Estudo poderá auxiliar na redução de gás carbônico no meio ambiente - Trabalho sobre o CO2, conduzido pela professora e pesquisadora Sandra Einloft, busca combater o efeito estufa e as mudanças climáticas

Professora Sandra Einloft, pesquisadora responsável pelo estudo com CO2 / Foto: Camila Cunha

O excesso de gás carbônico (CO2) na atmosfera é o principal responsável pelo efeito estufa e pelas mudanças climáticas. Porém, quando ele é isolado, é possível transformá-lo em produtos muito úteis, como aditivos para combustíveis. É o caso do dimetilcarbonato, geralmente usado como aditivo no diesel para diminuir a emissão de fuligem e a poluição, e também dos polímeros, macromoléculas que podem ser utilizadas para fabricar peças que necessitam de resistência mecânica e transparência, toldos, coberturas, lentes de óculos, discos compactos e uso em eletrônicos. 

Pensando nisso, a pesquisadora Sandra Einloft, decana da Escola Politécnica, iniciou o estudo Auxiliando na separação do CO2 produzido em processos industriais e do CO2 existente em campos de gás natural através de novos materiais. O objetivo da pesquisa é buscar alternativas para combater e reverter a emissão de CO2 na atmosfera, desenvolvendo soluções para separar este composto químico de fontes poluidoras ao mesmo tempo em que é utilizado para obter outros produtos. 

Uma das fontes emissoras de gás carbônico são as correntes gasosas industriais, como o gás natural, também utilizado como combustível para veículos, o conhecido GNV. Sandra explica que, aproveitando resíduos que iriam para o lixo, é possível ter um rendimento triplo: 

“Utilizamos a casca de arroz, que é o principal resíduo agroindustrial gerado no processamento desse cereal, para produzir sílicas modificadas, que são utilizadas para separar o gás carbônico emitido em usinas de produção de energia. Desta forma, a pesquisa contribui para a redução do aquecimento global e da geração de resíduos”.

Ou seja, nesse processo, o gás natural se torna um combustível ainda menos poluente, o CO2 é transformado em materiais úteis e os resíduos abundantes disponíveis a baixo custo, que iriam para o lixo, ganham uma nova utilidade. 

Transformando o gás carbônico em matéria útil 

Estudo poderá auxiliar na redução de gás carbônico no meio ambiente - Trabalho sobre o CO2, conduzido pela professora e pesquisadora Sandra Einloft, busca combater o efeito estufa e as mudanças climáticas

Laboratório de Inovação em Materiais Poliméricos e Porosos Multifuncionais (LIMPPM), um dos espaços onde é realizado o estudo

A partir do CO2 também é possível obter o dimetil carbonato, usado na produção de corantes, produtos farmacêuticos, adesivos, detergentes e biolubrificantes. Na PUCRS, esse processo é realizado em laboratórios, localizados nos prédios 12 e 30, que contam com estrutura especializada. 

“Nesses espaços são realizadas desde as sínteses (testes de reações químicas) de novos materiais, até as afinidades de materiais com o CO2 (como outros compostos reagem ao CO2 puro ou junto às demais misturas). Também fazemos a seletividade (para ver se o material feito tem mais interação com o CO2 do que com outros gases) e a caracterização dos materiais (a conferência de quais temperaturas são suportadas, testes de superfície, entre outros), além da microscopia”, explica a pesquisadora. 

Sílica: o segredo por trás das cascas de arroz 

Sandra ressalta que essa transformação do gás carbônico é um processo químico complicado, pois o CO2 é um composto muito estável. “Como fazer isso sem gastar tanta energia?”, questiona, sobre a importância de se ter um olhar atento para a sustentabilidade e viabilidade de reprodução do projeto em outros locais. 

A sílica é um componente extraído da casca de arroz e que permite essa alternativa mais ecológica. É ela quem ajuda a separar o CO2 dos gases, graças às moléculas de oxigênio com hidrogênio (o silício, sólido, que tem afinidade com o CO2) presentes em sua superfície, que permitem modificações e o tornam mais seletivo/compatível com o gás carbônico. 

Espera-se que o estudo possa auxiliar a combater as consequências da presença humana e da exploração desenfreada dos recursos naturais do planeta Terra. Um dos exemplos mais perceptíveis disso, o aquecimento global, tem causado cada vez mais enchentes, ondas de calor e desertificações ao redor do mundo, reforça Sandra, demonstrando a relevância da pesquisa. 

“Aqui (no Sul do País) deve chover muito mais, por exemplo. O ideal seria que tivéssemos mais energias de fontes renováveis, para além dos combustíveis fosseis e energia hidroelétrica”.

Até o momento, a pesquisa já conta com duas patentes, diversos artigos internacionais publicados e foi finalista no Prêmio ANP de Inovação Tecnológica. 

Leia também: Dia da Sobrecarga da Terra alerta para a necessidade de ações sustentáveis 

Pesquisadores estão desenvolvendo atividades de atividades de P&D visando gerar resultados teórico-empíricos e implicações práticas no fortalecimento da resiliência e da cultura de segurança na indústria petrolífera brasileira / Foto: Pixabay

Todos os setores precisaram adaptar estratégias para sobreviver à pandemia da Covid-19. Os pesquisadores envolvidos com a segunda fase do projeto Integração de Fatores Humanos e Resiliência para o Fortalecimento da Cultura de Segurança na Indústria de Óleo e Gás (O&G) estão realizando atividades de P&D (pesquisa e desenvolvimento) visando gerar resultados teórico-empíricos e implicações práticas no fortalecimento da resiliência e da cultura de segurança na indústria petrolífera brasileira. Paralelamente, no âmbito de tais iniciativas, foi criado um núcleo de pesquisa na Universidade que utilizará o conhecimento acumulado sobre o assunto para auxiliar outros tipos de organizações e indústrias. 

O núcleo de pesquisa Human Factors and Resilience Research (HFACTORS), vinculado à Escola Politécnica, é formado por uma equipe interdisciplinar que busca desenvolver modelos e tecnologias para orientar programas de fatores humanos e tornar as instituições mais resilientes. As técnicas podem ser usadas em vários setores da economia, como a aviação e a saúde, por exemplo, e também podem contribuir com a gestão de cidades e estados, entre outros. 

Durante workshop realizado em abril, ocorreu o lançamento do website oficial do núcleo. Mais de 60 pessoas, entre pesquisadores da PUCRS e representantes da indústria de O&G que estavam reunidas para avaliar resultados e discutir sobre temas ligados ao projeto, puderam conhecer a página com informações sobre fatores humanos no mercado de óleo e gás e também em outras indústrias onde esses conhecimentos podem ser aplicados. O portal ainda contará com vídeos curtos, notícias e textos informativos a respeito de pesquisas, eventos e publicações da área.  

Fatores humanos e resiliência 

O termo “Fatores Humanos” geralmente é entendido como fatores que influenciam o comportamento no trabalho, afetando o desempenho, a segurança e a saúde do trabalhador. Entretanto, este é um conceito que vai muito além, pois inclui uma compreensão sistêmica da relação interativa entre pessoas, trabalho e artefatos. Trata-se de um campo de pesquisa interdisciplinar com importantes contribuições teóricas e práticas, com enfoque nos elementos sistêmicos que condicionam o desempenho humano em diversos contextos.  

Já o conceito de resiliência está relacionado à capacidade de tomar medidas específicas, robustas e de transformação face a eventos inesperados e que apresentam potencial comprometedor para a sua sobrevivência. Nesse sentido, a resiliência se refere a capacidade de ajustar a maneira como as coisas são feitas. 

Mas qual a relação de resiliência e fatores humanos? Para o professor da Escola de Negócios Éder Heriqson, que integra o projeto, pensar nesses conceitos em uma atuação mútua pode ser vantajoso em diversos sentidos:  

“A resiliência em fatores humanos se orienta como uma abordagem sistêmica de estudo dos condicionantes da performance humana e das capacidades concretização de respostas frente aos enfrentamentos emergentes de residuais de incerteza e risco, promovendo habilidades não-técnicas tais como a tomada de decisão, a coordenação e a liderança para o gerenciamento de erros e ameaças”.  

Esta fala, além de explicar o elo entre os dois conceitos, mostra a importância de estudá-los e repensar sua atuação conjunta para desenvolver soluções em ambientes de trabalhos de risco. 

Em ação para melhorias 

O projeto, desenvolvido pela PUCRS em parceria com a indústria de O&G, é realizado por uma equipe interdisciplinar com mais de 40 pesquisadores. Na primeira fase do projeto, entre 2017 e 2019, os pesquisadores estiveram em unidades offshore voltadas às atividades de exploração e produção de petróleo e gás no litoral brasileiro, entrevistando trabalhadores e observando operações críticas para propor melhorias na área de segurança. A atual fase, entre 2019 e 2022, foi totalmente realinhada ao momento de enfrentamento à Covid-19, potencializando atividades online e ainda prevê trabalho de campo em plataformas offshore na mesma região. 

Todo o conhecimento acumulado servirá para outros projetos a serem realizados por parte do HFACTORS. A trajetória deste projeto tem contribuído para a formação de graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutores em várias áreas do conhecimento.

PUCRS prepara aulas a distância para alunos - Professores organizarão atividades e materiais de apoio em plataforma online

Foto: Glenn Carstens/ Unsplash

Apesar dos desafios impostos pela pandemia, a mobilidade internacional foi potencializada por outras estratégias, como a colaboração online. Os chamados Collaborative Online International Learning (COIL) têm unido docentes de diferentes partes do mundo e conectado estudantes em uma proposta internacional remota. 

Os professores Allan Morcelli e Gustavo Roth, da Escola Politécnica, agora oferecem em parceria com a Catholic University of America (CUA), dos Estados Unidos, um COIL na disciplina eletiva Bioprocess Technologies (98400-02). Nela, alunos e alunas de cursos como Engenharia Química, Engenharia Mecânica e de Engenharia de Produção participarão de um projeto sobre bioprocessos juntamente com estudantes da instituição estadunidense. 

Soluções coletivas para desafios globais 

O COIL terá seis encontros e debaterá desafios mundiais, propondo que a turma encontre soluções para esses desafios de forma coletiva. Neste semestre, o tema da dinâmica será A fome do mundo, focando em tecnologias de alimentos, biotecnologia e outras inovações na área da Engenharia Química. 

Para Roth, a disciplina possibilita que os/as estudantes visualizem um problema global a partir de outras perspectivas, além de ter contato com culturas diferentes: 

“Esperamos que esta modalidade de internacionalização in house se consolide na Universidade e que a abordagem colaborativa de desafios mundiais proporcione futuras possibilidades profissionais aos alunos”.

Além disso, Morcelli explica que o projeto COIL é uma oportunidade de estreitar laços com uma instituição reconhecida internacionalmente e oportunizar uma experiência internacional aos estudantes sem precisarem viajar. “As trocas entre alunos do exterior e brasileiros, com diferentes perspectivas, será fundamental no processo de aprendizagem com metodologias ativas”, acrescenta. 

Estudantes da PUCRS que já realizaram a disciplina anteriormente, mas têm interesse em participar da dinâmica com a CUA, podem se inscrever no formato extensão via Educação Continuada (Educon) no curso Engineering the Future: Biotechnology Solutions to World Challenges (196307) neste link, até o dia 16 de maio de 2021. 

A PUCRS e o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP/RS) assinaram nesta terça-feira, 12 de janeiro, um termo de cooperação que prevê o recondicionamento de aparelhos celulares apreendidos na rede prisional, preferencialmente smartphones, que serão destinados a estudantes da rede pública de ensino que não têm recursos para assistir e acompanhar as aulas no ensino remoto, dado o contexto da pandemia. Chamado de Alquimia II, o projeto terá duração de dois anos e poderá ser prorrogado.

Nas próximas semanas a Escola Politécnica da Universidade receberá aparelhos celulares que foram apreendidos pelo MP e fará os ajustes necessários para que seja possível o acesso à internet e a aplicativos usados para acompanhar aulas. Em caso de modelos de celulares sem essas funcionalidades, o recondicionamento será feito para uso das direções e docentes na organização das atividades escolares.

O reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, ressalta que a instituição compreende que a educação demandada para um novo futuro que está sendo redesenhado apenas será viável se pautada em processos inclusivos e de combate às desigualdades. “A PUCRS está inteiramente comprometida com essa ação que irá beneficiar estudantes da rede pública que hoje não tem meios de acompanhar as aulas. Seguimos atentos às necessidades e sempre parceiros do Ministério Público e demais instituições em ações que visam proteger o direito das crianças e dos adolescentes de aprender com dignidade”, ressalta.

Segundo o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, o projeto tem diferentes frentes pelo Rio Grande do Sul. “É uma iniciativa de responsabilidade social compartilhada que começou pela Promotoria de Justiça de Osório e que foi sendo replicada pelo Estado. Essa parceria que a gente firma agora com uma instituição do tamanho da PUCRS é motivo de muito orgulho e satisfação para nós”, disse o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen.

Na Escola Politécnica

Ao chegar na Universidade, os aparelhos precisam passar por uma triagem, ou seja, os profissionais vão verificar aqueles que realmente atendem as necessidades dos alunos, fazer uma higienização adequada, uma formatação para excluir tudo que tenha nestes smartphones e fazer a instalação dos aplicativos que serão usados pelos estudantes.

O professor Anderson Terroso, responsável pelo andamento do projeto na Escola Politécnica, ressalta que além dos profissionais disponíveis, a PUCRS tem uma infraestrutura de laboratórios de eletrônica que estará à disposição para o recondicionamento e que ainda, em caso de aparelhos que não sejam mais funcionais, a Universidade está responsável por fazer o devido descarte do lixo eletrônico.

É preciso vencer as desigualdades

Segundo o relatório publicado em novembro de 2020 pelo Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de sete meses depois de declarada a pandemia, a Covid-19 continua colocando em pausa a educação de mais de 137 milhões de crianças e adolescentes na América Latina e no Caribe. Estimativas sugerem que apenas um em cada dois estudantes de escola pública está tendo acesso a um ensino a distância de qualidade em casa, em comparação com três em cada quatro estudantes de escola privada.

O fechamento das escolas – embora necessário para conter a Covid-19 – tem impactos profundos na vida de crianças e adolescentes. Considerando as desigualdades brasileiras, as opções de continuidade das aprendizagens em casa não se deram da mesma forma. Antes da pandemia, 4,8 milhões de estudantes viviam em casas sem acesso à internet – o que teve forte impacto nas oportunidades de acesso ao ensino online na pandemia. Em agosto de 2020, segundo a Pnad Covid, 4 milhões de estudantes do ensino fundamental (14,4%) estavam sem acesso a nenhuma atividade escolar. A maioria negros, vivendo em famílias com renda domiciliar inferior a meio salário mínimo.

O Projeto Alquimia II

A organização da ação solidária se deu por iniciativa do MP/RS e da área de Relações Institucionais da Universidade que mobilizou integrantes da Escola Politécnica para checar a estrutura disponível. Além do reitor e do procurador-geral, também estiveram presentes no ato o relações institucionais da PUCRS, Solimar Amaro; o subprocurador-geral de Justiça de Gestão Estratégica, Sérgio Hiane Harris; o secretário-geral, Júlio César de Melo; a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões, Denise Casanova Villela; o coordenador do Núcleo de Inteligência, Marcelo Tubino; o promotor de Justiça de Osório, Fernando Andrade Alves; a promotora Regional de Educação de Osório, Cristiane Della Méa Corrales; e a diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, Caroline Vaz. A juíza Anna Alice Schuh e o delegado da Polícia Civil João Henrique Gomes de Almeida, ambos de Osório, também participaram e assinaram o convênio na condição de testemunhas.

Leia também: PUCRS lança iniciativa inédita em Ciência de Dados e Inteligência Artificial

Doutorando da Escola Politécnica ganha prêmio Google pela terceira vez

Foto: Arquivo pessoal/Henrique dos Santos

Pelo terceiro ano consecutivo Henrique Dias Pereira dos Santos, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica da PUCRS, foi vencedor no Latin America Research Awards (Lara), premiação promovida pelo Google. Essa é a oitava edição do programa, criado com o propósito de impulsionar a inovação na região e premiar projetos acadêmicos que visam identificar e propor soluções tecnológicas para problemas reais do cotidiano das pessoas.

O projeto Validação da Identificação de Eventos Adversos por Aprendizado de Máquina em Situações Reais, orientado pela professora Renata Vieira, deu vida à startup NoHarm.ai, implantação comercial sem fins lucrativos da pesquisa. Desenvolvida em conjunto com a farmacêutica do Grupo Hospitalar Conceição, Ana Helena Ulbrich, a startup busca agilizar e dar segurança ao trabalho da Farmácia Clínica dentro de hospitais.

“Ela é uma ferramenta que traz diversas inteligências para a farmacêutica, desburocratizando o processo de revisão das prescrições medicamentosas”, afirma Ana. A NoHarm.ai já está atendendo oito hospitais distribuídos nas cidades de Porto Alegre, Passo Fundo, Belo Horizonte, Aracaju e Rio de Janeiro.

Sobre o a premiação

Doutorando da Escola Politécnica ganha prêmio Google pela terceira vez

Foto: Arquivo pessoal/Henrique dos Santos

Dentre os projetos selecionados pelo Lara em 2020, 13 são do Brasil, dois do Chile, quatro da Argentina, um do Peru, um da Colômbia e um do México. Desde seu lançamento, em 2013, o programa já destinou aproximadamente 3 milhões de dólares a mais de 146 projetos de universidades de toda a região.

“Os prêmios do Google foram fundamentais para validar a contribuição científica do projeto para a ciência da computação e viabilizar economicamente a transformação do projeto de pesquisa em um produto que entrega valor para a o sistema de saúde”, comemora Santos.

Confira edições anteriores do prêmio: Alunos da PUCRS vencem o Prêmio LARA 2019, promovido pelo Google e Doutorandos em Ciência da Computação vencem programa de pesquisa do Google

Reunião com equipe do projeto / Foto: Reprodução/TJRS

Um mecanismo de buscas inédito no judiciário brasileiro, que foi desenvolvido por pesquisadores da PUCRS, começou a ser testado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) em dezembro. Além de facilitar nas pesquisas sobre precedentes de casos, a ferramenta fornece parâmetros objetivos e maior previsibilidade no julgamento, com base em valores fixados a título de indenização por danos morais. 

A plataforma, que permitirá maior estabilidade e uniformidade na aplicação da lei, foi criada por Filipe Zabala, professor da Escola Politécnica, e Fabiano Silveira, formado pela Escola de Direito da PUCRS. Na elaboração do sistema “dos mais de 5 mil processos analisados, selecionamos 1.589 recursos julgados nos últimos três anos, que tiveram indenizações por danos morais fixados, variando os valores entre R$ 800 e R$ 5 milhões, explicam. 

Todos os dados analisados são de domínio público, obtidos no site do tribunal, com base na Lei de Acesso à Informação 12.527 de 18 de novembro de 2011 e no Decreto 7.724 de 16 maio de 2012, que permitem que qualquer pessoa tenha acesso às informações não confidenciais do poder público. 

Como funcionará o sistema 

Tribunal de Justiça do RS vai usar ferramenta de busca criada por pesquisadores da PUCRS

Exibição da tela da ferramenta / Foto: Reprodução/TJRS

O objetivo do sistema é auxiliar magistrados e magistradas na tomada de decisões. A procura pode ser feita por matéria, assunto ou palavra-chave, com um menu intuitivo. Em lista, são apresentadas as pessoas julgadas, com número do processo, a ementa, as peculiaridades do caso e os valores aplicados.  

“O esperado é que o uso da ferramenta reduza a variabilidade e padronize a atribuição de valores por dano moral para processos similares. Por ter sido desenvolvida em software livre, o TJRS tem pleno acesso ao código-fonte para futuras atualizações sem custo financeiro envolvido na manutenção do sistema”, destaca Zabala. 

O lançamento aconteceu no dia 17 de novembro, em uma reunião virtual com o desembargador Alberto Delgado Neto, presidente do Conselho de Informática do TJRS, que elogiou a iniciativa. Também estiveram presentes integrantes da Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (InovaJus) e da Escola Superior da Magistratura (Ajuris). 

Leia também: Professores da Escola de Direito integrarão comissão de juristas na Câmara dos Deputados 

Como a parceria começou 

Em 2019 o Núcleo de Inovação da Ajuris participou de um workshop no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). Esse foi o primeiro momento para troca de informações e expectativas, o que resultou na atual parceria. 

Após dois anos, 38 crianças e adolescentes encontraram famílias em aplicativo de adoção - Plataforma desenvolvida por estudantes da Escola Politécnica ajuda a realizar sonhos com tecnologia e inovação

Irmãos Kauany e Kauã e demais participantes / Foto: Reprodução MP RS

Uma reunião virtual marcou o aniversário de dois anos de lançamento do app Adoção, desenvolvido por alunos da Escola Politécnica da PUCRS. Com o propósito de formar novas famílias e realizar sonhos, a plataforma já possibilitou a aproximação de 38 crianças e adolescentes do programa de acolhimento institucional gaúcho com possíveis adotantes. Os dados foram divulgados pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul em seu portal oficial.

Os irmãos Kauany e Kauã, de 12 e 11 anos, foram os primeiros a serem adotados com a ajuda do aplicativo. Ambos participaram do encontro, assim como seus pais Marcelo Zatar e Suiany Meotti.

Desafios da adoção no Brasil

Um dos grandes problemas que dificultam a adoção é que os/as candidatos/as têm objetivos muito limitantes, como faixa etária, cor das crianças, número de irmãos, entre outros, conta o coordenador do projeto Eduardo Arruda, professor da Escola Politécnica e cientista da computação.

“No app nós retiramos essa possibilidade. É possível apenas organizar a ordem dos resultados com alguns critérios, mas todos os adolescentes também são incluídos”, explica Arruda. Ao assistir aos vídeos, ver as fotos ou ler as mensagens de cada criança, os futuros pais e mães se sensibilizam e, muitas vezes, percebem que a idade é apenas um número.

Principais dúvidas sobre adoção

O portal oficial do TJ RS responde algumas das dúvidas mais frequentes dos interessados em adotar. Entre elas, o que é adoção, qual a preparação necessária para adotar, período de espera do processo, direitos das famílias, entre outras. Saiba mais aqui.

Integrantes da Apple Developer Academy, localizada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), se tornaram a primeira equipe brasileira a chegar à final do Reply Creative Challenge. A maratona de criatividade reuniu 70 países e mais de mil equipes que propuseram soluções em cinco categorias. “Ficamos em primeiro lugar na categoria Service Design, em que foram apresentados 89 projetos, e avançamos para a etapa final do evento com as equipes vencedoras das outras quatro categorias. Fomos o primeiro grupo brasileiro a estar na etapa final desse evento. No total, 1093 times participaram da maratona, com a submissão de 522 projetos”, explica Rovane Moura, alumni do curso de Ciência da Computação da Escola Politécnica e integrante do Apple Developer Academy.

Rovane conta que o objetivo da equipe era propor uma solução que auxiliasse os clientes de uma empresa alemã de varejo de itens domésticos e de construção. “O desafio era promover uma mudança de mindset sobre a dificuldade de projetos do-it-yourself (faça você mesmo), assim como possibilitar monetização de alguma forma”, comenta.

A solução desenvolvida pela equipe sediada no Tecnopuc, chamada Metiisto (artesão em Esperanto), foi uma plataforma/rede social/app onde os usuários poderiam explorar e descobrir diferentes projetos, comprar materiais e equipamentos organizados por projeto, obter suporte profissional e da comunidade, e compartilhar experiências/ imagens/comentários com outros usuários.

Além de Rovane, fazem parte da equipe da Apple Developer Academy Milena Pauli, Laura Pilz e Giovanna Tonello. Na etapa final, o grupo apresentou um pitch ao vivo, encerrando a participação no Reply Creative Challenge em terceiro lugar geral.

Aprendizado e experimentação

O alumni da Escola Politécnica destaca que a integração entre a Universidade, o Tecnopuc e a Apple Developer Academy forma um ambiente de aprendizado e crescimento. “Temos imenso apoio para desenvolver projetos e explorar diferentes possibilidades de carreira. É uma grande experiência de aprendizado mútuo, pela troca de conhecimento e pela experimentação”, aponta Rovane.

Sobre a Apple DeveloperAcademy

A Apple Developer Academy oferece capacitação para o desenvolvimento de aplicativos para os dispositivos da Apple. O programa é gratuito e aberto para acadêmicos de qualquer curso.

A iniciativa propõe uma série de desafios aplicados a questões do mundo real, de modo a estimular a capacidade criativa, conhecimento técnico e habilidades específicas na solução de problemas. O currículo engloba disciplinas de desenvolvimento de software, design, experiência do usuário e empreendedorismo. Todo esse conteúdo é preparado por profissionais altamente qualificados, sintonizados nas mais recentes novidades do crescente mercado de aplicativos.

Para acompanhar notícias sobre a ação e projetos similares, basta acessar a página no Facebook.

Leia também: Estudantes da Universidade participam de conferência mundial da Apple

Um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, a Worldwide Developers Conference (WWDC), promovida pela Apple, acontece até a próxima sexta-feira, dia 26 de junho. Na edição deste ano, quatro estudantes do curso de Engenharia de Software tiveram seus projetos selecionados entre 350 estudantes do mundo todo para participar do evento. Os alunos fazem parte da Apple Developer Academy PUCRS, uma parceria entre a Apple Inc., a Escola Politécnica e o Instituto de Pesquisas Eldorado.

Para a professora Ana Bacelo, coordenadora do curso de Engenharia de Software, a seleção dos alunos exemplifica o trabalho conjunto na formação acadêmica. “Frequentemente temos alunos participando do programa Apple Developer Academy. É muito gratificante ver estes estudantes tendo seus projetos aceitos para apresentação na WWDC, pois representa um trabalho conjunto de formação acadêmica: o estudo curricular do curso e a prática técnica”, comenta.

A professora também destaca que os projetos podem ser vistos como inspiração para quem deseja alcançar oportunidades semelhantes. “A participação destes alunos em uma conferência mundial serve de motivação para os demais estudantes do curso na busca por programas de iniciação científica, formação técnica e estágios que propiciem oportunidades semelhantes”, aponta Ana.

Projetos propõem soluções educacionais

Projeto Historical linguistics, desenvolvido por Thiago Nitscheck / Foto: Arquivo pessoal

Projeto Historical linguistics, desenvolvido por Thiago Nitschke / Foto: Arquivo pessoal

Os quatro estudantes do curso de Engenharia de Software que tiveram seus projetos selecionados para a WWDC desenvolveram jogos que propões soluções em diversas áreas educacionais.

A iniciativa desenvolvida por Adriano Ramos, aluno do 5º semestre, é um jogo infantil que estimula o cálculo mental. De acordo com estudante, o jogador precisa calcular rapidamente uma expressão aritmética simples para destruir os obstáculos do jogo e pontuar. “Eu tenho um irmão de 12 anos que está no último ano do ensino fundamental e ele sempre pede minha ajuda em matemática. A partir daí veio a motivação de fazer algo nesse contexto. O propósito do jogo é unir diversão e aprendizagem ao mesmo tempo”, afirma Ramos.

Já o projeto Historical linguistics, criado pelo estudante Thiago Nitschke, que cursa o 6º semestre, auxilia a entender como os idiomas se modificam. “Elaborei um playgroundbook, programa em formato de livro do Swift Playgrounds da Apple, que ensina sobre as modificações linguísticas e demonstra que alguns idiomas são mais aparentados do que comumente se tem noção”, explica Nitschke. O aluno também destaca que a elaboração do projeto proporcionou uma experiência prática interdisciplinar. “Consegui unir algumas das áreas pelas quais eu tenho maior interesse: linguística, programação, tecnologia e design. Eu mesmo fiz todas as imagens do programa”, comenta.

Projeto NeoFlip, desenvolvido por Matheus Ferreira / Foto: Arquivo pessoal

Projeto NeoFlip, desenvolvido por Matheus Ferreira / Foto: Arquivo pessoal

O estudante Matheus Ferreira, graduando do 7º semestre, também teve seu projeto selecionado para o WWDC. Ferreira conta que o NeoFlip é um jogo de cartas em que o jogador precisa acertar todas as combinações em apenas 30 segundos, estimulando a memorização e a agilidade mental. O estudante ainda aponta que o design do NeoFlip busca levar ao jogador a sensação de estar diante de cartas reais. “O design do jogo usa o conceito de Neomorfismo, que se baseia na aplicação de sombras nos objetos, criando a aparência de relevo ou aspecto 3D nas cartas”, destaca Ferreira.

Para Alexandre Bing, aluno do 6º semestre, ter o projeto selecionado para uma conferência mundial, é uma conquista que demonstra a aplicação real dos conceitos estudados na graduação. “Ingressei no curso de Engenharia de Software sem saber uma só linha de programação. É muito bom ver que boa parte dos conceitos que aprendemos estão sendo aplicados na prática e, o que é melhor, tornando mais ágil o desenvolvimento de projetos como esses”, ressalta Bing. O estudante desenvolveu o jogo Sales Emergency: Na Office Crysis Puzzle, que tem como propósito demonstrar a importância de uma boa comunicação para o trabalho em equipe. “O cenário do jogo é um escritório em que o jogador, no papel de um gerente de vendas, deve montar duplas de vendedores para um grande evento. Para isso, ele precisa conversar com os colaboradores, que indiretamente dão dicas sobre como combinar os pares”, explica.

Sobre a WWDC

Projeto Sales Emergency: Na Office Crysis Puzzle, desenvolvido por Alexandre Bing / Foto: Arquivo pessoal

Projeto Sales Emergency: Na Office Crysis Puzzle, desenvolvido por Alexandre Bing / Foto: Arquivo pessoal

A WWDC é a conferência mundial anual da Apple para os desenvolvedores cadastrados nas plataformas da empresa. Este é o evento mais esperado do ano dentro do universo da companhia. Além de acompanhar palestras e lançamentos, os convidados participam de laboratórios com troca de experiência direta com os engenheiros de software da companhia e trocam experiências com pessoas do mundo inteiro. Este ano, o evento está ocorrendo totalmente de forma online.

Sobre a Apple Developer Academy

A Apple Developer Academy oferece capacitação para o desenvolvimento de aplicativos para os dispositivos da Apple. O programa é gratuito, aberto para acadêmicos de qualquer curso.

A iniciativa propõe uma série de desafios aplicados a questões do mundo real, de modo a estimular a capacidade criativa, conhecimento técnico e habilidades específicas na solução de problemas. O currículo engloba disciplinas de desenvolvimento de software, design, experiência do usuário e empreendedorismo. Todo esse conteúdo é preparado por profissionais altamente qualificados, sintonizados nas mais recentes novidades do crescente mercado de aplicativos.

Para acompanhar notícias sobre a ação, basta acessar a página no Facebook. Lá também é possível acompanhar novidades de outros projetos oferecidos.

Uma ciência que estuda a matéria, desde sua estrutura e composição até suas relações com o ambiente e com o cotidiano. A química é um campo com diversas contribuições para a sociedade e para a nossa qualidade de vida. Celebrado nesta quinta-feira, 18 de junho, o Dia Nacional do Químico ressalta a importância destes profissionais.

“Os fenômenos relacionados e estudados pela química e que estão tão presentes no cotidiano de forma tão natural, que muitas vezes nem percebemos. Ao longo do dia vivenciamos uma série de fenômenos e não associamos com a química. Precisamos considerar que essa ciência tem muitas ramificações e está presente em diversas áreas, sendo capaz de fornecer a base para o desenvolvimento tecnológico por meio do estabelecimento de conceitos, leis e teorias, que permitem a criação de novas tecnologias”, cometa a professora Lisandra Amaral, coordenadora do curso de Química da Escola Politécnica.

Com o objetivo de ampliar o acesso ao conhecimento da química, o professor André Arigony, docente da Escola Politécnica, desenvolveu infográficos 3D com estruturas de elementos químicos. A iniciativa, denominada Infogramas para facilitar o ensino de química, já conta com oito estruturas que podem ser acessadas gratuitamente pelo computador ou celular. Entre os infográficos criados estão o modelo atômico, o açúcar e um comparativo entre as estruturas do grafite e do diamante. Segundo o professor, além de ser utilizada para o ensino de disciplinas teóricas, a iniciativa também possui o intuito de ampliar a visão sobre o lado positivo da área. “Os Infogramas dão uma visão atômica das estruturas, facilitando que estudantes possam compreender os elementos. Esse conhecimento, se tornando mais acessível, pode auxiliar com que as pessoas visualizem o potencial da química no desenvolvimento de coisas positivas”, destaca Arigony.

A professora Lisandra também ressalta que a tradução dos conhecimentos químicos pode ser identificada em aplicações práticas que garantam conforto e bem-estar. “Se faz necessário reconhecer a contribuição desta ciência, sendo responsável por situações que podem colaborar para a qualidade de vida como a síntese de fármacos e a síntese de novos materiais em setores como a aviação, agricultura, combustíveis e alimentos”, aponta.

Química aliada à saúde

Laboratório de Ensaios Químicos, uma das áreas de atuação  do complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica da PUCRS (Labelo), realiza processos de certificação de produtos hospitalares para órgãos como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com Alexandra Schuh, química do Labelo, os ensaios do Laboratório verificam a contaminação no processo produtivos de produtos como seringas, agulhas, equipos de infusão e transfusão e fios de sutura cirúrgico. “Atualmente 30% de todos estes produtos comercializados no mercado brasileiro passam por ensaios em nosso laboratório. Os ensaios garantem que os produtos utilizados atendam aos requisitos mínimos de segurança durante sua utilização. Também são avaliados contaminantes que podem alterar ou degradar medicamentos que serão utilizados nestes produtos.”, ressalta Alexandra.

Na área de produtos hospitalares, o Laboratório de Ensaios Químicos realiza em média 200 análises e certificações ao ano, além de ensaios com 130 tipos de pilhas e baterias e o auxílio à indústria no desenvolvimento de 30 novos produtos na área hospitalar.