Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Foto: Pavel Danilyuk/Pexels

Pele hidratada, mais uma conferida no cabelo ou na maquiagem e pantufa nos pés: assim se inicia a rotina de muitas pessoas que precisaram se adaptar à pandemia da Covid-19. Mesmo com a instabilidade econômica e o distanciamento social, o mercado de beleza teve crescimento e ganhou ainda mais espaço no carrinho de compras de jovens. Isso é o que mostra a pesquisa Mercado de beleza durante a pandemia, realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos. 

“Os consumidores passaram a fazer compras mais conscientes, com marcas que dialogam com os seus valores e são ativas nas mídias sociais. Além disso, as pessoas continuaram consumindo por compreender a importância do autocuidado para a produtividade do dia a dia”, explica Vitória Petry, estudante do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda que liderou a pesquisa. 

Investindo na autoestima  

Em todas as etapas do estudo a maioria dos/as participantes respondeu que considera produtos estéticos como um investimento que vai além de um mero capricho. Para o público analisado, entre 16 e 30 anos, as questões estéticas, de saúde mental e autocuidado se sobressaem. Para 83% das pessoas entrevistadas, as aquisições não são consideradas um gasto, como relatou na pesquisa Thaísa Zilli, estudante de Publicidade e Propaganda: 

“Estou fazendo um curso de autoconhecimento e investindo em mim em todos os sentidos, inclusive em estética”. 

As médias de frequência de compra e de valor gasto se mantiveram em comparação a antes da pandemia e também obtiveram aumentos significativos para alguns públicos. A maioria segue consumindo pelo menos uma vez por mês. Ou seja, as pessoas controlam os gastos, mas não deixam de se cuidar. 

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Pesquisa Mercado de Beleza na pandemia / Imagem: Reprodução

Apesar disso, o número de compras mensais caiu 12% e a quantidade de pessoas que passaram a comprar menos de uma vez por mês aumentou 16%. Já o ticket médio (valor médio de vendas no período) se manteve de R$ 50 a R$ 150. 

O professor e publicitário Ilton Teitelbaum, supervisor da pesquisa, conta que o ato de comprar também é um mecanismo de recompensa.Os consumos por autoindulgência (para compensar sentimentos negativos) e de vingança (comprar itens de desejo, em vez de produtos essenciais, para suprir o período de contenção de gastos) se concretizaram durante a pandemia”, destaca. 

Mesmo com o desafio, o docente conta que as empresas ainda têm muitas oportunidades: “apesar da queda no poder aquisitivo, as marcas precisarão se adaptar aos aspectos emocionais que envolvem o processo de compra e buscar caminhos que lhes permitam seguir presentes na vida das pessoas”. 

Jovens influenciáveis, mas com responsabilidade social 

Entre as tendências, está a de seguir digital influencers. Nas entrevistas, 82% relataram que eram altamente suscetíveis a seguir recomendações feitas por microinfluenciadores. O público mais jovem, de 16 a 18 anos, é o que se mostra mais inclinado a manter os mesmos hábitos e com mais disposição para gastar mais. 

É uma geração conhecida por ser crítica, exigente, dinâmica e que muda de opinião toda hora. Segundo o estudo, essas são algumas das principais implicações mercadológicas: 

“As empresas que souberem se comunicar com transparência, sustentabilidade e diversidade cultural tendem a se destacar entre os jovens”. 

Outra reivindicação, que não é de hoje, é a por marcas mais coerentes. O público quer que as empresas se preocupem com o meio ambiente, tragam visibilidade para homens e mulheres na indústria de cosméticos, estejam atentas aos problemas sociais, tenham mais diversidade de pessoas nas campanhas e sejam empáticas com temas sensíveis, como a pandemia. 

Comprar com facilidade e agilidade 

Mesmo que muitas pessoas ainda prefiram comprar nos sites das lojas, essa é uma escolha menos frequente entre jovens, segundo dois levantamentos citados na pesquisa. A Technavio, empresa de relatórios de pesquisa de mercado, afirma que o social commerce (ou compras a partir de redes sociais) deve aumentar cerca de 34% até o final de 2021. 

Já a agência Accenture prevê que esse canal deve ser um dos mais importantes para a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). “Dos entrevistados, 69% disseram que gostariam de comprar diretamente por meio das mídias sociais e 44% usam redes como Facebook, Instagram e Twitter para encontrar informações sobre produtos”, destaca a empresa. 

Brasil é o 4º maior mercado de beleza do mundo 

Segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, o Brasil é o maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. O País movimenta pelo menos U$$ 30 bilhões, ficando atrás apenas do Japão, da China e dos Estados Unidos. 

A supervisora de vendas de um dos maiores conglomerados de beleza do Brasil, conta no estudo que as vendas não foram impactadas pela pandemia, com exceção das lojas das cidades do interior dos estados: vendemos até mais do que no ano passado”. 

Tecnologia e concorrência internacional 

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Foto: Pexels

Contudo, as marcas internacionais ainda são vistas como melhores e mais consumidas. Mesmo com o alto valor de produtos do exterior, eles não deixam de estar entre os mais vendidos. A pesquisa destaca que para mostrar os seus diferenciais, é importante que as empresas nacionais invistam em tecnologias como realidade virtual, inteligência artificial e outros recursos que melhorem a experiência dos usuários. 

Nem online nem offline: a vida no all-line 

Durante a pandemia, as vendas online alavancaram 300% para algumas lojas. Mesmo assim, consumidores/as relatam sentir falta da experiência física, enquanto outros/as dizem ter receio de voltar a experimentar algo que já foi usado, por medo de contaminações. 

Depois da pandemia o comportamento all-line, hábito de consumir tanto pelos meios digitais quanto presencialmente, ganhou força. Sobre a preferência, as pessoas alegam que consomem: 

A psicóloga Susana Gib explica no estudo que o público deve comprar cada vez mais em casa: “a pandemia fortaleceu a compra pelo meio digital. É claro que as pessoas ainda sentem falta de olhar o produto, tocar, comparar. Mas a tendência é essa. 

Mapeando tendências de comportamento 

O estudo foi elaborado pelos/as estudantes Eduarda Friedrich, Larisse Alves, Tamires Fetter, Victoria Bossle e Vitória Petry, da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda, de agosto a novembro de 2020. 

Em sua etapa qualitativa, contou com um grupo focal com seis mulheres e oito entrevistas em profundidade com homens e mulheres. Depois, na fase quantitativa, foram 204 respostas válidas a uma coleta feita por meio de questionário online. 

Se você quer criar e investigar novas narrativas, conheça as graduações em Comunicação da PUCRS e comece a estudar ainda em 2021. 

Curtiu este conteúdo? Confira também os impactos da pandemia na moda e as novas formas de consumir conteúdo que ganham espaço durante o período. 

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

Estudo, trabalho, contato com a família e amigos, entretenimento e notícias. Durante a pandemia provocada pela Covid-19, essas foram situações que se tornaram cada vez mais digitais em toda a sociedade. Em um contexto de distanciamento social, estar conectado passou a ser um dos principais recursos para realizar as atividades do dia a dia.  

Entre os jovens, um dos públicos mais presentes nas redes sociais e na internet, a pandemia modificou hábitos de consumo de conteúdo. É o que aponta uma pesquisa realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que investigou o comportamento de pessoas de 16 a 34 anos que residem em de Porto Alegre e na região metropolitana. 

“O consumo de conteúdo, atualmente, ocupa uma parte fundamental no cotidiano das pessoas, especialmente as da faixa etária estudada no projeto, e as mudanças que temos passado em relação a isso são notórias, destaca o professor Ilton Teitelbaum, que orientou a pesquisa. 

Leia também: 73% dos jovens acreditam que a convergência entre virtual e físico é positiva 

A aluna Rita Karasek, uma das responsáveis pelo estudo, ressalta que a investigação contribui para informar sobre as mudanças de forma simultânea à pandemia. “Estamos passando por um momento inédito e histórico para todos e por isso, ainda escasso de pesquisas. A partir dos dados, também podemos entender quais conteúdos estão sendo mais consumidos e como o isolamento está afetando outros pontos, como a saúde mental dos entrevistados. 

Mais conectados, porém seletivos 

De acordo com a pesquisa, mais de 68% dos jovens permanecem conectados de quatro a 12 horas por diae 12% dos entrevistados afirmaram passar mais de 12 horas na internet diariamente. As redes sociais são responsáveis por boa parte desse tempo. Em 2020, o Brasil saltou para a segunda posição ent

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

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re os países com a população que mais acessa esses sites e aplicativos, com média de 3h34min por dia. 

Utilizar a internet para mais finalidades durante a pandemia também contribuiu para o maior consumo de conteúdos digitais. Dados do estudo realizado pela Famecos destacaram que cerca de 71% dos jovens se consideram heavy users, ou seja, usuários muito ativos. Porém, 63% dos entrevistados apontam que gostariam de consumir conteúdo com menor frequência no contexto pós-pandemia. 

A perspectiva, no entanto, é de um aumento constante, com cada vez mais pessoas consumindo uma variedade maior de conteúdos digitais em diferentes formatos. Apesar dessa estimativa de crescimento, o estudo ressalta que produtores e marcas devem pensar estrategicamente no conteúdo que oferecem, pois a tendência é de um público cada vez mais crítico e seletivo. 

“O digital permite escolha. E os algoritmos permitem direcionamento e customização. Isso significa que cada pessoa pode consumir o que deseja e o que gosta, na hora que melhor lhe pareça, onde se sinta mais confortável. Esse é o lado bom. O lado ruim é que isso reforça o comportamento em ilhas, o que forma bolhas e afasta cada vez mais as pessoas do convívio com o contraditório. A não ser que elas desejem e busquem saber o que acontece no mundo dos que pensam diferente delas”, comenta Teitelbaum.    

Domínio do conteúdo audiovisual  

Outra tendência apresentada pela pesquisa é o crescimento no consumo de vídeos, principalmente os de menor duração. O estudo demonstrou que no período de distanciamento social, os vídeos rápidos são o formato de conteúdo mais consumido por quase 45% dos jovens. 

Segundo Teitelbaum, os vídeos rápidos tiveram crescimento durante a pandemia principalmente por serem uma alternativa à tensão do momento. “Uma das maiores realidades da pandemia chama-se TikTok. Ele cresceu justamente por ser ‘democrático’ e servir como um conteúdo mais leve, muito oportuno em um momento de tensão coletiva, analisa.   

Séries, filmes e vídeos também são destaque entre os conteúdos que os entrevistados desejam manter ou aumentar o hábito de consumo após a pandemia. Para atender a essa demanda, o público espera que haja um crescimento da oferta desse tipo de conteúdo entre as opções do mercado. 

Um levantamento realizado durante o estudo apontou que em 2020 o uso da televisão para consumir streaming teve aumento de 33%. A Netflix se destaca dentre as plataformas com maior ascensão, com cerca de 16 milhões novos usuários.  

Multiplicação de lives 

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

Desde o início das medidas de distanciamento social, as lives se multiplicaram como uma alternativa de entretenimento ao vivo. O formato passou a ser um dos principais recursos para que artistas, marcas e produtores de conteúdo mantivessem o contato com o público de forma síncrona. As buscas por conteúdo ao vivo tiveram expansão de mais de 4.900% desde março de 2020. 

A interatividade entre produtores de conteúdo e o público é apontada como um aspecto importante para mais de 90% dos jovens. Os entrevistados acreditam que a construção de uma relação é um diferencial para o sucesso e aproximadamente 54% dos jovens afirmaram que interagem com produtores. 

Saúde mental impacta no consumo 

Uma das razões apontadas pelo estudo para o desejo de consumir menos conteúdo é a preocupação com a saúde mental. Entre os entrevistados, 90% dos jovens afirmaram que a pandemia afetou de alguma forma seu bem-estar emocional e mental 

Apesar do crescimento no consumo de notícias com aumento de 42% nos acessos a sites de informação –, a tendência do público jovem é consumir esse tipo de conteúdo de forma mais superficial e com menor probabilidade de pagar para receber essas informações. 

Entenda mais sobre o estudo 

A pesquisa O Universo do Consumo de Conteúdo contou com pesquisa de dados, etapa qualitativa e etapa quantitativa com mais de 200 respostas. Os dados da etapa quantitativa foram coletados de forma online, por meio de questionário, entre os dias 3 e 18 de novembro de 2020. 

Coordenado pelo professor Ilton Teitelbaum, o estudo foi realizado pelos estudantes Lucas Mucke, Marina Gonçalves, Miguel Bilhar, Nicolas Lima, Patryc Pinto e Rita Karasek. O relatório da pesquisa pode ser conferido neste link. 

Entrevista com o padre Júlio Lancellotti foi realizada no programa Sem Estúdio

Entrevista abordou questões como desigualdade social, pandemia e solidariedade / Foto: Divulgação

O entrevistado no primeiro episódio da nova temporada do Sem Estúdio, programa semanal de entrevistas do Editorial J, laboratório convergente do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, foi o padre Júlio Lancellotti. A entrevista aconteceu na terça-feira, dia 14 de abril, e abordou questões como desigualdade social, pandemia e solidariedade. A entrevista completa pode ser conferida na página de Facebook do Editorial J.

Para o padre, a solidariedade não pode ser pandêmica, ela deve ser endêmica, estando presente sempre. Ela não deve ser apenas pessoal, embora as ações individuais sejam importantes, mas precisaria entrar na estrutura política e econômica. Entretanto, segundo o ativista, nossa estrutura não é solidária. Ao contrário disso, revela o conflito e o descarte de grande parte da população. “Muitas vezes, o que resta para a população de rua é a sobra” afirma Júlio.

Ciência, religiosidade e ajuda ao próximo

Ao ser questionado sobre a relação entre ciência e religião, padre Lancellotti afirmou que ambos são campos do saber distintos que devem ser respeitados e atuar de maneira autônoma. Ele também se posicionou contra o negacionismo e favorável às medidas de proibição de aglomerações em cultos e cerimônias religiosas. Para ele, o essencial no momento é resolver a crise de saúde pública.

Ainda sobre a pandemia, Lancellotti avaliou as condutas do Papa Francisco como essenciais nesse período, tais como se vacinar, colaborar com a ciência, não se opor à Organização Mundial da Saúde, seguir os protocolos de segurança e recentemente ter garantido a vacinação aos moradores de rua da cidade de Roma. “É uma prática religiosa que conversa com o mundo e com a ciência, que se informa. É uma atuação humanizadora e que só agregou nesse momento”, afirma.

O entrevistado ainda deu algumas dicas para quem quer ajudar o próximo através de ações individuais:

Solidariedade e a pandemia

Lancellotti também interagiu com o Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS, que contribuiu com o programa questionando o que pode ser feito para que mais pessoas possam ter seus direitos humanos acolhidos. A resposta foi que não há receitas prontas para solucionar os problemas. Segundo ele, é necessário buscarmos ver a nossa realidade, fazendo uma análise de conjuntura para depois discernirmos qual resposta é possível dar àquela questão levantada inicialmente. Aos participantes, ele sugeriu pesquisar sobre o método ver-julgar-agir, utilizado, até mesmo, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Por fim, em relação às redes sociais, Lancellotti considera ser necessário utilizá-las de maneira a mostrar a realidade, mas dentro de uma lógica de superação. Ele acredita que, muitas vezes, essas plataformas mostram apenas um mundo ideal e é necessário chamar atenção ao real. O entrevistado revelou que está tentando realizar um diário de pandemia, mostrando suas ações durante esse período, em seu perfil do Instagram, principalmente, para deixar claro que o ativismo não fica apenas no discurso, mas vai para a prática.

Você pode acompanhar as próximas entrevistas do programa Sem Estúdio, assim como outros eventos, na agenda da PUCRS e conhecer as ações solidárias realizadas pela Universidade, no site da Pastoral.

Sobre o convidado

Pedagogo e Presbítero católico brasileiro, Júlio Lancellotti exerce a função de Pároco da Paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo. Ativista social e defensor dos direitos humanos, participou da Pastoral da Criança e colaborou na formação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Como Vigário Episcopal da Arquidiocese de São Paulo, está à frente de diversos projetos municipais de atendimento à população carente, como o programa A Gente na Rua.

Além disso, a ação do padre em relação aos blocos de concreto em São Paulo inspirou um projeto de lei que vai contra a “arquitetura hostil”. Aprovada pelo Plenário do Senado, a lei denominada “Lei Padre Júlio Lancellotti” exibe um posicionamento contrário às intervenções públicas urbanas que permitem apropriação de espaços da cidade.

Sobre o programa

O programa Sem Estúdio já teve duas temporadas: na primeira, a pauta foi o Jornalismo em tempos de pandemia e entre os entrevistados estão Isabel Vincent (New York Post), José Roberto de Toledo (Revista Piauí) e Andrei Netto (Headline News). Já a temporada mais recente tratou da temática Direitos Humanos e recebeu, nomes como, Preto Zezé (presidente da CUFA), Ailton Krenak (líder indígena) e Míriam Leitão (jornalista da Globonews). Todas as entrevistas estão disponíveis para serem assistidas no Facebook do J e no canal do YouTube.

A terceira temporada, que iniciou com a entrevista do padre Júlio Lancelotti, tem como tema Cidadania e, em razão dos dez anos do Editorial, que serão completados neste ano, contará com a participação de ex-alunos que participaram do laboratório. As entrevistas ocorrem semanalmente, nas terças-feiras e são transmitidas, ao vivo, pelo Facebook.

Há nove anos, o Editorial J recebe estagiários e alunos voluntários dos mais variados semestres, que produzem, diariamente, conteúdos em diversas linguagens e plataformas. Neste período, o grupo já conquistou 27 prêmios de jornalismo regionais e nacionais. A produção pode ser encontrada no site e nas redes do @editorialj.

Leia também: Publicação internacional discute a crescente tensão social e o respeito à diversidade

Confira oficinas gratuitas de comunicação para fazer em janeiroEntre os dias 18 e 25 de janeiro, o curso de Relações Públicas da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos) promoverá diferentes oficinas de verão. As atividades são gratuitas e não é necessário ser estudante do curso para participar.

As temáticas envolvem desafios relevantes nas áreas de relações públicas e comunicação organizacional e são uma ótima forma de complementar os conteúdos estudados ao longo do ano letivo. Saiba mais sobre cada uma das atividades:

Precificando seu serviço

18, 19 e 25 de janeiro, das 18h15 às 19h30min | Acesse pelo Zoom

Aprenda a analisar a formulação da política de preços, considerados seus aspectos mercadológicos e financeiros; entenda como diferenciar “quanto custa” e “quanto vale” o seu serviço; orientações de como posicionar o preço para obter os melhores resultados em lucro, demanda e, consequentemente, volume de vendas.

Ministrante: Daiane Pagnussatt é administradora de empresas pela UFRGS, mestre em Administração de Empresas pela PUCRS e especialista em Gestão de Negócios Internacionais pelo IAE de Grenoble e em Gestão de Desenvolvimento de Produtos pela UFTPR.

Atendimento ao cliente: crise e gestão em tempos de pandemia

19 de janeiro, das 14h às 16h | Acesse pelo Zoom

A oficina se propõe a apresentar o estudo de caso da reabertura dos monumentos históricos na organização Historic Environment Scotland após lockdown; promover conhecimento através do compartilhamento das melhores práticas de atendimento ao cliente; e conscientizar sobre a importância da comunicação e atendimento ao cliente nos momentos de crise.

Ministrante: Mariana Sandini é administradora, pós-graduada em Planejamento em Comunicação e em Gestão de Crises de Imagem pela PUCRS e apaixonada por histórias e atendimento ao cliente. Atualmente, atua como gerente dos monumentos históricos de Dryburgh e Jedburgh Abbey na Escócia, trabalhando para a organização escocesa Historic Environment Scotland.

Conteúdo e SEO: do iniciante à primeira posição do Google

20 e 21 de janeiro, das 18h às 19h30min | Acesse pelo Zoom

O objetivo da atividade é ensinar a teoria sobre o que é SEO, aplicação e importância; demonstrar como se produz conteúdos com boas performances no Google; e mostrar como o inbound marketing alinhado a SEO pode gerar resultados para um negócio.

Ministrantes: Luana Girardi é formada em Relações Públicas e mestre em Comunicação pela PUCRS. Especialista em produção de conteúdo para web, trabalha com Marketing de Digital há mais de seis anos, direcionado principalmente ao desenvolvimento de conteúdos para mídias sociais, blogs e YouTube. E Rafaella Tedesco é graduada em Relações Públicas pela PUCRS e está cursando MBA em Negócios Digitais pela UP. Possui experiência em comunicação, marketing digital, inbound marketing, conteúdo orientado a SEO, gestão de projetos e relacionamento com os diversos públicos e gerenciamento de projetos de SEO para grandes marcar.

Estude comunicação na melhor

A Famecos foi criada com a finalidade de aproximar diferentes saberes na área da Comunicação, oportunizando maior interação e conhecimento. Aqui você encontrará os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Produção Audiovisual e Design de Comunicação e Design de Produto. Gostou? Então assista e se surpreenda com a infraestrutura, tecnologia e qualidade da Escola:

O projeto Mask Case surgiu do desafio de encontrar soluções para problemas cotidianos relacionados à COVID-19. Utilizando a metodologia Human Centered Design, os alunos Gabriel Caprara, Matheus Mengue, Micael Just, Pedro Munhoz, Renan Capitão e Rodrigo Martins Costa identificaram a dificuldade em guardar máscaras durante o dia a dia em atividades como se alimentar em um restaurante. Por isso, decidiram criar um compartimento para máscaras que possibilitasse seu armazenamento sem contaminá-la, evitando encostar a parte frontal com a traseira do EPI.

Além disso, como explica a professora Silvia Dapper, uma das orientadoras do projeto, o trabalho visa trazer outros benefícios à sociedade. O Mask Case foi desenvolvido no formato Open Source, ou seja, está disponível em código aberto, sem propriedade intelectual, para os indivíduos que desejarem produzir seu próprio compartimento de máscara. Além disso, a comercialização é possível para gerar renda aos indivíduos afetados economicamente pela pandemia. Para a confecção do objeto, é necessário apenas imprimi-lo em uma impressora 3D. “Pode parecer algo difícil, mas várias empresas já têm uma impressora dessas e você pode pedir para que alguma delas realize essa impressão para você”,  acrescenta Silvia.

Sobre o projeto ter sido premiado pelo Prêmio Bonancini de Design, um dos mais importantes na área, Silvia afirma que esse reconhecimento serve não apenas para promoção do curso e para mostrar ao grande público o trabalho de excelência desenvolvido pela PUCRS, mas também para que os alunos vejam o quanto o trabalho deles é bom e significativo, auxiliando no desenvolvimento de autoestima para mostrar seus projetos à sociedade.

Novas soluções tecnológicas

Alunos do curso de Design apresentam soluções inovadoras para problemas contemporâneos

Nort – Monitoramento e Suporte Aéreo / Foto: Divulgação

Já na disciplina Laboratório Interdisciplinar de Design IV, o desafio era encontrar problemas que pudessem ser solucionados com o uso de drones, uma vez que participaria dos projetos a empresa MHR, instalada no Tecnopuc, que possui essa tecnologia. Foi assim que surgiu o “Nort – Monitoramento e Suporte Aéreo”, trabalho do grupo formado por Gabriel Alves Martins, Jennifer Costi, Leonardo Pechansky, Letícia da Costa, Rodrigo Martins Costa e Vinicius Stabile que planeja auxiliar nos primeiros socorros e na resolução de problemas mecânicos nas rodovias.

O projeto Nort conta com os seguintes elementos: um aplicativo mobile, para realizar chamadas de emergência e solucionar problemas simples; um sistema de gerenciamento, para controlar e monitorar as rodovias; postos de SOS, localizados ao longo dos acostamentos com equipamentos para procedimentos simples e câmeras para o monitoramento das rodovias; e drones, que são armazenados nos postos de SOS e transportam um kit de primeiros-socorros em casos de emergências. Como conta o professor Stefan Von der Heyde, orientador do grupo, todas as etapas foram realizadas pelos alunos.

Sobre “tirar a ideia do papel”, Stefan afirmou que com certeza o grupo pensa nisso, visto que é uma solução viável para um problema real, ainda acrescentou que “a ideia do curso de Design da PUCRS é ter relação com algo prático/real/tangível e, justamente por isso, o curso realiza parcerias com empresas desde o primeiro semestre”.

Inovando em meio à pandemia

Ainda, sobre as dificuldades impostas pela COVID-19, o orientador afirmou que foi uma oportunidade para que os alunos desenvolvessem prototipagens 3D, ao invés das físicas, entregando esses materiais com qualidade. Além disso, considerou que é importante agir diante das adversidades como a pandemia e, também, os problemas de trânsito, criando soluções inovadoras como a proposta pelo grupo.

Vinicius Mano, professor da PUCRS que auxiliou Stefan na orientação do grupo, destaca a relevância do projeto que, segundo ele, está na importância das rodovias, as quais são extremamente utilizadas e “movimentam o País”. Portanto, é necessário atentar para os problemas nesses locais.

O projeto Mask Case foi vencedor na categoria Ação Covid-19 na 8ª edição do Prêmio Bornancini de Design, enquanto o trabalho Nort foi premiado além de na categoria Estudante do mesmo prêmio, no Brasil Design Awards, como Design de Produto – Máquinas, Eletrônicos e Tecnologia.

Leia também: Alunos do curso de Design criam produtos reais a partir de materiais reutilizáveis

Durante a pandemia provocada pela Covid-19, diversas atividades presenciais tiveram de ser interrompidas. O distanciamento social exigiu a adaptação em muitas áreas, entre elas o jornalismo. Diante desse novo contexto, o Editorial J, o Laboratório de Jornalismo Convergente do Curso de Jornalismo da Escola de Comunicação Artes e Design – Famecos da PUCRS, adaptou suas produções para o modelo online.

Leia também: Famecos cria serviço de curadoria de conteúdos sobre a Covid-19

A experiência do J com o ensino e a prática do jornalismo em vídeo será apresentada durante a mesa Produção e circulação de vídeos: estratégias de ensino do telejornalismo na pandemia no IV Fórum de Rádios e TVs Universitárias. O evento integra a programação do 43° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação acontece na próxima segunda-feira, 7 de dezembro.

Programa Sem Estúdio 

Produzido por estudantes de Jornalismo da Famecos integrantes do Editorial J, o programa de entrevistas Sem Estúdio estreou no dia 15 de abril. No formato de um bloco único, o programa é transmitido pelo Facebook semanalmente e está em sua segunda temporadaCada programa alcança, em média, duas mil e quinhentas pessoas. Além disso, o volume de usuários que de alguma forma interagem com o programa (taxa de engajamento) chega a 13%, o dobro da média mundial. 

Entre os entrevistados já estiveram os jornalistas Miriam Leitão (O Globo), Pedro Dória (O Globo, O Estado de S. Paulo e CBN), Marcelo Cosme (GloboNews), José Roberto Toledo (Revista Piauí), Cecília Olliveira (The Intercept Brasil)Isabel Vicent (New York Post), Marcelo Canellas (Rede Globo) e Núria Saldanha (CNN Brasil). 

Além de jornalistas, também foram entrevistadas personalidades de diversas áreas, que debateram importantes temas. Recentemente estiveram no Sem Estúdio a diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck; a diretora do Médicos Sem Fronteiras Brasil, Ana de Lemos; o ex-diretor do Inpe, Ricardo Galvão; e Ailton Krenak, liderança do movimento indígena brasileiro.  

O programa ainda promoveu a integração entre estudantes de Jornalismo da PUCRS e de outras universidades. Participaram como convidados alunos e alunas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro – Paraná), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Números expressivos 

Tradição e pioneirismo 

O Editorial J iniciou suas atividades em agosto de 2011, portanto, há nove anos. É importante lembrar que o J é herdeiro de uma longa tradição. O curso de Jornalismo da PUCRS foi o primeiro do sul do país e o terceiro a ser implantado em todo o Brasil. 

A partir da convergência, o laboratório propôs uma nova organização para a redação, com cinco núcleos de produção: áudio, vídeo, fotografia, texto e digital. O Editorial J recebe estudantes matriculados na disciplina de estágio curricular, bolsistas de iniciação científica e abriu espaço para voluntários, interessados em praticar jornalismo em todas as suas possibilidades de linguagens e plataformas. 

Em nove anos de atividade, o Editorial J já conquistou 27 prêmios de jornalismo entre regionais e nacionais. Destaque para o Prêmio Ari de Jornalismo, Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo e o Prêmio José Lutzenberg de Jornalismo Ambiental, todos conquistados mais de uma vez. Isso faz que os alunos e alunas enxerguem o Editorial J como um espaço de prática, aprendizado e, inclusive, construção de portfólio.

Leia também: Em nove anos, Editorial J já foi espaço de prática para mais de 350 jornalistas

Encontros Plurais: Bom dia, Verônica | Com as atrizes Tainá Müller e Elisa VolpattoO primeiro evento da série Encontros Plurais debaterá sobre a série Bom Dia, Verônica e os assuntos que a constituem, com a presença das atrizes Tainá Müller e Elisa Volpatto. O encontro acontece nesta sexta-feira, 4 de dezembro, das 18h30 às 20h, e é promovido pelo comitê Teccine Plural. Para participar, clique neste link.

O objetivo do projeto é promover a interação da comunidade acadêmica com diversos profissionais do meio audiovisual. Tendo como prioridade a pluralidade de visões, as conversas visam abordar temas urgentes à evolução da sociedade, que há muito tempo já deveriam ter sido elucidados.

Sinopse da série

Verônica Torres trabalha como escrivã na Delegacia de Homicídios de São Paulo. Após presenciar um suicídio, ela decide investigar por conta própria dois casos esquecidos envolvendo mulheres agredidas. Durante a busca, acontecimentos absurdos vem à tona e constata-se que o poder sempre esteve nas mãos erradas.

Sobre as convidadas

Tainá Müller é uma atriz, apresentadora e modelo gaúcha, formada em Jornalismo pela PUCRS. Estreou no cinema com “Cão sem Dono” e fez diversas novelas da Globo, tendo destaque como Marina Meirelles de Em Família. Em 2020, aparece nas telas como protagonista da nova série brasileira da Netflix, Bom Dia, Verônica, que alcançou sucesso não só no Brasil como em outros países também.

Elisa Volpatto é uma atriz gaúcha que começou a trabalhar com audiovisual na minissérie A Ferro e Fogo – Tempo de Solidão, da RBS TV. Atuou em Rummikub, curta-metragem da Casa de Cinema de Porto Alegre, e protagonizou a série Mulher de Fases da HBO. Também participou da série “Doce de Mãe” e atualmente compõe o elenco de Bom Dia, Verônica.

Estude Comunicação na PUCRS: Famecos, uma Escola para quem quer criar novas narrativas

Foto: Zen Chung

Em uma época onde todo mundo pode produzir conteúdo, o papel de profissionais da Comunicação se faz ainda mais importante. Essa também é uma área com previsão de crescimento: das 15 profissões mais promissoras de 2020, duas eram relacionadas ao setor, segundo uma pesquisa realizada pelo LinkedIn. Estude na PUCRS e comece sua trajetória profissional do jeito certo: escolhendo a melhor. Inscreva-se neste link para o Vestibular 2021 ou aproveite a sua nota do Enem para ingressar na Universidade. 

Na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos você pode escolher entre as graduações em Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Design de Comunicação e Design de Produto e Produção Audiovisual. Como a área da Comunicação é muito dinâmica e em constante transformação, as metodologias e práticas propostas dentro e fora de sala de aula acompanham esse movimento.  

Os alunos e alunas são preparados para o mercado de trabalho desde o primeiro semestre, com incentivo ao desenvolvimento de projetos e cases reais que, inclusive, são reconhecidos por frequentemente ganharem prêmios locais e nacionais. Confira destaques recentes: 

Na PUCRS se aprende fazendo 

Apesar da teoria ser parte essencial e presente nos currículos dos cursos da Famecos, nas aulas se aprende muito praticando. Você irá elaborar narrativas multiplataformas, ou seja: conteúdos pensados para todos os canais e novas formas de se comunicar que possam surgir. 

No curso de Produção Audiovisual, por exemplo, cada turma produz 24 filmes e vídeos. E cada estudante participará de, no mínimo, cinco produções. 

Quer saber mais? Inscreva-se aqui para o Vestibular 2021 e venha descobrir com a gente novas formas de comunicar, inovar e mudar o mundo com novas histórias. 

No próximo domingo, dia 15 de novembro, estudantes Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS realizarão a cobertura jornalística das eleições municipais. Desde 2012 o Editorial J, Laboratório de Jornalismo Convergente do curso de Jornalismo, realiza a cobertura com serviços, entrevistas e informações sobre a apuração dos votos. Neste ano, em razão da pandemia da Covid-19, o formato foi adaptado. 

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“Entre as funções do jornalismo estão o compromisso com a democracia, com os direitos humanos e com a construção da cidadania. A inserção de estudantes nessa experiência de cobertura eleitoral também possui um caráter pedagógico e estimula a reflexão sobre a importância envolvimento nesse processo democrático”, destaca o professor Fábio Canatta, coordenador do Editorial J 

A cobertura promovida pelo J ocorrerá de forma colaborativa pelas redes sociais e pode ser acompanhada pelo FacebookInstagramTwitter e pela #votoJ. Quem desejar contribuir com a cobertura também pode utilizar hashtag para compartilhar registros e informações. 

Alunos e alunas farão a apuração das informações respeitando as medidas de distanciamento socialAlém do acompanhamento dos votos em Porto Alegre, a cobertura também contará com notícias sobre as eleições em diversas cidades do Estado, com a participação dos alumni PUCRS que já passaram pelo Editorial J. 

Uma edição especial do programa de entrevistas Sem Estúdio acontecerá ao vivo no fim da tarde do domingo, pelo Facebook. 

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Sobre o Editorial J 

Laboratório de jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que trabalha na produção de conteúdo multimídia envolvendo docentes e alunos/as. O ritmo de produção é diário e, em parte, repete a rotina de uma redação jornalística profissional, em seus processos, prazos e hierarquias. Ao mesmo tempo, promovendo a experiência de novos fluxos e modelos de trabalho em um âmbito de redação jornalística convergente.  

Oferece aos estudantes a experiência de produção jornalística priorizando o conteúdo e propondo a permanente reflexão sobre os processos produtivos do jornalismo. Simultaneamente, permite que experimentem, a partir de uma discussão permanente, o cenário da comunicação em rede e da convergência entre as mídias. 

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Foto: Pixabay

A convergência do meio virtual com o físico é mais positiva do que negativa para 73% dos jovens entrevistados. É o que aponta um levantamento da PUCRS que busca entender e compreender o comportamento e as influências da Geração Z (nascidos entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010). O estudo foi desenvolvido pelo Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da Universidade. A pesquisa completa pode ser conferida neste link.        

Com a coleta de dados realizada durante os meses de junho e julho, o levantamento foi elaborado por meio de uma pesquisa qualitativa com especialistas que lidam com o meio digital e jovens. Também foi elaborado um questionário de autopreenchimento, com a participação de 203 pessoas entre 18 a 25 anos residentes na Região Metropolitana de Porto Alegre.          

“O fato é que não faz mais sentido falar em real e virtual, pois o virtual e online não só é real, como cada vez mais ocupa o mesmo espaço e o mesmo tempo do que é físico e offline na vida das pessoas. Não é mais uma coexistência, é uma crescente intersecção”, destaca Ilton Teitelbaum, orientador do estudo e professor da PUCRS. Este levantamento teve o envolvimento das alunas Clarice Azevedo, Ellen Hainzenreder e Lívia Martin. “A familiarização com o mundo digital torna tudo mais natural e a Geração Z acredita que a intersecção é uma tendência do futuro, mas, na verdade, já estamos vivendo o futuro agora mesmo”, salienta Marina Gambim, estudante da Universidade e integrante do estudo.          

Foto: Piqsels

Jovens e as relações com meios virtuais e físicos          

Dos exemplos de convergência apresentados, os jovens se identificam mais com aplicativos de compra online (62%), figurinhas no WhatsApp (57%) e filtros no Instagram (55%). Também foram mencionados aplicativos como PicPay, QR Code, realidade virtual e o jogo Pokémon Go.          

O ranking das mídias sociais mais utilizadas coloca, em primeiro lugar, Whatsapp; seguido por Instagram, Youtube, Twitter e Facebook. O motivo de preferência por estas mídias sociais se deve ao fato de não apresentarem tantas críticas ou conflitos entre as pessoas.          

58% dos entrevistados acreditam que o tempo que passam em mídias sociais é mais benéfico que maléfico. As principais razões são que se aproximam das pessoas e aceleram os processos do dia a dia. Dos que acreditam ser maléfico, os motivos para isso são a sensação de que elas ocupam muito tempo do dia (64%), distraem das responsabilidades (68%) e isso os tornam menos produtivos (82%); além da crença de que é um mundo tóxico e cheio de críticas.          

Muitos jovens afirmaram seguir influenciadores, mas o número não foi tão relevante. A maioria das mulheres segue de 11 a 50 influenciadores, enquanto os homens até 10 perfis. Em algum momento, 88% dos entrevistados se sentem influenciados para comprar algum produto ou serviço, apesar de terem afirmado seguir poucos influenciadores, o poder de influência é considerado alto. Os segmentos de influenciadores mais seguidos são Moda (49%), Música (43%), Comédia (40%) e Lifestyle (40%).          

Quanto aos hábitos de mídia onde os jovens buscam informações, estão os sites de notícias (81%) e redes sociais (74%). Em relação ao consumo de audiovisual, a TV a cabo tem apenas 25%, perdendo para plataformas de streaming como Netflix (97%) e Amazon Prime (35%).        

Foto: Pixabay

Indicadores para implicações mercadológicas      

Com base nos resultados deste estudo com a Geração Z, a equipe da PUCRS elaborou alguns indicadores mercadológicos. Um dos apontamentos é de que se a empresa quiser atingir esses clientes, caso o negócio seja totalmente presencial, é preciso ativá-lo no modo virtual.      

É necessário que o mercado perceba que para conversar com essas pessoas é preciso utilizar a linguagem as quais são usadas nas redes sociais. Quanto aos influenciadores digitais, por mais que os jovens pensem que não são influenciados, as suas ações acabam dizendo o contrário. Os influenciadores são uma ótima opção para ampliar o conhecimento do serviço e vender um produto.   

As mídias sociais são o segundo meio mais escolhido pelos jovens para se atualizar das notícias, porém essas também são grandes alvos de divulgação das fake news. Como estão sendo criados mecanismos para evitar esse tipo de propagação de conteúdo, essa ferramenta é uma oportunidade de mercado interessante e de bom uso para a sociedade.      

A intersecção do virtual e do físico já acontece e a tendência é só aumentar. Por mais que os jovens possam parecer um pouco relutantes em relação a isso, eles reconhecem que a tecnologia somente tem a crescer e que é dever, como cidadãos, como mercado, se adaptar a ela e continuar se adequando às mudanças e inovações da sociedade atual.