No dia 13 de maio foi lançado o livro Manual de Internação Psiquiátrica, que reúne textos de diversos especialistas que compõem o Serviço de Psiquiatria da PUCRS, em atividade há mais de 40 anos. Os autores principais foram Lucas Spanemberg e Marco Pacheco, ambos professores da Escola de Medicina da PUCRS, além de duas alunas da especialização em Psiquiatria da Universidade (Alícia Souza de Andrade e Kyuana Azeredo de Lima). Como coautores colaboraram professores e médicos vinculados à PUCRS, bem como a outros hospitais e universidades.
Até a publicação dessa obra, não havia nenhuma outra nacional exclusivamente voltada para o cenário de internação psiquiátrica. Assim, o livro intenciona cobrir uma lacuna e oferecer a especialistas em saúde mental, professores, alunos de graduação da área da saúde, residentes em saúde mental e psiquiatria, um compilado de conteúdos voltado a capacitar e esclarecer sobre patologias, situações e circunstâncias relacionadas à internação psiquiátrica. O livro se propõe a ser um guia prático, tendo como objetivo se tornar referência literária sobre o estado de arte da internação psiquiátrica, atualizando a literatura pertinente nas suas diversas seções.
A internação psiquiátrica é o local onde frequentemente situações dramáticas e graves encontram uma oportunidade de mudança de trajetória e correção de rumos. É também um ambiente único, diferente dos cenários de atenção primária e ambulatórios especializados, onde o próprio ambiente é uma variável fundamental. Por isso, pensar esse ambiente e as práticas que o regem torna-se algo fundamental aos médicos psiquiatras, para que esses possibilitem o melhor tratamento a seus pacientes.
O livro físico pode ser adquirido no site da editora Manole, por meio da qual a publicação foi realizada, além disso, o formato Kindle está disponível para compra na Amazon.
A internação psiquiátrica no Brasil começou a mudar na década de 1940, com a médica Nise Silveira, que atuou no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro. Até o momento, as técnicas empregadas nos pacientes eram agressivas e a eles eram atribuídas funções como limpar a unidade em que estavam internados. Silveira se opôs a tratamentos como eletrochoques, insulinoterapia e lobotomia e criou ateliês de pintura para que os pacientes pudessem realizar suas manifestações artísticas, algo que pode ser vantajoso no tratamento psiquiátrico.
Na década de 1970 iniciou-se, efetivamente, o Movimento da Reforma Psiquiátrica no País e há 34 anos aconteceu a primeira Conferência Nacional de Saúde Mental no Brasil, no dia 18 de maio, atualmente considerado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Esses esforços não foram em vão, seu resultado veio no ano de 2001, quando o então presidente, Fernando Henrique Cardoso, sancionou a lei Paulo Delgado (Lei 10.216 de 2001), conhecida como lei da reforma psiquiátrica.
O período posterior ao sancionamento da lei foi marcado pela redução dos manicômios e hospícios no País, visando encontrar formas de assistência em liberdade, com ambientes substitutivos aos manicomiais, e defendendo os direitos dos pacientes. Também foi essa lei que criou os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o acesso a tratamentos maior e mais democrático.
Atualmente, a internação psiquiátrica tem como objetivo ser um ambiente humanizado, que respeita os direitos dos internados e não os discrimina em nenhum aspecto. Dessa forma, torna-se extremamente necessário um manual que oriente essas práticas e possibilite a atualização dos psiquiatras quanto às mudanças ocorridas na área. Além disso, a pandemia causada pelo coronavírus e o consequente isolamento social, afetaram a saúde mental da população, conforme demonstrado pela pesquisa Covid-19 e Saúde Mental, realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), tornando evidente a necessidade da ação de psiquiatras, que devem ter subsídios para orientar suas condutas profissionais. Para tornar o manual ainda mais atualizado, os autores da publicação trouxeram informações referentes à internação psiquiátrica durante a pandemia de Covid-19.
Médicos residentes inseridos nos Programas de Residência Médica no Hospital São Lucas (HSL) agora têm mais um incentivo para ingressar nos programas de pós-graduação da Escola de Medicina: o PRO-Med PPG. A iniciativa visa oferecer bolsas de doutorado integrais para novos ingressantes na Escola, aproximando pesquisa e prática clínica.
De acordo com o decano da Escola de Medicina, Leonardo Araujo Pinto, a partir do PRO-Med PPG, serão oferecidas quatro bolsas de isenção total da mensalidade para médicos residentes do HSL que tenham interesse em iniciar o doutorado ainda durante a residência. “Semelhante ao programa MD-PhD, que possui vários exemplos de sucesso, o PRO-Med PPG é um programa promissor e tem a finalidade de viabilizar projetos inovadores e de alta aplicabilidade que podem surgir durante o aprendizado e a prática no período da residência médica”, afirma.
A Escola de Medicina possui três programas de pós-graduação: Medicina e Ciências da Saúde, Gerontologia Biomédica e Pediatria e Saúde da Criança. As inscrições para as bolsas ocorrem durante o processo seletivo de cada programa.
Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Carlos Eduardo Lobo e Silva, o programa traz ganhos a todos, pois facilita e estimula o desenvolvimento dos residentes como pesquisadores, traz um atrativo adicional e importante à residência do HSL e aproxima nossas pesquisas da prática clínica.
As bolsas atribuídas no âmbito do Programa Institucional de Incentivo a Residentes em Medicina para Bolsas de Pós-Graduação nos Cursos de Doutorado da Escola de Medicina (PRO-Med PPG) consistem em desconto integral do valor das mensalidades do curso de doutorado em PPGs da Escola de Medicina da PUCRS. As bolsas serão concedidas pelo prazo máximo de até 36 meses. O processo de seleção a ser utilizado é o processo regular de ingresso em cada programa de pós-graduação.
Poderão concorrer médicos que realizam residência médica no HSL da PUCRS. Os discentes deverão ser selecionados pela Comissão de Seleção do curso de Doutorado e realizar a matrícula no semestre de concessão da bolsa até a conclusão do curso.
O residente não pode acumular bolsa com qualquer outra modalidade de auxílio ou bolsa de outro programa de incentivo da PUCRS, ou agência de fomento nacional ou internacional, à exceção de bolsas em programa de residência médica. O doutorando deverá manter desempenho acadêmico satisfatório durante a vigência da bolsa, entre outros requisitos que podem ser conferidos no regulamento.
Mais informações sobre as bolsas PRO-Med PPG podem ser obtidas com as secretaria dos programas de pós-graduação da Escola de Medicina.
No dia 10 de março de 2020, foi diagnosticado o primeiro caso de Covid-19 no Rio Grande do Sul. Hoje, um ano depois, os profissionais da saúde continuam no combate incessante contra o vírus, demonstrando força e resiliência em pleno pico da pandemia. Para homenagear os colaboradores na linha de frente, a Universidade e o Hospital São Lucas (HSL-PUCRS) mostraram, em grande escala, o orgulho que sentem por seus profissionais.
Na noite de terça-feira (9), as instituições projetaram, em três locais no Campus da Saúde e no da Universidade, um vídeo que fala sobre as razões que a equipe tem para seguir em frente: amor ao trabalho, empatia, compaixão e coragem estão entre elas. A homenagem foi realizada pela técnica de projeção mapeada e ocupou a parede lateral do Parque Esportivo, no sentido Viamão-POA da Avenida Ipiranga, a fachada principal do HSL e o prédio 50 da PUCRS.
A auxiliar administrativa Regina Pinto, registrou o momento de sua aparição no vídeo: “Eu desejo que essa pandemia passe logo, estamos há um ano nessa luta junto com nossos colegas na linha de frente. Precisamos manter o otimismo, a perseverança e a lealdade com o que a gente faz, porque juntos somos mais fortes”.
A projeção, que seguiu madrugada adentro, pode ser vista de vários pontos que circundam o local, ficando prioritariamente visível para os homenageados. A ação integra um conjunto de ações para conscientizar a sociedade sobre os cuidados com a pandemia e sobre a valorização dos profissionais que seguem lutando 365 dias após o primeiro caso no Estado.
Leandro Firme, diretor-geral do HSL, destaca o propósito da ação. “Nós todos estamos vivendo um momento que, enquanto seres humanos, nos deixa bastante frágeis. Essa homenagem é um sinal de empatia com a vida do nosso colaborador, que têm se colocado totalmente à disposição para cuidar de tantas pessoas, principalmente neste período, que é um dos mais graves da pandemia. A homenagem é pequena perto da dedicação dos profissionais, mas é para dar um pouco de alento e para reforçar o quanto eles são fortes”, afirmou.
Em nome da comunidade acadêmica, o reitor da PUCRS, Irmão Evilázio Teixeira, ressaltou o reconhecimento da Universidade: “Nós temos muito orgulho e somos muito gratos a cada profissional da saúde e da educação que doa seu tempo, sua coragem, sua dedicação para salvar vidas, promover a ciência e garantir o ensino. Um dos desafios para o ser humano é combinar trabalho com cuidado. Eles não se opõem, mas se compõem. E nestes 365 dias não faltaram exemplos fortes e inspiradores de cuidado em todas as dimensões da nossa Universidade e em nosso hospital”.
Confira o vídeo que homenageou os profissionais da linha de frente
A pandemia de Covid-19 tem levado a números trágicos de mortalidade em diversos países, incluindo o Brasil. Além da dificuldade natural no enfrentamento de um agente com rápida disseminação e elevada mortalidade em populações de risco, outro fator tem dificultado o combate à Covid-19: a desconsideração aos princípios da ciência e da medicina baseada em evidências científicas.
Nesse contexto, no papel de educadores, pesquisadores e profissionais da Saúde de uma Universidade Comunitária e Marista, a Escola de Medicina e o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) firmaram um posicionamento com a intenção de subsidiar tecnicamente as ações do poder público municipal acerca dessas temáticas, além de se colocar à disposição para diálogos e contribuições de toda ordem à sociedade. Confira o texto na íntegra:
Assinam o documento o decano da Escola de Medicina e representante dos membros do Colegiado da Escola, professor Leonardo Araujo Pinto, e o chefe do setor de Infectologia do HSL, Fabiano Ramos. Acesse neste link o documento na íntegra.
Nesta quinta-feira, 21 de janeiro, a Reitoria da PUCRS, a Diretoria do Hospital São Lucas (HSL), a Superintendência dos Colégios e Unidades Sociais e a Presidência da Rede Marista prestaram uma homenagem especial ao médico Fabiano Ramos. À frente do serviço de Infectologia do HSL, ele coordenou na instituição a pesquisa clínica da vacina Coronavac, produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Ao longo de cinco meses, 1.335 voluntários participaram dos testes do imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso emergencial.
No Salão Nobre, o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, saudou o médico que, além de hoje ser um profissional essencial no trabalho da instituição, é Alumni PUCRS e foi o primeiro residente em Infectologia do HSL. “Além da excelência e profissionalismo na condução do estudo, o reconhecimento para o Fabiano é também pela disponibilidade e clareza com as quais há meses vem compartilhando conhecimento com as pessoas, com a imprensa de todo o País, com a sociedade. Obrigado pelo trabalho cuidadoso, interdisciplinar, dedicado, que sem dúvidas é fonte de inspiração para todos os profissionais que estão na linha de frente contra a Covid-19 em nosso hospital e que nos orgulha por gerar impactos urgentemente necessários neste momento histórico que estamos vivenciando”, destacou.
Leandro Firme, diretor-geral do HSL, agradeceu a coragem e a determinação do chefe do serviço de infectologia do hospital. “Ao Dr. Fabiano e toda equipe que conduziu a pesquisa clínica dentro do HSL, nossa gratidão imensa também pela disposição em ajudar as pessoas. Estamos felizes em poder contemplar um estudo de tamanha relevância em nossa instituição e enalteço a figura do Dr. Fabiano, a sua liderança exímia, incansável, dia e noite, em dias da semana e fim de semana, para que, neste momento, a gente pudesse ter uma vacina com resultados eficazes para todos nós”, ressaltou.
Junto a outros 15 centros do País, a participação do HSL foi fundamental para a aprovação e início da vacinação em todo o território nacional. A vacina, totalmente segura, comprovou ser eficiente em 100% dos casos graves que podem levar à internação ou morte.
Leia também: Hospital São Lucas inicia vacinação contra o coronavírus
Fabiano, ao receber a homenagem, elogiou e agradeceu a dedicação e esforço de toda a equipe. “Estou muito feliz em ser reconhecido pela instituição em que me formei, que hoje trabalho e que me deu todas as condições para desenvolver esse estudo com toda a nossa equipe responsável pelo desenvolvimento da vacina. Essa vacina que está sendo distribuída para todo o Brasil. Temos orgulho de participar desse desenvolvimento, sabemos das dificuldades, mas é um reconhecimento do esforço não só meu e sim de toda a nossa equipe e da instituição”, afirmou.
O vice-reitor da Universidade, Ir. Manuir Mentges, também participou do ato de homenagem pelo trabalho de liderança e condução dos testes clínicos. Por meio de uma carta, o presidente da Rede Marista, Ir. Inacio Etges, agradeceu em nome de toda a instituição. “Sua determinação em liderar os estudos da Coronavac em nosso Hospital demonstra que sempre precisamos agir com audácia e olhar inovador frente aos desafios que o mundo nos apresenta. A presença significativa, o amor ao trabalho e o espírito de família são mais alguns valores que visualizamos nitidamente na sua atuação junto às equipes de saúde e pesquisa do HSL”, escreveu.
O Superintendente dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista, Rogério Anele, manifestou sua gratidão e reconhecimento em nome dos mais de três mil educadores e 22 mil estudantes e educandos. Destacou o apoio incondicional de Fabiano para a implementação de protocolos e cuidados que impactaram diretamente os territórios em que a Rede está presente, em 24 cidades no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal e nos seguintes estados da Região Amazônica: Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima.
Fabiano foi o primeiro residente em infectologia do HSL, em 2004 e, além do combate à Covid-19, atuou anteriormente frente à epidemia de dengue. Em entrevista à Revista da PUCRS, ele contou que se interessou por essa área da Medicina quando ainda estava na faculdade e participou do projeto Aderência Total, que prezava pela interdisciplinaridade e era realizado com pacientes portadores de HIV. O trabalho fascinou o então estudante que hoje inspira profissionais com sua liderança e resiliência e acredita que a infectologia deve integrar diferentes áreas médicas.
Para conhecer mais sobre a trajetória de Ramos, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 40 e 41).
Chegaram ao Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) nesta quarta-feira, 20 de janeiro, as doses destinadas à vacinação contra o coronavírus. A vacina Coronavac, produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan – e aprovada no último domingo para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) –, começou a ser ministrada às 11h30 no HSL. Cinco colaboradores do grupo prioritário participaram da primeira fase da imunização: profissionais da linha de frente contra a Covid-19, que atuam nas unidades de internação, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Emergência. Os demais funcionários serão chamados para o processo gradativamente, evitando aglomerações.
Para o diretor-geral do HSL, Leandro Firme, este é um marco para toda a instituição. “É uma mistura de satisfação, gratidão e esperança. Uma alegria poder iniciar o processo de imunização dos nossos colaboradores e médicos que estão há mais de dez meses incansavelmente na linha de frente prestando assistência a tantas pessoas que foram acometidas pelo coronavírus”. Ele ressaltou que o Centro de Pesquisa se consolidou como pioneiro de um dos estudos mais importantes para a humanidade até o momento. “Isso trouxe uma resposta de saúde efetiva para salvar tantas vidas”.
A diretora assistencial do HSL, Simone Ventura, considera este um dia único e repleto de esperança. “Passamos por tempos difíceis e é realmente um gesto importante e muito emocionante. É o início de tempos melhores”. O técnico de enfermagem João Carlos Marques foi um dos primeiros colaboradores da instituição a receberem o imunizante no final desta manhã. “É uma sensação de muita emoção, expectativa, ansiedade. Esperamos que logo todos sejam vacinados para encontrarmos amigos e familiares. Que possamos viver felizes como antes”. Também vacinada, a médica intensivista Alessandra Dorsh não conteve a emoção: “Nós passamos tantos meses intermináveis de angústia e essa vacina traz uma sensação de esperança de tempos melhores. Foi difícil segurar a emoção, pois é um momento muito marcante”.
Após a aprovação pelo Instituto Butantan também nesta manhã, os participantes que receberam a dose placebo do estudo da Coronavac também começaram a receber a vacina, garantindo a imunização. O processo de chamada será realizado com a manutenção do distanciamento social e é parte integrante dos testes que reuniram 1.335 voluntários ao longo de cinco meses.
Fabiano Ramos, chefe do serviço de infectologia do hospital e condutor da pesquisa, afirma estar muito feliz em ver o resultado do trabalho e o esforço de meses desempenhado pelo Hospital São Lucas da PUCRS, em especial com a equipe que está conduzindo o estudo no desenvolvimento desta vacina. “Ver o produto desse estudo chegando à população e, principalmente aos profissionais que estão na linha de frente, é uma grande vitória”.
O HSL foi pioneiro no Estado para os testes de eficácia do imunizante junto a 15 centros pelo país, fundamentais para a aprovação e início da vacinação em todo o território nacional. A vacina, totalmente segura, comprovou ser eficiente em 100% dos casos graves que podem levar à internação ou morte.
O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL-PUCRS) ampliou o escopo de participação de voluntários no estudo da vacina contra o novo coronavírus. Já a partir desta terça-feira, 22 de setembro, voluntários com mais de 60 anos e pessoas que já tiveram Covid-19 poderão participar da pesquisa. A ampliação do escopo ocorreu em virtude de uma definição do Instituto Butantan e da farmacêutica Sinovac, que conduzem o projeto junto a outros 11 centros de pesquisa no país.
Atualmente, cerca de 600 participantes já receberam pelo menos uma das doses da vacina ou placebo no Hospital. Com o avanço do estudo, a meta inicial de 852 voluntários deverá ser batida, haja vista que os testes serão estendidos até a segunda quinzena de outubro. “Os novos perfis de voluntários que entram nesta etapa do estudo serão importantes para a mensuração dos resultados, que já têm sido muito animadores. Com a ampliação da pesquisa devemos passar com tranquilidade dos mil participantes.”, salienta o Fabiano Ramos, líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia do HSL.
Os interessados em participar dos testes deverão preencher formulário que está disponível neste link. Todos deverão estar dentro dos demais critérios já estabelecidos na fase anterior da pesquisa. Confira:
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Em casos de dúvidas sobre a participação na pesquisa, a equipe do Hospital está disponível pelo WhatsApp (51) 99929-8871.
Fruto da parceria com o Grupo Oncoclínicas, o Centro de Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL-PUCRS) recebeu um importante reforço em sua estrutura de radioterapia. Trata-se do acelerador linear Varian Halcyon®, aparelho de última geração com tecnologia que permite localizar e combater tumores com maior rapidez e precisão.
Fabricado nos Estados Unidos e inédito no Sul do Brasil, o novo equipamento possui o mais rápido sistema acoplado de verificação de imagens e conferência de posicionamento, tratando 100% dos casos com técnica guiada por imagens (IGRT). “Estes recursos tornam possível aliar segurança assistencial e conveniência para os pacientes”, afirma o médico radio-oncologista Fernando Obst, gestor da unidade. Imagens de alta definição realizadas no próprio equipamento de tratamento, hoje com maior rapidez, permitem visualização dos tumores e dos órgãos vizinhos à doença em poucos segundos. A tecnologia da imagem é aliada na exatidão e acurácia dos tratamentos, bem como auxilia na adoção de protocolos cada vez mais encurtados de terapia.
O Centro de Oncologia do HSL, hoje gerenciado em parceria com o Grupo Oncoclínicas, foi lançado em novembro de 2019 e conta com uma unidade de quimioterapia com nove leitos. A Unidade de Radioterapia teve toda sua estrutura reconfigurada, foi modernizada e ampliada para o dobro da área física, para atender pacientes particulares, de convênios e do Sistema Único de Saúde (SUS). Contará ainda com tomografia computadorizada dedicada para os planejamentos de radioterapia, e disponibilizará de braquiterapia.
Para o diretor-geral do HSL, Leandro Firme, o primeiro ano do Centro de Oncologia foi de grande êxito. “Conquistamos resultados muito satisfatórios dentro daquilo que acreditamos ser um atendimento de inovação e excelência, acompanhando o que há de mais moderno no tratamento de câncer no mundo. O novo equipamento é um importante acréscimo ao nosso parque tecnológico e fortalece o robusto ecossistema de saúde do Hospital São Lucas, que está em constante modernização. Sem dúvidas, irá nos ajudar muito a localizar e combater tumores com maior rapidez e precisão”, salienta.
“O lançamento do novo aparelho de radioterapia consolida a união entre uma das melhores universidades privadas do Brasil e um dos maiores e mais respeitados grupos de oncologia, hematologia e radioterapia da América Latina”, afirma André Fay, médico oncologista, responsável técnico do Centro de Oncologia no Hospital São Lucas da PUCRS. A parceria reforça a referência do centro no tratamento do câncer no Rio Grande do Sul.
Com o anúncio da adoção desta avançada tecnologia para radioterapia de alta precisão, as duas marcas somam forças em um cenário cada vez mais desafiador quando o assunto é câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Rio Grande do Sul deverá ter 46.060 novos casos neste ano, totalizando 138,1 mil até 2022. Apenas em Porto Alegre, serão 6.440 novas ocorrências/ano, chegando a 19.320 ao fim do triênio.
O Centro de Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS, hoje reestruturado, é referência do centro no tratamento do câncer no Rio Grande do Sul há décadas. O Grupo Oncoclínicas é formado por 68 unidades, ao todo, no Brasil, presente em 11 estados e, recentemente, renovou a parceria com o Instituto Dana-Farber, da Universidade de Harvard, em Boston (EUA), um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer do mundo. A parceria com o centro americano acontece desde 2014, e se traduz em desenvolvimento de projetos colaborativos, transferência de conhecimento, intercâmbio de ensino e análise técnica de casos clínicos.
A apresentação oficial do novo acelerador linear ocorrerá no dia 24 de setembro, às 19h, durante uma live do Grupo Oncoclínicas, que abordará os avanços da radioterapia no cenário oncológico. Na ocasião, também será lembrado o primeiro aniversário do Centro de Oncologia do HSL. Parceria das duas instituições, a estrutura recebeu no período mais de 32 mil pacientes. Desses, cerca de 4,2 mil receberam atendimento radioterápico.
O encontro virtual contará com o Diretor Nacional de Radioterapia do Grupo Oncoclínicas e Presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia, Arthur Accioly Rosa. Também estão confirmados o Diretor-Geral do HSL, Leandro Firme; o Diretor-Técnico do Hospital, Saulo Bornhorst; além do médico radio-oncologista Fernando Obst, gestor da Unidade de Radioterapia do complexo hospitalar.
Aberta ao público, a live pode ser acessada pelo link.
Um representante enviado pelo Papa Francisco esteve no complexo hospitalar do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) nesta quinta-feira, 27 de agosto, para formalizar a doação de quatro respiradores e um aparelho de ultrassom utilizado para exames de captação de imagens de tecidos ou fluxos sanguíneos.
O emissário Antonio Guizzetti foi recebido em Porto Alegre pelo arcebispo metropolitano, Dom Jaime Spengler, pelo reitor da PUCRS, Irmão Evilázio Teixeira, e pelo diretor-geral do Hospital, Leandro Firme. Durante a visita, o grupo circulou pelas dependências do HSL, passando pelo Centro Clínico, Centro de Diagnóstico de Imagem e também pelos ambulatórios onde atualmente é conduzido o estudo da testagem da vacina contra o coronavírus.
A Esmolaria Apostólica do Vaticano e a associação Hope Onlus Association estão sendo o elo entre diversos doadores e estruturas sanitárias em situação de emergência e pobreza, fazendo chegar tecnologia médica a quem mais precisa. Os equipamentos doados foram direcionados para a UTI que acolhe exclusivamente os pacientes com Covid-19. Para ajudar no atendimento à doença na Região Metropolitana, o Hospital vem ampliando gradativamente a sua oferta de leitos para pacientes contaminados com o coronavírus. Atualmente, 46 leitos estão disponíveis na UTI Covid-19 e outras 104 unidades para a Enfermaria.
Segundo o reitor da PUCRS, Irmão Evilázio Teixeira, “este ato de solidariedade da Igreja, bem como todo apoio recebido de nosso arcebispo e chanceler de nossa Universidade, Dom Jaime Spengler, é fundamental para que sigamos fortalecidos e atuantes na nossa missão de cuidado e promoção à vida”. Para o diretor-geral do Hospital, Leandro Firme, a doação é uma importante soma aos esforços da instituição. “A contribuição é reflexo dos movimentos que temos feito no combate à pandemia. É uma honra para nós estar entre os hospitais escolhidos pelo Vaticano”, celebra.
Segundo comunicado enviado pelo Vaticano, a motivação do pontífice com o programa de auxílio busca “encontrar os meios necessários para salvar e curar muitas vidas humanas”, sobretudo em países como o Brasil, que majoritariamente sofre por causa da emergência epidemiológica da Covid-19.
Generosidade que atendeu a um apelo
Nestes dias, 18 ventiladores de terapia intensiva Draeger e 6 aparelhos de ultrassom portáteis Fuji serão enviados ao Brasil graças ao compromisso da Hope Onlus Association que, altamente especializada em projetos humanitários em saúde e educação, tem trabalhado para encontrar equipamentos médicos salva vidas de alta tecnologia por meio de diferentes doadores, para o procedimento de transporte e para a instalação em hospitais individuais.
Motivação e esperança. Essas são as duas palavras adotadas pela equipe do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL-PUCRS), que neste sábado, 8 de agosto, iniciou a aplicação da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. Neste primeiro momento, dez profissionais da saúde que estão atuando no combate à Covid-19 receberam as primeiras doses do imunizante contra o coronavírus.
Um grupo de cerca de 20 de profissionais do HSL, formado por farmacêuticos, enfermeiros, biólogos e médicos infectologistas será o responsável por conduzir, com suporte operacional e administrativo, o estudo no Centro de Pesquisa Clínica do Hospital. Ao longo dos próximos dois meses, eles receberão os voluntários selecionados de diversas instituições hospitalares da região metropolitana para um processo que envolve entrevista técnica, checagem de requisitos, orientações gerais e, por fim, a aplicação da vacina, que será feita duas vezes em 14 dias. O acompanhamento dos 852 voluntários escolhidos, no entanto, se estenderá até o fim de 2021.
Para o líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia do HSL-PUCRS, Fabiano Ramos, há uma grande ansiedade e otimismo para o início do estudo. “Acompanhamos o progresso da vacina desde o início da pandemia e temos a confiança de que é um estudo capaz de responder positivamente à expectativa da sociedade. Esperamos que, comprovando a eficácia da vacina, até o início do ano que vem a população já possa ser imunizada”, pondera.
O pensamento positivo contagia também a doutora em Biologia e coordenadora do estudo, Michelle Viegas, que avalia ganhos de longo prazo. “Nosso Centro de Pesquisa realiza atualmente mais de 200 estudos simultâneos, que vão desde a testagem de medicamentos até outras vacinas, como a da dengue, por exemplo. O tempo recorde de avanço do estudo da vacina pode nos ajudar a encontrar atalhos para tratamentos futuros”, destaca.
Os profissionais da saúde, tão impactados pela pandemia, terão a preferência na participação do estudo. A oportunidade é celebrada pelo médico da UTI do Hospital São Lucas, Luciano Marini, o primeiro a receber a aplicação da vacina. “Como médico intensivista, tenho passado pelo momento mais desafiador da minha vida profissional. Além dos pacientes estarem muito graves, em situação crítica, há toda questão técnica envolvida, com grande complexidade e também os aspectos emocionais, uma vez que os familiares não podem visitar os pacientes. A perspectiva de uma vacina que agora estamos testando traz a esperança que em breve possamos retornar com segurança ao ‘novo normal’ na nossa sociedade”, comenta.
Enfermeira do Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, Rosecler Silva da Rosa também estará entre as vacinadas no estudo. Para ela, participar do estudo é uma motivação extra para os plantões exaustivos, muitas vezes dobrados, que enfrenta na Emergência. “Eu sinto uma esperança, pois além de enfermeira eu sou mãe e penso muito em proteger minha família. Hoje não consigo encostar no meu filho, que é asmático. Dói muito. Estar na linha de frente afeta muito o psicológico, tem dias que tu choras e tem vontade de desistir”, lamenta.
O primeiro dia de vacinação contou ainda com profissionais dos Hospitais Vila Nova, Ernesto Dornelles, Conceição e Clínicas.
Para o diretor-geral do Hospital São Lucas da PUCRS, Leandro Firme, o estudo reflete o esforço da instituição para construir soluções para as novas perguntas que emergem na área da saúde. “Estamos preparados, pois o estudo nasce da credibilidade e inovação características do nosso Centro de Pesquisa Clínica. A vacina é uma esperança para nós e para todos os hospitais que tiveram suas rotinas afetadas pela pandemia e se desafiam diariamente para cuidar dos pacientes de Covid-19 e de outras enfermidades. Celebramos esse passo com muito entusiasmo para a retomada da normalidade”, afirma.
O sentimento de confiança parte também do reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, que valoriza o trabalho desenvolvido no órgão suplementar da universidade. “Mesmo vivenciando tempos difíceis, alegremo-nos com o Hospital São Lucas da PUCRS e suas equipes, bem como nossa comunidade acadêmica envolvida em diversas pesquisas em desenvolvimento, neste grande esforço coletivo em prol da saúde em nosso país. As aplicações da vacina nos trazem esperança de um novo tempo. Que a próxima semana seja marcada por grandes transformações”, comemora.
Diretor-técnico no HSL, o Saulo Bornhorst corrobora com Firme e resgata o papel dos profissionais da saúde. “Sabemos o quanto nossos guerreiros da linha de frente têm se dedicado nos desafios atuais e por isso torcemos que um eventual fim da pandemia tire a sobrecarga que cada um carrega”, argumenta.
O vice-reitor da PUCRS e diretor do Instituto do Cérebro (InsCer), Jaderson Costa da Costa, acredita que começa a se concretizar a vitória da ciência no enfrentamento à Covid-19. “Em qualquer tempo, nunca houve uma força-tarefa global de pesquisadores tão solidária na busca de soluções para conter esse vírus. Esse estudo nos impulsiona a fomentar uma educação e ciência forte, cada vez mais incentivada e reconhecida”, salienta.
Porto Alegre será uma das nove cidades do país a receber os testes da vacina, ao passo que o Rio Grande do Sul será um dos seis Estados escolhidos. A representatividade gaúcha é celebrada pelos líderes do Executivo municipal e estadual, que vislumbram o fim da pandemia.
“É uma importante notícia no enfrentamento à pandemia. A vacina que será testada também aqui no RS é uma das que estão em estágio mais avançado e torcemos para que os resultados sejam expressivos. O Hospital São Lucas da PUCRS tem um avançado centro de pesquisa clínica e profissionais altamente capacitados e dá uma enorme contribuição nesse processo fundamental no combate ao coronavírus”, destaca o governador do Estado, Eduardo Leite.
“É uma honra receber em nossos qualificados serviços de saúde e na nossa cidade os testes para a vacina contra o novo coronavírus. Porto Alegre iniciou precocemente o controle da pandemia e, diferentemente de vários locais no país e no mundo, ainda temos um grande número de pessoas suscetíveis ao vírus, o que faz com que sejamos um campo de testes apropriado para a vacina”, afirma o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior.
Atualmente em sua terceira etapa de testes, a vacina está no estágio em que é aplicada em larga escala, o que poderá comprovar em definitivo a sua eficácia e duração da proteção. O Hospital São Lucas é um dos 12 Centros de Estudos do Brasil, sendo o único do Rio Grande do Sul, que aplicará o insumo e documentará os resultados junto ao Instituto Butantan, de São Paulo.
Das 9 mil pessoas que participarão da testagem no Brasil, metade receberá a vacina, ao passo que a outra metade placebo, isto é, uma substância sem efeito algum. Por ser um estudo “duplo cego”, somente os farmacêuticos que recebem e acondicionam os imunizantes conseguem saber o que cada seringa contém. Porém, eles não acompanham o momento de aplicação, conduzido pelos pesquisadores junto aos voluntários, que desconhecem o conteúdo das doses em questão. A estratégia permite a análise e comparação dos resultados pelos dois grupos, validando ou não o efeito da substância.
Na prática, o que se espera é que o sistema imunológico dos testados desenvolva anticorpos para o vírus inativado (“morto”) da Covid-19 que está presente na vacina, tornando a pessoa em questão imune ao efeito do vírus ativo caso ela tenha contato com o organismo posteriormente.
Confira a cronologia do estudo no Rio Grande do Sul: