, responsável na PUCRS pelo andamento do projeto do MP, nomeado de Alquimia II, explica que o objetivo é ajudar a diminuir as barreiras das desigualdades sociais que foram enfatizadas pela pandemia: “Antes os pais ou responsáveis pelos alunos tinham que ir até a escola e buscar os materiais impressos para que eles pudessem fazer as atividades”.
A retomada da vida em sociedade pós-pandemia passa por diferentes áreas. A tecnologia, por sua vez, tem o papel democrático fundamental de aproximar a informação e o conhecimento que às vezes parece distante de quem mais precisa. E a atuação de estudantes nesse momento é um dos principais fatores que viabilizam as ações solidárias.
Essa é uma prática comum em sala de aula na Escola Politécnica, que alinha o conhecimento acadêmico com iniciativas que ajudam a melhoras a vida das pessoas. É o exemplo do Aplicativo Adoção, desenvolvido também em parceria com o MP, e que até agosto de 2020 já havia ajudado 38 crianças e adolescentes a encontrarem novas famílias.
Para o reitor, Irmão Evilázio Teixeira, o papel da Universidade vai muito além dos muros do Campus. “A educação superior deve almejar a criação de uma nova sociedade em que as desigualdades sociais não sejam normalizadas. Isso passa também por atuar de forma a impactar positivamente a vida da comunidade em que está inserida, olhando desde a base do ensino até o acesso à profissionalização. No contexto da pandemia, não apenas nossos profissionais, mas nossos estudantes de diferentes áreas, para além da saúde, têm tido um papel muito importante na busca de soluções que resolvam os problemas que estamos vivenciando hoje”, destaca.
Segundo o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, a parceria com a PUCRS é um exemplo de como cada um pode fazer a sua parte pela mudança social: “Para além da questão tecnológica em si, a sociedade demanda organizações menos burocráticas e mais flexíveis e orientadas a resultados. Ninguém almeja mudar a realidade sozinho. Precisamos aprofundar programas de cooperação, somando inteligências corporativas para fazer mais e melhor com a nossa legislação”.
O promotor de Justiça Fernando Alves, formado em Direito pela PUCRS, foi o idealizador do projeto. Ele conta que graças à parceria, o que era apenas uma ideia se tornou um projeto duradouro. “O Alquimia II é uma forma única de colocar a estrutura da Universidade e o sistema de justiça juntos nessa luta. O projeto iniciou de modo temporário e artesanal, mas teve grande impacto social com a participação e o conhecimento técnico da comunidade acadêmica”, acrescenta.
Grande parte dos/as especialistas da área da Educação defendem a continuidade da adaptação das aulas na modalidade online para evitar a proliferação da Covid-19. Por isso ações como o projeto Alquimia II são tão importantes. Ao mesmo tempo que ajudam a levar internet a locais antes sem acesso, permitem que crianças e adolescentes aprendam de casa.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 5,5 milhões de alunos e alunas tiveram problemas para estudar em 2020, devido às dificuldades de implementação do ensino remoto no Brasil. Em março, o Banco Mundial projetou que o número de estudantes no ensino fundamental que não conseguem ler ou compreender textos simples pode aumentar de 50% para 70% no País.
Apaixonada por moda desde criança, aos 24 anos Emily Müller foi selecionada para representar o Fashion Revolution, como embaixadora do movimento global que atua em mais de 100 países. Aluna do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, ela contou com o apoio da Universidade para elaborar uma série de eventos online que acontecem de 19 a 25 de abril, com transmissão pela plataforma Zoom.
Para a embaixadora, que decidiu transformar o seu propósito de vida em carreira após trabalhar em uma agência de comunicação de Porto Alegre, onde conheceu o mercado de moda na prática, é necessário pensar para além da indústria fashion. “Sempre me preocupei com questões sociais e ambientais. Aos 17 anos me tornei vegetariana por entender que as escolhas que eu fazia refletiam em grandes questões da sociedade”, conta.
Emily também acredita que sair da zona de conforto pode ser o primeiro passo para começar mudanças de impacto real:
“Todos nós consumimos roupas, sapatos, acessórios e fazemos escolhas que se conectam com a nossa identidade. Mas como tomamos essas decisões? Questionar e agir são formas potentes de transformação. Não só na moda, mas em diversos aspectos”.
O tema também acompanha a estudante na sua trajetória acadêmica. Em 2020, quando resolveu adiantar o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), se dedicou a pesquisar sobre A influência do período de distanciamento social na moda sustentável e no consumo, com orientação de Paula Puhl, que também é professora na Certificação de Conteúdo e Divulgação de Moda.
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Construída em parceria com os/as colegas de diferentes cursos, a programação conta com temas e convidados/as especiais. A ideia é debater como tornar a indústria da moda mais consciente e sustentável. Agende-se:
No dia 19 abril, às 18h30min, com Paula Puhl e Cláudia Trindade
Acesse com o link do Zoom ou com ID 942 9120 1222 e senha 105080.
No dia 20 de abril, às 17h30min, com Emily Müller e Victória Camargo
Acesse com o link do Zoom ou com ID 971 9874 2103 e senha 516180.
No dia 20 de abril, às 19h, com Pedro Menini
Acesse com o link do Zoom ou com ID 929 3744 8286 e senha 432382.
No dia 22 de abril, às 18h, com Sadine Corrêa e Cláudia Rosa
Acesse com o link do Zoom ou com ID 990 1460 7963 e senha 567278.
No dia 22 de abril, às 19h, com Daniel Gontijo
Acesse com o link do Zoom ou com ID 932 8547 5658 e senha 295442.
No dia 23 de abril, às 18h, com Carol Anchieta
Acesse com o link do Zoom ou com o ID 858 552 0294 e senha 123456.
No dia 23 de abril, às 19h, com André Carvalhal
Acesse com o link do Zoom ou com ID 955 0866 7393 e senha 307976.
Para ficar por dentro dessas e de outras atividades, acompanhe a Famecos no Instagram e no Facebook e fique de olho na Agenda da PUCRS.
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