Inauguração LIS, HP, Laboratório de Inovação de Software

Diretor de Tecnologia da HP e chefe global de HP Labs, Shane Wall, deixou sua assinatura na entrada do LIS durante a inauguração da modernização / Foto: Bruno Todeschini

Em atividade desde 2011, o Laboratório de Inovação em Software (LIS), fruto do convênio entre a PUCRS e a HP Inc., aproxima alunos e alunas da vivência prática na área de Tecnologia da Informação (TI) e contribui para a inserção no mercado de trabalho.

Quem deseja realizar a graduação na área de TI pode se inscrever no Vestibular de Inverno até o dia 6 de junho para ingressar na PUCRS ainda este ano nos cursos de Ciência da Computação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial, Engenharia de Computação, Engenharia de Software e Sistemas de Informação.

Decano associado da Escola Politécnica da PUCRS e coordenador do LIS, o professor Marcelo Yamaguti destaca os mais de dez anos de atuação do Laboratório. “Neste período mais de 150 estudantes passaram pelo LIS. Dezenas ingressaram na HP Inc., como estagiários, e vários se tornaram profissionais da empresa. E já tivemos casos de ex-alunos que retornaram como profissionais da HP para atuar em projetos do Laboratório, fechando um ciclo de formação completo”.

Gerente dos Programas Educacionais do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da HP Brasil, Alexis Cabeda destaca que a parceria é um modelo de sucesso na cooperação Universidade-Empresa para a formação de talentos. “A HP tem metas ambiciosas de inclusão e equidade digital, que ajudem a promover o crescimento e desenvolvimento de profissionais em todas as áreas. Nesses mais de dez anos, evoluímos na proposta de formação de alunos e alunas de graduação e pós-graduação com foco no aprendizado baseado em resolução de problemas reais, apoiados por professores e profissionais da PUCRS, interação com líderes técnicos da HP e aproximação com a cultura da empresa. Hoje a maioria dos estagiários do grupo de Pesquisa e Desenvolvimento da HP vem do LIS, profissionais que definirão o futuro da empresa. Isso nos enche de orgulho, pois mostra que estamos no caminho para conquistar essas metas”.

Cabeda ainda relembra a inauguração da modernização do Laboratório de Inovação em Software, em 2019, contou com a presença do Diretor de Tecnologia da HP e chefe global do HP Labs, Shane Wall. “Foi um marco nesta colaboração entre a PUCRS e a HP Inc.”, comenta.

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Experiência além da sala de aula

Estudante do curso de Engenharia de Software da Escola Politécnica da PUCRS, Pâmela Barreto conta que a motivação para ingressar no LIS foi observar o crescimento pessoal e profissional de colegas que passaram pelo Laboratório.

Atualmente a estudante realiza estágio como Desenvolvedora de Software e comemora a acolhida durante a experiência. “Estou apaixonada por trabalhar aqui. Desde o dia em que comecei fui muito bem recebida. Isso me fez sentir em casa e se repete até hoje, é um ótimo ambiente. Aprendo muito com os colegas e os profissionais e todos se transformaram em grandes amigos meus”.

Pâmela também comenta que o ambiente proporciona o contato com conhecimentos e práticas complementares aos estudos em sala de aula, além de favorecer o desenvolvimento da autonomia profissional. “Tenho liberdade para aprender as tecnologias que eu quiser e moldar minha carreira como escolho”.

Desenvolvimento pessoal e profissional

Inauguração LIS, HP, Laboratório de Inovação de Software

Laboratório contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional de estudantes / Foto: Bruno Todeschini

O coordenador do LIS ressalta que além do aprimoramento das competências técnicas, o Laboratório contribui para o desenvolvimento de habilidades comportamentais. “O objetivo principal do Laboratório é a preparação e formação de profissionais de TI. Para alcançar este objetivo há o desenvolvimento de atividades de capacitação e qualificação de habilidades técnicas (hard skills) e comportamentais (soft skills), por meio de práticas em projetos, estudos e palestras com profissionais da HP Inc. e de diferentes setores da Universidade, como o PUCRS Carreiras, o CriaLab e o Centro de Apoio Discente”.

Yamaguti também salienta que, sendo uma das áreas mais crescentes e inovadoras, a TI exige a constante atualização de profissionais para a inserção no mercado de trabalho. Nesse contexto, estar em contato, desde a graduação, com experiências práticas se torna um diferencial para quem ingressa na área.

“Os projetos que desenvolvemos no laboratório não são sistemas tradicionais de processamento de dados. Isso demanda de todos os envolvidos, estudantes e profissionais, a atualização constante por meio do estudo, pesquisa e aplicação de novas tecnologias”, reforça o coordenador do LIS.

Estudantes que tiverem interesse em participar do LIS podem obter informações pelo site ou pelo e-mail lis@pucrs.br.

INGRESSE NA ÁREA DE TI AINDA ESTE ANO

As estudantes do curso de Engenharia Química da PUCRS, Marina Vicente Wizer, Myriam Bernaud Maghous e Ana Carolina Corso Minotto, formam o time Tech Girls e foram as ganhadoras da etapa brasileira do L’Oreal Brandstorm 2022. A competição universitária possibilita que estudantes proponham soluções inovadoras, ganhem visibilidade e tenham contato com especialistas de uma das maiores referências do universo dos cosméticos: a L’Oreal.

Elas criaram o Beauty Stabilizer, um pincel de maquiagem desenvolvido para pessoas com Parkinson ou Tremores Essenciais que conta com uma tecnologia de estabilização capaz de detectar e neutralizar tremores das mãos. “Acreditamos que o poder da beleza deve ser acessível para todas as mulheres e queremos trazer a visibilidade que essas mulheres merecem”, comenta uma das integrantes.  Conheça mais detalhes da proposta.  

Todos os anos é lançado um desafio e, nesta edição, podem participar candidatos com até 30 anos. As estudantes da PUCRS estão entre os dois times da trilha de inclusão escolhidos para seguir para a próxima etapa: a semifinal Internacional. Para celebrar as três décadas do programa, os universitários agora podem escolher entre uma das 3 trilhas: 

Próximos passos  

A última etapa será em Paris, na qual apenas 9 equipes do mundo todo (três de cada trilha) apresentarão suas propostas. Para avançar no programa e ir para a final internacional, as alunas precisam do apoio da comunidade acadêmica para votar no seu projeto, neste link, até o dia 15 de maio. Para registrar o voto, basta preencher com um e-mail e confirmar. 

“Já é incrível ter chegado até aqui e é agora que precisamos de vocês mais que nunca. Não seria incrível se três gurias estudantes da PUCRS realizassem o sonho de ir para Paris defender sua ideia representando o seu País?”, comentam as alunas. 

O programa Brandstorm existe há 30 anos e já contou com a participação de mais de 40 mil estudantes de 65 países e regiões. 

Seminário acadêmicoPara qualificar ainda mais as práticas acadêmicas para o início do semestre letivo, entre os dias 23 e 25 de fevereiro acontece o Seminário de Desenvolvimento Acadêmico da PUCRS. Realizado anualmente pela Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd), o encontro reúne os diferentes públicos internos da Universidade para discussões sobre temas institucionais relevantes, buscando convergências e alinhamentos frente aos cenários educacionais em transformação. A programação ocorrerá em formato híbrido, com atividades presenciais e online.

A abertura do encontro acontece às 10h do dia 23, pelo canal da PUCRS no YouTube, e será realizada pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira. Também participam o vice-reitor da PUCRS, Ir. Manuir Mentges; a pró-reitora de Graduação e Educação Continuada, Adriana Justin Cerveira Kampff; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Carlos Eduardo Lobo e Silva; o pró-reitor de Identidade Institucional, Ir. Marcelo Bonhemberger; o pró-reitor de Administração e Finanças, Alam de Oliveira Casartelli; e o capelão Carlos Gustavo Haas.

“Estamos prestes a iniciar o primeiro semestre letivo de 2022. Um novo começo é sempre marcado pela preparação para aquilo que vamos experimentar. Por isso, nesses dias de Seminário de Desenvolvimento Acadêmico, o convite é para que tomemos consciência pessoal para o recomeço, recebamos as informações necessárias para o dia a dia e, principalmente, tenhamos a mente aberta para novas aprendizagens que de maneira muito pragmática colocaremos a serviço de nossos estudantes. A programação deste Seminário foi pensada com o foco da retomada plena da presencialidade de modo a estarmos ainda mais habilitados tecnicamente e afetivamente para este momento histórico”, destaca o reitor.

O painel de abertura e algumas atividades estão disponíveis para participação de toda comunidade universitária. A programação também conta com atividades direcionadas por Escola e painéis com temáticas direcionadas a públicos específicos, envolvidos estrategicamente em determinados temas.

Entre as atividades estão painéis sobre internacionalização, educação corporativa, engajamento e permanência no Ensino Superior e educação empreendedora. Mais informações sobre o evento e a programação completa estão disponíveis no site do Seminário de Desenvolvimento Acadêmico.

Inscreva-se e participe!

Leia também: 5 dúvidas sobre a volta às aulas presenciais na PUCRS

Bernardo Consoli, doutorando da Escola Politécnica, recebeu prêmio de melhor dissertação em conferência internacional / Foto: Arquivo pessoal

O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica Bernardo Consoli recebeu o prêmio de melhor dissertação da International Conference on the Computational Processing of Portuguese (PROPOR 2022) com a pesquisa Enriching Portuguese Word Embeddings with Visual Information. O estudo premiado foi realizado com orientação da professora Renata Vieira, e abordou a utilização de informação visual (imagens, fotos) para aumentar a qualidade do entendimento de informação textual. A pesquisa também foi reconhecida como segundo melhor paper da Brazilian Conference on Intelligent Systems (BRACIS 2021).

Bernardo realizou seu bacharelado e mestrado na PUCRS e sua trajetória sempre foi voltada para a pesquisa. Durante a graduação realizou iniciação científica e fez parte do Laboratório de Pesquisa em Processamento de Linguagem Natural. Atualmente, está realizando seu doutorado no PPG em Ciência da Computação, com orientação do professor Rafael Bordini.

“Essas oportunidades que a PUCRS oferece no fomento da pesquisa e iniciação científica são muito importantes para o desenvolvimento profissional. Trabalhar com a professora Renata e com meus colegas de laboratório me tornou um pesquisador apaixonado pelo tema e pela ciência”, destaca Bernardo.

Processamento de Linguagem Natural

A área da computação que lida com linguagem humana falada e escrita é Processamento de Linguagem Natural (PLN). É uma área que apresenta possibilidades de tecnologia para facilitar a comunicação humano-computador ou processar grandes quantidades de informação linguística.

As pesquisas de Bernardo na área são voltadas para que computadores entendam e categorizem melhor grandes repositórios de informações linguísticas e possam facilitar o uso dessa informação por humanos.

“Os meus trabalhos focam em melhorar sistemas de entendimento do sentido de palavras, sentenças e textos, para que os mesmos possam ser corretamente classificados e utilizados por outros sistemas”, explica o doutorando.

Melhores informações para profissionais da saúde

O aluno esclarece que as tecnologias provindas da área de PLN têm um grande impacto em como as pessoas interagem com informação. O Google Search e outras ferramentas de busca na internet, por exemplo, fazem uso de várias tecnologias da área para melhorar os resultados das buscas feitas pelas pessoas. Ferramentas de tradução automática (como o Google Translate) e ferramentas de correção automática de texto também são exemplos de tecnologias de PLN.

Na prática, as tecnologias também podem ser utilizadas em campos especializados como Direito e Medicina. Nesses campos, o PLN é usualmente utilizado para interpretar informação e auxiliar profissionais na tomada de decisões.

Em sua tese de doutorado, Bernardo está trabalhando com informações hospitalares, com enfoque na utilização de PLN em sistemas mais avançados em evoluções médicas, em conjunção com outras fontes de informação, para predizer complicações futuras de pacientes antes delas acontecerem. “Com essa pesquisa será possível ajudar profissionais médicos a prevenirem problemas futuros e a manterem a saúde de seus pacientes”, comenta.

Estude Ciência da Computação em 2022

Interessados/as em ingressar em uma pós-graduação stricto sensu ainda no primeiro semestre de 2022 têm uma nova chance para se inscrever. O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC) está com inscrições abertas até o dia 15 de fevereiro para mestrado e doutorado.

Com nota 6 na Avaliação Quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o PPGCC está entre os melhores Programas de Pós-Graduação em Computação do Brasil, com excelência nacional e internacional.

Inscreva-se no PPG em Ciência da Computação

Células Solares

Energia solar está entre as alternativas para uma matriz energética mais segura e sustentável / Foto: Bruno Todeschini

A matriz energética corresponde às fontes utilizadas para gerar e distribuir energia elétrica, atendendo à demanda de consumo da população e dos diferentes setores sociedade. Em muitos países, a matriz é baseada em fontes não renováveis e poluentes, como o petróleo e outros combustíveis fósseis. Em todo mundo, a busca por soluções mais sustentáveis tem ampliado a necessidade de fontes de energias renováveis.

Entre as alternativas para uma matriz mundial mais segura e alinhada com a preservação do meio ambiente está a energia solar. Dados da Agência Internacional de Energia destacam o crescimento da capacidade de geração de energia a partir de fontes fotovoltaicas entre 2021 e 2022.

Único centro de pesquisa e desenvolvimento na América Latina projetado para desenvolver e caracterizar células solares e módulos fotovoltaicos em escala piloto, o Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da PUCRS atua realizando projetos envolvendo células solares, módulos fotovoltaicos e sistemas fotovoltaicos, com a coordenação dos professores Adriano Moehlecke e Izete Zanesco.

O NT-Solar também integra os laboratórios do curso de Engenharia de Energias Renováveis da Escola Politécnica da PUCRS, primeira graduação presencial na área, que promove o estudo em energias limpas e sustentáveis, com o objetivo contribuir na criação e desenvolvimento de soluções inovadoras e não poluentes.

Leia também: PUCRS lança graduação pioneira com foco em energias renováveis

Consequências da crise energética no Brasil

Mais da metade da matriz energética do País é baseada no uso de usinas hidrelétricas, que nos últimos anos têm sido afetadas pelas mudanças no clima e pela escassez de chuvas em muitas regiões. Esses fatores têm contribuído para a expansão da crise energética no Brasil, impactando nos valores de tarifas e alavancando a inflação.

O aumento dos custos com energia elétrica também torna nossa cadeia de produção industrial e o agronegócio menos competitivos frente a produtos importados, ampliando o desemprego e problemas sociais como a desigualdade. 

Adriano Moehlecke destaca que os impactos da crise poderiam ser ainda mais graves se estivéssemos em fase de crescimento econômico, o que não ocorreu devido a pandemia do Covid-19. O pesquisador ainda ressalta que a reestruturação da matriz energética é urgente para evitar novas crises.

“A implantação de novas formas de produção de energia a partir de fontes renováveis já deveria estar sendo promovida há pelo menos uma década”. 

Leia também: 5 dicas: saiba como economizar energia elétrica

Soluções renováveis

Laboratório NT-Solar, energias renováveis

NT-Solar é único centro P&D da América Latina para o desenvolvimento de sistemas fotovoltaicos em escala piloto / Foto: Bruno Todeschini

Em novembro de 2021, o NT-Solar concluiu um projeto de pesquisa com a Itaipu Binacional, empresa líder mundial em energia limpa e renovável, além de outras três cooperativas do oeste do Paraná, dedicadas à cadeia de produção de proteína animal que são afetados pelo custo com energia elétrica. No estudo foram analisados três sistemas fotovoltaicos instalados em propriedades rurais no oeste do Paraná.

O uso de sistemas fotovoltaicos de 20kW nas propriedades reduziu em até 50% os custos com energia elétrica. Foram obtidos dados de três de anos de operação permitindo uma avaliação técnica e econômica considerando a realidade da operação no oeste do Paraná e foi elaborado um Manual de Recomendações Técnicas, fornecido para as cooperativas.

Moehlecke explica que foi realizado também um estudo da diminuição da potência dos módulos fotovoltaicos segundo o tempo de operação. “Com esse projeto conquistamos dados inéditos sobre o que ocorrem com os equipamentos”, pontua.

Perspectivas para 2022

O coordenador do NT-Solar aponta que, se soluções renováveis não forem aderidas e expandidas já no próximo ano, a matriz energética brasileira continuará dependendo da regularidade das chuvas e do acionamento de termoelétricas, que tornam a geração de energia mais cara.

“Se em 2022 não tivermos um aumento dos índices pluviométricos fazendo com que os reservatórios das hidroelétricas possam atingir níveis adequados, continuaremos necessitando do acionamento de usinas termoelétricas e tendo que promover programas de redução de consumo de energia elétrica no País. E se a economia crescer, talvez não tenhamos a energia elétrica necessária para suportar um possível crescimento econômico”, conclui.

Professor da Escola Politécnica é o primeiro brasileiro eleito para o conselho da AAAI / Foto: Matheus Gomes

Formado em Ciência da Computação pela PUCRS, com mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade e doutorado na King’s College Londono professor e pesquisador Felipe Meneguzzi vem trilhando uma trajetória de sucesso na área da inteligência artificial (IA). Recentemente foi nomeado como conselheiro executivo da Association for the Advancement of Artificial Intelligence (AAAI), maior entidade de IA do mundo, que já teve como membros do conselho grandes nomes da área e hoje é composto por integrantes de universidades como Oxford, MIT, Harvard e Yale. Meneguzzi é o primeiro brasileiro eleito para esse conselho. 

Com mais de 20 anos de pesquisa na área de IA, com atuação como professor visitante na University of Aberdeen, na Escócia, e na University of Melbourne, na Austrália, segue a linha de pesquisa de planejamento automático. “Tenho me dedicado a estudos de reconhecimento de objetivos, ou seja, sistemas que tentam identificar o que uma pessoa ou agente está querendo atingir”, comenta. 

Tendências da Inteligência Artificial 

Para Meneguzzi o futuro da Inteligência Artificial está em potencializar o que os seres humanos já fazem. “Não vejo a IA substituindo o indivíduo, mas sim ajudando e potencializado determinada tarefa, uma forma de expandir a nossa mente”, explica. Para o pesquisador, um exemplo está na desinformação nas redes, onde um ser humano utiliza a IA de forma mal-intencionada para propagar fake news, por exemplo. “A IA possibilita amplificar iniciativas positivas, mas ao mesmo tempo pode ser utilizada de maneira negativa”, adiciona. 

Para o pesquisador, carros autônomos, apesar de muito discutidos, também não devem se tornar realidade em um futuro próximo. Esses sistemas estão baseados em aprendizado de máquina que ainda precisa ser muito desenvolvido e avaliado: 

“O que eu vejo para o futuro é uma diminuição do número de pessoas fazendo uma mesma tarefa, mas não tarefas que eliminarão totalmente o ser humano. Costumo dizer que tenho uma visão mais positiva sobre a IA”, comenta. 

Sobre a presença da IA nas atividades humanas, Meneguzzi reflete ainda que tais inserções deverão trazer alterações na sociedade. “Isso nos fará pensar mais profundamente sobre a dignidade do ser humano, sobre o que é um trabalho digno. Essas reflexões vão ser cada vez mais fortes, reavaliando a humanidade”, completa. 

Reconhecimento internacional 

Sobre sua nomeação para a Association for the Advancement of Artificial Intelligence, o pesquisador da Escola Politécnica celebra o reconhecimento de seus pares fora do Brasil. “Acredito que a oportunidade é fruto de contatos. Para a carreira, enquanto pesquisador, avalio a indicação como questão de respeito na área e me orgulha dividir espaço com nomes prestigiosos”, adiciona.

Estudo poderá auxiliar na redução de gás carbônico no meio ambiente - Trabalho sobre o CO2, conduzido pela professora e pesquisadora Sandra Einloft, busca combater o efeito estufa e as mudanças climáticas

Professora Sandra Einloft, pesquisadora responsável pelo estudo com CO2 / Foto: Camila Cunha

O excesso de gás carbônico (CO2) na atmosfera é o principal responsável pelo efeito estufa e pelas mudanças climáticas. Porém, quando ele é isolado, é possível transformá-lo em produtos muito úteis, como aditivos para combustíveis. É o caso do dimetilcarbonato, geralmente usado como aditivo no diesel para diminuir a emissão de fuligem e a poluição, e também dos polímeros, macromoléculas que podem ser utilizadas para fabricar peças que necessitam de resistência mecânica e transparência, toldos, coberturas, lentes de óculos, discos compactos e uso em eletrônicos. 

Pensando nisso, a pesquisadora Sandra Einloft, decana da Escola Politécnica, iniciou o estudo Auxiliando na separação do CO2 produzido em processos industriais e do CO2 existente em campos de gás natural através de novos materiais. O objetivo da pesquisa é buscar alternativas para combater e reverter a emissão de CO2 na atmosfera, desenvolvendo soluções para separar este composto químico de fontes poluidoras ao mesmo tempo em que é utilizado para obter outros produtos. 

Uma das fontes emissoras de gás carbônico são as correntes gasosas industriais, como o gás natural, também utilizado como combustível para veículos, o conhecido GNV. Sandra explica que, aproveitando resíduos que iriam para o lixo, é possível ter um rendimento triplo: 

“Utilizamos a casca de arroz, que é o principal resíduo agroindustrial gerado no processamento desse cereal, para produzir sílicas modificadas, que são utilizadas para separar o gás carbônico emitido em usinas de produção de energia. Desta forma, a pesquisa contribui para a redução do aquecimento global e da geração de resíduos”.

Ou seja, nesse processo, o gás natural se torna um combustível ainda menos poluente, o CO2 é transformado em materiais úteis e os resíduos abundantes disponíveis a baixo custo, que iriam para o lixo, ganham uma nova utilidade. 

Transformando o gás carbônico em matéria útil 

Estudo poderá auxiliar na redução de gás carbônico no meio ambiente - Trabalho sobre o CO2, conduzido pela professora e pesquisadora Sandra Einloft, busca combater o efeito estufa e as mudanças climáticas

Laboratório de Inovação em Materiais Poliméricos e Porosos Multifuncionais (LIMPPM), um dos espaços onde é realizado o estudo

A partir do CO2 também é possível obter o dimetil carbonato, usado na produção de corantes, produtos farmacêuticos, adesivos, detergentes e biolubrificantes. Na PUCRS, esse processo é realizado em laboratórios, localizados nos prédios 12 e 30, que contam com estrutura especializada. 

“Nesses espaços são realizadas desde as sínteses (testes de reações químicas) de novos materiais, até as afinidades de materiais com o CO2 (como outros compostos reagem ao CO2 puro ou junto às demais misturas). Também fazemos a seletividade (para ver se o material feito tem mais interação com o CO2 do que com outros gases) e a caracterização dos materiais (a conferência de quais temperaturas são suportadas, testes de superfície, entre outros), além da microscopia”, explica a pesquisadora. 

Sílica: o segredo por trás das cascas de arroz 

Sandra ressalta que essa transformação do gás carbônico é um processo químico complicado, pois o CO2 é um composto muito estável. “Como fazer isso sem gastar tanta energia?”, questiona, sobre a importância de se ter um olhar atento para a sustentabilidade e viabilidade de reprodução do projeto em outros locais. 

A sílica é um componente extraído da casca de arroz e que permite essa alternativa mais ecológica. É ela quem ajuda a separar o CO2 dos gases, graças às moléculas de oxigênio com hidrogênio (o silício, sólido, que tem afinidade com o CO2) presentes em sua superfície, que permitem modificações e o tornam mais seletivo/compatível com o gás carbônico. 

Espera-se que o estudo possa auxiliar a combater as consequências da presença humana e da exploração desenfreada dos recursos naturais do planeta Terra. Um dos exemplos mais perceptíveis disso, o aquecimento global, tem causado cada vez mais enchentes, ondas de calor e desertificações ao redor do mundo, reforça Sandra, demonstrando a relevância da pesquisa. 

“Aqui (no Sul do País) deve chover muito mais, por exemplo. O ideal seria que tivéssemos mais energias de fontes renováveis, para além dos combustíveis fosseis e energia hidroelétrica”.

Até o momento, a pesquisa já conta com duas patentes, diversos artigos internacionais publicados e foi finalista no Prêmio ANP de Inovação Tecnológica. 

Leia também: Dia da Sobrecarga da Terra alerta para a necessidade de ações sustentáveis 

Pesquisadores estão desenvolvendo atividades de atividades de P&D visando gerar resultados teórico-empíricos e implicações práticas no fortalecimento da resiliência e da cultura de segurança na indústria petrolífera brasileira / Foto: Pixabay

Todos os setores precisaram adaptar estratégias para sobreviver à pandemia da Covid-19. Os pesquisadores envolvidos com a segunda fase do projeto Integração de Fatores Humanos e Resiliência para o Fortalecimento da Cultura de Segurança na Indústria de Óleo e Gás (O&G) estão realizando atividades de P&D (pesquisa e desenvolvimento) visando gerar resultados teórico-empíricos e implicações práticas no fortalecimento da resiliência e da cultura de segurança na indústria petrolífera brasileira. Paralelamente, no âmbito de tais iniciativas, foi criado um núcleo de pesquisa na Universidade que utilizará o conhecimento acumulado sobre o assunto para auxiliar outros tipos de organizações e indústrias. 

O núcleo de pesquisa Human Factors and Resilience Research (HFACTORS), vinculado à Escola Politécnica, é formado por uma equipe interdisciplinar que busca desenvolver modelos e tecnologias para orientar programas de fatores humanos e tornar as instituições mais resilientes. As técnicas podem ser usadas em vários setores da economia, como a aviação e a saúde, por exemplo, e também podem contribuir com a gestão de cidades e estados, entre outros. 

Durante workshop realizado em abril, ocorreu o lançamento do website oficial do núcleo. Mais de 60 pessoas, entre pesquisadores da PUCRS e representantes da indústria de O&G que estavam reunidas para avaliar resultados e discutir sobre temas ligados ao projeto, puderam conhecer a página com informações sobre fatores humanos no mercado de óleo e gás e também em outras indústrias onde esses conhecimentos podem ser aplicados. O portal ainda contará com vídeos curtos, notícias e textos informativos a respeito de pesquisas, eventos e publicações da área.  

Fatores humanos e resiliência 

O termo “Fatores Humanos” geralmente é entendido como fatores que influenciam o comportamento no trabalho, afetando o desempenho, a segurança e a saúde do trabalhador. Entretanto, este é um conceito que vai muito além, pois inclui uma compreensão sistêmica da relação interativa entre pessoas, trabalho e artefatos. Trata-se de um campo de pesquisa interdisciplinar com importantes contribuições teóricas e práticas, com enfoque nos elementos sistêmicos que condicionam o desempenho humano em diversos contextos.  

Já o conceito de resiliência está relacionado à capacidade de tomar medidas específicas, robustas e de transformação face a eventos inesperados e que apresentam potencial comprometedor para a sua sobrevivência. Nesse sentido, a resiliência se refere a capacidade de ajustar a maneira como as coisas são feitas. 

Mas qual a relação de resiliência e fatores humanos? Para o professor da Escola de Negócios Éder Heriqson, que integra o projeto, pensar nesses conceitos em uma atuação mútua pode ser vantajoso em diversos sentidos:  

“A resiliência em fatores humanos se orienta como uma abordagem sistêmica de estudo dos condicionantes da performance humana e das capacidades concretização de respostas frente aos enfrentamentos emergentes de residuais de incerteza e risco, promovendo habilidades não-técnicas tais como a tomada de decisão, a coordenação e a liderança para o gerenciamento de erros e ameaças”.  

Esta fala, além de explicar o elo entre os dois conceitos, mostra a importância de estudá-los e repensar sua atuação conjunta para desenvolver soluções em ambientes de trabalhos de risco. 

Em ação para melhorias 

O projeto, desenvolvido pela PUCRS em parceria com a indústria de O&G, é realizado por uma equipe interdisciplinar com mais de 40 pesquisadores. Na primeira fase do projeto, entre 2017 e 2019, os pesquisadores estiveram em unidades offshore voltadas às atividades de exploração e produção de petróleo e gás no litoral brasileiro, entrevistando trabalhadores e observando operações críticas para propor melhorias na área de segurança. A atual fase, entre 2019 e 2022, foi totalmente realinhada ao momento de enfrentamento à Covid-19, potencializando atividades online e ainda prevê trabalho de campo em plataformas offshore na mesma região. 

Todo o conhecimento acumulado servirá para outros projetos a serem realizados por parte do HFACTORS. A trajetória deste projeto tem contribuído para a formação de graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutores em várias áreas do conhecimento.

PUCRS prepara aulas a distância para alunos - Professores organizarão atividades e materiais de apoio em plataforma online

Foto: Glenn Carstens/ Unsplash

Apesar dos desafios impostos pela pandemia, a mobilidade internacional foi potencializada por outras estratégias, como a colaboração online. Os chamados Collaborative Online International Learning (COIL) têm unido docentes de diferentes partes do mundo e conectado estudantes em uma proposta internacional remota. 

Os professores Allan Morcelli e Gustavo Roth, da Escola Politécnica, agora oferecem em parceria com a Catholic University of America (CUA), dos Estados Unidos, um COIL na disciplina eletiva Bioprocess Technologies (98400-02). Nela, alunos e alunas de cursos como Engenharia Química, Engenharia Mecânica e de Engenharia de Produção participarão de um projeto sobre bioprocessos juntamente com estudantes da instituição estadunidense. 

Soluções coletivas para desafios globais 

O COIL terá seis encontros e debaterá desafios mundiais, propondo que a turma encontre soluções para esses desafios de forma coletiva. Neste semestre, o tema da dinâmica será A fome do mundo, focando em tecnologias de alimentos, biotecnologia e outras inovações na área da Engenharia Química. 

Para Roth, a disciplina possibilita que os/as estudantes visualizem um problema global a partir de outras perspectivas, além de ter contato com culturas diferentes: 

“Esperamos que esta modalidade de internacionalização in house se consolide na Universidade e que a abordagem colaborativa de desafios mundiais proporcione futuras possibilidades profissionais aos alunos”.

Além disso, Morcelli explica que o projeto COIL é uma oportunidade de estreitar laços com uma instituição reconhecida internacionalmente e oportunizar uma experiência internacional aos estudantes sem precisarem viajar. “As trocas entre alunos do exterior e brasileiros, com diferentes perspectivas, será fundamental no processo de aprendizagem com metodologias ativas”, acrescenta. 

Estudantes da PUCRS que já realizaram a disciplina anteriormente, mas têm interesse em participar da dinâmica com a CUA, podem se inscrever no formato extensão via Educação Continuada (Educon) no curso Engineering the Future: Biotechnology Solutions to World Challenges (196307) neste link, até o dia 16 de maio de 2021. 

A PUCRS e o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP/RS) assinaram nesta terça-feira, 12 de janeiro, um termo de cooperação que prevê o recondicionamento de aparelhos celulares apreendidos na rede prisional, preferencialmente smartphones, que serão destinados a estudantes da rede pública de ensino que não têm recursos para assistir e acompanhar as aulas no ensino remoto, dado o contexto da pandemia. Chamado de Alquimia II, o projeto terá duração de dois anos e poderá ser prorrogado.

Nas próximas semanas a Escola Politécnica da Universidade receberá aparelhos celulares que foram apreendidos pelo MP e fará os ajustes necessários para que seja possível o acesso à internet e a aplicativos usados para acompanhar aulas. Em caso de modelos de celulares sem essas funcionalidades, o recondicionamento será feito para uso das direções e docentes na organização das atividades escolares.

O reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, ressalta que a instituição compreende que a educação demandada para um novo futuro que está sendo redesenhado apenas será viável se pautada em processos inclusivos e de combate às desigualdades. “A PUCRS está inteiramente comprometida com essa ação que irá beneficiar estudantes da rede pública que hoje não tem meios de acompanhar as aulas. Seguimos atentos às necessidades e sempre parceiros do Ministério Público e demais instituições em ações que visam proteger o direito das crianças e dos adolescentes de aprender com dignidade”, ressalta.

Segundo o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, o projeto tem diferentes frentes pelo Rio Grande do Sul. “É uma iniciativa de responsabilidade social compartilhada que começou pela Promotoria de Justiça de Osório e que foi sendo replicada pelo Estado. Essa parceria que a gente firma agora com uma instituição do tamanho da PUCRS é motivo de muito orgulho e satisfação para nós”, disse o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen.

Na Escola Politécnica

Ao chegar na Universidade, os aparelhos precisam passar por uma triagem, ou seja, os profissionais vão verificar aqueles que realmente atendem as necessidades dos alunos, fazer uma higienização adequada, uma formatação para excluir tudo que tenha nestes smartphones e fazer a instalação dos aplicativos que serão usados pelos estudantes.

O professor Anderson Terroso, responsável pelo andamento do projeto na Escola Politécnica, ressalta que além dos profissionais disponíveis, a PUCRS tem uma infraestrutura de laboratórios de eletrônica que estará à disposição para o recondicionamento e que ainda, em caso de aparelhos que não sejam mais funcionais, a Universidade está responsável por fazer o devido descarte do lixo eletrônico.

É preciso vencer as desigualdades

Segundo o relatório publicado em novembro de 2020 pelo Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de sete meses depois de declarada a pandemia, a Covid-19 continua colocando em pausa a educação de mais de 137 milhões de crianças e adolescentes na América Latina e no Caribe. Estimativas sugerem que apenas um em cada dois estudantes de escola pública está tendo acesso a um ensino a distância de qualidade em casa, em comparação com três em cada quatro estudantes de escola privada.

O fechamento das escolas – embora necessário para conter a Covid-19 – tem impactos profundos na vida de crianças e adolescentes. Considerando as desigualdades brasileiras, as opções de continuidade das aprendizagens em casa não se deram da mesma forma. Antes da pandemia, 4,8 milhões de estudantes viviam em casas sem acesso à internet – o que teve forte impacto nas oportunidades de acesso ao ensino online na pandemia. Em agosto de 2020, segundo a Pnad Covid, 4 milhões de estudantes do ensino fundamental (14,4%) estavam sem acesso a nenhuma atividade escolar. A maioria negros, vivendo em famílias com renda domiciliar inferior a meio salário mínimo.

O Projeto Alquimia II

A organização da ação solidária se deu por iniciativa do MP/RS e da área de Relações Institucionais da Universidade que mobilizou integrantes da Escola Politécnica para checar a estrutura disponível. Além do reitor e do procurador-geral, também estiveram presentes no ato o relações institucionais da PUCRS, Solimar Amaro; o subprocurador-geral de Justiça de Gestão Estratégica, Sérgio Hiane Harris; o secretário-geral, Júlio César de Melo; a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões, Denise Casanova Villela; o coordenador do Núcleo de Inteligência, Marcelo Tubino; o promotor de Justiça de Osório, Fernando Andrade Alves; a promotora Regional de Educação de Osório, Cristiane Della Méa Corrales; e a diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, Caroline Vaz. A juíza Anna Alice Schuh e o delegado da Polícia Civil João Henrique Gomes de Almeida, ambos de Osório, também participaram e assinaram o convênio na condição de testemunhas.

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