Estar atento às demandas da sociedade e trabalhar a inclusão e a igualdade racial desde as séries iniciais é fundamental para o desenvolvimento de pessoas mais justas e de um mundo mais equalitário. Foi pensando nisso que uma parceria das Escolas de Humanidades e Politécnica da PUCRS, por meio das professoras Patrícia Grossi e Ana Paula Bacelo, criou, em 2019, um game afro direcionado a crianças, somente com personagens negros e negras. Para Patrícia, a pesquisa universitária reforça a autoestima e o reconhecimento das culturas no país.
“Idealizei um projeto que pudesse ser desenvolvido em uma escola-piloto em Porto Alegre, num bairro predominantemente negro e que contribuísse para a promoção da cultura negra e diversidade em sala de aula”, explica.
O projeto foi aplicado na Escola Municipal Senador Alberto Pasqualini. Localizada na Restinga, um dos bairros com maior concentração negra e periférica de Porto Alegre, a escola já possuía iniciativas nessa área, como o Coletivo Quilombelas, composto por seis professoras negras engajadas na criação de dispositivos que reforcem a importância da representatividade.
“A ideia da construção de um game que dialoga com as infâncias contemporâneas e o afro afirma a urgência de termos personagens negras e negros nos artefatos culturais infantis. Ver imagens parecidas consigo é importante para a constituição de crianças negras e brancas”, destaca Vanessa Felix dos Santos, professora da escola.
Este ano, os/as alunos/as do segundo e quinto ano da Alberto Pasqualini, com idades entre 7 e 12 anos, participaram de uma testagem do game. As atividades promoveram um conhecimento sobre a história e personagens negros de uma forma diferenciada, além de fortalecer a autoestima, já que as crianças, até então, não se identificavam com princesas negras ou tinham heróis negros como referência, mesmo sendo pretas e pardas em sua maioria.
“O game apresenta informações sobre personalidades negras (principalmente mulheres que fizeram história), pontos culturais que trabalham a negritude no Bairro Restinga, quilombos de Porto Alegre e territórios negros da Capital, como a Praça do Tambor. Tudo isso fortalece o ensino da cultura afro. Um dos destaques do feedback das crianças foi a identificação dos personagens com pessoas próximas a elas, como, por exemplo, a própria professora Vanessa“, destaca Patrícia.
Criado a partir do Programa de Integração entre as Áreas da PUCRS, o game envolveu alunos dos cursos de Engenharia de Software, Ciências da Computação, Serviço Social e Design de Produtos, colocando em prática a interdisciplinaridade na Universidade. Um dos participantes do projeto é Marcelo Fróes, especialista em Jogos Digitais, que atua como voluntário.
“Para mim, a motivação para participar do desenvolvimento do game vai além da questão profissional, porque é importante refletir sobre a diversidade para o público gamer. Participar do processo como bolsista e depois como voluntário foi gratificante e me proporcionou um desenvolvimento em diversos âmbitos da vida. Ser voluntário em um projeto como esse me dá esperança em contribuir para que outras crianças e jovens negros possam se sentir incluídas na área da tecnologia e cada vez mais representados no mundo dos games”, conta Marcelo.
A representatividade ainda precisa ser bastante difundida no imaginário, principalmente o infantil, mas ela pode beneficiar todas as pessoas. Para Marcelo, o jogo trata essas temáticas de uma maneira didática e assertiva. “Um dos aspectos mais importantes que posso destacar é a representatividade que a gente tenta construir com protagonistas negros de cabelo crespo. Pode parecer um ato simples, mas ainda em 2023 é difícil que crianças, jovens e, muitas vezes, até adultos se sintam bem com seus próprios cabelos e suas tonalidades de pele”.
Já para Pedro Street, estudante de Design e bolsista de iniciação tecnológica do CNPq, ser bolsista é uma forma única de entrar no universo high tech que são os games. “Esse projeto me dá a possibilidade de usar a tecnologia para promover a diversidade. Acredito que o conhecimento é fundamental para construir um futuro melhor”. Contribuir para a luta antirracista foi uma das motivações que levou Márcio Souza da Rosa Filho, estudante do Curso de Engenharia de Software, a participar do game afro.
“Desde criança, sempre fui apaixonado por jogos e com o tempo quis aprender como eles eram feitos. À medida que fui crescendo também fiquei mais consciente das questões de desigualdade racial. Ser voluntário permite que eu use as minhas habilidades e conhecimentos para fazer a diferença no mundo de uma maneira significativa. É gratificante saber que estou contribuindo para algo que pode educar, inspirar e influenciar positivamente as pessoas”.
Agora, o objetivo do projeto é replicar o game para outras escolas, tanto públicas como privadas. “Os alunos de quatro turmas do 4º ano do Colégio Marista Champagnat também já testaram o jogo, que teve uma ampla aceitação entre os estudantes”, destacou Patrícia.
Estar atento às demandas da sociedade e trabalhar a inclusão e a igualdade racial desde as séries iniciais é fundamental para o desenvolvimento de pessoas mais justas e de um mundo mais equalitário. Foi pensando nisso que uma parceria das Escolas de Humanidades e Politécnica da PUCRS, por meio das professoras Patrícia Grossi e Ana Paula Bacelo, criou, em 2019, um game afro direcionado a crianças, somente com personagens negros e negras. Para Patrícia, a pesquisa universitária reforça a autoestima e o reconhecimento das culturas no país.
“Idealizei um projeto que pudesse ser desenvolvido em uma escola-piloto em Porto Alegre, num bairro predominantemente negro e que contribuísse para a promoção da cultura negra e diversidade em sala de aula”, explica.
O projeto foi aplicado na Escola Municipal Senador Alberto Pasqualini. Localizada na Restinga, um dos bairros com maior concentração negra e periférica de Porto Alegre, a escola já possuía iniciativas nessa área, como o Coletivo Quilombelas, composto por seis professoras negras engajadas na criação de dispositivos que reforcem a importância da representatividade.
“A ideia da construção de um game que dialoga com as infâncias contemporâneas e o afro afirma a urgência de termos personagens negras e negros nos artefatos culturais infantis. Ver imagens parecidas consigo é importante para a constituição de crianças de todas as raças”, destaca Vanessa Felix dos Santos, professora da escola.
Este ano, os/as alunos/as do segundo e quinto ano da Alberto Pasqualini, com idades entre 7 e 12 anos, participaram de uma testagem do game. As atividades promoveram um conhecimento sobre a história e personagens negros de uma forma diferenciada, além de fortalecer a autoestima, já que as crianças, até então, não se identificavam com princesas negras ou tinham heróis negros como referência, mesmo sendo pretas e pardas em sua maioria.
“O game apresenta informações sobre personalidades negras (principalmente mulheres que fizeram história), pontos culturais que trabalham a negritude no Bairro Restinga, quilombos de Porto Alegre e territórios negros da Capital, como a Praça do Tambor. Tudo isso fortalece o ensino da cultura afro. Um dos destaques do feedback das crianças foi a identificação dos personagens com pessoas próximas a elas, como, por exemplo, a própria professora Vanessa“, destaca Patrícia.
Criado a partir do Programa de Integração entre as Áreas da PUCRS, o game envolveu alunos dos cursos de Engenharia de Software, Ciências da Computação, Serviço Social e Design de Produtos, colocando em prática a interdisciplinaridade na Universidade. Um dos participantes do projeto é Marcelo Fróes, especialista em Jogos Digitais, que atua como voluntário.
“Para mim, a motivação para participar do desenvolvimento do game vai além da questão profissional, porque é importante refletir sobre a diversidade para o público gamer. Participar do processo como bolsista e depois como voluntário foi gratificante e me proporcionou um desenvolvimento em diversos âmbitos da vida. Ser voluntário em um projeto como esse me dá esperança em contribuir para que outras crianças e jovens negros possam se sentir incluídas na área da tecnologia e cada vez mais representados no mundo dos games”, conta Marcelo.
A representatividade ainda precisa ser bastante difundida no imaginário, principalmente o infantil, mas ela pode beneficiar todas as pessoas. Para Marcelo, o jogo trata essas temáticas de uma maneira didática e assertiva. “Um dos aspectos mais importantes que posso destacar é a representatividade que a gente tenta construir com protagonistas negros de cabelo crespo. Pode parecer um ato simples, mas ainda em 2023 é difícil que crianças, jovens e, muitas vezes, até adultos se sintam bem com seus próprios cabelos e suas tonalidades de pele”.
Já para Pedro Street, estudante de Design e bolsista de iniciação tecnológica do CNPq, ser bolsista é uma forma única de entrar no universo high tech que são os games. “Esse projeto me dá a possibilidade de usar a tecnologia para promover a diversidade. Acredito que o conhecimento é fundamental para construir um futuro melhor”. Contribuir para a luta antirracista foi uma das motivações que levou Márcio Souza da Rosa Filho, estudante do Curso de Engenharia de Software, a participar do game afro.
“Desde criança, sempre fui apaixonado por jogos e com o tempo quis aprender como eles eram feitos. À medida que fui crescendo também fiquei mais consciente das questões de desigualdade racial. Ser voluntário permite que eu use as minhas habilidades e conhecimentos para fazer a diferença no mundo de uma maneira significativa. É gratificante saber que estou contribuindo para algo que pode educar, inspirar e influenciar positivamente as pessoas”.
Agora, o objetivo do projeto é replicar o game para outras escolas, tanto públicas como privadas. “Os alunos de quatro turmas do 4º ano do Colégio Marista Champagnat também já testaram o jogo, que teve uma ampla aceitação entre os estudantes”, destacou Patrícia.
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