Quem poderia ser melhor referência para indicar filmes e séries do que os/as próprios/as profissionais da Produção Audiovisual e de outras áreas da comunicação? Por isso, docentes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que sabem tudo sobre os bastidores por trás das câmeras, prepararam sugestões de obras para você aprender mais sobre os assuntos estudados na escola. Prepare a sua pipoca e fique de olho na programação:
Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno
A série busca examinar grandes momentos do cinema brasileiro, incluindo alguns títulos argentinos e um uruguaio.
“Assistindo à série, não só temos a chance de rememorar ou conhecer instantes antológicos da filmografia brasileira, mas também penetramos nos corações e mentes de diretores, atores e críticos. Uma aula de cinema! Comece pelo episódio sobre Pixote e vá passeando por outros filmes incontornáveis, como Cidade de Deus e Central do Brasil. É um convite para rever os filmes, respirar audiovisual e pensar o Brasil”.
Indicação do professor Fabiano Grandene, do curso de Produção Audiovisual.
Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich
A primeira temporada da série da Netflix aborda a arte, a ciência e a filosofia do design. O objetivo da obra é ilustrar como o design influencia diversos aspectos de nossas vidas. Os episódios, disponíveis no YouTube, contam com a participação de Paula Scher (designer gráfica), Cristoph Niemann (ilustrador), Platon (fotógrafo), Tinker Hatfield (designer da Nike), Ralph Gilles (projetista de automóveis), Ilse Crawford (designer de interiores) e Es Devlin (arquiteta de cenários).
“No curso de Design trabalhamos desde o primeiro semestre com temas reais, como móveis e brinquedos para a infância. Indico, especificamente, o episódio da designer Cas Holman (segunda temporada), com sua original concepção de brinquedos infantis, desde os seus esboços iniciais até a negociação e fabricação de seus projetos por grandes empresas chinesas. O episódio mostra sua metodologia de trabalho e suas origens, resultado de uma infância feliz e livre no interior americano. Inspiração para criar de objetos e brinquedos infantis inusitados, que estimulam a imaginação”.
Indicação do professor Marcelo Martel, dos cursos de Design.
La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar
Nove ladrões são liderados por um Professor para realizar o maior roubo do século na Casa da Moeda da Espanha.
“Embora a série já seja bem conhecida, eu que trabalho com a disciplina de Gestão da Conta Publicitária, indico as duas primeiras temporadas. É uma verdadeira aula sobre gestão, formação de equipes, papel do atendimento publicitário, relacionamentos, conflitos, visão estratégica e planejamento”.
Indicação da professora Márcia Christofoli, do curso de Publicidade e Propaganda.
Scandal (2012), de Shonda Rhimes
Ao deixar a posição de diretora da comunicação da Casa Branca para se dedicar a sua própria empresa de gestão de crises de imagem, Olivia Pope descobre que não deixou o passado para trás.
“Pensei em alternativas referentes às questões e expectativas da área de Relações Públicas, mas que também impactam de uma forma geral outros setores. Scandal fala sobre as relações interpessoais e de poder a serviço dos interesses individuais, muito mais do que a serviço da coletividade”.
Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas.
The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg
The Washington Post, da proprietária Kat Graham, é um jornal local que pretende lançar suas ações na Bolsa de Valores para ganhar fôlego financeiro.
“Quando o New York Times inicia uma série de matérias denunciando que vários governos norte-americanos mentiram acerca da atuação do país na Guerra do Vietnã, com base em documentos sigilosos do Pentágono, o presidente Richard Nixon decide processar o jornal com base na Lei de Espionagem, de forma que nada mais seja divulgado. A proibição é concedida por um juiz, o que faz com que os documentos cheguem às mãos de Bradlee (editor-chefe) e sua equipe, que precisa agora convencer Kat e os demais responsáveis pelo The Post sobre a importância da publicação de forma a defender a liberdade de imprensa”.
O filme fala sobre Jornalismo e é indicado com 4,5 estrelas pelo Adoro Cinema.
Mad Men (2007), de Phil Abraham
A série mostra Nova York nos anos 1960. Após sair do mundo das grandes agências de publicidade, através da rotina do protagonista (Don Draper) percebe-se as relações do cotidiano e as mudanças sociais e morais dos Estados Unidos na época.
“É minha série favorita. Toda narrativa é vivida no cotidiano de agência de propaganda nas décadas de 1960 e 1970. Gosto da estética, dos conflitos comportamentais e da busca por ideias”.
Indicação do professor Vinícius Mano, do curso de Publicidade e Propaganda.
Fyre Festival (2019), de Chris Smith
A maior festa que nunca aconteceu é um documentário que conta como um megaevento luxuoso em uma ilha particular no Caribe se tornou um desastroso fiasco, na versão dos próprios organizadores.
“É uma abordagem mais específica, mas extremamente interessante para quem trabalha com eventos, sobre o que não fazer e como não deixar a ambição sobrepor-se a tudo”.
Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas.
Curtiu as sugestões e se interessou pelos temas estudados na Famecos? Anota na agenda: o Vestibular da PUCRS já tem data – nos dias 5 e 6 de novembro, os portões do Campus estarão abertos esperando por você. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 31, você pode fazer a sua clicando aqui.
Quem deseja adquirir novos conhecimentos e se capacitar para o mercado de trabalho com a excelência de uma das melhores universidades do Brasil agora conta com uma novidade. A Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS está promovendo diversos cursos de extensão online nas áreas de Jornalismo, Marketing, Design, Audiovisual e Comunicação Corporativa
Contemplando práticas como estudos de caso e análises de ambiente, o portfólio reúne 11 cursos com foco na qualificação de profissionais alinhados com as transformações do mercado. As formações serão ministradas por professores da Famecos com profissionais conceituados no mercado.
Decana da Famecos, a professora Rosângela Florczak destaca que os cursos aproximam da sociedade o conhecimento gerado na Universidade. “Na Escola, pesquisamos esses processos de mudança nas áreas de comunicação, design e artes. Os cursos de férias são um ponto de contato para compartilharmos esse conhecimento com a sociedade e com os profissionais que fazem esse mercado acontecer”.
As aulas serão transmitidas pela plataforma Zoom, e contarão com o auxílio da ferramenta acadêmica Moodle. As inscrições podem ser realizadas pelo site do Educon, com descontos exclusivos para a comunidade acadêmica. Confira os benefícios:
O curso Série de TV – Criação e Roteiro tem como objetivo apresentar conceitos teóricos e práticos sobre criação, desenvolvimento, roteirização e venda de um projeto completo de série de TV. O curso permite que os participantes se preparem para criar e vender seus próprios roteiros e projetos. O final do século XX sedimentou o que se chamou de “Terceira Era de Ouro” da Televisão, e as séries são protagonistas no novo cenário. O aluno que completar o curso será capaz desde estruturar uma narrativa seriada, analisar processos de escrita e personagens de comédia, drama até preparar um projeto para venda.
O curso Podcasts: do projeto à distribuição tem como objetivo oferecer ao aluno conhecimentos e ferramentas para analisar e produzir podcasts pessoais ou corporativos, pensando as diferentes etapas deste processo. Haverá análise de casos da área e demonstração de caminhos estratégicos para elaborar, roteirizar e distribuir podcasts. Segundo dados recentes, o Brasil é o terceiro país que mais consome podcast no mundo. O aluno que concluir o curso saberá como fazer, ampliar e avaliar um projeto de podcast, pesquisar mercados, pensar em formatos e gêneros, construir um roteiro, deliberar a veiculação e analisar o potencial de financiamento de podcasts.
A décima oitava edição do curso Produção Musical busca oferecer para o aluno amplo conhecimento sobre o som como linguagem de comunicação, além de apresentar processos que envolvem a composição musical, analisar a estética das sonoridades e novas perspectivas no campo musical. Apresenta, também, ferramentas para o desenvolvimento profissional no cenário da produção musical. O mercado de música no Brasil gera R$ 2,1 bilhões e dobrou o faturamento em relação a 2018. O aluno que completar o curso está capacitado para pensar o trabalho do produtor como transformador do som, analisar o mercado, desenvolver processos criativos de produção musical e se qualificar para a divulgação e promoção na área.
O curso Inbound Marketing como estratégia de comunicação busca despertar nos participantes a importância da internet na comunicação entre organizações e seus públicos, com a apresentação da metodologia Inbound Marketing visando gerar resultados. O Inbound Marketing mostra que além da propaganda, é possível atrair clientes com estratégias de conteúdos elaborados para cada etapa da jornada de compra, envolvendo muito relacionamento e engajamento com o propósito das marcas. Atualmente, 6 em cada 10 brasileiros fazem compras pela internet, sendo fundamental que os profissionais de marketing saibam como obter resultados com investimentos adequados e uma boa estratégia de comunicação digital. O aluno que receber a certificação, aprenderá a metodologia Inbound Marketing, criação de personas, mapeamento de públicos, funil de conversões e etapas da jornada de compra, produção de conteúdo para Web com técnicas de SEO, formatos e distribuição de conteúdo, estratégias de relacionamento nas redes sociais e métricas para avaliação de resultados em marketing.
O curso UX Design: Pocket Bootcamp tem como foco oferecer uma experiência introdutória na imersão em UX Design, além de compreensão dos principais conceitos de experiência do usuário em produtos digitais. Além disso, será possível reconhecer os elementos componentes das interfaces do usuário. Em 2021, cerca de 435 mil apps foram baixados por minuto e os usuários passam um terço das horas conectados a uma tela. O aluno que recebe o certificado aprende a identificar e resolver problemas por meio de Design Thinking, conhece ferramentas como Matriz CSG e Desk Research, analisa o mapeamento da jornada do usuário e é capaz de testar usabilidade, bem como pensar em projeto de UX Design.
O curso Comunicação assertiva para crises de imagem e reputação tem como objetivo capacitar gestores e profissionais para a compreensão do cenário de riscos presente nas organizações, sejam elas de natureza privada, pública ou do terceiro setor, bem como pessoas públicas. As crises fazem parte das rotinas de marcas e, com a crescente vigilância digital, os riscos crescem, demandando prevenção e gerenciamento para empresas e marcas pessoais. O aluno que concluir o curso se capacita para ler as transformações, analisando o ambiente midiático, a reputação e a estratégia. Também estará pronto para pensar na prevenção de crises e perceber as narrativas no contexto de caos comunicacional.
O curso Embalagem: da ideia à impressão tem o objetivo de apresentar estratégias para criação de embalagens atrativas e funcionais, que também sejam capazes de se destacarem no ponto de venda. A área conta com um mercado promissor, já que há falta de profissionais para pensar em projetos de embalagem, um recurso estratégico que permite o estabelecimento de uma relação afetiva com o consumidor. O aluno que concluir o curso se capacita para pensar, produzir e entregar uma embalagem atraente, inovadora e responsável.
O curso Introdução ao Marketing Eleitoral objetiva qualificar profissionais, equipes e candidatos para que possam atuar em áreas relacionadas ao marketing eleitoral no ciclo de 2022. A formação oferece informação sobre as etapas que vão desde a execução do planejamento, passando por noções de pesquisa e mídias digitais até o monitoramento da opinião pública. A área vem passando por inúmeras transformações, sobretudo a partir de novas ferramentas e comportamentos nas redes sociais digitais. O aluno que concluir o curso estará apto a ler cenários, entender e posicionar o discurso político e discutir a publicidade no contexto eleitoral.
O curso Jornalismo e Direitos Humanos tem como objetivo refletir sobre o compromisso do jornalismo com os Direitos Humanos, compreendendo a importância da imprensa, em especial para as minorias. Vamos analisar a gramática usada nas narrativas que envolvem, por exemplo, crianças, idosos e portadores de deficiência, e as possíveis saídas para um tratamento mais respeitoso. Além disso, vamos examinar os erros da cobertura da imprensa nos casos de violência policial e identificar oportunidades para um jornalismo comprometido com a paz e a justiça social. O aluno que concluir o curso vai desenvolver um olhar crítico sobre o trabalho da imprensa e também estará apto a apontar saídas para um jornalismo que defenda e promova os direitos humanos.
O curso Concept Art para Jogos: Criação de Personagens tem como objetivo cobrir a teoria e a prática sobre produção do design de um personagem para jogos digitais. Serão realizados exercícios e apresentados exemplos práticos da indústria. O mercado de jogos tem tido um crescimento exponencial para produtores e consumidores, especialmente no Brasil. O aluno que completar o curso estará capaz de pensar o processo de criação de personagens e conhecer design de personagens, além de criar uma ficha de conceito de personagem.
A reputação é um recurso estratégico e ideológico que potencializa esforços no sentido de materializar o propósito àqueles que se relacionam com as organizações. Empresas e instituições buscam se comunicar com mais transparência e ética, para construir confiança com seus funcionários, clientes, formadores de opinião, fornecedores, governos e sociedade. Porém, para a área da comunicação, a discussão sobre reputação ainda tem sido pouco explorada.
Na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, a professora Denise Pagnussatt desenvolve sua tese sobre reputação e acredita que as organizações precisam ser mais conscientes das suas práticas e dos seus discursos relacionados à sua reputação. A docente explica que as pessoas estão cada vez mais conscientes das intencionalidades das organizações e não estão mais aceitando desalinhamento entre práticas e discursos.
A docente defendeu a tese intitulada Reputação sensível: aproximações entre os discursos reputacionais e as dimensões sensíveis acionadas pela Natura, fruto de sua trajetória de 20 anos de envolvimento com organizações que buscam entender e construir sua reputação. A pesquisa contou com a orientação da professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Cleusa M. Andrade de Scroferneker, reconhecida internacionalmente por sua atuação científica em comunicação organizacional e seus desdobramentos.
A reputação é composta por sete pilares e 26 fatores, que são considerados na estratégia organizacional, como forma, de consolidar uma reputação baseada em realizações e não em discursos. De acordo com Denise, a reputação não engloba apenas questões da comunicação, mas também questões da psicologia e neurociência. A pesquisadora explica que a área envolve expressões e aspectos que são aproximados às emoções, aos sentimentos, aos afetos e afetividades, que são discursos manifestados em texto com natureza sensível, como felicidade, orgulho, tristeza, confiança ou mesmo decepção.
Em sua tese, a docente desenvolve uma abordagem que propõe aproximações entre Comunicação e Administração com a Psicologia Social, apresentando o conceito de Dimensões Sensíveis, que foi proposto com base no neurocientista português António Damásio. A relação explica que as Dimensões Sensíveis envolvem emoções, sentimentos e afetos, que são evidenciados todos os dias por diversas organizações em seus discursos, procurando acionar esse sensível que vive nos públicos de interesse.
Na pesquisa, é desenvolvida uma análise da prática enunciada pela Natura, empresa brasileira que atua no setor de produtos cosméticos, pois se enquadra no conceito de Reputação Sensível, de acordo com pesquisadora. A professora explica que as organizações com reputação sensível têm a capacidade de acionar dimensões sensíveis que são mobilizadoras da transformação social e humana. Nessa lógica, essas organizações sabem do seu papel e do seu poder e usam de forma consciente e responsável.
Ou seja, a Reputação Sensível acontece quando a estratégia dialoga com os públicos de interesse, cujo caráter é positivo, humano e social, favorecendo e apoiando sua atuação sustentável, ética e transparente. De acordo com a tese, quanto mais organizações se atentarem às dimensões sensíveis que estão envolvidas nas suas relações com os públicos, mais teremos organizações protagonistas da evolução da sociedade como um todo.
Nas conclusões da análise, a professora ressalta que a Reputação Sensível reconhece na comunicação organizacional, possibilidades de valorizar as práticas e os discursos reputacionais como forma de uma atuação mais sustentável e responsável.
“Os caminhos da Reputação Sensível começam pelas pessoas, passando pelo mapeamento dos públicos de interesse, ou seja, com quem a organização se relaciona e realiza trocas simbólicas. Reconhecer nas pessoas a centralidade das estratégias, permite lucidez para vislumbrar o que elas valorizam, o que faz sentido e especialmente, faz sentir”, destaca a pesquisadora.
Reconhecimento
A professora Denise Pagnussatt também atua como coordenadora do Curso de Comunicação Empresarial e do curso de Relações Públicas da PUCRS. Sua tese foi reconhecida pela Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas (ABRAPCORP) e esteve entre as finalistas do Prêmio Abrapcorp de Teses.
“A ABRAPCORP é uma das principais associações da área de relações públicas e comunicação organizacional e discute criticamente as tendências e os cenários da comunicação brasileira. E esse reconhecimento reforça a excelência do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS, a excelência da atuação da professora Scroferneker e também reforça o valor da ciência como forma de transformação da nossa sociedade”, celebra a docente.
O mercado de jogos não para de crescer no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. Apenas no Estado, já são mais de 50 empresas no setor. Publicada em 2020, a Pesquisa Game Brasil apontou que mais de 70% dos brasileiros são adeptos a jogos eletrônicos. Neste mesmo ritmo, o mercado aquecido vem inspirando atualizações também na área acadêmica – e a Especialização em Desenvolvimento de Jogos Digitais da PUCRS apresenta os reflexos desse movimento em sala de aula.
Com dez anos de construção de conhecimento, o curso passou por mudanças significativas que o tornaram ainda mais aderente aos diferentes públicos que buscam se aperfeiçoar na área. De acordo com um dos dois coordenadores do curso, o professor André Pase, a especialização conta com grandes diferenciais: a abordagem em duas linhas conectadas – Programação e Design; a receptividade para alunos e alunas de áreas e perfis diferentes; a parceria com a Aquiris, empresa especialista em criação de jogos; e a bolsa-auxílio para os melhores estudantes. Esta é uma das marcas da proposta da Universidade, desenvolvida de maneira multidisciplinar pela Escola Politécnica e Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.
“O curso permite que alunos e alunas com diferentes bagagens cursem as disciplinas escolhendo uma das duas ênfases em alguns momentos, mas também trabalhando coletivamente em outros saberes. Assim, conseguimos provocar na sala de aula o que ocorre no mercado de trabalho, times de diversos saberes trabalhando em conjunto”, explica o coordenador.
O curso é dividido em duas ênfases, sendo que uma é dedicada a explorar os aspectos da programação, com disciplinas sobre o universo 2D e 3D, por exemplo. Enquanto a outra explora aspectos da modelagem de personagens e narrativas.
A ênfase de Programação é voltada para profissionais formados em cursos de Computação, como Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Engenharia de Software ou Sistemas de Informação. São quatro disciplinas sobre os tópicos essenciais da área para o desenvolvimento de jogos digitais: programação de jogos 2D e 3D, técnicas de Inteligência Artificial e a utilização de redes de computadores para jogos multiplayer.
Já a ênfase de Design é voltada para profissionais formados em cursos de Comunicação Social, Tecnologia em Produção Audiovisual, Design Gráfico e Letras. Aqui, é possível explorar técnicas essenciais da indústria como modelagem e animação, além da produção de roteiros e design de conteúdo para jogos digitais.
Tanto no início como no final do curso foram inseridas disciplinas que conectam todos os saberes. Além disso, há disciplinas com temáticas de gerenciamento de equipes e empreendedorismo, e o desenvolvimento de um projeto no final do curso – no momento de maior maturidade do estudante. O objetivo é estimular os alunos e alunas a pesarem a carreira já com uma bagagem densa de conhecimento sobre a área.
“O estudante deve optar pela ênfase que faz mais sentido para ele, mas pode cursar as disciplinas da outra ênfase sem custo adicional. Desta forma é possível aprimorar uma área ou também buscar o conhecimento de outra ao mesmo tempo”, pontua Pase.
As possibilidades de atuação na área de desenvolvimento de jogos digitais são bem variadas e também estão em crescimento. Segundo o professor André Pase, a área registrou expansão inclusive na pandemia, com demanda permanente por jogos novos e criativos. Ele explica que, além da possibilidade de montar o próprio estúdio e distribuir sua produção globalmente pelas lojas digitais, outras áreas demandam cada vez mais o egresso da área.
“Pensando localmente conectado com o mundo, a Associação de Desenvolvedores de Jogos do Rio Grande do Sul (ADJogos) é um hub importante para a integração de empresas e constantemente indica como as empresas do Estado precisam de profissionais qualificados. Ainda nesse aspecto, o programa GameRS colocou o assunto na pauta do desenvolvimento econômico local, mas com uma atuação reconhecida em outros espaços”, recomenda.
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O professor também alerta para a relevância do profissional de jogos para o desenvolvimento dos metaversos, espaços em 3D imersivos online construídos a partir de softwares desenvolvidos para a produção de jogos. Estas mesmas ferramentas também são usadas cada vez mais para produzir cenários digitais para o mercado audiovisual.
Já que a expansão do universo gamer é uma realidade, é importante identificar que crescem também as demandas do público. Crianças e idosos, por exemplo, estão se aproximando cada vez dos jogos digitais e, por isso, o curso de especialização da PUCRS oferta o conteúdo necessário para preparar os profissionais para um cenário diverso e bastante exigente.
“O jogador de Atari de ontem é o avô de hoje que quer uma diversão digital, mas que seja acessível e direta. No outro lado do espectro, as crianças cada vez mais são expostas aos aparelhos com jogos que desenvolvem suas capacidades. Neste caso o desafio é encontrar um formato que seja atrativo, mas que também deixe claro para os pais o que está acontecendo dentro do mundo virtual.”
O professor explica que as particularidades e perfis de cada público são discutidas em sala de aula com o objetivo de entender e conhecer o usuário do outro lado da tela. “Interpretar estes dados no processo criativo é um diferencial importante”, afirma.
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A pandemia de Covid-19 acelerou e modificou diversos padrões nos processos organizacionais, de relacionamento, de aprendizagem, de comunicação e nos processos institucionais. Afetando diretamente pessoas em todos os cantos do planeta, não seriam as organizações que passariam ilesas deste turbilhão de transformações.
Frente às adversidades impostas, os desafios foram imensos. Enquanto alguns precisaram instituir o home office como prática para continuar operando, outros precisaram redesenhar suas configurações, pensar como manter o funcionamento e até mesmo questionar a viabilidade do negócio.
Apesar das particularidades de cada caso, alguns pontos, porém, foram comuns a muitas organizações. Questões como o engajamento das equipes, a necessidade constante de adaptação, a preocupação com a saúde de todos e outros fatores não ficaram restritos apenas a uma ou duas instituições.
E é para fazer uma análise crítica e compreender os efeitos e lições da pandemia nas organizações que foi lançado o livro o Impactos e aprendizados da pandemia de Covid-19 na perspectiva dos relacionamentos organizacionais. Organizada pelo Núcleo de Pesquisa em Ciências da Comunicação da PUCRS (NUPECC), da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, o livro foi publicado pela ediPUCRS.
Com organização dos professores Antonio Hohlfeldt, Cleusa Maria Scroferneker, Denise Pagnussatt e Diego Wander, a publicação reúne 15 artigos de pesquisadores e profissionais das áreas de Comunicação Organizacional e Relações Públicas. A obra reúne uma série de reflexões críticas sobre a pandemia de Covid-19 e traz os aprendizados gerados para as organizações.
Para o professor Diego, a produção do livro se deu em decorrência das rápidas transformações que todos precisaram passar. “O processo de produção do livro iniciou pelo mapeamento de reflexões oportunas a profissionais que se viram impactados pelas imprevisibilidades da pandemia”, avalia.
Convidado a apresentar a publicação, o professor da PUCRS, Juremir Machado, define o livro como uma produção essencial para entendermos o momento atravessado. “Este livro amplia uma importante brecha nas reflexões sobre o tema. Em tempos sombrios, quando se precisa mais do que nunca de ciência, iluminismo e conhecimento, esta obra honra organizadores, autores e academia. Leitura obrigatória”, comenta o pesquisador.
A importância da publicação não fica restrita ao campo acadêmico. Para a professora Cleusa Scroferneker, produzir um livro como este em um momento de pandemia traz reflexos para e sobre a sociedade. “Além da relevância e densidade teórica das reflexões e tensionamentos propostos, a obra reúne pesquisadores/pesquisadoras que têm discutido sobre a necessidade de as organizações repensarem a sua comunicação, suas práticas e abordagens”, analisa.
Organizado em três grandes tópicos redimensionados pela pandemia: (des)confiança nas organizações e expectativa dos públicos, gestão de crise e impactos em imagem e reputação, e gestão de comunicação e estratégias, o livro conta com a participação de pesquisadores do Brasil todo. Para o professor Diego “as três perspectivas revelam novas nuances e desafios aos profissionais que atuam com comunicação organizacional”.
De acordo com o professor Diego, a adesão dos pesquisadores à obra foi instantânea. “Rapidamente notamos a mobilização e dedicação de pesquisadores de comunicação organizacional para compor o livro, a partir das múltiplas lentes discutidas”, comenta.
A obra está disponível em formato físico e em e-book. Para adquirir a sua edição, basta clicar aqui e acessar o site da ediPUCRS.
Assim como na maioria das áreas, o jornalismo está constante adaptação a um novo modelo de atuação devido às inovações tecnológicas. Nesse contexto marcado pela digitalização, as fronteiras jornalísticas também passam por mudanças que tornam a área cada vez mais dinâmica. Esses são alguns dos aspectos abordados na pesquisa Possibility Generator: A Study of Hearken As Expansion of Journalism Boundaries, desenvolvida pelo professor Marcelo Crispim da Fontoura, docente da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. O estudo foi publicado na revista britânica Journalism Practice, uma das maiores referências na área.
A pesquisa teve como base a tese de doutorado de Fontoura, defendida no Programa de Pós Graduação em Comunicação da PUCRS, que recebeu menção honrosa no Prêmio Adelmo Genro Filho 2021, categoria Tese de Doutorado, concedido pela Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo.
“Para pesquisadores brasileiros, acessar publicações relevantes internacionalmente é sempre uma conquista, mostra que temos potencial para demonstrar nosso trabalho para outros âmbitos acadêmicos e que nossa produção tem relevância”, celebra o pesquisador.
Na pesquisa, Fontoura aborda a expansão das fronteiras do jornalismo a partir da digitalização da produção jornalística e sua disponibilização em plataformas digitais. Durante o estudo, o pesquisador realizou doutorado-sanduíche em Chicago, nos Estados Unidos, com duração de seis meses. A mobilidade contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Nessa experiência, o professor desenvolveu a pesquisa empírica a partir do estudo de caso da consultoria norte-americana Hearken. A empresa atua auxiliando veículos jornalísticos a construírem uma relação mais próxima com o público, através de estratégias para que redações possam ouvir a audiência e, a partir disso, criar jornalismo.
Fontoura fez uma observação participante por dez dias na sede da Hearken, em Chicago, onde pode observar de perto as rotinas e processos da consultoria, além de realizar entrevistas com as equipes de funcionários. Nessa etapa, o pesquisador questionou de que forma o jornalismo está presente na atuação da empresa e como os colaboradores se viam como profissionais, ou seja, se eles se declaravam como jornalistas.
De acordo com Fontoura, em uma sociedade extremamente midiatizada e conectada, entender o que é e o que não é jornalismo, e como ele se comporta, é cada vez mais vital. Para o docente, compreender que existem novas formas de pensar e fazer o jornalismo também é importante, pois permite conceber um jornalismo dinâmico, mais próximo do público, mas mantendo seus princípios de importância social.
O resultado das entrevistas revelou que, embora praticamente todos colaboradores tivessem algum tipo de formação jornalística, apenas alguns consideravam que trabalhavam com jornalismo na Hearken. Os funcionários também se dividiam ao pensarem se a própria empresa era jornalística ou não. Para Fontoura, esses resultados demonstram que existem muitas formas de ver jornalismo no ecossistema, que muitas vezes vão além das definições tradicionais que o campo emprega.
“Torna-se evidente que existe um processo de expansão das fronteiras do jornalismo para assimilar novas práticas e definições relacionadas a si, como uma tentativa de lidar com a mudança e se firmar em um período de tanta desconfiança e transição” conclui o pesquisador.
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O audiovisual está expandindo e se mostra cada vez mais relevante para diversas áreas de atuação. Aliado a isso, está a criação de novos ambientes tecnológicos focados nos processos de produção e circulação, especialmente a partir dos anos 2010. O cinema, a televisão e o home vídeo adotaram padrões digitais universais, que proporcionaram uma nova etapa de desenvolvimento, inclusive com o surgimento das plataformas de streaming, como Netflix, Amazon Prime e Globoplay, entre outras.
O coordenador do Laboratório de Pesquisas Audiovisuais (LaPav), professor e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Escola de Comunicação, Artes e Design João Guilherme Barone dedica sua trajetória acadêmica a estudos sobre as interseções tecnológicas, econômicas e sociais no cinema e mercado audiovisual. De acordo com ele, o audiovisual está no centro da vida social contemporânea, em função da sua força econômica e impulsionado pelos avanços tecnológicos.
O docente explica que é fundamental que haja um olhar voltado também para os indicadores econômicos. Isso porque o cinema vem registrando um impacto econômico global acima dos 400 bilhões de dólares anuais. No Brasil, a partir de 2016, o audiovisual passou a registrar um movimento anual da ordem de 24 bilhões de reais. No entanto, para o pesquisador, essa nova fase do audiovisual sofreu grande impacto na virada para o ano de 2020, em função da pandemia de Covid-19.
“O impacto inicial acarretou a paralização das atividades de produção, a interrupção de filmagens de todos os tipos, fechamento das salas de cinema, assim como todos os espetáculos públicos foram interrompidos. Houve impacto também no segmento de televisão, com a interrupção de gravações de novelas, séries, programas de auditório e até a produção jornalística foi reduzida e alterada por razões sanitárias. Este efeito global foi devastador, atingindo milhares de empresas e a geração de milhões de postos de trabalho”, explica.
A indústria audiovisual acompanha o processo de retomada do presencial, iniciado em 2021, em decorrência da vacinação. Para Barone, esse retorno permite novas perspectivas para que o mercado alcance supere os índices registrados pouco antes da pandemia, em 2019, já que o setor tem capacidade de rápida recuperação, graças aos novos ambientes tecnológicos.
Essa tendência de crescimento exponencial é confirmada por estudos sobre a indústria audiovisual, divulgados em 2021, pela Latin American Training Center (LATC), realizado pela consultoria Olsberg SPI, pela Media Business Insight e pelo Netflix, como pesquisa independente e com apoio da Associação Internacional de Film Comissions. Nesse estudo foi adotado um novo recorte sobre o desempenho do segmento denominado produção global para telas, contemplando somente a produção de filmes de longa-metragem e seriados para televisão, inclusive via streaming, não incluindo, portanto, notícias, esportes e filmes publicitários.
O professor explica que esta metodologia permitiu alcançar indicadores inéditos sobre a performance e as dinâmicas desse tipo de produção, que funciona como o eixo central da indústria. Sobre o impacto da pandemia neste segmento, a pesquisa constatou uma perda de 10 milhões de empregos regulares na cadeia produtiva e uma redução de 145 bilhões de dólares de impacto econômico, durante os primeiros seis meses de 2020.
Além disso, Barone destaca a alta relevância desse estudo, ao identificar a força deste segmento como “um poderoso instrumento de recuperação econômica em diferentes territórios e vem sendo reconhecido por diversos governos que adotam políticas públicas neste sentido”. Para o docente, tal constatação está ancorada nos dados que demonstram a capacidade do setor de injetar somas consideráveis de recursos nas economias locais, em um curto espaço de tempo, em decorrência dos gastos de produção.
Em 2019, este segmento investiu 177 bilhões de dólares em escala global, somente na produção de filmes e séries, gerando 14 milhões de postos de trabalho regulares. O impacto econômico global do segmento alcançou a marca de 414 bilhões de dólares. Foi possível mensurar o gasto mensal de uma produção de grande orçamento ao longo de 16 semanas de filmagens, chegando à média semanal de 10 milhões de dólares.
Outro dado que o pesquisador considera importante é que 67% de todos os gastos de filmagem são direcionados a outros segmentos econômicos, como transporte, alimentação, vestuário, hospedagem, telecomunicações, entre outros. Há também a constatação de que durante os dois anos de pandemia, houve um aumento exponencial do consumo audiovisual de filmes e séries, através das plataformas de streaming.
Ao longo de 2021, um mapeamento preliminar indica diversas iniciativas governamentais na América Latina e Europa, voltadas para o fortalecimento da indústria audiovisual, neste cenário de pós-pandemia. Barone aponta iniciativas na Argentina e Colômbia, mas especialmente na Itália e Espanha e analisa a situação no Brasil.
O governo italiano, por exemplo, anunciou investimentos de milhões de euros na revitalização dos estúdios da Cinecittá, infraestrutura localizada em Roma, construída na década de 1930. Um projeto que prevê a atualização tecnológica da infraestrutura de produção e a construção de mais 20 estúdios de filmagens.
No caso do governo espanhol, foi lançado um projeto de construção de um parque tecnológico dedicado a produção audiovisual, com investimentos de centenas de milhares de euros e a construção de dezenas de novos estúdios, reconhecendo a produção de filmes e séries como um novo vetor para o desenvolvimento.
Já no Brasil, há sinais de uma dupla retomada em andamento. O docente conta que o setor sofreu uma crise em 2018 com a paralização do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) sob gestão da Agência Nacional do Cinema, também paralisada. A crise foi agravada em 2019, com políticas de desmonte para o setor cultural, adotadas pelo Governo Federal e, em 2020, com os efeitos da pandemia. Apesar deste cenário, cabe destacar a iniciativa da PUCRS que em 2019 concluiu a implantação do Centro de Produção Audiovisual, o Tecnopuc-Tecna, uma infraestrutura completa de produção e pós-produção de alta tecnologia, disponibilizada ao mercado.
O pesquisador destaca que os efeitos negativos da pandemia atingiram diretamente os cerca de 300 mil postos de trabalho regulares do setor. Já no circuito exibidor, outro indicador importante da vitalidade da indústria, as estatísticas de acompanhamento do Portal Filme B indicam que em 2021 houve uma redução de 9% do parque exibidor nacional, com a extinção de 300 salas. De um total de 3.536 salas de cinema, em 2020, 300 não sobreviveram ao período de fechamento da pandemia. É um dado importante, entre as muitas assimetrias do mercado brasileiro, no qual, dos 5.570 municípios, apenas 450 contam com salas de cinema (8,8%). Enquanto os lançamentos nacionais em salas de cinema que alcançavam a marca de 100 filmes por ano também foram reduzidos.
“Após a retomada das produções e a reabertura das salas de cinema, as perspectivas positivas vieram somente na virada para 2022, pelo anúncio da reabertura dos editais do FSA com cerca de 651,2 milhões de reais aprovados em novembro de 2021 destinados majoritariamente a produção e finalização de filmes e séries”, finaliza Barone
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Com início em março de 1952, a graduação em Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos carrega uma história pioneira e de excelência na área. Primeiro do Sul do País e terceiro do Brasil, o curso completa 70 anos em 2022, tendo formado mais de 6,5 mil alunos e alunas. Muitos destes construíram trajetórias de nível nacional e internacional, prestando contribuições à área e destacando a importância da profissão à sociedade.
Em comemoração ao momento histórico, uma série de atividades estão previstas ao longo do ano. A programação contempla compartilhamento da trajetória de egressos, palestras, oportunidades de aproximação de estudantes com o mercado de trabalho e produções de materiais especiais.
O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, destaca que os 70 anos também são um momento de celebrar todas e todos que fazem parte da história do curso. “Histórias têm muita força, basta que prestemos atenção. Se olharmos para a nossa, podemos dizer que estamos celebrando estudantes, docentes, técnicos e profissionais que, mesmo após anos de formados, nos reconhecem como sua casa. Estamos celebrando a consistência de um curso que já passou por inúmeros momentos históricos e realizou os sonhos de milhares de pessoas que fazem e fizeram parte disso tudo ao longo dos anos”.
Ele também reafirma os compromissos assumidos ao longo de sete décadas: com a formação de excelência; com a educação; com a informação; com a apuração; com a democracia; com a verdade; com a ética; e com as pessoas.
Para a decana da Famecos, professora Rosângela Florczak, a data reflete a missão incorporada por docentes, estudantes e profissionais formados pelo curso.
“Celebrar sete décadas de um curso que forma profissionais de jornalismo para todo o Brasil é, sim, motivo de festa, mas acima de tudo, é motivo para parar e olhar a responsabilidade que temos como Escola e como Universidade e (re)pensar, profundamente, no papel social da profissão. Vivemos tempos complexos neste trecho da história da humanidade, que está sendo marcado por uma pandemia mundial e por guerras nas trincheiras físicas, no ciberespaço e nas relações cotidianas. Diante do cenário conturbado, o compromisso do jornalismo torna-se explícito e fundamental”, comenta Rosângela.
Coordenador do curso, o professor Fábian Chelkanoff ressalta as transformações vividas pela comunicação nestes 70 anos: “Vimos e mostramos tudo que aconteceu. Convivemos na prática com as revoluções da comunicação. Vimos e vivemos a chegada da internet, a maior de todas as revoluções. Tivemos de refazer nossa forma de entender o jornalismo”. O professor salienta que a data serve para reforçar a responsabilidade com a formação de profissionais comprometidos com a ética e com as pessoas.
Lançado em 2011, o Editorial J, laboratório de Jornalismo da Famecos, já contribuiu com a formação de mais de 350 jornalistas. Reconhecido no Estado e no País, o J já conquistou mais de 27 prêmios de jornalismo regionais e nacionais e une estagiários/as e voluntários/as de diferentes semestres para produzirem conteúdos em diversas linguagens e plataformas.
Desde o início do primeiro semestre letivo de 2022, o Editorial J firmou uma parceria com o Sul21, veículo de jornalismo independente de Porto Alegre, para a produção de reportagens sobre mobilidade urbana. As matérias produzidas pelos estudantes integrantes do J começarão a ser publicadas no jornal a partir desta semana.
O coordenador do curso acredita que a oportunidade de aprender de forma prática é fundamental no aprendizado. “Escrever com professores junto, conviver com jornalistas do mercado, fazer o seu texto circular e depois publicar para que o público inteiro leia, eu acho que isso é uma diferença brutal”, destaca Chelkanoff.
O ano de 2022 será marcado pela disputa política em torno das eleições que definirão os representantes da população nos níveis estadual e federal. Esse momento, marcado de incertezas, traz riscos à economia e à estabilidade social, o que pode ser prejudicial para as empresas. Por isso, nesta entrevista, a professora Rosângela Florczak, recém-nomeada decana da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, explica como a comunicação pode ser uma aliada das organizações durante o pleito.
Rosângela: As pessoas vivem em um ambiente midiatizado. Então elas extrapolam o seu viver presencial e publicam os seus posicionamentos o tempo todo em todas as dimensões de suas vidas, inclusive nas suas escolhas diante de uma disputa político-partidária como a que nós vamos viver neste ano. As organizações precisam estar muito atentas, porque o distanciamento entre público e privado se diluiu com as redes sociais e elas abrigam pessoas que possuem posicionamentos distintos. Isso pode fazer com que as situações de conflito se intensifiquem, pois até pequenas diferenças do cotidiano, quando chegam ao ambiente midiático, se conectam com o sentimento de outras pessoas, potencializando o que eu chamo de emoção pública. Nesse contexto, a vigilância que é exercida nesse ambiente pode se voltar contra a organização. Além disso, conteúdos publicados pelas organizações podem ser mal utilizados de forma intencional por internautas para promover determinados posicionamentos políticos.
Rosângela: Sim, é fundamental que a empresa faça uma matriz de riscos reputacionais. Esse tema ainda é novo no Brasil e começou a ser discutido de forma mais intensa desde que a bolsa de valores passou a utilizar um indicador chamado rep risk, que impacta diretamente no valor das ações de uma companhia. Apesar de estarmos falando, nesse caso, de empresas de capital aberto, a análise desses riscos é válida para organizações de todos os setores. Para 2022, especialistas enxergam como riscos mais prováveis os conflitos relacionados à discriminação e ao preconceito. Eu colocaria, ainda, em uma matriz de riscos os conflitos decorrentes de diferenças de posicionamento em relação a causas sociais, os que ocorrem entre colaboradores e os gerados pela incoerência entre o discurso de uma organização e as suas práticas. Publicações relacionadas a alguns temas sensíveis e investimentos que podem ser questionados são também ocasiões em que podem surgir crises. O grande segredo para as organizações é a prevenção de crises, pois, quando elas acontecem, existem diversas consequências.
Rosângela: É muito importante que a marca faça seus conteúdos de ativismo e de posicionamento a partir da sua identidade. Nesse ponto, a recomendação é de que exista um alinhamento público entre identidade, práticas e comunicação. O que eu estou dizendo que eu faço, eu faço efetivamente? é uma pergunta que deve estar no dia a dia das organizações. O grande problema é quando se realiza o que denominamos social washing, ou seja, quando a organização adota uma causa para agradar o seu público, mas não realiza práticas efetivas em prol dela. Isso não é válido apenas para anos eleitorais, nos quais existe maior risco, mas em todos os momentos, porque essa é uma realidade da vida das organizações em um mundo midiatizado.
Rosângela: Sem dúvidas, esse posicionamento alinhado entre comunicação, identidade e práticas eu compreendo como um escudo para a reputação de uma marca ou de uma organização. No momento em que acontecem os ataques, as empresas devem estar preparadas para sustentar os seus posicionamentos, isso dá trabalho, mas é a melhor saída. As crises são prevenidas quando a organização assume claramente o que ela é. Atualmente, as marcas não possuem mais unanimidade, é impossível agradar a todos e as organizações precisarão saber conviver e dialogar em momentos que não são totalmente favoráveis a elas.
Rosângela: Mais do que nunca as marcas devem fazer esse investimento, mas não só para uma uma comunicação mais espetacularizada, autoelogiosa e que fala bem de si mesma e, sim, em uma comunicação efetiva, que engaje pessoas em causas e em novas perspectivas, que seja um espaço de formação de consciência. Eu acredito que a comunicação tem essa potência, de realmente transformar a vida das pessoas. Hoje, as marcas podem formar verdadeiras comunidades em torno de temas de interesse e isso é possível através da comunicação. Isso possibilita diversos ganhos para as marcas.
Em 2022, a Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS lançou seu mais novo curso, o tecnólogo em Comunicação Empresarial. Conforme exposto por Rosângela, esse ramo é fundamental para as empresas, ainda mais em um ambiente midiatizado, o que já é uma realidade. As inscrições para esse curso estão abertas no Vestibular Complementar, inscreva-se!
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Conhecer os segredos de como fazer uma boa reportagem em vídeo é essencial para todos que atuam na área de Comunicação. Com as novas mídias, tornou-se necessário se adaptar também aos novos formatos. Pensando em proporcionar a troca de conhecimentos com profissionais que já estão no mercado de trabalho, a PUCRS lançou um novo curso de extensão 100% online, que será ministrado pelo jornalista Flávio Lampert Fachel, que está entre os apresentadores do Jornal Nacional, e pelo professor Carlos Alberto de Vargas Kober, idealizador de projetos jornalísticos e de entretenimento para as principais emissoras do País.
Além das aulas, o curso Técnicas e Práticas de Reportagem para as Novas Mídias possui como diferencial a possibilidade de participar de mentorias com o professor Kober. Esses encontros terão duas horas de duração e acontecerão em grupos de cinco pessoas, devendo ser previamente agendados. Essa é uma excelente oportunidade de dialogar com profissionais que se destacam no ramo jornalístico e conhecer os atalhos de quem vive a prática do jornalismo em grandes redações.
Voltado a ensinar os segredos da reportagem em vídeo para as novas mídias e focado em telejornalismo, o curso terá como trabalho final a produção de um vídeo exclusivo, com edição profissional e que poderá integrar o portfólio do aluno. Os temas a serem trabalhados são:
É necessário realizar inscrição para participar, pois as vagas são limitadas. O investimento varia de acordo com a categoria de inscrição de cada público, podendo ser conferida no site do evento. As aulas acontecerão entre os dias 12 de março e 4 de abril, nos sábados, das 14h às 17h. As mentorias, por sua vez, serão realizadas nas quintas e sextas-feiras, das 20h às 22h, de 17/3 a 1º de abril.
Ao final do curso, será concedido um certificado de 14h aos participantes, que podem aproveitá-lo na graduação como horas complementares e, também, inseri-lo no seu currículo.
Flávio Lampert Fachel é jornalista, apresentador e editor-executivo do Bom Dia Rio, telejornal exibido pela Rede Globo. Além disso, desde 2019 faz parte do rodízio de apresentadores do Jornal Nacional. Em 2001, conquistou o 1º Prêmio Esso de Telejornalismo, tendo trabalhado como repórter na Rede Globo e no Globo Repórter. Em 2010, o jornalista foi convidado para trabalhar como correspondente internacional da Rede Globo de Televisão, em Nova Iorque, por dois anos, cobrindo notícias políticas internacionais, descobertas científicas, assuntos de comportamento e demais fatos de destaque. Ao retornar ao Brasil, voltou a trabalhar como repórter especial no Rio de Janeiro. Para conhecer melhor o trabalho de Fachel, confira o perfil do jornalista no LinkedIn.
Carlos Alberto de Vargas Kober é professor universitário, diretor artístico, jornalista e publicitário, com 40 anos de atividades desenvolvidas em vários estados brasileiros. Ele é especialista em novos formatos, linguagens e em transmissões de grandes eventos. Sua experiência é vasta em projetos jornalísticos, de entretenimento e de informação, tendo trabalhado nas principais emissoras do País. Ele esteve em frente a projetos de comunicação como o Rock In Rio, Free Jazz Festival, Domingão do Faustão, Videoshow, Criança Esperança, Bem Brasil, Heineken Concerts, Viola Minha Viola, Castelo Rá Tim Bum, documentários e especiais musicais de todos os tipos e formatos. Para saber mais, confira o perfil do professor no LinkedIn.
Ambos são formados em Jornalismo pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.