Na última terça-feira, 24 de abril, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) sediou o projeto Ideias para o futuro, do Grupo RBS. Com o tema O Futuro do trabalho, o bate-papo, ocorrido no CriaLab – laboratório de criatividade localizado no Global Tecnopuc, teve as participações de Rafael Prikladnicki, diretor do Tecnopuc; Nelice Heck, general managers da ThoughtWorks Brasil; Kim Gesswein, diretor de Inovação na Paim Comunicação e professor da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS e Cristian Basílio, líder da Singularity University – Capítulo Porto Alegre. A condução da atividade, que teve interatividade com o público, foi realizada pelo jornalista Cadu Caldas, do jornal Zero Hora.
Até setembro, cinco séries falarão sobre trabalho, governo, saúde, educação e segurança. Confira os principais pontos abordados no evento O Futuro do trabalho.
“Estamos vivendo na quarta revolução industrial, a da transformação digital. Mesmo assim, acredito que as pessoas não serão substituídas pelas máquinas, porque existe uma constante necessidade de adaptação e o olhar para as questões sociais que as tornam diferentes. A tecnologia precisa ser potencializada de uma maneira em que a nossa sociedade seja mais justa”, destacou a general managers da ThoughtWorks Brasil.
O professor da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS apontou que tanto nas empresas como na área do ensino é necessário buscar a multidisciplinaridade. “Quase todo mundo quer ser empreendedor ou ter uma startup, mas o mercado de trabalho ainda não está pronto para isso. Na parte da educação, é preciso ter uma base sólida de comportamento humano. Um comunicador, por exemplo, necessita ter saberes de outras escolas para se tornar um profissional mais completo”, frisou.
O líder da Singularity University comentou que os estímulos às provocações, principalmente de como ser digital, são a grande contribuição dada às pessoas por parte das empresas. “Esse movimento gerado por meio dos líderes dentro do ambiente de trabalho vem gerado uma transformação”, salientou.
Conforme destacou o diretor do Tecnopuc, o Brasil tem muitas condições para empreender, no entanto carece de mais articulações. “Recentemente, PUCRS, UFRGS e Unisinos lançaram a Aliança para Inovação de Porto Alegre, com a proposta de unir forças e conhecimento. Ou seja, precisamos criar elementos diversos para valorizar o que desenvolvemos. Quanto às startups, o povo gaúcho ainda é conservador e necessita investir e acreditar mais”, analisou.
Basílio ponderou que é necessário aprender a se conectar com as outras pessoas para atingir objetivos. “Precisamos resolver problemas com o uso de tecnologia para trazer benefícios”, disse. Já Prikladnicki destacou que não adianta lutar e negar, é preciso se adaptar e entender o que está acontecendo em relação à tecnologia. “Temos grandes condições para nos desenvolver, pois temos ótimos exemplos locais”, finalizou.
Segundo Gesswein é importante não ser lembrado como especialista, mas sim como uma pessoa que agrega a um determinado projeto, que sabe lidar com ideias diferentes. Por fim, no ponto de vista de Nelice, a tecnologia é enxergada como neutra, mas, na realidade, pode ser usada de forma positiva ou negativa. “Todas as relações de pessoais fazem sermos diferentes dos robôs. Podemos criar coisas transformadoras para a sociedade”, completou.
Iniciativa voltada a debater soluções inovadoras e apontar caminhos para resolver problemas do Rio Grande do Sul, o Grupo RBS lançou, em março, o projeto Ideias para o Futuro. Ao longo de 2018, os veículos da empresa apresentarão reportagens especiais, artigos, entrevistas e análises. Os professores Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Universidade, e Rafael Prikladnicki, diretor do Tecnopuc, contribuíram com artigos veiculados no site Gaúcha ZH.