A peça de teatro Tango para homens velhos, totalmente produzida pela PUCRS, está prestes a ser lançada. Escrito pelo professor da Escola de Humanidades Altair Martins, o espetáculo põe em cena as questões mais gratuitas — e por isso mesmo brutais — do feminicídio. Encenada pelo dramaturgo e pelo ator Charles Dall’Agnol, diretor do Grupo de Teatro Universitário (GTU), vinculado ao Instituto de Cultura, a produção apresenta dois personagens que, enquanto costuram uma bandeira, escondem-se atrás de uma tragédia cuja culpa não querem expiar: projetam um para o outro ratos que entraram em suas casas e assassinaram suas mulheres. A estreia acontece no dia 24 de março, às 19h30min, no Teatro do prédio 40 (Av. Ipiranga, 6681) e é aberta ao público (mais informações sobre a distribuição de ingressos serão divulgadas em breve).
“Na primeira vez em que li a peça Tango para homens velhos senti uma espécie de desconforto por estar diante de um assunto tão importante para nós, mulheres, mas sendo ali mostrado através de homens”, confessa Gisela Rodriguez, doutoranda em Escrita Criativa e diretora da peça. No entanto, segundo ela, essa sensação de estranhamento foi positiva, porque “estava na hora dos homens se reinventarem” nas questões que envolvem manifestações artísticas. Gisela conta que, durante os ensaios, o fato de dois homens falarem sobre o feminismo é bastante debatido. Além disso, a montagem foi construída em conjunto pelos membros do GTU, que conta com a participação de várias mulheres.
Os ensaios de Tango para homens velhos se iniciaram em setembro de 2019. Sobre a origem do espetáculo, Martins conta que começou a escrever o texto ouvindo a trilha sonora de tango que agora faz parte da encenação. No dia da estreia, após o espetáculo, haverá um debate sobre a peça com a diretora e os dois atores.
Peça de teatro Tango para homens velhos
24 de março, às 19h30min
Teatro do prédio 40 da PUCRS (Av. Ipiranga, 6681)
Entrada gratuita, com data de distribuição de ingressos a definir
Montagem: GTU (Grupo de Teatro Universitário da PUCRS)
Direção: Gisela Rodriguez
Dramaturgia: Altair Martins
Elenco: Charles Dall’Agnol (Sérgio) e Altair Martins (Alcides)
Sonoplastia: Felipe Durli
Iluminação e assistência de direção: Clenir Santos
Assistência de produção e contrarregragem: Marina Nogara
Cenografia, objetos e concepção sonora: Altair Martins
Figurino: Iara Fülber Sander
O espetáculo Caio do Céu, realizado em homenagem ao artista Caio Fernando de Abreu que estaria completando 70 anos , tem distribuição de ingressos, de 3 a 6 de setembro , das 9h às 12h e das 13h30min às 20h, na Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex), na sala 109 do prédio 1, mediante a doação de 1kg de alimento não perecível. A peça, promovida pelo Instituto de Cultura da PUCRS, ocorre no dia no dia 11 de setembro, às 20h, no Teatro da PUCRS do prédio 40 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Com direção de Luís Artur Nunes, a peça traz o universo do autor com música ao vivo, imagens projetadas e a interpretação da prestigiada atriz Deborah Finocchiaro, que divide o palco com Gustavo Petry.
O evento, que é aberto ao público, integra a programação da Semana de Letras e Escrita Criativa da Escola de Humanidades da PUCRS. Após a apresentação do espetáculo, haverá debate com a presença de convidados especiais e o lançamento do livro Contos Completos de Caio Fernando de Abreu, publicado pela editora Companhia das Letras.
Caio do Céu
O roteiro, concebido por Deborah Finocchiaro, é baseado em contos, crônicas, poemas, trechos de cartas, textos teatrais e entrevistas com o autor. No palco, os atores misturam literatura, música, cinema e teatro para questionar os valores da sociedade, nossos tabus e questões da alma humana. Além da encenação de seus textos, Caio aparece no decorrer do espetáculo por meio de vídeos com trechos de suas entrevistas.
Sobre Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) é apontado com um dos expoentes da sua geração, foi jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro. Seu primeiro conto, O Príncipe Sapo, 1963, foi publicado três anos mais tarde na revista Claudia. Em 1973, se exilou na Europa, onde ficou até 1974, ano em que começou sua prolixa criação literária de mais de 28 livros publicados nas formas de contos, crônicas, romances e antologias. Entre eles, destacam-se Morangos Mofados (1982) e os Dragões Não Conhecem o Paraíso (1988). Seu último romance, Onde andará Dulce Veiga?, 1990, foi adaptado para o cinema pelo diretor Guilherme de Almeida Prado.
Caio ficou popular por seus temas em que fala sobre sexo, medo, morte e, principalmente, solidão. Através de problemas pessoais e situações cotidianas, contestou valores que na época eram pouco discutidos, como aids, homossexualidade e espiritualidade. No acervo digital do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, é possível encontrar diversos objetos, livros, escritos e datiloscritos do autor.