Lançamento do livro Escrever Ficção, Luiz Antonio de Assis Brasil, Instituto de Cultura

Foto: Bruno Todeschini

Em uma noite memorável e marcante para a história da Escrita Criativa no Brasil, escritores, alunos, professores, leitores lotaram o Instituto de Cultura da PUCRS para o lançamento do livro Escrever ficção: Um manual de criação literária, de Luiz Antonio de Assis Brasil. Antes da sessão de autógrafos, o autor e professor da Escola de Humanidades participou de um descontraído bate-papo com o diretor do Instituto de Cultura, Ricardo Barberena, o coordenador do curso de Letras Português, Paulo Ricardo Kralik Angelini, e o professor e doutorando Luis Roberto Amabile. O lançamento, realizado em 25 de março no 7° andar da Biblioteca Central da PUCRS, contou com a presença do reitor Ir. Evilázio Teixeira e do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários Ir. Marcelo Bonhemberger.

Idealizador da mais tradicional oficina de escrita Criativa do País, Assis Brasil contou que há 35 anos propôs o curso ao então pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Ir. Elvo Clemente, de quem recebeu total apoio, e reconhece o importante papel da PUCRS nesta caminhada. “Houve uma pessoa que acreditou e depois disso, todas as administrações da PUCRS, da minha Universidade, me apoiaram. Se esse trabalho existe, eu devo à PUCRS por sempre me apoiar e oferecer toda a estrutura necessária. Esse livro, de certo modo, é uma prestação de contas que faço de todo esse apoio que sempre tive nesses 34 anos”, reconheceu.

Destino de escritores

Lançamento do livro Escrever Ficção, Luiz Antonio de Assis Brasil, Instituto de Cultura

Foto: Bruno Todeschini

Falar de Escrita Criativa no Brasil, segundo Angelini, é falar de Assis Brasil. “São 34 anos de uma atividade ininterrupta, um tempo maior que a idade da grande maioria dos nossos alunos, ou seja, a oficina nasceu antes da maioria dessa geração ter nascido e ter vontade de estudar escrita criativa”, afirma. O livro vem preencher uma lacuna dos estudos da área em âmbito nacional. Angelini destacou que a oficina, o mestrado e o doutorado, criados mais tarde, fazem de Porto Alegre destino de muitos gaúchos, muitos brasileiros e até estrangeiros. “A possibilidade de estudar Escrita Criativa em uma Universidade de ponta como a PUCRS passa inegavelmente pelo trabalho que Assis vem desenvolvendo há décadas.”

Um exemplo é Amabile que, nascido em Assis, deixou o cargo de jornalista no Estadão em São Paulo e mudou-se para Porto Alegre para cursar a oficina. “Causou uma revolução na minha vida. Agradeço à PUCRS por apoiar a Escrita Criativa no Brasil. O livro é um dos raríssimos casos de uma obra que nasceu clássica”, garante. Outro caso é o também jornalista Fred Linardi, que saiu de São Paulo em 2017 para ingressar no mestrado em Escrita Criativa. No ano seguinte, foi aluno de Assis Brasil na oficia. “Pude entender de forma contínua o processo lúcido da escrita com aula exemplar do método.  Além das ferramentas de escrita ele traz uma lente muito ampliada da leitura. A gente sai da oficina aprendendo a ler melhor, o que influencia bastante na escrita.”  No primeiro concurso em que inscreveu um conto, no Josué Guimarães em Passo Fundo, ficou em 2º lugar e no concurso Paulo Leminski ganhou menção honrosa.

Ensinamentos do escritor e professor

Lançamento do livro Escrever Ficção, Luiz Antonio de Assis Brasil, Instituto de Cultura

Foto: Bruno Todeschini

Entender que tudo decorre da existência do personagem, conflito, tempo, espaço e a ideia de focalizador são alguns dos temas abordados por Assis Brasil no novo livro. “Temos ensinamentos, histórias saborosas do mundo literário, exemplos de textos de autores de língua portuguesa – o que é um diferencial enorme das outras obras -, angústias, medos e sonhos de seus alunos, a palavra do professor que tranquiliza, que desafia e que transforma. É o trabalho de uma vida dedicada à literatura e ao ensino dela. O livro reúne o professor e o escritor, ler este livro é também ver e ouvir o Assis em sala de aula”, destaca Angelini.

Alexandra Lopes da Cunha é doutorando em Escrita Criativa na PUCRS e tem Assis Brasil como seu orientador. Em breve embarca para um período na Universidade de Coimbra, onde pretende concluir sua tese, que será um romance que explora o conceito de língua comum entre Brasil e Portugal. “Todas as observações dele foram muito precisas, me ajudou muito em uma série de aspectos na construção da narrativa e nas questões especificas da construção do personagem. É muito bom trabalhar com ele”, reconhece.

Ficha Técnica
Título original: SOBRE ESCRITA DE FICÇÃO
Capa: Elisa von Randow
Páginas: 400
Formato: 16.00 X 23.00 cm
Peso: 0.610 kg
Acabamento: Brochura com Orelha
ISBN: 9788535932072
Selo: Companhia das Letras

Veja galeria de fotos:

 

Exposição Nosso Corpo Estranho

Exposição Nosso Corpo Estranho / Foto: Bruno Todeschini

Nesta quarta-feira, 20 de março, a partir das 19h30min, o bate-papo Artistas, atores ou ficcionistas reúne os artistas Guilherme Dable, Letícia Lopes e o escritor Reginaldo Pujol Filho. O encontro ocorre no 12º andar da Biblioteca Central, prédio 16 do Campus (Av. Ipiranga, 6.681), onde está ocorrendo até 29 de março a exposição Nosso Corpo Estranho. O evento é gratuito e aberto ao público.

A exposição, fruto do trabalho de doutorado em Escrita Criativa de Reginaldo Pujol Filho e do trabalho em colaboração com Guilherme Dable e Letícia Lopes, mistura literatura, ficção, narrativa e artes visuais. Na ocasião, Pujol Filho vai conversar com Guilherme e Letícia sobre o trabalho dos artistas que criaram obras entre a realidade e a ficção, que incorporaram a personalidade de um outro criador para fazer os trabalhos em exposição. A conversa também permitirá falar mais sobre encontros entre literatura e artes, narração nas artes, as artes na literatura, além de conhecer curiosidades sobre os bastidores da exposição.

Sobre os participantes

Exposição Nosso Corpo Estranho

Exposição Nosso Corpo Estranho / Foto: Bruno Todeschini

Guilherme Dable é artista visual e tem mestrado em Poéticas Visuais pelo Instituo de Artes da UFRGS, onde atualmente realiza seu doutorado. É co-fundador do Atelier Subterrânea, espaço independente que atuou baseado em Porto Alegre entre 2006 e 2015. Já realizou exposições individuais em Londres, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Recife, entre outras cidades, além de ter participado de diversas coletivas no Brasil e no exterior. Seu trabalho já foi reconhecido com prêmios, bolsas e residências artísticas e integra coleções com as do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Museu de Artes do Rio Grande do Sul, do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, da Fundação Vera Chaves Barcellos entre outras.

Letícia Lopes é bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Participou de exposições coletivas, como Faturas (Memorial do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016), Exigências do Desenho (Acervo Independente, Porto Alegre, RS, 2015) e 20º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande (Palácio das Artes, Praia Grande, SP, 2013). Foi selecionada pelo Programa RS Contemporâneo (2016), por meio do qual expôs individualmente Presença Sinistra, com curadoria de Marcelo Campos (UFRJ), no Santander Cultural. Foi contemplada com o Edital para Artes Visuais – Edição 2015 da Fundação Galeria Ecarta (Porto Alegre, RS) com a exposição individual Ode a Phobos – Ou como É Bom Não Ter Memória. No mesmo ano, realizou a individual Exagerar Já É um Começo de Invenção, na Casa Paralela (Pelotas, RS) e, em 2014, participou do Concurso 3º Prêmio IEAVI com Em Minha Fome Mando Eu, na Fotogaleria Virgílio Calegari (Casa de Cultura Mário Quintana), exposição que lhe rendeu o Prêmio de Melhor Exposição (por salas). Pinturas delinquentes: revelações noturnas à margem da tolerância estética ocidental (e suas infiltrações bem-sucedidas)”, publicado pela Cactus Edições ano passado foi selecionado pelo Festival de Fotolivros da Revista Zum, e agora faz parte do acervo da biblioteca do Instituto Moreira Salles de São Paulo.

Reginaldo Pujol Filho é escritor com mestrado e doutorado em Escrita Criativa pela PUCRS. Publicou os livros Só faltou o títuloQuero ser Reginaldo Pujol Filho e Azar do personagem. Além da escrita de ficção, também colabora com veículos de imprensa como Zero Hora, O Globo e Suplemento Pernambuco, com crítica literária e ensaio. É curador da Coleção Gira de literaturas de língua portuguesa da editora Dublinense e ministra cursos de criação literária.

 

Ronaldo Correia de Brito

Foto: Luiz Santos/Divulgação

O escritor cearense Ronaldo Correia de Brito participará de palestras sobre escrita criativa e lançará seu novo livro, Dora Sem Véu, na PUCRS. As atividades terão mediação do professor da PUCRS e escritor Altair Martins. A programação, com entrada franca e aberta ao público, ocorre nos dias 22, 23 e 24 de agosto no Instituto de Cultura, localizado no 7º andar da Biblioteca Central da PUCRS. Para participar, é necessário se inscrever pelo link  http://bit.ly/RonaldoCorreiadeBrito.

No dia 22 de agosto, às 19h30min, o bate-papo será sobre A arqueologia do romance Dora Sem Véu e, na sequência, ocorre a sessão de autógrafos do romance. Já no dia 23, no mesmo horário, a conversa gira em torno do tema Tramas do falar ao escrever. No último dia, 24 de agosto, também às 19h30min, a pergunta que norteará a discussão será O conto possui tamanho?

 

Sobre o autor e a obra

Autor de 11 livros, o escritor recebeu o prêmio São Paulo de Literatura, em 2009, pelo romance Galileia. Após, mais dois romances foram publicados: Estive Lá Fora, em 2012, e agora, Dora Sem Véu, livro no qual o autor volta ao agreste, universo de seus primeiros contos Faca (2003) e Livro dos Homens (2005).

Em Dora Sem Véu, Ronaldo retoma não exatamente o caminho da literatura regionalista da primeira metade do século passado, pois elege uma nova trilha, a do drama contemporâneo, recorrendo aos elementos formais da tragédia clássica para espelhar uma sociedade mítica, a sertaneja, em confronto com a modernidade laica.

Com traços dostoievskianos, em Dora Sem Véu, o escritor cria uma narrativa emocionante e multifacetada sobre o amor e a culpa. Sua personagem principal, Francisca, é uma mulher de meia-idade que vai com o marido explorar seu passado obscuro em busca da avó Dora que nunca conheceu. Nessa viagem reveladora, ambos irão enfrentar o amor, as suspeitas e a morte.

Professor e coordenador Bernardo Bueno Foto: Bruno Todeschini

Professor e coordenador Bernardo Bueno Foto: Bruno Todeschini

Já imaginou fazer parte de um seleto grupo de formandos, cujo diploma é inédito no Brasil? É esse o caso dos 18 alunos do curso superior de tecnologia em Escrita Criativa, que, nesse sábado, 28 de julho, celebra a colação de grau de sua primeira turma de graduação. Lançado em 2016, o curso busca atender a necessidade do mercado de pessoas criativas e flexíveis, com perfil versátil e inovador, para exercer atividades que envolvam o texto criativo em suas diferentes manifestações.  “Há muito tempo existe demanda para uma graduação em Escrita Criativa. Sabemos que muitos alunos iam para outros afins, como Letras ou Jornalismo, porque gostavam de escrever. Mas cada formação tem objetivos diferentes, e esta é voltada totalmente para quem quer criar usando a linguagem escrita”, explica o professor e coordenador do curso, Bernardo Bueno.

A versatilidade na aplicação dos conhecimentos adquiridos atrai diferentes perfis de alunos, desde aqueles que acabaram de sair do Ensino Médio, até quem busca uma segunda formação, interessados em tornar-se escritores, compositores e conquistar os mais variados níveis experiência. “O curso oferece uma série de experiências, orientações, práticas e ferramentas para os alunos, que podem atuar em profissões variadas. Eles podem ser escritores, revisores de texto, roteiristas, editores, criadores de conteúdo online, por exemplo, ou até trabalhar em uma área ou profissão que ainda não foi criada”, comenta o coordenador.

2018_07_27-escrita_criativa(camila_cunha))Interessada no curso de Escrita Criativa pela possibilidade de desenvolver suas capacidades como compositora, a aluna Beatriz Vieira, que já cursava Música na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), se surpreendeu com o “profundo mergulho no mundo literário”.  “Tive que escrever textos que não tinha o costume de escrever – como roteiro para curta e longa metragens, textos teatrais e contos. Saí de alguém que acreditava escrever apenas poemas, para quem fez um TCC sobre contos. Me descobri contista dentro desse curso”, conta Beatriz.

No caso de Ana Luiza Furlanetto, o interesse em ingressar veio da expectativa de conhecer melhor o mercado editorial e aprimorar sua escrita. Ela explica que muitas pessoas têm vontade de se tornar escritoras, porém não sabem como transformar essa atividade em prática profissional, e o curso trouxe esse esclarecimento. “Não conhecia pessoas que desejassem levar a escrita para além de um passatempo. Ter professores pessoas com livros publicados, que fizeram da literatura sua profissão, foi extremamente inspirador”, ressalta Ana Luiza. Ela destaca também o contato com escritoras como Débora Ferraz e Conceição Evaristo, que estiveram na Universidade para ministrar palestras.

2018_07_27-escrita_criativa_2(Bruno_todeschini)O clima participativo também foi frisado pelo professor e alunas ao longo dos cinco primeiros semestres da graduação, tanto na relação entre os estudantes e a coordenação, quanto entre os colegas. Ana Luiza conta que o compartilhamento dos textos e observações é uma prática comum e incentivada. “No início muitas pessoas ainda tinham receio de receber críticas, mas no decorrer do curso nós já discutíamos nossos textos e pedíamos a leitura sincera dos colegas. Essa troca de ideias é uma das partes que mais enriquece o texto”, explica ela.

Também de acordo com Bueno, o diálogo com os alunos foi muito importante no processo de implementação e avaliação de cursos novos como esse, e, como conta Ana Luiza, os professores constantemente buscaram essa interação para melhorar a qualidade das aulas. “Eles sempre ouviram nossas sugestões e se preocuparam em nos possibilitar a melhor experiência possível no curso de Escrita Criativa”, afirma Ana Luiza. Além disso, ao longo do curso, os alunos puderam organizar e participar e forma ativa de eventos literários, como Babuínos Bobocas Balbuciando em Bando, realizado pelos graduandos na livraria Saraiva do Shopping Praia de Belas, a Antologia Um da Escrita Criativa, que teve lançamento oficial dentro da PUCRS, e uma sessão de autógrafos na Feira do Livro de Porto Alegre e o Concurso Literário Rasuras.

Para o coordenador, a sensação é de sucesso e dever comprido. “Construímos uma relação muito legal, e é sensacional ver o crescimento dos alunos, o amadurecimento de seus textos, suas leituras e opiniões. É uma sensação de dever cumprido, junto com uma saudade, já agora, pelos alunos que se formam”, revela.

Encontros em Escrita CriativaOs encontros de Estudos em Escrita Criativa, com apoio da PUCRS, ocorrem a partir do dia 25 de abril. Trazem à tona os temas encontrados nos grandes clássicos da literatura universal. O primeiro assunto será mito, contando com a presença de Annie Müller, aluna do mestrado em Letras – Escrita Criativa, e Guilherme Azambuja, do doutorado. Também haverá o lançamento do livro Sobre a escrita criativa, da Editora Raio de Sol, organizado por Patricia Gonçalves Tenório, doutoranda em Letras da PUCRS.

Os alunos Annie Müller, Alexandra Lopes, Daniel Gruber, Gustavo Czekster, María Elena Morán e o professor Luís Roberto Amabile se reuniram para tentar difundir a outras regiões o trabalho desenvolvido na Universidade. Surgiu então, com o apoio da PUCRS, o 1º Seminário Nacional em Escrita Criativa de Pernambuco, impulsionado pela 11ª Bienal Internacional do Livro, e a coletânea de artigos em questão.

Mensais, os eventos de Estudos em Escrita Criativa buscam estimular a criatividade na escrita de textos poéticos e ficcionais. Combinam conteúdos teóricos com exercícios práticos e apresentação de autores locais. São organizados pelo professor da Escola de Humanidades Luiz Antonio de Assis Brasil, com a escritora pernambucana Patricia Gonçalves Tenório. Ocorrem às quartas-feiras, das 18h30min às 21h, na Livraria Cultura, no Shopping Bourbon Country. O projeto também é realizado no Recife (PE).

 Próximos encontros

– Dia 16 de maio: A viagem, com María Elena Morán e Daniel Gruber

– Dia 13 de junho: A música, com Alexandra Lopes e Gustavo Czekster

– Dia 15 de agosto: O amor, com Júlia Dantas e Luís Roberto Amabile

– Dia 12 de setembro: O sonho, com Gisela Rodriguez e Fred Linardi

– Dia 10 de outubro: A imagem, com Débora Ferraz e Tiago Germano

– Dia 7 de novembro: O fogo, com Andrezza Postay e Camilo Mattar

Inscrições

Informações de inscrições pelo e-mail [email protected]. Os interessados devem enviar uma pequena biografia, com dados para contato, produção de conteúdo (um ou dois contos/poesia) e responder à pergunta: Por que se interessa em participar dos Estudos em Escrita Criativa? Vagas limitadas. Informações no Facebook.

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

A Noite do Livro, celebrada em Porto Alegre na sexta-feira, 23, agraciou o Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em LetrasGustavo Melo Czekster, e o diplomado do curso de Criação Literária, Samir Machado de Machado, com o Prêmio Açorianos de Literatura 2017. O trabalho de registro e conservação de acervos de escritores, cineastas, jornalistas e coleções da cultura do Rio Grande do Sul, bem como promoção de atividades relacionadas à literatura, rendeu o prêmio de Relevância Cultural ao Delfos. Já Czekster e Machado de Machado conquistaram os troféus nas categorias Contos e Narrativa Longa, respectivamente. Em sua 24ª edição, a cerimônia de entrega foi realizada no Teatro Renascença, organizada pela Coordenação do Livro e Literatura da Secretaria Municipal de Cultura.

Prêmio por aclamação

O diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, professor Ricardo Barberena, destaca que “o prêmio foi concedido ao Delfos por aclamação, uma homenagem como instituição, por sua capacidade de traduzir a cultura no Rio Grande do Sul, especialmente no campo da literatura. Ele faz justiça a um longo trabalho promovido há quase dez anos por muitas pessoas, tendo em vista a preservação e a divulgação cultural no Estado”, ressalta. O docente, que também atua como coordenador executivo do Delfos, lembra que o local reúne os três elementos do sistema literário: o autor, a obra e o leitor. “Uma prática permanente é a atração de grandes nomes da literatura contemporânea, brasileiros e internacionais, o que garante o fluxo de um público heterogêneo e plural ao nosso espaço”, afirma.

2018_03_26_premio_acorianos_delfos(907x605)(bruno_todeschini)Delfos recebe grandes expoentes da literatura

Barberena acrescenta que “hoje existem mais de 50 acervos abrigados, com acesso a pesquisadores. Também recebemos mais de 50 escritores em palestras, cursos, conferências e saraus literários. Uma das principais características dos eventos que promovemos é o fato de serem abertos à comunidade, contando sempre com a presença de estudantes de Graduação, Pós-Graduação e visitantes interessados na literatura”, recorda. De acordo com o docente, o Prêmio Açorianos também representa um reposicionamento na área da cultura, no qual a PUCRS pretende atuar como novo polo na Capital.

Promoção e memória da cultura

Inaugurado em 4 de dezembro de 2008, o Delfos tem o objetivo de promover a cultura e preservar a memória ligadas à cultura gaúcha ou a escritores por meio da conservação de documentos doados ao espaço e de realização de atividades culturais. No espaço localizado no 7º andar da Biblioteca Central Ir. José Otão, é possível encontrar documentos e raridades referentes às áreas de Letras, Artes Jornalismo, Cinema, História e Arquitetura, que são preservados, acondicionados e disponibilizados a pesquisadores cadastrados. Seu acervo é composto por documentos ligados à cultura gaúcha ou a escritores, entidades ou autoridades representativas para o Rio Grande do Sul.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Não há amanhã

Gustavo Melo Czekster, 41 anos, é doutorando em Escrita Criativa pela Escola de Humanidades da PUCRS, formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS e mestre em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O escritor foi o vencedor da categoria Contos por Não há amanhã, obra com 30 narrativas que oscilam em torno da busca de um sentido. No livro, o autor trata da dúvida sobre o que anima o ser humano e dá coesão para seguir em frente. Através de narrativas nas quais o fantástico surge por entre as dobras e fissuras do cotidiano, mostra o quão próximo se estaria do delírio, da instabilidade, do medo de descobrir que a existência seria um abismo profundo.

Para Czekster, a conquista é, na verdade, um reconhecimento aos leitores, que interagem de várias formas com a história. “Um livro não existe sem leitores, e acredito que o Não há amanhã está cumprindo bem a missão que lhe era destinada: despertar dúvidas e inquietações, fazendo com que os leitores entrem nas engrenagens das suas histórias e, ao mesmo tempo em que se divirtam, também questionem a realidade que os cerca”, afirma o vencedor da categoria Contos.

Foto: Divulgação/Editora Rocco

Foto: Divulgação/Editora Rocco

Homens Elegantes

Samir Machado de Machado, 37 anos, diplomado nos cursos de Criação Literária e Publicidade e Propaganda pela PUCRS, conquistou a categoria Narrativa Longa pela obra Homens Elegantes. O fundador da Não Editora já havia sido indicado duas vezes, por O Professor de Botânica e Quatro Soldados, e foi vencedor por três vezes em categorias não-literárias, por melhor capa. “A importância para mim é que esse é o primeiro prêmio literário que ganho por meu trabalho como escritor, exatos dez anos após eu iniciar minha carreira ao ter criado a Não Editora entre, 2007 e 2018, e ele ainda vem da minha cidade natal”, afirma Machado.

Na trama, um soldado brasileiro é enviado a Londres com a missão de investigar uma rede de contrabando de livros eróticos para o Brasil, em 1760, e se deslumbra com os luxos e excessos da alta sociedade europeia. O texto foi destacado pelo incrível detalhamento dos costumes da época, e seu equilíbrio com o enredo de espionagem, que faz dele uma narrativa de ritmo vertiginoso.

Sete indicações

Na atual edição do Prêmio Açorianos a Universidade teve sete indicações de escritores, sendo que na categoria Narrativa longa, todos os concorrentes eram estudantes ou diplomados PUCRS. Confira a lista dos indicados e os títulos das obras:

Narrativa longa

Alexandra Lopes da Cunha (Doutoranda PPGL), por Demorei a gostar da Elis

Cristiano Baldi (Doutorando PPGL e professor de Letras e Escrita Criativa), por Correr com rinocerontes

Samir Machado de Machado (Alumni de Criação Literária), por Homens elegantes

Contos

Gustavo Melo Czekster (Doutorando PPGL), por Não há amanhã

Crônica

Tiago Germano (Doutorando PPGL), por Demônios domésticos

Infanto-juvenil

Marcelo Spalding (pós-Doutorando PPGL), por Liga de literatura: imaginação sem fim

Ensaio de literatura e humanidades

Renata Lisbôa (Doutora pelo PPGL), por Psicanálise, criatividade e o indizível da experiência de Manuel de Barros

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

O Prêmio Açorianos

Instituído em 1977 pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através de sua Secretaria de Cultura, é uma premiação para os melhores do ano as áreas de músicateatrodançaliteratura e artes plásticas e é considerado o mais importante prêmio cultural do estado do Rio Grande do Sul.

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Foto: Divulgação

Nos dias 13, 14 e 15 de setembro, o curso de Letras da Escola de Humanidades promove a Semana de Letras e Escrita Criativa com o tema Com Todas as Letras. O evento, que tem entrada franca, conta com várias atividades para a comunidade acadêmica e para o público em geral no Campus da PUCRS (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Além de palestras, oito oficinas e miniaulas de língua estrangeira, serão promovidos um Sarau sobre Caio Fernando Abreu e uma competição de poesias, a FALE(M) VERSOS, com jurados e apresentação de uma banda ao vivo. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail [email protected].

 

Confira a programação:

13 de setembro

Exposição: Caio F. Abreu e Moacyr Scliar

Hora: 19h – 19h30min

Local: Hall da Biblioteca Central

 

Palestra de abertura com Regina Dalcastagnè (Universidade de Brasília)

Hora: 19h35min – 21h

Local: Hall da Biblioteca Central

 

Oficinas – limite de 15 pessoas por oficina, não é necessária inscrição prévia

Hora: 21h15min – 22h30min

Local: Salas do prédio 8

 

14 de setembro

Miniaulas de língua estrangeira – Lexis

Hora: 17h30min – 19h

Local: 5º andar do prédio 8

 

Exposição: Caio F. Abreu e Moacyr Scliar, com leitura dramática da obra de Moacyr Scliar

Hora: 19h – 19h30min

Local: Hall da Biblioteca Central

 

Mesa: Cases & Carreiras – com Carina Fragoso, Frank Jorge e Everton de Castro e mediado por Cláudia Brescanscini e Bernardo Bueno

Hora: 19h35min – 21h

Local: Hall da Biblioteca Central

 

Comunicações

Hora: 21h15min – 22h30min

Local: Salas do prédio 8

 

15 de setembro

Sarau Caio F. Abreu – com Déborah Finocchiaro

Hora: 19h35min – 20h15min

Local: Auditório do prédio 9

 

4º FALE(M) VERSOS – com jurados e apresentação de banda

Hora: 20h15min – 22h30min

Local: Auditório do prédio 9

2017_08_29-antologiaNo dia 1º de setembro ocorre o lançamento e a sessão de autógrafos da Antologia de Escrita Criativa da PUCRS. Será das 19h às 21h30min, no saguão da Biblioteca Central, no Campus. O livro é a primeira coletânea de textos dos alunos de Escrita Criativa dos cursos de graduação e de pós-graduação – contos, capítulos de romance e poemas – da Escola de Humanidades.

A organização é do professor Bernardo Bueno com a editora Bestiário. A proposta e promover lançamentos anuais. Os exemplares estarão à venda no local.

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30º Seminário Brasileiro de Crítica Literária | 29º Seminário de Crítica do Rio Grande do Sul | 3º Encontro Nacional de Escrita CriativaFaculdade de Letras da PUCRS promove, de 18 a 20 de outubro, o 30º Seminário Brasileiro de Crítica Literária, o 29º Seminário de Crítica do Rio Grande do Sul e o 3º Encontro Nacional de Escrita Criativa. As inscrições para a apresentação de trabalhos estão abertas até o dia 30 de setembro. Os encontros acontecem no auditório Irmão Elvo Clemente, localizado na sala 305 do prédio 8 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

No primeiro dia dos eventos, 18 de outubro, a palestra A Literatura Brasileira Contemporânea Como Arte Global será ministrada, a partir das 14h15min, pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Beatriz Resende. No dia 19, a professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Maria Zilda Ferreira Cury ministra o curso Vertentes da Ficção Brasileira Contemporânea e a docente da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Laura Rabelo Erber realiza a oficina Visitas de Improviso: A Escrita Criativa Como Forma de Contato Entre Literatura e Artes Visuais. Também haverá uma mesa redonda sobre Pensamento Crítico no Brasil, com professores da UFMG, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e PUCRS.

As atividades se encerram no dia 20 de outubro, quando, além de cursos e oficinas, o evento apresenta uma mesa redonda sobre a Escrita Literária no Brasil Contemporâneo, na qual participam a professora da UFRGS Léa Masina, a docente da Universidade do Estado da Bahia – Salvador (Uneb-Salvador) Márcia Rios e o dramaturgo Luciano Alabarse. A conferência de encerramento ocorre às 16h e terá como tema o Processo Criativo e Fontes para a Criação Literária, abordado pela escritora Ana Maria Gonçalves. Serão prestadas homenagens aos escritores Guilhermino César, Luiz Antonio de Assis Brasil, Caio Fernando Abreu, Jorge Amado, Zélia Gattai, Conceição Evaristo e Clarice Lispector.

Alunos de doutorado, mestrado e professores pesquisadores de qualquer instituição podem realizar a inscrição de trabalhos para apresentação durante o evento. As propostas serão selecionadas por uma comissão da PUCRS, que avaliará a vinculação da proposta com os temas dos seminários. A relação dos selecionados será divulgada no site eventos.pucrs.br/criticaliteraria a partir de 7 de outubro.

Haverá entrega de certificados àqueles que comprovarem frequência mínima de 75%. As inscrições podem ser realizadas presencialmente no Centro de Educação Continuada, sala 201 do prédio 40 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), ou no site do evento, onde também estão informações adicionais e o cronograma do encontro.

30º Seminário Brasileiro de Crítica Literária | 29º Seminário de Crítica do Rio Grande do Sul | 3º Encontro Nacional de Escrita CriativaA Faculdade de Letras da PUCRS promove, de 18 a 20 de outubro, o 30º Seminário Brasileiro de Crítica Literária, o 29º Seminário de Crítica do Rio Grande do Sul e o 3º Encontro Nacional de Escrita Criativa.Os encontros acontecem no auditório Irmão Elvo Clemente, localizado na sala 305 do prédio 8 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

Até o dia 15 de setembro, alunos de doutorado, mestrado e professores pesquisadores de qualquer instituição podem realizar a inscrição de trabalhos para apresentação durante o evento. As propostas serão selecionadas por uma comissão da PUCRS, que avaliará a vinculação da proposta com os temas dos seminários. A relação dos selecionados será divulgada no site do evento a partir de 25 de setembro.

O objetivo do encontro é propiciar o estudo em áreas multidisciplinares, divulgar pesquisas realizadas no País e desenvolver a troca de conhecimento entre professores e alunos. Serão prestadas homenagens aos escritores Guilhermino César, Luiz Antonio de Assis Brasil, Caio Fernando Abreu, Jorge Amado, Zélia Gattai, Conceição Evaristo e Clarice Lispector.

Haverá entrega de certificados àqueles que comprovarem frequência mínima de 75%. As inscrições podem ser realizadas presencialmente no Centro de Educação Continuada, sala 201 do prédio 40 Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), ou no site eventos.pucrs.br/criticaliteraria, onde também estão informações adicionais e o cronograma do encontro.