Primeira turma do Jornalismo 1954

Primeira turma formada no curso de Jornalismo, em 1954 / Foto: Delfos/PUCRS

Com início em março de 1952, a graduação em Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos carrega uma história pioneira e de excelência na área. Primeiro do Sul do País e terceiro do Brasil, o curso completa 70 anos em 2022, tendo formado mais de 6,5 mil alunos e alunas. Muitos destes construíram trajetórias de nível nacional e internacional, prestando contribuições à área e destacando a importância da profissão à sociedade.

Em comemoração ao momento histórico, uma série de atividades estão previstas ao longo do ano. A programação contempla compartilhamento da trajetória de egressos, palestras, oportunidades de aproximação de estudantes com o mercado de trabalho e produções de materiais especiais.

O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, destaca que os 70 anos também são um momento de celebrar todas e todos que fazem parte da história do curso. “Histórias têm muita força, basta que prestemos atenção. Se olharmos para a nossa, podemos dizer que estamos celebrando estudantes, docentes, técnicos e profissionais que, mesmo após anos de formados, nos reconhecem como sua casa. Estamos celebrando a consistência de um curso que já passou por inúmeros momentos históricos e realizou os sonhos de milhares de pessoas que fazem e fizeram parte disso tudo ao longo dos anos”.

Ele também reafirma os compromissos assumidos ao longo de sete décadas: com a formação de excelência; com a educação; com a informação; com a apuração; com a democracia; com a verdade; com a ética; e com as pessoas.

Para a decana da Famecos, professora Rosângela Florczak, a data reflete a missão incorporada por docentes, estudantes e profissionais formados pelo curso.

Famecos

Estudantes do curso de Jornalismo da Famecos em 1981 / Foto: Delfos/PUCRS

“Celebrar sete décadas de um curso que forma profissionais de jornalismo para todo o Brasil é, sim, motivo de festa, mas acima de tudo, é motivo para parar e olhar a responsabilidade que temos como Escola e como Universidade e (re)pensar, profundamente, no papel social da profissão. Vivemos tempos complexos neste trecho da história da humanidade, que está sendo marcado por uma pandemia mundial e por guerras nas trincheiras físicas, no ciberespaço e nas relações cotidianas. Diante do cenário conturbado, o compromisso do jornalismo torna-se explícito e fundamental”, comenta Rosângela.

Coordenador do curso, o professor Fábian Chelkanoff ressalta as transformações vividas pela comunicação nestes 70 anos: “Vimos e mostramos tudo que aconteceu. Convivemos na prática com as revoluções da comunicação. Vimos e vivemos a chegada da internet, a maior de todas as revoluções. Tivemos de refazer nossa forma de entender o jornalismo”. O professor salienta que a data serve para reforçar a responsabilidade com a formação de profissionais comprometidos com a ética e com as pessoas.

Laboratórios proporcionam experiência na prática

Lançado em 2011, o Editorial J, laboratório de Jornalismo da Famecos, já contribuiu com a formação de mais de 350 jornalistas. Reconhecido no Estado e no País, o J já conquistou mais de 27 prêmios de jornalismo regionais e nacionais e une estagiários/as e voluntários/as de diferentes semestres para produzirem conteúdos em diversas linguagens e plataformas.

Desde o início do primeiro semestre letivo de 2022, o Editorial J firmou uma parceria com o Sul21, veículo de jornalismo independente de Porto Alegre, para a produção de reportagens sobre mobilidade urbana. As matérias produzidas pelos estudantes integrantes do J começarão a ser publicadas no jornal a partir desta semana.

O coordenador do curso acredita que a oportunidade de aprender de forma prática é fundamental no aprendizado. “Escrever com professores junto, conviver com jornalistas do mercado, fazer o seu texto circular e depois publicar para que o público inteiro leia, eu acho que isso é uma diferença brutal”, destaca Chelkanoff.

ano eleitoral

Rosângela Florczak, decana da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos / Foto: Camila Cunha

O ano de 2022 será marcado pela disputa política em torno das eleições que definirão os representantes da população nos níveis estadual e federal. Esse momento, marcado de incertezas, traz riscos à economia e à estabilidade social, o que pode ser prejudicial para as empresas. Por isso, nesta entrevista, a professora Rosângela Florczak, recém-nomeada decana da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, explica como a comunicação pode ser uma aliada das organizações durante o pleito.  

As eleições de 2018 foram marcadas por uma grande polarização e esse cenário deve se repetir no próximo pleito. De que forma isso afeta as organizações?  

Rosângela: As pessoas vivem em um ambiente midiatizado. Então elas extrapolam o seu viver presencial e publicam os seus posicionamentos o tempo todo em todas as dimensões de suas vidas, inclusive nas suas escolhas diante de uma disputa político-partidária como a que nós vamos viver neste ano. As organizações precisam estar muito atentas, porque o distanciamento entre público e privado se diluiu com as redes sociais e elas abrigam pessoas que possuem posicionamentos distintos. Isso pode fazer com que as situações de conflito se intensifiquem, pois até pequenas diferenças do cotidiano, quando chegam ao ambiente midiático, se conectam com o sentimento de outras pessoas, potencializando o que eu chamo de emoção pública. Nesse contexto, a vigilância que é exercida nesse ambiente pode se voltar contra a organização. Além disso, conteúdos publicados pelas organizações podem ser mal utilizados de forma intencional por internautas para promover determinados posicionamentos políticos.  

Existe alguma forma de prever quais são as possíveis crises que podem derivar desses conflitos? 

Rosângela: Sim, é fundamental que a empresa faça uma matriz de riscos reputacionais. Esse tema ainda é novo no Brasil e começou a ser discutido de forma mais intensa desde que a bolsa de valores passou a utilizar um indicador chamado rep risk, que impacta diretamente no valor das ações de uma companhia. Apesar de estarmos falando, nesse caso, de empresas de capital aberto, a análise desses riscos é válida para organizações de todos os setores. Para 2022, especialistas enxergam como riscos mais prováveis os conflitos relacionados à discriminação e ao preconceito. Eu colocaria, ainda, em uma matriz de riscos os conflitos decorrentes de diferenças de posicionamento em relação a causas sociais, os que ocorrem entre colaboradores e os gerados pela incoerência entre o discurso de uma organização e as suas práticas. Publicações relacionadas a alguns temas sensíveis e investimentos que podem ser questionados são também ocasiões em que podem surgir crises. O grande segredo para as organizações é a prevenção de crises, pois, quando elas acontecem, existem diversas consequências.  

Cada vez mais as marcas são cobradas para se posicionarem sobre determinados assuntos, como questões ligadas ao meio ambiente e à diversidade, por exemplo. Qual a melhor forma de realizar esses posicionamentos em ano eleitoral sem entrar em disputas político-partidárias? 

Rosângela: É muito importante que a marca faça seus conteúdos de ativismo e de posicionamento a partir da sua identidade. Nesse ponto, a recomendação é de que exista um alinhamento público entre identidade, práticas e comunicação. O que eu estou dizendo que eu faço, eu faço efetivamente? é uma pergunta que deve estar no dia a dia das organizações. O grande problema é quando se realiza o que denominamos social washing, ou seja, quando a organização adota uma causa para agradar o seu público, mas não realiza práticas efetivas em prol dela. Isso não é válido apenas para anos eleitorais, nos quais existe maior risco, mas em todos os momentos, porque essa é uma realidade da vida das organizações em um mundo midiatizado.  

ano eleitoral

Foto: Nelson Jr/ASICS/TSE

Um bom posicionamento de marca junto às redes sociais pode prevenir eventuais crises relacionadas a posicionamentos políticos dos colaboradores de uma organização? 

Rosângela: Sem dúvidas, esse posicionamento alinhado entre comunicação, identidade e práticas eu compreendo como um escudo para a reputação de uma marca ou de uma organização. No momento em que acontecem os ataques, as empresas devem estar preparadas para sustentar os seus posicionamentos, isso dá trabalho, mas é a melhor saída. As crises são prevenidas quando a organização assume claramente o que ela é. Atualmente, as marcas não possuem mais unanimidade, é impossível agradar a todos e as organizações precisarão saber conviver e dialogar em momentos que não são totalmente favoráveis a elas.  

Por que as marcas devem investir em comunicação em 2022? 

Rosângela: Mais do que nunca as marcas devem fazer esse investimento, mas não só para uma uma comunicação mais espetacularizada, autoelogiosa e que fala bem de si mesma e, sim, em uma comunicação efetiva, que engaje pessoas em causas e em novas perspectivas, que seja um espaço de formação de consciência. Eu acredito que a comunicação tem essa potência, de realmente transformar a vida das pessoas. Hoje, as marcas podem formar verdadeiras comunidades em torno de temas de interesse e isso é possível através da comunicação. Isso possibilita diversos ganhos para as marcas.  

Em 2022, a Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS lançou seu mais novo curso, o tecnólogo em Comunicação Empresarial. Conforme exposto por Rosângela, esse ramo é fundamental para as empresas, ainda mais em um ambiente midiatizado, o que já é uma realidade. As inscrições para esse curso estão abertas no Vestibular Complementar, inscreva-se! 

Leia também: Comunicação Empresarial: novo curso da PUCRS está alinhado com o futuro do trabalho 

como fazer uma reportagemConhecer os segredos de como fazer uma boa reportagem em vídeo é essencial para todos que atuam na área de Comunicação. Com as novas mídias, tornou-se necessário se adaptar também aos novos formatos. Pensando em proporcionar a troca de conhecimentos com profissionais que já estão no mercado de trabalho, a PUCRS lançou um novo curso de extensão 100% online, que será ministrado pelo jornalista Flávio Lampert Fachel, que está entre os apresentadores do Jornal Nacional, e pelo professor Carlos Alberto de Vargas Kober, idealizador de projetos jornalísticos e de entretenimento para as principais emissoras do País.

Além das aulas, o curso Técnicas e Práticas de Reportagem para as Novas Mídias possui como diferencial a possibilidade de participar de mentorias com o professor Kober. Esses encontros terão duas horas de duração e acontecerão em grupos de cinco pessoas, devendo ser previamente agendados. Essa é uma excelente oportunidade de dialogar com profissionais que se destacam no ramo jornalístico e conhecer os atalhos de quem vive a prática do jornalismo em grandes redações.

Voltado a ensinar os segredos da reportagem em vídeo para as novas mídias e focado em telejornalismo, o curso terá como trabalho final a produção de um vídeo exclusivo, com edição profissional e que poderá integrar o portfólio do aluno. Os temas a serem trabalhados são:

É necessário realizar inscrição para participar, pois as vagas são limitadas. O investimento varia de acordo com a categoria de inscrição de cada público, podendo ser conferida no site do evento. As aulas acontecerão entre os dias 12 de março e 4 de abril, nos sábados, das 14h às 17h. As mentorias, por sua vez, serão realizadas nas quintas e sextas-feiras, das 20h às 22h, de 17/3 a 1º de abril.

Ao final do curso, será concedido um certificado de 14h aos participantes, que podem aproveitá-lo na graduação como horas complementares e, também, inseri-lo no seu currículo.

Quem ensinará os segredos de uma boa reportagem em vídeo?

Flávio Lampert Fachel é jornalista, apresentador e editor-executivo do Bom Dia Rio, telejornal exibido pela Rede Globo. Além disso, desde 2019 faz parte do rodízio de apresentadores do Jornal Nacional. Em 2001, conquistou o 1º Prêmio Esso de Telejornalismo, tendo trabalhado como repórter na Rede Globo e no Globo Repórter. Em 2010, o jornalista foi convidado para trabalhar como correspondente internacional da Rede Globo de Televisão, em Nova Iorque, por dois anos, cobrindo notícias políticas internacionais, descobertas científicas, assuntos de comportamento e demais fatos de destaque. Ao retornar ao Brasil, voltou a trabalhar como repórter especial no Rio de Janeiro. Para conhecer melhor o trabalho de Fachel, confira o perfil do jornalista no LinkedIn.

Carlos Alberto de Vargas Kober é professor universitário, diretor artístico, jornalista e publicitário, com 40 anos de atividades desenvolvidas em vários estados brasileiros. Ele é especialista em novos formatos, linguagens e em transmissões de grandes eventos. Sua experiência é vasta em projetos jornalísticos, de entretenimento e de informação, tendo trabalhado nas principais emissoras do País. Ele esteve em frente a projetos de comunicação como o Rock In Rio, Free Jazz Festival, Domingão do Faustão, Videoshow, Criança Esperança, Bem Brasil, Heineken Concerts, Viola Minha Viola, Castelo Rá Tim Bum, documentários e especiais musicais de todos os tipos e formatos. Para saber mais, confira o perfil do professor no LinkedIn.

Ambos são formados em Jornalismo pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.

obras da Edipucrs

Editorial J se une à Rede Nacional de Combate à Desinformação / Foto: Camila Cunha

O Editorial J, Laboratório de Jornalismo Convergente do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos, agora faz parte do grupo de mais de 100 projetos que formam a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD). Lançada no final de 2020, a iniciativa reúne jornalistas, pesquisadores, agências, coletivos, movimentos sociais, revistas, instituições e participantes independentes que apoiam o combate à desinformação, especialmente durante a pandemia da Covid-19.  

O propósito da organização é fomentar o trabalho coletivo para dar maior visibilidade a cada projeto e criar uma onda contra a disseminação de notícias e informações falsas. Assim, se propõe a promover uma comunicação mais ética e responsável, contribuindo para o letramento midiático. Um dos fatores que reforçam a importância da iniciativa é a grande disponibilidade de informações na internet, que leva pessoas a acreditarem e compartilharem informações falsas ou enganosas.  

Segundo uma pesquisa divulgada no começo de 2020 pela empresa de cibersegurança Kaspersky, 62% da população brasileira não sabe reconhecer uma notícia falsa. O problema não é uma exclusividade do País, atingindo também 70% das pessoas na América Latina, de forma geral. 

Ana Regina Rêgo, idealizadora do projeto, explica que um dos focos de atuação da RNCD se dá por meio da convergência de produções em diferentes áreas do conhecimento e estados brasileiros: 

“Construir o diálogo entre essas áreas transforma a informação em conhecimento”.

O Editorial J no combate à desinformação  

O Editorial J atua abordando temas de diferentes áreas, como política, educação e cidadania. Por meio da JNews, uma newsletter enviada via WhatsApp com curadoria das principais notícias da semana veiculadas à vacinação, fornece dados atualizados sobre a imunização contra a Covid-19 (inscreva-se aqui). Outra iniciativa que retrata o cenário pandêmico é o Contato Direto, uma thread semanal que dá voz aos profissionais de saúde que atuam em diferentes frentes do combate ao coronavírus. Juntam-se a essas iniciativas opodcast Aspectos e Examina e o programa de entrevistas ao vivo Sem Estúdio 

Fábio Canatta, coordenador do projeto, destaca que a parceria pode ampliar o alcance do trabalho realizado por estudantes que atuam no J: “É um compromisso social deles com o público, combatendo à desinformação, que nos dias atuais, também é uma ameaça à saúde”. 

RNCD promove o acesso à informação confiável 

Editorial J passa a integrar a Rede Nacional de Combate à Desinformação - O Laboratório de Jornalismo Convergente da Famecos oficializou a sua adesão ao projeto que incentiva a valorização e a credibilidade da mídia e da ciência

Evento de oficialização da parceria entre Editorial J e RNCD / Foto: Reprodução

No próximo mês a RNCD completa um ano de fundação. Em pouco tempo, tornou-se um projeto nacional com foco amplo e já tem parceria com mais de 82 universidades públicas. “Isso significa que a Rede valoriza as produções fora do eixo Rio – São Paulo e que já forneciam grandes contribuições para a sociedade, mas que a gente não conhecia. Essa visibilidade é importante tanto para o ambiente universitário como para a sociedade que tem em nós um ponto de apoio”, completa Ana Regina. 

Uma vez associados à RNCD, os veículos passam a contribuir com o movimento de clareza na distribuição de informação. A partir deste mês, o Editorial J carrega a marca da rede e é um dos 119 projetos a integrar a organização. Também são adotantes da organização: o Jornal da Universidade e Observatório da Comunicação Pública (UFRGS), Agência da Hora (UFSM) e Projeto #VazaCorona (Unisinos). Iniciativas que estejam alinhadas com a proposta de combate à desinformação no Brasil podem participar do coletivo. 

Leia também: 5 dicas: como checar informações na internet 

Repórteres e apresentadores negros são menos de 6% no telejornalismo gaúcho - Pesquisa realizada pelo jornalista Gabriel Bandeira levantou dados dos sete principais veículos do Rio Grande do Sul

Índice de repórteres e apresentadores negros no telejornalismo gaúcho / Foto: Reprodução

Apenas oito, dentre 134. Este é o número total de pessoas negras que atuam nas equipes de reportagem e apresentando os programas dos sete principais veículos de comunicação do estado. Os dados são da pesquisa A gente não se vê por aqui: o jornalista negro no maior grupo de comunicação do Rio Grande do Sul, desenvolvida por Gabriel Bandeira, durante o seu Trabalho de Conclusão de Concurso (TCC) em Jornalismo, na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. 

A pesquisa surgiu a partir de um incômodo constante do autor em relação à ausência de pessoas diversas na área da comunicação e começou a ser planejada ainda em 2020, quando a pauta antirracista estava sendo amplamente debatida após os assassinatos de George Floyd, nos Estados Unidos, e de José Alberto Freitas, na Zona Norte de Porto Alegre. 

“O Brasil tem uma ferida aberta com o seu passado escravocrata, que tem ramificações até hoje. E isso só se acentua em um estado de maioria branca, que historicamente coloca a contribuição negra em segundo plano. A pesquisa foi uma das maneiras que encontrei de tornar o racismo estrutural do mercado de trabalho visível para as outras pessoas. O número é chocante, mas, a partir dele, também é possível pensar no que será feito daqui para frente”, afirma o estudante.

No total, negros representam somente 5,97% dos/as profissionais presentes na programação dos telejornais analisados. Além das entrevistas realizadas com jornalistas negros da televisão gaúcha, o trabalho também aborda questões relacionadas ao racismo, à desigualdade racial na mídia gaúcha e questiona o papel dos veículos de comunicação na luta antirracista. 

Impacto de percepções sem diversidade 

Repórteres e apresentadores negros são menos de 6% no telejornalismo gaúcho - Pesquisa realizada pelo jornalista Gabriel Bandeira levantou dados dos sete principais veículos do Rio Grande do Sul

Jornalista Gabriel Bandeira, formado pela Famecos no segundo semestre de 2021 / Foto: Arquivo pessoal

A desproporção presente nas redações dos veículos de comunicação também reflete na forma de abordar questões do cotidiano. O jornalista ressalta que pessoas negras geralmente aparecem em pautas que são, por um estereótipo, mais focadas em temas comunitários, como: carnaval, ações sociais, marginalização, violência urbana, entre outros. “Temos profissionais negros atuando como médicos, advogadas, cientistas e tantas outras profissões que também são importantes para a sociedade. Precisamos dar mais visibilidade para essas vozes plurais em todos os espaços”, afirma. 

Esses dados também contrastam com a realidade do Brasil que, segundo o IBGE, tem maioria de população negra (56%), mesmo grupo que ocupa a maior parte da força de trabalho (57 milhões, 25% a mais do que os 46 milhões de trabalhadores brancos). Mesmo assim, por questões estruturais consequentes do contexto do racismo histórico, essas pessoas ocupam, em sua maioria, cargos de níveis mais baixos ou com os menores salários. 

O jornalista e professor orientador da pesquisa, Juremir Machado, conta que o processo de elaboração do trabalho foi muito rico: “Gabriel estava muito motivado. O tema e o estudo, que são atuais e pertinentes, tiveram resultados que falam por si. Ele pesquisou bastante, leu muito e fez entrevistas importantes. A excelência do trabalho se confirmou com o parecer da banca, que deu nota máxima à monografia”. Gabriel complementa: “Agradeço a todas as pessoas negras que vieram antes de mim e pavimentaram um caminho possível”. 

Leia também: Estudo aponta que o fato de ser negro no Brasil reduz os rendimentos em 17% 

Quem são os jornalistas negros no telejornalismo gaúcho 

Repórteres e apresentadores negros são menos de 6% no telejornalismo gaúcho - Pesquisa realizada pelo jornalista Gabriel Bandeira levantou dados dos sete principais veículos do Rio Grande do Sul

Banca reconheceu o trabalho de Gabriel Bandeira com nota máxima / Foto: Reprodução

Dentre os 5,97%, cinco são homens e três são mulheres: Fernanda Carvalho, Marck B e Seguidor F (RBS TV); Domício Grillo e Fernanda Bastos (TVE); Marcinho Bléki e Rafael Cavalheiro (SBT RS) e Liliane Pereira (Record TV RS). Band TV RS, TV Pampa e RDC, que somam 36 profissionais de vídeo, não têm nenhuma pessoa negra nesses cargos. 

A pesquisa revisa o trabalho do jornalista e atual doutorando Wagner Machado, publicado em 2009, que encontrou apenas três comunicadores negros dentre 421 jornalistas apurados, somando 0,71% de representação na época. A atualização levou em consideração a programação transmitida entre os dias 14 e 24 de junho de 2021, nas emissoras RBS TV, SBT RS, Record TV RS, TVE, Band RS, RDC TV e TV Pampa. 

Leia também: Onde estão as mulheres negras à sua volta? 

A formação me possibilitou ter orgulho da minha trajetória profissional - Laura Paré conta como a aproximação com o mercado de trabalho ao longo da graduação contribuiu para que atingisse seus objetivos de carreira como jornalista

Laura Paré encontro na publicidade novos caminhos para atuar como jornalista / Foto: Camila Cunha

O conceito de sucesso é relativo. Segundo o dicionário é a “consequência exitosa, positiva, resultado feliz, projeto bem-sucedido”. Para quem ingressa na graduação, a ideia de chegar ao final do curso escolhido com habilidades voltadas à trajetória profissional, uma trajetória profissional pautada em propósito, e maior autoconhecimento é um salto gigante rumo à realização. A jornalista Laura Paré, garota-propaganda que você já viu ou ainda vai ver na tela inicial do Moodle da PUCRS, tem alguns aprendizados sobre carreira para compartilhar.

Formada em Jornalismo pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, Laura teve a oportunidade de se tornar a primeira pessoa da sua família a ingressar no ensino superior, graças ao ProUni, o Programa Universidade para Todos, do Ministério da Educação. Com a bolsa integral, ela pôde vislumbrar um futuro que tinha – literalmente – a sua cara. 

Ela, que sempre imaginou que seria a “próxima Glória Maria” da televisão, trabalhando em frente às telinhas, descobriu logo no começo da graduação que não era isso que queria. Com a possibilidade de experimentar diferentes formas de atuação e conhecer profissionais renomados de todas as áreas durante a formação, Laura acabou se apaixonando pela Publicidade. 

Como ter o maior número de experiências possível dentro do Jornalismo? 

A formação me possibilitou ter orgulho da minha trajetória profissional - Laura Paré conta como a aproximação com o mercado de trabalho ao longo da graduação contribuiu para que atingisse seus objetivos de carreira como jornalista

Laura Paré, jornalista formada pela Famecos e pós-graduando em Direitos Humanos pelo PUCRS Online / Foto: Camila Cunha

A jornalista tinha uma missão: descobrir do que ela não gostava. “Eu sempre pensei como que eu poderia ter o maior número de experiências possível dentro do meu curso. Então eu consegui identificar no meu primeiro estágio, em assessoria de imprensa, que também não era aquilo que eu gostava”. Mas ela ainda sentia que precisava testar coisas diferentes e deu o próximo passo. 

E logo ao entrar em uma grande agência de publicidade de Porto Alegre, Laura, em suas palavras, “se encontrou”, permanecendo por quase quatro anos na mesma empresa: “Eu vi que, apesar de estar realizando uma formação em Jornalismo, eu poderia trabalhar com Publicidade também, entendendo que a área da comunicação tem migrado cada vez mais para um modelo integrado”. 

Depois desse emprego Laura já teve outras oportunidades, que a proporcionam também novas experiências e até um outro estilo de vida. Atualmente ela é pós-graduanda em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUCRS e atua atendendo grandes clientes da indústria de cosméticos e cuidados pessoais, em outra agência conhecida nacionalmente. 

Mais do que uma carreira, uma jornada com propósito 

Para Laura, as experiências acadêmicas reverberam no futuro de diferentes formas, por isso defende a importância da qualificação profissional. Mas ela também enfatiza que cargos e salários são apenas uma parte da importante equação da vida, à qual também devem se somar os pesos de trabalhar com o que gosta, ter realização pessoal e propósito:  

“Eu confesso que a minha trajetória profissional é algo que me dá muito orgulho. Porque quando entrei na PUCRS eu trabalhava como vendedora, atuei em duas lojas, e na Universidade, ao longo dos semestres, eu tive a oportunidade de conseguir ingressar na minha área. Essa não é uma realização só minha, mas sim de toda a minha família e de outras pessoas que têm origens parecidas com as nossas”.

Laura acrescenta que é fundamental começar a graduação com a mente aberta. “Eu entrei com várias certezas e logo de cara vi que tinha outras 99 possibilidades. O estágio, por exemplo, é um dos melhores períodos para aprender, desenvolver-se e descobrir o que você gosta muito de fazer e o que não quer fazer depois de se formar, o que é tão importante quanto”, revela. 

Trajetória profissional, incentivos educativos e possibilidades de um futuro brilhante 

A formação me possibilitou ter orgulho da minha trajetória profissional - Laura Paré conta como a aproximação com o mercado de trabalho ao longo da graduação contribuiu para que atingisse seus objetivos de carreira como jornalista

Laura teve a oportunidade se tornar a primeira pessoa da sua família a ingressar no ensino superior graças ao ProUni / Foto: Camila Cunha

Já formada, Laura ensina que “a gente precisa olhar para o percurso na graduação por inteiro, aproveitando todas as possibilidades” e lista algumas formas de atingir seus objetivos após a graduação: 

Hoje Laura considera que ter contato com a estrutura da PUCRS, que vai muito além do Campus, é um diferencial em seu currículo. “As pessoas reconhecem o valor de estudar aqui, como um todo. De fato, hoje isso impacta nas minhas experiências, tanto em estágio quanto agora depois de formada. É um tipo de ‘selo’ que faz a diferença para o resto da vida”. 

A PUCRS já formou mais de 170 mil profissionais nos seus mais de 55 cursos de graduação e se consolidou como referência em empregabilidade e incentivo a qualificação profissional. Ingresse no seu curso dos sonhos e vislumbrar um novo futuro: conheça os cursos da PUCRS!

Estudantes da Famecos ficam em 1º lugar no Prêmio Universitário Aberje - Grupo do curso de Relações Públicas da PUCRS também havia vencido a última edição da premiação, na 3ª posição

Grupo venceu em 1º lugar o Prêmio Universitário Aberje / Foto: Reprodução

Comunicação, conectividade e desenvolvimento social foram os temas da 14ª edição do Prêmio Universitário Aberje (PUA), que teve como vencedora a equipe de estudantes do curso de Relações Públicas da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos). 

Eduardo Avila Dalbem, Thays Maria de Aquino Oliveira e Nathalia Paloschi Lima, da PUCRS, e Natalia Pagliarin Appel, aluna da UFRGS, ficaram em 1º lugar. Mas o reconhecimento não é uma novidade para o grupo, que também venceu a premiação em 2020, em 3º lugar.  

O desafio deste ano foi “desenvolver um projeto de comunicação que mude a percepção dos públicos sobre a importância da conectividade e, consequentemente, do setor de telecomunicações para o desenvolvimento social e econômico no Brasil”, proposto pela Tim, empresa patrocinadora da edição.  

Para isso, os/as estudantes desenvolveram uma proposta de movimento articulado entre marcas do setor, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas. 

Experiências que aproximam do mercado de trabalho 

Estudantes da Famecos ficam em 1º lugar no Prêmio Universitário Aberje - Grupo do curso de Relações Públicas da PUCRS também havia vencido a última edição da premiação, na 3ª posição

Cerimônia de entrega da premiação / Foto: Reprodução

Para Nathalia, vencer o PUA no final da sua formação tem um significado muito especial: “é uma confirmação de que estamos no caminho certo como profissionais de comunicação e como Relações Públicas”. O colega Eduardo destaca que um dos diferenciais dessa experiência é sair da zona de conforto e “pensar com criatividade e inovação, mas também de forma estratégica e com planejamento”.  

Já Natalia conta que, mesmo não sendo a sua primeira vez como participante, a experiência foi totalmente nova. “Levar o primeiro lugar só mostrou como nós evoluímos ao longo dos desafios apresentados e construímos um trabalho coeso, no qual expressa como nós somos e pensamos como profissionais da comunicação”, pontua. 

Thays também aproveitou o momento para agradecer ao professor e orientador Diego Wander, que já foi reconhecido pela instituição como Educador do Ano, em 2017. 

De frente com a banca avaliadora 

Marcio Lino, executivo da Tim, parabenizou o desempenho dos grupos. “Os participantes estão de parabéns. Trouxemos um problema real, a questão do setor, da Tim e do Instituto Tim. Foi muito bom ver que os trabalhos deram soluções que conectam esses três pilares”, destaca. 

Os trabalhos foram julgados por uma comissão constituída por profissionais experientes do mercado: 

Sobre a premiação 

Promovida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), o Prêmio propõe que estudantes apliquem seus conhecimentos acadêmicos na resolução de cases de comunicação de grandes marcas, buscando soluções para questões estratégicas e tornando o desafio plural e real.  Promovida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), o Prêmio propõe que estudantes apliquem seus conhecimentos acadêmicos na resolução de cases de comunicação de grandes marcas, buscando soluções para questões estratégicas e tornando o desafio plural e real.  

Nesta edição mais de 66 grupos se inscreveram, totalizando 197 integrantes de 25 cursos diferentes de todo o Brasil. Apenas seis equipes passaram para a final, apresentando suas ideias para a banca. 

Cada grupo vencedor recebe R$ 10 mil, para o primeiro lugar; R$ 5 mil, para o segundo lugar; e R$ 3 mil, para o terceiro lugar. Os projetos estarão disponibilizados no site do PUA e nas redes sociais da Aberje. 

Aluna da Famecos é embaixadora do Fashion Revolution 2021

Campanha #EuFizSuasRoupas, do Fashion Revolution / Foto: Divulgação

Há muito tempo que a moda vai além de apenas se vestir bem ou acompanhar o que é apresentado nas passarelas. Pode se dizer que a “moda agora é” ser consciente. Mas não basta repetir o discurso das novas ondas, é necessário ter coerência em toda a cadeia de produção. Isso é o que explicam especialistas do setor, que garantem: o novo perfil de consumidores e consumidoras se importa em saber de onde vem, para onde vai, do que é feito, por que é feito e quem tem acesso a cada item colocado no carrinho de compras. 

“Todos nós consumimos roupas, sapatos, acessórios e fazemos escolhas que se conectam com a nossa identidade. Mas como tomamos essas decisões? Questionar e agir são formas potentes de transformação. Não só na moda, mas em diversos aspectos”, explica Emily Müller, embaixadora do movimento global Fashion Revolution. 

Em abril deste ano, ela que é aluna do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos organizou uma programação especial em parceria com o projeto e reuniu profissionais de diferentes áreas da moda para falar sobre a chamada revolução fashion. Confira cinco tendências apontadas durante os encontros: 

1. Múltiplas identidades ou identidade fluída

Fique por dentro de 5 tendências da moda consciente - Profissionais do setor aprofundam o debate para além da indústria fashion e analisam seu impacto e importância

A professora Paula Puhl fala sobre as novas formas de identidade / Foto: Reprodução

Tatuagens, estilos, cores. Tudo o que é carregado no corpo representa narrativas que fazem parte do conceito de moda: que são os modos e a maneira de se colocar no mundo. Uma das tendências do setor é que nada é fixo ou uma coisa só. Segundo Paula Puhl, professora da Famecos: 

“Hoje vivemos com identidades muito mais fluídas. Não é como há muitos anos, que a pessoa nascia com um nome, sobrenome e seguia a atividade da família. Hoje somos múltiplos, assim como os contextos, e nos colocamos de maneiras diferentes no mundo. A moda é vista como uma mediadora, de acordo com a forma que a usamos e consumimos”. 

Ela ainda diz que a moda está na sociedade, e cada pessoa acrescenta a sua própria forma de comunicar por meio dessa maneira de se expressar. 

2. O impacto da minha roupa para o meio ambiente

A indústria da moda é uma das que mais poluem. Segundo a Global Fashion Agenda, esse setor consome 1,5 trilhão de litros de água por ano. Uma das formas de tentar frear esse gasto é repensando a lógica fast fashion, que é o consumo rápido das roupas, como se fossem produtos descartáveis, e priorizando o slow fashion, que é o hábito de comprar o necessário, em uma perspectiva mais minimalista e consciente. 

Nos últimos 15 anos a produção de roupas dobrou, de acordo com dados da Fundação Ellen McArthur. Dos resíduos têxteis, 73% são queimados ou enterrados em aterros sanitários. Apenas 12% são destinados para a reciclagem e menos de 1% retorna para a cadeia de produção e vira peças novas. 

3. Quem faz as minhas roupas

O movimento impulsionado pelo Fashion Revolution Quem faz as minhas roupas? levanta um debate não tão novo, mas que permanece atual. Há alguns anos, por exemplo, equipes de fiscalização trabalhista flagraram em três momentos diferentes em São Paulo pessoas estrangeiras submetidas a condições análogas à escravidão produzindo peças de roupa para uma mesma conhecida marca internacional. 

Segundo o projeto, o objetivo da campanha, que utiliza majoritariamente as mídias sociais para se promover, é “dar voz às vidas que se entrelaçam nas nossas através das roupas. De ser espelho para as mãos que costuram essas roupas. Porque a roupa, sozinha, é pouco. 

Dessa forma, busca dar visibilidade para o tema e para a luta da categoria por direitos civis, trabalhistas e humanos, como salários e rotinas de trabalho mais justas.   

4. Se eu não me vejo, não consumo

Fique por dentro de 5 tendências da moda consciente - Profissionais do setor aprofundam o debate para além da indústria fashion e analisam seu impacto e importância

A jornalista e pesquisadora Carol Anchieta destaca aspectos do Afrofuturismo e da Sustentabilidade no Design e na moda / Foto: Reprodução

Imagine abrir uma revista ou ligar a televisão e não enxergar ninguém parecido com você. Essa hipótese pode até causar estranhamento para algumas pessoas, mas para outras essa foi e ainda é a realidade. Com as cobranças por mais diversidade e representatividade nas passarelas e nos bastidores, as marcas têm tentado se reinventar em algum nível. 

De acordo com o site The Fashion Spot, que analisa o tema a cada estação, 83% das modelos da semana de moda de primavera de 2015 eram brancas, caindo para 60% em 2020, indicando um pequeno avanço. Já as modelos plus-size passaram de 50 contratadas no outono de 2019 para 86 na primavera de 2020. 

Um dos fatores que influencia esse movimento é o surgimento de novas marcas já alinhadas a essas reivindicações, com elencos mais contemplativos no quesito pluralidade de corpos e formas de expressão. O tema também foi discutido em diferentes painéis, como no da jornalista e pesquisadora Carol Anchieta, que investiga sobre moda, design, sustentabilidade e Afrofuturismo. 

5. O futuro da moda

Fique por dentro de 5 tendências da moda consciente - Profissionais do setor aprofundam o debate para além da indústria fashion e analisam seu impacto e importância

O consultor de tendências André Carvalhal ressalta a importância do olhar ancestral / Foto: Reprodução

E se o futuro estiver no passado? Para André Carvalhal, consultor tendências de comportamento que participou do encerramento da programação do Fashion Revolution, a ancestralidade deve estar ainda mais presente na moda. 

Para ele, o futuro está em voltar a olhar para coisas básicas: “Acredito no pensamento de que o futuro da moda seja um resgate à essa ancestralidade, serviço que a moda já proporcionou alguma vez, com formas mais respeitosas com a natureza e com as pessoas. São pensamentos e atitudes de povos originários, que chegaram muito antes da gente, os quais deveríamos estar olhando com muito mais atenção“. 

André finaliza que “deveríamos nos preocupar menos com como serão os carros do futuro, as indústrias e as empresas. E mais para aquilo que nos conecta com a nossa natureza e com a natureza, pois fazemos parte dela, e como disseminar isso em grande escala”. 

Curtiu este conteúdo? Confira também algumas pesquisas realizadas pela Famecos:

Estudante da Famecos mobiliza moradores do bairro Bom Fim em projeto sustentável - A ação busca promover o descarte adequado de materiais e contribuir para o aprendizado de crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica

Exemplo de caixa coletora disponível nos estabelecimentos parceiros para as doações / Imagem: Divulgação

Cada ação importa. Inspirado neste “lema” o Projeto Espiral Bom Fim está coletando papéis de diferentes tipos para uma ação sustentável em parceria com a organização sem fins lucrativos Passarte e uma rede de empresas conveniadas. O material arrecadado é destinado para a reciclagem e também para a criação de cadernos novos, que são disponibilizados para crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica que estudam em escolas conveniadas com a ONG. 

O projeto sustentável foi elaborado por André Dall’Alba, estudante do 7º semestre de Relações Públicas da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos. Segundo ele, o nome da iniciativa é uma referência às pequenas ações que cada pessoa pode fazer pelo bem coletivo e do planeta: 

’Espiral’, além de remeter à uma forma de encadernação, é símbolo de evolução e movimento progressivo, algo esperado por meio da colaboração cada vez maior entre os comércios e a população. Já ‘Bom Fim’ refere-se não apenas ao bairro, mas também à um dos objetivos do projeto: dar um bom fim aos materiais que são descartados”, explica. 

Apesar de o foco da ação ser auxiliar a sociedade, as empresas também são beneficiadas ao poderem engajar em uma causa que está alinhada aos seus propósitos e que impacta a comunidade positivamente. 

Saiba como ajudar 

Para ajudar, basta escolher um dos pontos de coleta disponíveis no site e no Instagram do Projeto Espiral, que ficam localizados no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. São aceitos diversos tipos de papéis, como folhas, jornais, cadernos usados e revistas. Lembre-se de conferir os horários de atendimento dos estabelecimentos conveniados. A ação acontece até o final do mês junho, podendo ser prorrogada. 

Estudante da Famecos mobiliza moradores do bairro Bom Fim em projeto sustentável - A ação busca promover o descarte adequado de materiais e contribuir para o aprendizado de crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômicaAtualmente quatro empresas parceiras participam da ação, disponibilizando uma caixa identificada em seus estabelecimentos: CirKula Editora, Livraria & Café, Personalize Artes Gráficas, Livraria Londres e Espaço Veganista 

Como o projeto sustentável começou 

O projeto começou na disciplina de Práticas Profissionais em Relações Públicas – Estágio Supervisionado em Ação Empreendedora, com orientação da professora Denise Pagnussatt, no primeiro semestre de 2021. A proposta da cadeira é o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras em Comunicação, ligadas a uma ou mais organizações, atendendo algum dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) para 2023. 

Conheça o curso de Relações Públicas e saiba como ingressar com o Vestibular (com prova de redação online, aproveitamento da nota do Enem ou a modalidade que houver o melhor desempenho), Transferência (para estudantes de outras instituições) e Ingresso de Diplomado (para quem já se formou no ensino superior, com desconto). 

mulheres na ciência, pesquisadora

Foto: Bruno Todeschini

Com o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, diversas ações de combate à Covid-19 foram desenvolvidas pelas Escolas da PUCRS. Preocupados com a saúde física, mental e emocional da população, estudantes e professores atuaram tanto na linha de frente do tratamento da doença como nos bastidores – fomentando a geração de conhecimento, se opondo à desinformação e buscando formas de se fazer presente nesse momento tão difícil para todos 

O vice-reitor da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, ressalta que, desde o começo do período pandêmico, a Universidade deu respostas aos problemas causados pela Covid-19, seja por meio de pesquisa aplicadaadaptações no modelo de ensino, participação nos testes da vacina Coronavac no Hospital São Lucas ou pela criação de projetos inéditos nas Escolas  

Sobre a relevância de a Universidade se relacionar com a cidade e comunidade em que está inseridaIr. Manuir destaca que PUCRS tem um importante compromisso com toda a sociedadeTudo aquilo que se ensina, que se pesquisa e que se inova, deve ir ao encontro da sociedade. Se por um lado temos diversos projetos que trazem as pessoas à Universidade, como a Clínica da Odontoo Centro Vila Fátima e o InsCer, também levamos a PUCRS para a comunidade por meio da participação em comitês estratégicos do Poder Público e participação no processo de vacinação da população. Essa relação não é apenas importante, ela é essencial para manter viva a missão para qual a Universidade é chamada a exercer nos tempos atuais”, complementa.  

Abaixo, você confere algumas ações lideradas pelas Escolas de Comunicação, Artes e Design – Famecos, de Humanidades, de Ciências da Saúde e da Vida e de Direito. Na próxima semana, traremos as iniciativas das Escolas de Medicina, de Negócios e Politécnica. Nessa série, já foram abordadas também as iniciativas dos laboratórios do Tecnopuc.

Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos 

jornalistas

Foto: Shutterstock

O compromisso do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos é levar informação sobre a Covid-19 à comunidade. É por isso que os estudantes do Editorial J, laboratório convergente do curso, criaram uma newsletter semanal, enviada todas as sextas-feiras por Whatsapp (para se inscrever e receber as atualizações, basta entrar no grupo)com as principais notícias da semana relacionadas ao coronavírus. Nesse ano, o principal enfoque da news são as atualizações em relação à vacinação. Além disso, os estudantes desenvolvem uma thread semanal no Twitter do J para compartilhar relatos de profissionais que estão atuando na linha de frente.  

Já no curso de Design os estudantes desenvolveram dois protótipos, sob orientação de seus professores, para auxiliar no cotidiano da população. O primeiro deles foi o projeto Mask Case, vencedor do Prêmio Bonancini de Design. Essa criação surgiu da identificação da dificuldade de armazenamento das máscaras de proteção individual no dia a dia, em atividades como comer em um restaurante, por exemplo.  

O resultado foi um compartimento de máscaras que permite guardá-las sem que elas sejam contaminadas. O Mask Case está em código aberto, ou seja, sem propriedade intelectual, permitindo que qualquer um possa produzi-lo, sendo necessária apenas uma impressora 3D para realizar sua confecçãoAlém disso, em parceria com o Tecnopuc, os estudantes desenvolveram um dispenser de álcool gel e medidor de temperatura.  

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: Eclipse / Foto: Divulgação

Durante o isolamento, o entretenimento ganhou um papel importante na vida de todos. Nesse sentido, o curso de Produção Audiovisual conseguiu, apesar das restrições, entregar oito filmes à comunidade em 2020. Nesse semestre, mais oito devem ser produzidos sendo que, destes, já foram iniciadas as gravações de dois. As produções são realizadas no TECNA 

O curso de Relações Públicas, por sua vez, abordou com frequência o tema comunicação na pandemia: foram realizadas lives sobre o assunto por meio da plataforma Zoom, contando com convidados e audiência de todo o Brasil. Além disso, em janeiro de 2021 houve uma oficina de verão sobre Atendimento ao Cliente: crise e gestão em tempos de pandemia. Ainda em 2020/2, os estudantes do  semestre do curso criaram projetos voltados para organizações e empresas, orientando sobre posicionamentos de comunicação e relacionamento com seus públicos neste período de pandemia.  

Os estudantes de Publicidade e Propaganda que fazem parte do Laboratório de Pesquisa coordenado pelos professores Claudia Trindade e Ilton Teitelbaum, puderam participar de uma pesquisa qualitativa sobre as questões de mobilidade ligadas ao presente a ao futuro da Pandemia da Covid-19, desenvolvida para o Projeto Vida Urgente, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Já nas disciplinas do curso, em Planejamento de Mídia foi realizada, em parceria com a agência Moove, uma campanha de valorização dos médicos e profissionais da saúde em meio à pandemia a ser utilizada pelo Cremers. 

Escola de Humanidades 

Populações indígenas e aldeias contra o coronavírus - No Dia do Índio, povos lidam com fontes de renda comprometidas e desafios ambientais históricos

Foto: Unsplash

O Ir. Édison Hüttner, professor do curso de História da Escola de Humanidades da PUCRS, organizou um grupo de voluntariado para auxiliar aldeias indígenas do Ceará. Participam da ação docentes e discentes do programa de Pós-Graduação em História. Por meio do projeto, foram ajudadas comunidades das etnias potiguara, gavião, tabajara e tubiba tapuya. ação visa orientar a utilização de um equipamento de luz ultravioleta (UV-C INFO) pelos profissionais de saúde indígena para a esterilização de superfícies. O aparelho foi desenvolvido pela Hüttechempresa de tecnologia de combate a pandemia de Covid-19, sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), e será doado ao órgão responsável. A ação pretende:  

Escola de Ciências da Saúde e da Vida  

Estudantes vacinaram mais de mil pacientes em uma semana e seguem atuando na imunização

Estudantes atuando na imunização / Foto: Divulgação

Estudantes dos cursos de Enfermagem e de Farmácia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida fazem parte da equipe que atua na linha de frente no combate ao coronavírus. São eles que estão realizando a vacinação dos grupos prioritários e em uma das primeiras semanas de vacinação chegaram a imunizar mais de mil pessoasAlém disso, eles atuam nos cuidados hospitalares dos pacientes internados por Covid-19 no Hospital São Lucas da PUCRS 

Já o curso de Psicologia da Escola, por meio do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), criou um programa de acolhimento na pandemia, disponibilizando atendimento online e gratuito. Coordenado pelas professoras Renata Dipp e Fernanda Moraeso SAPP realiza em média cerca de 15 mil atendimentos presenciais por ano, no entanto, devido à situação de crise sanitária, em 2020 o serviço teve uma pausa para adaptações entre os meses de março a agosto, retornando com capacidade de 25% em função dos protocolos sanitários. 

Em setembro, após liberação do Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos realizados pelos estagiários puderam ser adaptados à modalidade online e em março foi iniciado o programa de acolhimento. As inscrições para a primeira edição iniciaram no dia 19/3 e foram encerradas em 72 horas, após o alcance de 500 inscritos que esgotaram a capacidade de atendimento dessa edição 

Por fim, diversas cartilhas de conscientização sobre os mais variados temas foram desenvolvidas pela Escola: o SAPP produziu orientações sobre saúde mental e a vida a dois na pandemiasaúde mental na pandemia e violência doméstica (visando orientar profissionais a identificarem sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes), além de sugerir cuidados para a comunidade acadêmica 

Há, ainda, a força-tarefa PsiCOVIDaque surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. O grupo publicou mais uma série de cartilhas de assuntos como enfrentamento do estresse durante a pandemiaatividades físicas para realizar durante a pandemia e combate à Covid-19 para idosos. 

Dezoito estudantes do curso de Fisioterapia da PUCRS realizam estágio junto à equipe de Fisioterapia do HSL na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19 / Foto: Lucas Vilella/HSLPUCRS/Divulgação

Todas as cartilhas podem ser conferidas na página sobre o coronavírus no portal da PUCRS e na página do SAPP. 

O curso de Fisioterapia, em parceria com o Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas, está auxiliando na recuperação de pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. Para isso, estão utilizando tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR), além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatório. Dessa forma, é possível realizar a retomada da força física, do controle e da coordenação motora além de aspectos lúdicos. 

Escola de Direito 

O programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais realizou uma série de conteúdos em vídeo para fornecer orientações sobre o Direito e a pandemia. As produções estão disponíveis para acesso e alguns temas abordados foram:  

Além disso, a Escola de Direito realizou a publicação de alguns livros como o Ciências Criminais e Covid-19, do professor Nereu Giacomolli e o Direito de Família no Pós-Pandemia: repercussões jurídicas no “novo normal”, desenvolvido pelo grupo de estudos Temas Atuais de Direito das Família, coordenado pelo professor Daniel Ustarroz. Para o lançamento do último, foi realizado um congresso virtual, composto por uma série de palestras, as quais ficaram salva para acesso posterior no canal do professor Daniel no YouTube 

 

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