Pelo terceiro ano consecutivo Henrique Dias Pereira dos Santos, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica da PUCRS, foi vencedor no Latin America Research Awards (Lara), premiação promovida pelo Google. Essa é a oitava edição do programa, criado com o propósito de impulsionar a inovação na região e premiar projetos acadêmicos que visam identificar e propor soluções tecnológicas para problemas reais do cotidiano das pessoas.
O projeto Validação da Identificação de Eventos Adversos por Aprendizado de Máquina em Situações Reais, orientado pela professora Renata Vieira, deu vida à startup NoHarm.ai, implantação comercial sem fins lucrativos da pesquisa. Desenvolvida em conjunto com a farmacêutica do Grupo Hospitalar Conceição, Ana Helena Ulbrich, a startup busca agilizar e dar segurança ao trabalho da Farmácia Clínica dentro de hospitais.
“Ela é uma ferramenta que traz diversas inteligências para a farmacêutica, desburocratizando o processo de revisão das prescrições medicamentosas”, afirma Ana. A NoHarm.ai já está atendendo oito hospitais distribuídos nas cidades de Porto Alegre, Passo Fundo, Belo Horizonte, Aracaju e Rio de Janeiro.
Dentre os projetos selecionados pelo Lara em 2020, 13 são do Brasil, dois do Chile, quatro da Argentina, um do Peru, um da Colômbia e um do México. Desde seu lançamento, em 2013, o programa já destinou aproximadamente 3 milhões de dólares a mais de 146 projetos de universidades de toda a região.
“Os prêmios do Google foram fundamentais para validar a contribuição científica do projeto para a ciência da computação e viabilizar economicamente a transformação do projeto de pesquisa em um produto que entrega valor para a o sistema de saúde”, comemora Santos.
Confira edições anteriores do prêmio: Alunos da PUCRS vencem o Prêmio LARA 2019, promovido pelo Google e Doutorandos em Ciência da Computação vencem programa de pesquisa do Google
Um mecanismo de buscas inédito no judiciário brasileiro, que foi desenvolvido por pesquisadores da PUCRS, começou a ser testado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) em dezembro. Além de facilitar nas pesquisas sobre precedentes de casos, a ferramenta fornece parâmetros objetivos e maior previsibilidade no julgamento, com base em valores fixados a título de indenização por danos morais.
A plataforma, que permitirá maior estabilidade e uniformidade na aplicação da lei, foi criada por Filipe Zabala, professor da Escola Politécnica, e Fabiano Silveira, formado pela Escola de Direito da PUCRS. Na elaboração do sistema “dos mais de 5 mil processos analisados, selecionamos 1.589 recursos julgados nos últimos três anos, que tiveram indenizações por danos morais fixados, variando os valores entre R$ 800 e R$ 5 milhões”, explicam.
Todos os dados analisados são de domínio público, obtidos no site do tribunal, com base na Lei de Acesso à Informação nº 12.527 de 18 de novembro de 2011 e no Decreto 7.724 de 16 maio de 2012, que permitem que qualquer pessoa tenha acesso às informações não confidenciais do poder público.
O objetivo do sistema é auxiliar magistrados e magistradas na tomada de decisões. A procura pode ser feita por matéria, assunto ou palavra-chave, com um menu intuitivo. Em lista, são apresentadas as pessoas julgadas, com número do processo, a ementa, as peculiaridades do caso e os valores aplicados.
“O esperado é que o uso da ferramenta reduza a variabilidade e padronize a atribuição de valores por dano moral para processos similares. Por ter sido desenvolvida em software livre, o TJRS tem pleno acesso ao código-fonte para futuras atualizações sem custo financeiro envolvido na manutenção do sistema”, destaca Zabala.
O lançamento aconteceu no dia 17 de novembro, em uma reunião virtual com o desembargador Alberto Delgado Neto, presidente do Conselho de Informática do TJRS, que elogiou a iniciativa. Também estiveram presentes integrantes da Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (InovaJus) e da Escola Superior da Magistratura (Ajuris).
Leia também: Professores da Escola de Direito integrarão comissão de juristas na Câmara dos Deputados
Em 2019 o Núcleo de Inovação da Ajuris participou de um workshop no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). Esse foi o primeiro momento para troca de informações e expectativas, o que resultou na atual parceria.
Uma reunião virtual marcou o aniversário de dois anos de lançamento do app Adoção, desenvolvido por alunos da Escola Politécnica da PUCRS. Com o propósito de formar novas famílias e realizar sonhos, a plataforma já possibilitou a aproximação de 38 crianças e adolescentes do programa de acolhimento institucional gaúcho com possíveis adotantes. Os dados foram divulgados pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul em seu portal oficial.
Os irmãos Kauany e Kauã, de 12 e 11 anos, foram os primeiros a serem adotados com a ajuda do aplicativo. Ambos participaram do encontro, assim como seus pais Marcelo Zatar e Suiany Meotti.
Um dos grandes problemas que dificultam a adoção é que os/as candidatos/as têm objetivos muito limitantes, como faixa etária, cor das crianças, número de irmãos, entre outros, conta o coordenador do projeto Eduardo Arruda, professor da Escola Politécnica e cientista da computação.
“No app nós retiramos essa possibilidade. É possível apenas organizar a ordem dos resultados com alguns critérios, mas todos os adolescentes também são incluídos”, explica Arruda. Ao assistir aos vídeos, ver as fotos ou ler as mensagens de cada criança, os futuros pais e mães se sensibilizam e, muitas vezes, percebem que a idade é apenas um número.
O portal oficial do TJ RS responde algumas das dúvidas mais frequentes dos interessados em adotar. Entre elas, o que é adoção, qual a preparação necessária para adotar, período de espera do processo, direitos das famílias, entre outras. Saiba mais aqui.
Integrantes da Apple Developer Academy, localizada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), se tornaram a primeira equipe brasileira a chegar à final do Reply Creative Challenge. A maratona de criatividade reuniu 70 países e mais de mil equipes que propuseram soluções em cinco categorias. “Ficamos em primeiro lugar na categoria Service Design, em que foram apresentados 89 projetos, e avançamos para a etapa final do evento com as equipes vencedoras das outras quatro categorias. Fomos o primeiro grupo brasileiro a estar na etapa final desse evento. No total, 1093 times participaram da maratona, com a submissão de 522 projetos”, explica Rovane Moura, alumni do curso de Ciência da Computação da Escola Politécnica e integrante do Apple Developer Academy.
Rovane conta que o objetivo da equipe era propor uma solução que auxiliasse os clientes de uma empresa alemã de varejo de itens domésticos e de construção. “O desafio era promover uma mudança de mindset sobre a dificuldade de projetos do-it-yourself (faça você mesmo), assim como possibilitar monetização de alguma forma”, comenta.
A solução desenvolvida pela equipe sediada no Tecnopuc, chamada Metiisto (artesão em Esperanto), foi uma plataforma/rede social/app onde os usuários poderiam explorar e descobrir diferentes projetos, comprar materiais e equipamentos organizados por projeto, obter suporte profissional e da comunidade, e compartilhar experiências/ imagens/comentários com outros usuários.
Além de Rovane, fazem parte da equipe da Apple Developer Academy Milena Pauli, Laura Pilz e Giovanna Tonello. Na etapa final, o grupo apresentou um pitch ao vivo, encerrando a participação no Reply Creative Challenge em terceiro lugar geral.
O alumni da Escola Politécnica destaca que a integração entre a Universidade, o Tecnopuc e a Apple Developer Academy forma um ambiente de aprendizado e crescimento. “Temos imenso apoio para desenvolver projetos e explorar diferentes possibilidades de carreira. É uma grande experiência de aprendizado mútuo, pela troca de conhecimento e pela experimentação”, aponta Rovane.
A Apple Developer Academy oferece capacitação para o desenvolvimento de aplicativos para os dispositivos da Apple. O programa é gratuito e aberto para acadêmicos de qualquer curso.
A iniciativa propõe uma série de desafios aplicados a questões do mundo real, de modo a estimular a capacidade criativa, conhecimento técnico e habilidades específicas na solução de problemas. O currículo engloba disciplinas de desenvolvimento de software, design, experiência do usuário e empreendedorismo. Todo esse conteúdo é preparado por profissionais altamente qualificados, sintonizados nas mais recentes novidades do crescente mercado de aplicativos.
Para acompanhar notícias sobre a ação e projetos similares, basta acessar a página no Facebook.
Leia também: Estudantes da Universidade participam de conferência mundial da Apple
Um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, a Worldwide Developers Conference (WWDC), promovida pela Apple, acontece até a próxima sexta-feira, dia 26 de junho. Na edição deste ano, quatro estudantes do curso de Engenharia de Software tiveram seus projetos selecionados entre 350 estudantes do mundo todo para participar do evento. Os alunos fazem parte da Apple Developer Academy PUCRS, uma parceria entre a Apple Inc., a Escola Politécnica e o Instituto de Pesquisas Eldorado.
Para a professora Ana Bacelo, coordenadora do curso de Engenharia de Software, a seleção dos alunos exemplifica o trabalho conjunto na formação acadêmica. “Frequentemente temos alunos participando do programa Apple Developer Academy. É muito gratificante ver estes estudantes tendo seus projetos aceitos para apresentação na WWDC, pois representa um trabalho conjunto de formação acadêmica: o estudo curricular do curso e a prática técnica”, comenta.
A professora também destaca que os projetos podem ser vistos como inspiração para quem deseja alcançar oportunidades semelhantes. “A participação destes alunos em uma conferência mundial serve de motivação para os demais estudantes do curso na busca por programas de iniciação científica, formação técnica e estágios que propiciem oportunidades semelhantes”, aponta Ana.
Os quatro estudantes do curso de Engenharia de Software que tiveram seus projetos selecionados para a WWDC desenvolveram jogos que propões soluções em diversas áreas educacionais.
A iniciativa desenvolvida por Adriano Ramos, aluno do 5º semestre, é um jogo infantil que estimula o cálculo mental. De acordo com estudante, o jogador precisa calcular rapidamente uma expressão aritmética simples para destruir os obstáculos do jogo e pontuar. “Eu tenho um irmão de 12 anos que está no último ano do ensino fundamental e ele sempre pede minha ajuda em matemática. A partir daí veio a motivação de fazer algo nesse contexto. O propósito do jogo é unir diversão e aprendizagem ao mesmo tempo”, afirma Ramos.
Já o projeto Historical linguistics, criado pelo estudante Thiago Nitschke, que cursa o 6º semestre, auxilia a entender como os idiomas se modificam. “Elaborei um playgroundbook, programa em formato de livro do Swift Playgrounds da Apple, que ensina sobre as modificações linguísticas e demonstra que alguns idiomas são mais aparentados do que comumente se tem noção”, explica Nitschke. O aluno também destaca que a elaboração do projeto proporcionou uma experiência prática interdisciplinar. “Consegui unir algumas das áreas pelas quais eu tenho maior interesse: linguística, programação, tecnologia e design. Eu mesmo fiz todas as imagens do programa”, comenta.
O estudante Matheus Ferreira, graduando do 7º semestre, também teve seu projeto selecionado para o WWDC. Ferreira conta que o NeoFlip é um jogo de cartas em que o jogador precisa acertar todas as combinações em apenas 30 segundos, estimulando a memorização e a agilidade mental. O estudante ainda aponta que o design do NeoFlip busca levar ao jogador a sensação de estar diante de cartas reais. “O design do jogo usa o conceito de Neomorfismo, que se baseia na aplicação de sombras nos objetos, criando a aparência de relevo ou aspecto 3D nas cartas”, destaca Ferreira.
Para Alexandre Bing, aluno do 6º semestre, ter o projeto selecionado para uma conferência mundial, é uma conquista que demonstra a aplicação real dos conceitos estudados na graduação. “Ingressei no curso de Engenharia de Software sem saber uma só linha de programação. É muito bom ver que boa parte dos conceitos que aprendemos estão sendo aplicados na prática e, o que é melhor, tornando mais ágil o desenvolvimento de projetos como esses”, ressalta Bing. O estudante desenvolveu o jogo Sales Emergency: Na Office Crysis Puzzle, que tem como propósito demonstrar a importância de uma boa comunicação para o trabalho em equipe. “O cenário do jogo é um escritório em que o jogador, no papel de um gerente de vendas, deve montar duplas de vendedores para um grande evento. Para isso, ele precisa conversar com os colaboradores, que indiretamente dão dicas sobre como combinar os pares”, explica.
Projeto Sales Emergency: Na Office Crysis Puzzle, desenvolvido por Alexandre Bing / Foto: Arquivo pessoal
A WWDC é a conferência mundial anual da Apple para os desenvolvedores cadastrados nas plataformas da empresa. Este é o evento mais esperado do ano dentro do universo da companhia. Além de acompanhar palestras e lançamentos, os convidados participam de laboratórios com troca de experiência direta com os engenheiros de software da companhia e trocam experiências com pessoas do mundo inteiro. Este ano, o evento está ocorrendo totalmente de forma online.
A Apple Developer Academy oferece capacitação para o desenvolvimento de aplicativos para os dispositivos da Apple. O programa é gratuito, aberto para acadêmicos de qualquer curso.
A iniciativa propõe uma série de desafios aplicados a questões do mundo real, de modo a estimular a capacidade criativa, conhecimento técnico e habilidades específicas na solução de problemas. O currículo engloba disciplinas de desenvolvimento de software, design, experiência do usuário e empreendedorismo. Todo esse conteúdo é preparado por profissionais altamente qualificados, sintonizados nas mais recentes novidades do crescente mercado de aplicativos.
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Uma ciência que estuda a matéria, desde sua estrutura e composição até suas relações com o ambiente e com o cotidiano. A química é um campo com diversas contribuições para a sociedade e para a nossa qualidade de vida. Celebrado nesta quinta-feira, 18 de junho, o Dia Nacional do Químico ressalta a importância destes profissionais.
“Os fenômenos relacionados e estudados pela química e que estão tão presentes no cotidiano de forma tão natural, que muitas vezes nem percebemos. Ao longo do dia vivenciamos uma série de fenômenos e não associamos com a química. Precisamos considerar que essa ciência tem muitas ramificações e está presente em diversas áreas, sendo capaz de fornecer a base para o desenvolvimento tecnológico por meio do estabelecimento de conceitos, leis e teorias, que permitem a criação de novas tecnologias”, cometa a professora Lisandra Amaral, coordenadora do curso de Química da Escola Politécnica.
Com o objetivo de ampliar o acesso ao conhecimento da química, o professor André Arigony, docente da Escola Politécnica, desenvolveu infográficos 3D com estruturas de elementos químicos. A iniciativa, denominada Infogramas para facilitar o ensino de química, já conta com oito estruturas que podem ser acessadas gratuitamente pelo computador ou celular. Entre os infográficos criados estão o modelo atômico, o açúcar e um comparativo entre as estruturas do grafite e do diamante. Segundo o professor, além de ser utilizada para o ensino de disciplinas teóricas, a iniciativa também possui o intuito de ampliar a visão sobre o lado positivo da área. “Os Infogramas dão uma visão atômica das estruturas, facilitando que estudantes possam compreender os elementos. Esse conhecimento, se tornando mais acessível, pode auxiliar com que as pessoas visualizem o potencial da química no desenvolvimento de coisas positivas”, destaca Arigony.
A professora Lisandra também ressalta que a tradução dos conhecimentos químicos pode ser identificada em aplicações práticas que garantam conforto e bem-estar. “Se faz necessário reconhecer a contribuição desta ciência, sendo responsável por situações que podem colaborar para a qualidade de vida como a síntese de fármacos e a síntese de novos materiais em setores como a aviação, agricultura, combustíveis e alimentos”, aponta.
O Laboratório de Ensaios Químicos, uma das áreas de atuação do complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica da PUCRS (Labelo), realiza processos de certificação de produtos hospitalares para órgãos como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com Alexandra Schuh, química do Labelo, os ensaios do Laboratório verificam a contaminação no processo produtivos de produtos como seringas, agulhas, equipos de infusão e transfusão e fios de sutura cirúrgico. “Atualmente 30% de todos estes produtos comercializados no mercado brasileiro passam por ensaios em nosso laboratório. Os ensaios garantem que os produtos utilizados atendam aos requisitos mínimos de segurança durante sua utilização. Também são avaliados contaminantes que podem alterar ou degradar medicamentos que serão utilizados nestes produtos.”, ressalta Alexandra.
Na área de produtos hospitalares, o Laboratório de Ensaios Químicos realiza em média 200 análises e certificações ao ano, além de ensaios com 130 tipos de pilhas e baterias e o auxílio à indústria no desenvolvimento de 30 novos produtos na área hospitalar.
Startup vencedora cria tecnologia que detecta ameaças de intrusão em sistemas de Internet das Coisas / Foto: Pixabay
A solução proposta pela Sec4IoT venceu a 8ª edição do Startup Garagem, o Programa de Modelagem de Negócios do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). A iniciativa, que tem como objetivo detectar ameaças de intrusão em sistemas de IoT (Internet das Coisas), nasceu na Escola Politécnica da Universidade. O professor Fabiano Hessel, a partir do seu grupo de pesquisa, e os doutorandos Taciano Ares Rodolfo e Francisco Assis Moreira do Nascimento, transformaram as pesquisas desenvolvidas na academia em um produto, levando os resultados do que é estudando para a sociedade.
A equipe recebeu um fastpass para o programa Digital, do Sebrae, e para o Pré-Startup do Tecnopuc (programa com duração de 1 ano, que impulsiona o desenvolvimento das startups por meio de workshops, meetups e mentorias), dispensando as etapas de inscrição, avaliação e banca de seleção. Assista o Pitch Day completo neste link.
De acordo com Hessel, existe na Escola uma filosofia de desenvolver trabalhos que gerem benefício para a sociedade. “É uma busca incessante do grupo de pesquisa de transformar aquilo que desenvolvemos como pesquisa acadêmica em produto”, destaca. Há mais de 10 anos o grupo estuda a questão da segurança em IoT, e a oportunidade de participar do Startup Garagem surgiu a partir do projeto do doutorando Francisco.
“Ele propôs um método diferente para a promoção de segurança em dispositivos de IoT, focando em dispositivos próximos aos usuários. Não está relacionado ao cloud computing, por exemplo, pois temos grandes players com a solução no mercado. A nossa proposição é complementar, não excludente. Eles ainda não têm essa solução para dispositivos chamados de borda, como smart TV, carros conectados, dispositivos médicos”, salienta o professor.
Hessel comenta que a equipe nunca tinha passado por um processo mão na massa. “O Startup Garagem foi um desafio muito grande para nós. Primeiro pela intensidade, e segundo porque o que aprendemos é que a tecnologia não é a primeira coisa. Tens que pensar muito mais no negócio como um negócio”, conta. A partir dos encontros, a equipe começou a entender porque alguns projetos não vão adiante. “Participar como alunos, com a bagagem de pesquisa que temos, foi algo fantástico. Aprendemos muito em três semanas participando do processo por dentro”, finaliza.
Com o intuito de colaborar para a superação da crise provocada pela Covid-19, a Rede Urbanismo Contra o Corona está atuando em ações de médio e longo prazo para ampliar a capacidade de resposta da sociedade contra o coronavírus. Entre as ações, está o financiamento coletivo para doações de cestas básicas para comunidades, com a meta de arrecadar, a cada 15 dias, 100 cestas com itens de alimentação e higiene, totalizando um valor aproximado de R$ 11.135,00. As comunidades Vida Nova e São Judas Tadeu, localizadas ao lado do campus da PUCRS, estão entre os locais beneficiados pelas doações. Para contribuir e fazer parte dessa rede de solidariedade, basta clicar aqui.
A entrega das cestas é feita por conta dos fornecedores, sem envolver alunos em qualquer situação de risco. A iniciativa também disponibiliza um portal online para prestação de contas, em que é possível consultar as notas fiscais e os locais para onde as doações estão sendo direcionadas. Até o momento já foram entregues mais de 300 cestas básicas, por meio de doações diretas.
A Rede Urbanismo Contra o Corona – núcleo RS é uma rede autônoma, expansiva e aberta, com atuação nacional, multidisciplinar de profissionais e estudantes que trabalham com cidades e habitação social, na perspectiva da saúde coletiva. Tendo como objetivo pensar e produzir soluções emergenciais para as cidades, com foco nas populações vulneráveis.
Na PUCRS, a rede está vinculada ao Programa de Extensão e Gestão das Atividades de Formação Continuada da Escola Politécnica. O grupo de extensão está comprometido com o mapeamento da Avenida Ipiranga e com ações imediatas nas comunidades Vida Nova e São Judas Tadeu, a fim de garantir que as necessidades básicas sejam atendidas. Desta maneira, não lidando somente com os dados, mas também atuando no dia a dia das famílias.
Com o avanço do novo coronavírus, estudos interdisciplinares se tornaram cada vez mais necessários. Dentre os diversos campos da ciência envolvidos nesta tarefa, a Física tem contribuído com conhecimentos e técnicas que permitem modelar, medir e prever o comportamento dos sistemas biológicos causadores da doença. “Um exemplo dessa contribuição é que a estrutura molecular do vírus SARS-CoV-2 foi determinada através de uma análise de cristalografia por raios X e de microscopia eletrônica. Outro ponto importante, é os medicamentos e as vacinas que podem combater a Covid-19 devem ser previamente simulados computacionalmente e, na fase de produção, investigados usando as técnicas físicas de microscopia eletrônica, difração e espalhamento de raios X”, explica a professora Ana Maria Marques, relatando os experimentos realizados por diversos grupos de pesquisa descritos na revista Physics Today, publicada neste mês.
A professora Michele Andrade, docente da Escola Politécnica, ainda destaca que a física é fundamental para a compreensão da extensão do contágio do coronavírus, pois trabalha diretamente nas simulações da dispersão de gotículas liberadas nos espirros e o nível de proteção de máscaras. “As simulações da física das partículas mostram que as gotículas maiores não viajam por uma distância longa por serem mais pesadas, mas as gotículas menores formam uma espécie de ‘nuvem gasosa’ que acaba se movimentando pelo ambiente e pode permanecer suspensa por várias horas”, salienta Michele.
A física também está presente nos hospitais que recebem os pacientes com sintomas da Covid-19, como dificuldade respiratória. De acordo com a professora Ana Maria, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Imagens Médicas (NIMed), as técnicas de diagnóstico por imagem utilizando raios X são essenciais para a avaliação da gravidade do quadro dos pacientes. “As imagens da radiografia e da tomografia computadorizada mostram a extensão das áreas afetadas pela inflamação no pulmão devido a contaminação pelo novo coronavírus. A medicina nuclear também contribui para o diagnóstico, através da cintilografia de perfusão pulmonar, um exame que possibilita visualizar a extensão da perda de troca gasosa entre o sangue e o pulmão, auxiliando na avaliação da gravidade da doença”, ressalta a professora.
Físicos médicos Daniela Estácio, Diego Teixeira e Mayara Prata, que atuam no serviço de Radioterapia do Hospital São Lucas, realizando testes de controle de qualidade / Foto: Arquivo Pessoal
A Física Médica é um campo da física aplicada altamente interdisciplinar, que combina os conhecimentos da física, matemática e computação, com a biologia, anatomia e fisiologia para solucionar problemas relacionados à saúde e à medicina. No combate à Covid-19, os físicos médicos estão integrados na equipe de saúde, atuando diretamente no diagnóstico e tratamento de pacientes.
Além de garantirem a qualidade dos equipamentos envolvidos no diagnóstico por imagem, eles atuam no desenvolvimento de sistemas computacionais de comunicação, processamento e análise digital de imagens. “Estes sistemas apoiam o médico no diagnóstico e possibilitam uma avaliação mais exata da condição de saúde do paciente e da extensão da doença, sendo útil para tomada de decisões em relação ao tratamento. Adicionalmente, os físicos médicos atuam no apoio à qualidade da telerradiologia, que é um braço da telemedicina”, comenta a professora Michele Andrade.
Segundo ela, na telerradiologia, exames de imagem realizados em áreas rurais ou mesmo em hospitais podem ser enviados e analisados remotamente por vários médicos. Além disso, a rápida disseminação do coronavírus amplificou o valor das ferramentas de telerradiologia, pois permitem que o médico radiologista trabalhe fora do hospital e isso reduz o risco de contágio desse profissional da saúde.
Já no ambiente hospitalar, os físicos médicos atuam nas áreas de diagnóstico por imagem e na radioterapia. “Na área de diagnóstico por imagem, a função do físico médico é garantir que as imagens produzidas pelos equipamentos de radiografia, tomografia computadorizada, medicina nuclear, ressonância magnética e ultrassom tenham qualidade e confiabilidade para um diagnóstico confiável e seguro para os pacientes e para a equipe técnica. Na radioterapia, o físico médico é responsável por planejar, em conjunto com o médico, a melhor forma de tratar pacientes com câncer, utilizando feixes de radiação emitidos por aceleradores lineares, para destruir células malignas e preservar as células saudáveis”, resume a professora Ana Maria Marques, como pode ser visto em mais detalhes na Associação Brasileira de Física Médica.
Configuração geral da rede neural artificial utilizada para realizar a classificação dos casos de Covid-19 e outras doenças, a partir das imagens de radiografia de tórax / Imagem: Medicom
Uma das pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Computação em Imagens Médicas (Medicom) da PUCRS vem utilizando métodos de inteligência artificial para identificar padrões e analisar a extensão do comprometimento dos pulmões durante a Covid-19. A pesquisa, que conta com uma equipe interdisciplinar de físicos, cientistas da computação e médicos, está desenvolvendo algoritmos que pretendem auxiliar o diagnóstico por meio da diferenciação das imagens de raios X da Covid-19 e de outras doenças, além de possibilitar a identificação de características nas imagens que estejam relacionadas com a maior probabilidade de agravamento da doença.
A professora Ana Maria, coordenadora do Medicom, destaca que os resultados iniciais demonstraram uma alta porcentagem de sensibilidade. “Os primeiros resultados, utilizando redes neurais artificiais na diferenciação da Covid-19 de outros tipos de doenças respiratórias com base em imagens de radiografia de tórax de bancos de dados públicos, apresentaram uma sensibilidade de 95%”, relata. A pesquisa está sendo realizada em cooperação com o Laboratório de Engenharia Biomédica da Universidade Federal de Uberlândia. A coordenadora do laboratório ainda comenta que a pesquisa segue com novas fases. “Imagens estão sendo coletadas para ampliar a base de dados em melhorar o desempenho da rede neural. Adicionalmente, a investigação com as imagens de tomografia computadorizada está em andamento”, destaca Ana Maria.
No curso de graduação em Física Bacharelado: Física Médica, os estudantes desenvolvem competências para a formação de um profissional com perfil interdisciplinar. O curso oferece uma base sólida em física e matemática e conhecimentos específicos e práticos nas áreas aplicadas, como radiologia, medicina nuclear, radioterapia e proteção radiológica.
A graduação habilita os estudantes para atuar em instituições de saúde, como hospitais e clínicas, indústria, centros de pesquisa e órgãos públicos. Assim como na formação médica, após a graduação, os físicos médicos podem realizar uma residência multiprofissional de dois anos em hospitais credenciados, como no Hospital São Lucas, escolhendo uma das três áreas de atuação: medicina nuclear, radiodiagnóstico e radioterapia.
Ficou interessado? Acesse o site Estude na PUCRS e saiba mais sobre o curso.
O estudante de Engenharia Mecânica, da Escola Politécnica, Gabriel Rios Souza Siqueira, em mobilidade acadêmica na França pelo Programa Brafitec, é um dos finalistas do concurso da entidade francesa Jeuner Ambassauers. Siqueira, juntamente com seu orientador na França, desenvolveu um projeto que busca promover a aproximação entre a cidade francesa Saint-Étienne, onde mora atualmente, e as cidades gaúchas de Butiá, Arroio dos Ratos e Charqueadas devido à importância e à grandeza da mineração nestas cidades.
Gabriel embarcou para a França em agosto de 2019 e participa do programa de dupla titulação entre a PUCRS e a Ecole Nationale d’Ingénieurs de Saint Etienne ENISE, permanecendo no exterior até a metade deste ano. O Programa Brafitec é uma iniciativa que visa o intercâmbio de estudantes de graduação do Brasil e da França na área de Engenharia com bolsa de estudos financiada pela pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Saint Étienne foi, entre as duas grandes guerras mundiais, a maior potência da mineração de carvão na França. Sua importância histórica se perpetua no icônico Musée de la Mine, que conta toda a história da mineração na região e o que foi feito para que a cidade continuasse seu desenvolvimento em outras áreas após o encerramento das atividades de mineração.
“A proposta de aproximação entre a cidade francesa e as regiões gaúchas se baseia na criação de eventos e congressos, aqui em Saint Étienne e no Rio Grande do Sul, voltados para troca de experiências, debates e discussões entre os mineiros, sindicatos, engenheiros e empresas locais dos dois países, na busca de soluções para os rastros negativos que as minas deixam nas cidades após o encerramento de suas atividades”, conta o estudante.
O projeto prevê a formação de duas comitivas, uma brasileira e outra francesa, de cinco membros representantes para irem ao Brasil e à França para o acontecimento dos eventos. “Queremos realizar no Musée de la Mine, em Saint Étienne, e no Museu Estadual do Carvão em Arroio dos Ratos, para que as duas comitivas, além dos debates, conheçam os museus e o passado da mineração nas duas regiões também”, adiciona Siqueira.
Nos debates, estão previstos temas como a questão do desemprego dos mineiros após o fechamento das minas, problemas de saúde causados pelo trabalho nas minas e transição para novas energias limpas.
Agora, Siqueira deverá fazer uma apresentação oral de defesa do trabalho na cidade de Lyon. A defesa acontecerá quando a situação atual da pandemia mundial for controlada.
A associação Jeunes Ambassadeurs (Jovens Embaixadores) atua em 6 cidades do sul da França: Lyon, Saint Étienne, Grenoble, Chambéry, Clermont Ferrand e Valence. A entidade tem como objetivo criar uma rede internacional de parcerias entre estudantes, instituições/empresas e a região da França com as regiões onde os intercambistas moram em seu país natal.