Projeto USE é coordenado pelo professor Odilon Duarte, da Escola Politécnica/ Foto: Giordano Toldo

A preocupação cada vez maior com o meio ambiente e o futuro do planeta leva cada vez mais empresas e instituições a adotarem medidas sustentáveis e a assumirem o compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Um desses objetivos, a meta nº 7, diz respeito ao acesso à energia limpa: o uso dos recursos energéticos, bem como formas mais sustentáveis de gerar e consumir energia, são pauta fundamental na construção de um futuro que torne viável a permanência da vida na Terra. A PUCRS se compromete com a pauta de energia sustentável há 15 anos por meio do Projeto USE – Uso Sustentável de Energia, que busca levar às pessoas conhecimentos e informações sobre o consumo consciente de energia e práticas de sustentabilidade. 

Instituído pela PUCRS em março de 2008, participantes do projeto já realizaram mais de 4.600 ações dentro e fora da Universidade. Odilon Duarte, coordenador do USE e do curso de Engenharia de Energias Renováveis da Escola Politécnica, onde é realizado o projeto, destaca que o impacto social gerado vai além do Campus e é gerado por meio da sensibilização das pessoas, seja por trabalhos técnicos, eventos, palestras, entrevistas, visitas técnicas e educacionais ou por do uso das redes sociais. 

“O Projeto USE dissemina conteúdo para que os cidadãos sejam protagonistas na proteção do planeta em que habitam, para que sua qualidade de vida não seja afetada de forma negativa, reduzindo o uso de fontes não renováveis e a emissão de gases do efeito estufa, trazendo pautas ambientais a lugar de destaque”, comenta ele. 

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Ao longo de tantos anos de realização, o Projeto USE deixa um extenso legado de conscientização e transmissão de conhecimentos sobre medidas que promovem o uso eficiente de energia, bem como as consequências do bom e mal uso desta que refletem em questões sociais, climáticas e financeiras. “Tal aprendizado é aplicado tanto na PUCRS quanto nos lares dos indivíduos que atuam na Universidade”, pontua o docente. Tudo isso reflete a importância de iniciativas como o Projeto USE para o futuro do meio ambiente e do planeta em geral. 

“O projeto realiza estudos para mitigar as consequências das ações humanas no planeta. Neste sentido, a iniciativa leva em consideração a disponibilidade dos recursos naturais para suprir as necessidades da humanidade, juntamente com a redução das emissões dos gases de efeito estufa”, conta Odilon. 

Atuação efetiva em diferentes frentes 

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Projeto USE promove diversas ações dentro e fora da Universidade para promover o consumo consciente de energia/ Foto: Bruno Todeschini

O projeto é dividido em três frentes de atuação: o vetor técnico, o vetor educacional e o vetor de comunicação e relacionamento. No vetor técnico, são desenvolvidos trabalhos voltados para sistemas de consumo de energia (iluminação, refrigeração, climatização, entre outros). No vetor educacional, são realizadas ações de sensibilização para os públicos internos e externos da Universidade, a fim de promover o uso consciente da eletricidade. E no vetor de comunicação e relacionamento, são realizadas campanhas de conscientização, participação em eventos e publicações informativas em redes sociais. Neste também ocorre a concessão de entrevistas para veículos de comunicação, sendo estas textuais, para rádio e TV. 

Entre as diversas pesquisas e ações desenvolvidas pelo Projeto USE recentemente, destacam-se participações em seminários importantes, como o 11º Seminário Cidade Bem Tratada, especificamente no painel temático “Mobilidade, Energia e Descarbonização”, juntamente com especialistas da área. O projeto também marcou presença no seminário 3º Seminário sobre Energias Renováveis, participando do painel de capacitação, também junto a especialistas. Também foram concedidas diversas entrevistas sobre temáticas como energias renováveis, apagão e eficiência energética. Odilon destaca outras ações recentes: 

“Realizamos avaliação da qualidade da energia de sistemas consumidores de energia no Campus Universitário; levantamento do perfil de consumo de energia elétrica das edificações; análise da viabilidade econômica para o emprego da mobilidade elétrica e na eficiência energética para a substituição do sistema de climatização do Laboratório de Alto Desempenho (LAD) e no Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, entre outras ações”, explica. 

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Alunos protagonizam o projeto 

Adriano Klein/ Foto: Arquivo pessoal

Seja como estagiários ou voluntários, muitos estudantes da Universidade já passaram pelo Projeto USE, dos mais diversos cursos, entre eles todas as Engenharias, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Direito, Psicologia, Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda. Adriano Klein, formado em Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas de Energia pela PUCRS, participou do projeto quando era aluno e afirma ter sido uma experiência enriquecedora, e que o fez compreender uma nova forma de se relacionar com a energia. 

“No projeto eu pude perceber que a energia não se limita ao aspecto físico, mas envolve muitas outras questões relevantes para um profissional que atuará no mercado de energia. Hoje, vejo o setor e as grandes empresas do ramo se movendo em direção à descarbonização, algo que está na essência do Projeto USE. A experiência ampliou a minha visão sobre a energia e foi fundamental para a minha trajetória profissional, pois me fez entender a importância do uso sustentável da energia. Os aprendizados que obtive no projeto alimentam o meu propósito de trabalhar com esse tema fascinante”, comenta ele. 

Matheus do Carmo/ Foto: Arquivo pessoal

O alumnus Matheus do Carmo, também formado no mesmo curso e ênfase que Adriano, destaca a importância que ter participado do projeto teve em sua formação: 

“Foi fundamental, tanto do lado profissional, por me moldar em um perfil ímpar para o mercado, quanto do lado pessoal, por fomentar minha atuação em causas importantes como o combate ao aquecimento global por meio dos conhecimentos da atividade que decidi exercer. A PUCRS, com sua infraestrutura, permitiu que eu fosse exposto, ainda na graduação, a desafios de liderança, proatividade e maturidade, participando, inclusive, de seminários internacionais como expositor, ao lado de colegas com pós-doutorado. Isso foi responsável por parte considerável das conquistas que tive até o momento como engenheiro.” 

Gabriele Schmeling/ Foto: Arquivo pessoal

A estudante Gabrielle Schmeling, do curso de Engenharia de Produção, integra atualmente o Projeto USE e conta que seu interesse em participar do projeto veio da possibilidade de atuar em uma iniciativa que gerasse impacto social e ambiental. 

“Uma das motivações e expectativas pela qual iniciei no projeto USE foi poder participar de forma ativa em um programa que contribuísse de fato com a comunidade, e aprender na prática a relevância das fontes de energias renováveis, que geram impactos positivos em setores ambientais, sociais e financeiros. É gratificante perceber como a conscientização das pessoas promove o uso eficiente de energia, que reduz as ações negativas no planeta, gerando maior qualidade de vida para todos. Acredito que, desta forma, o projeto vem sensibilizando a sociedade, pois se cada um fizer a sua parte e utilizar os recursos naturais de forma consciente, futuramente mais brasileiros poderão ter acesso à energia elétrica, necessidade básica à qual infelizmente nem todos tem acesso.” 

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Estude Engenharia de Energias Renováveis na PUCRS

Escola Politécnica promove nova certificação internacional em parceria com universidades de cinco países/ Foto: Giordano Toldo

Estão abertas as inscrições para a primeira edição da certificação Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica, certificação internacional ministrada em língua espanhola, desenvolvido pela Escola Politécnica em parceria com cinco universidades estrangeiras, três da América Latina e duas da Europa. Direcionado às áreas de Arquitetura, Engenharia e Design, o curso tem como público-alvo alunos de graduação e pós-graduação com interesse na temática de sustentabilidade, profissionais das áreas de gestão ambiental, arquitetura e urbanismo, engenharias e demais áreas afins. As aulas começam no dia 22 de setembro e vão até o dia 28 de outubro. 

A certificação foi idealizada pela professora Cibele Figueira, do curso de Arquitetura e Urbanismo, e pelo professor Jacinto Almeida, do curso de Engenharia Civil. Além deles, o curso conta com a participação de professores das outras cinco instituições participantes: a professora Rocio Hidalgo, da Pontifícia Universidade Católica do Chile; o professor José Alayon, da Universidade Javeriana, na Colômbia; os professores Reina Loredo e Miguel Bartorila, da Universidade Autônoma de Querétaro, no México; o professor Antônio Antunes, da Universidade de Coimbra, em Portugal; e a professora Miriam Germeno, da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha. Cada instituição tem a cota máxima de 15 inscrições, com o objetivo de garantir a presença de estudantes de diferentes nacionalidades. 

Metodologia inovadora  

A certificação será ministrada na modalidade online ao vivo, utilizando a metodologia Collaborative Online International Learning (COIL), “Aprendizagem Internacional Colaborativa Online” em português. Desenvolvido originalmente pela Universidade de Nova York, o COIL é adotado por instituições de ensino desde 2016. “Essa modalidade tem unido docentes de diferentes partes do mundo e conectado estudantes em uma proposta internacional em formato remoto”, comenta a professora Cibele. 

Ela explica que o COIL já foi testado anteriormente pela Escola Politécnica, na área de Engenharia Química: o curso “Engineering the Future” foi coordenado do professor Allan Morcelli, juntamente com a Catholic University of America, nos Estados Unidos, durante o período da pandemia. A primeira edição teve enfoque em aplicações da biotecnologia na mitigação da fome no mundo, e a segunda edição abordou a bioengenharia na nova fase de exploração espacial, contando com participação de astrofísicos da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA). 

Já o novo curso, “Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica”, terá como foco principal a sustentabilidade. A proposta do curso se baseia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especificamente na meta número 11: cidades e comunidades sustentáveis. 

Certificação se baseia principalmente na meta de número 11 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU/ Foto: Giordano Toldo

“Serão apresentadas soluções urbanas para reduzir os impactos ambientais causados pela atividade humana no mundo. Os participantes terão a oportunidade de conhecer inovações em projetos e ações sustentáveis aplicadas nas comunidades, com o objetivo de promover a harmonia entre os pilares ambiental, social, cultural e econômico. O curso reúne profissionais de diferentes países e formações que apresentarão e discutirão práticas e perspectivas sustentáveis nas cidades ibero-americanas”, explica Cibele. 

A certificação será oferecida de forma online, por meio da plataforma Zoom, tendo um total de 12 encontros ao longo de seis semanas, totalizando uma carga horária de 30 horas. As aulas serão ministradas em espanhol com suporte de monitores brasileiros e cada encontro será realizado de forma simultânea, na hora local dos países de cada instituição. 

Sustentabilidade e internacionalização 

A professora Cibele conta que a ideia de criar um curso com a temática da sustentabilidade em uma colaboração internacional veio de sua própria experiência no exterior. Ela viveu durante 12 anos na Espanha, onde, além de atuar profissionalmente, fez sua pós-graduação e participou ativamente da redIALA (Investigaciones Arquitetônicas para Latinoamérica). O professor Jacinto, também criador do curso, fez o caminho inverso: natural de Portugal, ele veio para o Brasil fazer pós-graduação e também atuou profissionalmente.  

“Estas vivências nos conectaram a profissionais de distintas nacionalidades e o tema das cidades e da sustentabilidade, nos permitiu sonhar com uma maior integração entre nossas áreas de conhecimento em uma busca por vislumbrar soluções para demandas urbanas e socioambientais”, diz a professora. 

Ela destaca o papel fundamental que o Brasil exerce no contexto global para atingir metas sustentáveis no futuro, devido às suas características físicas naturais, além da importância de formar profissionais que saibam agir de forma consciente e consequente no presente. Além disso, há um grande benefício na troca de conhecimentos entre os países envolvidos no projeto: os países latino-americanos de língua espanhola são parceiros fundamentais do Brasil nesse debate, em razão da similaridade de seus contextos ambientais e problemáticas urbanas. A ideia é trazer práticas e experiências a fim de aprender com casos implementados nas cidades latino-americanas. 

“As perspectivas serão apresentadas no que se refere ao planejamento urbano e ao futuro da mobilidade almejados para o contexto ibero-americano. O curso buscará, além das aulas ministradas pelos professores, promover atividades que integrem os alunos das distintas nacionalidades. Uma das metas é aprender com experiências significativas e estabelecer conexões com profissionais e futuros profissionais interessados em projetos de impacto para o desenvolvimento sustentável”, finaliza. 

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Nelson se formou em Engenharia e teve o diploma entregue pelo filho, Lucas/ Foto: Arquivo pessoal

É tradição, em universidades, que formandos recebam o diploma de um parente próximo que tenha cursado a mesma graduação – momento que costuma ser emocionante. É o caso de Nelson Luis de Azeredo e Lucas Torales de Azeredo, pai e filho que se graduaram no curso de Engenharia Elétrica, da Escola Politécnica da PUCRS. Lucas concluiu a graduação em janeiro de 2017 e, na última sexta-feira (4), entregou o diploma ao pai.  

Nelson conta que era técnico em eletrônica e teve a oportunidade de ingressar como diplomado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – ele já era formado em Ciências Contábeis pelo Campus Universitário de São Gabriel (URCAMP) – no segundo semestre de 2012, quando o filho já havia ingressado no mesmo curso na PUCRS. No entanto, por conta do trabalho, Nelson não tinha condições de cursar todas as disciplinas. 

“Em 2017, eu e o Lucas fomos trabalhar em Aracaju e tivemos a oportunidade de cursar algumas disciplinas na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Em 2019 retornamos para Porto Alegre, e demos continuidade ao curso na PUCRS”, relata.  

Quando prestou vestibular para Engenharia Elétrica na PUCRS, Lucas conta que pode caminhar pelo campus e sentir uma atmosfera acadêmica enriquecedora, com uma estrutura de ponta e recursos para uma educação de qualidade. Ele escolheu o curso por ser uma combinação de tecnologia, inovação e impacto cotidiano. 

Durante a graduação, participei como bolsista de iniciação científica, permaneci um ano como bolsista e mais um ano e meio como estagiário, concluindo o curso em 2016. Minha graduação foi uma jornada de aprendizado intenso, repleta de momentos de superação e conquistas. O apoio dos colegas, a orientação dos professores e as oportunidades oferecidas pela universidade contribuíram para uma experiência enriquecedora”, relata Lucas. 

Nelson se inspirou a cursar a graduação na PUCRS graças ao filho, que sempre contava sobre a faculdade e o que ela lhe proporcionava. Para ele, a formatura significa uma passagem pela linha de chegada, além de experiências adquiridas para as próximas jornadas que virão. A mensagem que ele quer deixar para o filho neste Dia dos Pais é: “seja persistente, no limite da teimosia”. 

Para Lucas, entregar o diploma para o pai na formatura foi extremamente marcante. 

Entregar o diploma ao meu pai foi um momento profundamente significativo, representando a continuidade do conhecimento, a realização de uma jornada compartilhada e a celebração de laços familiares e acadêmicos que se entrelaçaram de maneira única nessa ocasião especial. Pai, é muito bom compartilhar a vida e os conhecimentos com você. Obrigado por ter me apoiado e se fazer sempre presente”. 

O projeto é coordenado pelo professor Anderson Terroso (centro), e tem a participação dos alunos João Pedro Feijó, do curso de Ciência da Computação (direita) e Matheus Krebs, que cursa Sistemas de Informação (esquerda)/ Foto: Diego Furtado

Mais do que ser um espaço de ensino e pesquisa, a PUCRS abraça o papel de agir para gerar transformação social, desenvolvendo ações que gerem impacto real na comunidade. Uma dessas ações é o Projeto Alquimia II, desenvolvido pela Escola Politécnica a partir de uma iniciativa do Ministério Público do Rio Grande do Sul desde 2021. Na época, um dos maiores desafios impostos pela pandemia foi a dificuldade de muitos estudantes, majoritariamente da rede pública, para acompanhar as aulas durante o ensino remoto, por não terem acesso à internet, computadores e celulares. A solução encontrada: restaurar celulares apreendidos nas revistas feitas em presídios, que originalmente seriam descartados, e após o conserto destiná-los a alunos da rede pública que não possuem esses recursos. 

A iniciativa, que reúne técnicos e alunos, já beneficiou 1377 estudantes de escolas. Recentemente, foi assinado um adendo ao projeto inicial: além de celulares apreendidos em presídios, o Alquimia também receberá aparelhos confiscados no Fórum Central e em delegacias de polícia. Com essa medida, serão recuperados ainda mais celulares e, consequentemente, mais estudantes serão beneficiados. 

Estudantes da Politécnica são protagonistas do projeto 

O Projeto Alquimia II, realizado em parceria com um órgão do governo, recebeu esse nome em referência a uma outra operação federal, como explica o professor Anderson Terroso: “Todas as operações recebem um nome. O projeto Alquimia I era a apreensão de máquinas caça-níqueis. E o Alquimia II foi o nome usado para apreensão de celulares.” Além disso, o nome também se deve ao significado da palavra alquimia: trata-se da utilização de técnicas experimentais, laboratoriais e com o manuseio de substâncias químicas para manipulação da matéria. 

A conexão da Universidade com o Ministério Público veio por meio de Caroline Vaz, professora da Escola de Direito e promotora de justiça, e a ideia foi levada à professora Sandra Einloft, decana da Politécnica. Ela, então, repassou a possibilidade para todos os coordenadores de curso da Escola – e Terroso aceitou o desafio. Coordenado por ele, o projeto conta atualmente com a participação de quatro alunos: João Pedro Feijó e João Pedro Beltrand, que cursam Ciência da Computação; e Matheus Krebs e Vitor Averbuch, do curso de Sistemas de Informação.

Antigamente situado no Laboratório Aquarium, no prédio 30, hoje o Projeto Alquimia tem um espaço próprio – que, além do professor Anderson e dos técnicos, conta com alunos dos cursos de Engenharia da Computação e Ciência da Computação, que atuam em todas as etapas do processo de restauração dos celulares. Funciona assim: após passarem por uma revisão inicial de hardware, os aparelhos são higienizados e formatados para que todos os dados sejam excluídos e logo em seguida são instalados neles aplicativos para atender as necessidades dos estudantes. 

Essa restauração, muitas vezes, representa um desafio: alguns aparelhos chegam com a tela quebrada, outros com baterias que não carregam. No entanto, no início do projeto, havia dificuldades mais graves. 

Projeto Alquimia II tem a missão se restaurar celulares que originalmente seriam descartados e doá-los para quem precisa/ Foto: Diego Furtado

“Os celulares eram muito antigos: telas pequenas, sistema operacional muito antigo. Depois, quando o projeto começou a ganhar repercussão na mídia, os aparelhos vinham quebrados ao meio, com deteriorações propositais”, relata Anderson. 

Impacto social, ambiental e humano 

Além do impacto social, o Alquimia II gera também impacto positivo no meio ambiente: antes da implementação do projeto, os celulares apreendidos eram destruídos por uma máquina de rolo compressor. Agora, com o reaproveitamento dos aparelhos, diminui-se a quantidade de lixo eletrônico, cujo descarte geralmente demanda cuidados extras.  

Mesmo depois da pandemia, que foi o pontapé inicial para o desenvolvimento da iniciativa, as escolas da rede pública, tanto municipais quanto estaduais, continuam recebendo doações de aparelhos restaurados. Se na época eles eram destinados especificamente a alunos que não tinham recursos para acessar as aulas remotas, hoje eles são entregues a todos os estudantes que não tenham um celular e necessitem. “As escolas dão o destino apropriado”, diz Terroso. 

O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, reitera o papel da Universidade no atendimento das necessidades desses jovens e de tantas outras, a fim de tornar o mundo um lugar mais justo. 

A educação superior deve almejar a criação de uma nova sociedade em que as desigualdades sociais não sejam normalizadas. Isso passa também por atuar de forma a impactar positivamente a vida da comunidade em que está inserida, olhando desde a base do ensino até o acesso à profissionalização. No contexto da pandemia, não apenas nossos profissionais, mas nossos estudantes de diferentes áreas, para além da saúde, têm tido um papel muito importante na busca de soluções que resolvam os problemas que estamos vivenciando hoje.”  

Conheça outras ações de impacto social da PUCRS 

ESTUDE NA ESCOLA POLITÉCNICA

A decana da Escola Politécnica, Sandra Mara Oliveira Einloft, recebeu o título da Universidade Toulouse. A Universidade Francesa têm histórico de cooperação em pesquisa com a PUCRS. / Foto: Divulgação

A professora e pesquisadora Sandra Mara Oliveira Einloft, da Escola Politécnica da PUCRS, recebeu, nesta segunda-feira (26), o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Paul Sabatier-Toulouse III, na França. A docente, que também é a decana da escola, conta como se sente honrada com o reconhecimento do seu trabalho e com o fato de seus esforços estarem sendo valorizados e apreciados por instituições de renome.  

Saber que meu nome foi proposto pelos pesquisadores que eu colaboro na Universidade Paul Sabatier-Toulouse III (UPS) e ter passado por pareceristas da minha área de atuação que avaliaram a relevância e impacto do meu trabalho é muito gratificante”, celebra. 

“Honoris Causa” significa “por causa da honra” em latim – a expressão nomeia o título concedido a profissionais que possuem grande relevância e importância em sua área de atuação. A concessão do Honoris Causa requer a aprovação de muitas pessoas e instituições. No caso da professora Sandra, a aprovação veio do conselho científico da Universidade Toulouse e do Ministério das Relações Exteriores francês. 

Além de ser uma grande emoção, a pesquisadora também recebe o título com um grande senso de responsabilidade: 

“Implica em manter o compromisso de continuar trabalhando em prol da excelência acadêmica e do avanço do conhecimento científico da área de mudanças climáticas, mais especificamente no desenvolvimento de soluções tecnológicas para capturar o dióxido de carbono emitido em processos industriais, que é a área que atuo e colaboro com a UPS.” 

PUCRS e UPS tem histórico de cooperação em pesquisa  

A decana recebe o título de Doutora Honoris Causa com alegria. / Foto: Giordano Toldo

A PUCRS possui parcerias de pesquisa científica com diversas instituições internacionais ao redor do mundo – sendo uma delas a UPS. Sandra colabora com a universidade francesa desde 2011, e a parceria já formou três doutores em regime de dupla titulação, além de um novo doutorando iniciando neste ano, com previsão de passar um ano na França em 2025. “Já publicamos 15 artigos científicos em parceria, e em 2014 atuei como professora convidada na UPS. Nestes anos tivemos diversas missões de pesquisadores brasileiros visitando a UPS e de colegas franceses visitando a nossa universidade”, conta. 

Mulheres cada vez mais presentes na ciência 

Sandra é graduada em Química pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e possui mestrado e doutorado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Também possui pós-doutorado pela Universidade Pièrre et Marie Curie-Paris VI. Na PUCRS, foi Diretora da Faculdade de Química entre 2004 e 2017, sendo atualmente professora titular e decana da Escola Politécnica. Como pesquisadora, seu trabalho se concentra principalmente na área de mudanças climáticas, com foco em captura e transformação de CO2.  

Sendo uma mulher em posição de autoridade dentro de ramos predominantemente masculinos, como engenharia e tecnologia, a docente diz que ganhar o título de Doutora Honoris Causa por seu trabalho nessas áreas demonstra que as barreiras de gênero estão sendo gradualmente superadas, e que as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços de liderança e influência nesses campos. 

“Essa representatividade é fundamental para inspirar outras mulheres e mostrar que elas também podem seguir carreiras nessas áreas, encorajando-as a buscar seus objetivos profissionais, independentemente de estereótipos de gênero. Além disso, ao ocupar essa posição, tenho a oportunidade de promover a diversidade, a equidade de gênero e a inclusão, trabalhando para criar um ambiente mais equitativo e acolhedor para todos os estudantes e profissionais da área”, pontua.

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Energia Eólica

A energia eólica representada 12,5% da matriz energética brasileira. / Foto: Pexels

A força dos ventos é utilizada pelas pessoas há muito tempo e, pelo menos há mais três mil anos, a humanidade conhece recursos como o cata-vento, por exemplo. Mas como evoluímos de uma prática primitiva para uma realidade em que o vento – recurso inesgotável – torna-se protagonista e fundamental para a economia e a sustentabilidade de um País?  

A energia eólica é uma fonte de energia limpa e renovável que contribui, inclusive, para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Isso acontece porque a sua extração tem um impacto ambiental limitado essencialmente às etapas de fabricação, transporte e montagem. De acordo com o coordenador do curso de Engenharia Mecânica da PUCRS, Sérgio Boscato Garcia, a fonte de energia favorece o desenvolvimento sustentável e é compatível com a agropecuária e outros usos do solo, não sendo necessárias desapropriações de áreas ou remanejamentos de pessoas.   

O docente, que coordena também o Laboratório de Energia Eólica (Lab-Eólica), espaço dedicado à pesquisa, extensão e ao ensino-aprendizagem, explica que a energia eólica contribui para o desenvolvimento econômico descentralizado e que a instalação de parques próximo a centros de carga reduz as perdas elétricas na transmissão de energia, além de aumentar a confiabilidade da região.    

Segundo dados da da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), esse tipo de energia tem um impacto positivo em economias locais aumentando o PIB e o IDH municipal em cerca de 25%. Estima-se que a cada R$ 1,00 investido em eólicas há um impacto de R$ 2,9 no PIB e, atualmente, cerca de 11 postos de trabalho são gerados por megawatt (MW) instalado. De acordo com Sérgio, essa fonte de energia pode ser bastante vantajosa para os proprietários das terras, pois permite a continuidade das plantações ou criação de animais e gera renda e melhoria de vida com arrendamento para colocação das torres.   

“É importante destacar que a energia eólica é intrinsicamente complementar, pois o vento é uma variável aleatória e requer uma análise probabilística para a predição do abastecimento. Entretanto, no Brasil, os regimes naturais eólicos e hidráulicos se complementam, o que fica evidente na matriz elétrica nacional, que tem como principal fonte as hidrelétricas, com 54,6%, e em segundo lugar a eólica, com 12,5%”, destaca o pesquisador. 

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Como funcionam as turbinas eólicas 

Segundo o relatório da ABEEólica publicado em 2021, o RS é o quinto estado brasileiro que mais produz energia eólica. / Foto: Pexels

As turbinas eólicas são máquinas projetadas para extrair a energia cinética do vento, a qual pode ser utilizada para fins como a realização de trabalho ou a conversão em energia elétrica. O coordenador do Lab-Eólica esclarece que o funcionamento de uma turbina eólica é baseado na rotação de um rotor que opera sob a ação dos ventos. De acordo com o professor, trata-se de um equipamento complexo e sua operação envolve vários campos do conhecimento, como meteorologia, aerodinâmica, eletricidade, controle, bem como as diferentes áreas da engenharia.  

Atualmente, existem diferentes tipos e tecnologias de turbinas eólicas, as mais comuns e amplamente utilizadas na produção de energia elétrica são as de eixo horizontal de grande porte, denominadas assim, pois possuem um rotor que gira sobre um eixo disposto horizontalmente. O rotor é o principal componente de uma turbina eólica e geralmente é formado por três pás com perfis aerodinâmicos conectadas por suas bases em um elemento denominado cubo.   

Boscato explica que com a incidência do vento sobre as pás, são desenvolvidas forças aerodinâmicas responsáveis pela rotação do rotor que aciona um gerador elétrico. Uma vez que funcionam pelo princípio físico da sustentação aerodinâmica – similar ao observado nas asas de um avião – são classificadas como turbinas de sustentação.  

“A significativa produção de energia elétrica a partir da energia eólica advém de complexos com múltiplas turbinas instaladas, denominados parques eólicos. Parques eólicos e sistemas conectados à rede não utilizam baterias para o armazenamento de energia, ou seja, produzem energia somente quando existe disponibilidade de vento”, conta

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Crescimento na indústria brasileira  

Com um investimento de 42 bilhões de dólares entre 2010 e 2021, a energia eólica apresentou um significativo crescimento nos últimos 15 anos e agora ocupa o segundo lugar em fonte de energia da matriz elétrica brasileira. Atualmente, são 24,13 GW de capacidade instalada, com 869 parques eólicos e mais de 9770 turbinas eólicas em operação em doze estados do País.   

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Em 2021, foram produzidos mais de 72 TWh de energia eólica, um crescimento de 27% em relação à 2020. Conforme Boscato, essa produção de energia significa que cerca de 108 milhões de habitantes foram beneficiados e que cerca de 34 milhões de toneladas de CO2 foram evitadas pelo uso da energia eólica.  

Em relatórios da ABEEólica, foram apresentados que os cinco estados com maior produção no ano de 2021 foram Rio Grande do Norte (21,23 TWh), Bahia (21,15 TWh), Piauí (9,10 TWh), Ceará (7,91 TWh) e Rio Grande do Sul (5,63 TWh), sendo a região Nordeste com uma produção muito próxima ao total do sistema. Em um panorama global, com informações do Global Wind Energy Council (GWEC), o Brasil subiu uma posição no Ranking Mundial de capacidade eólica acumulada onshore em 2021, atrás apenas da China, EUA, Alemanha, Índia e Espanha.  

Estude Energia Eólica na PUCRS 

A PUCRS é a primeira Universidade do Sul a criar um curso de graduação em Engenharia de Energias Renováveis. Com um currículo atual, feito por profissionais que são referência na área, os estudantes possuem contato com inovação e desenvolvimento social, científico, cultural e econômico, para atuarem nas áreas de produção e uso de energia, de infraestrutura de transporte dos vetores energéticos e de gestão e comercialização de energia.  

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O Laboratório de Energia Eólica fica localizado na Escola Politécnica da PUCRS. / Foto: Jonathan Heckler

Além disso, a Escola Politécnica da PUCRS dispõe de diversos laboratórios e grupos de pesquisa que atuam com as mais diferentes fontes de energia. Um deles é o Lab-Eólica, coordenado pelo professor Boscato, que possui uma estrutura e equipamentos que permitem uma vivência única, tornando possível a realização de experimentos que demonstram a teoria abordada durante a graduação, ou também em cursos de extensão e pós-graduação. Seu espaço está disponível para o desenvolvimento de trabalhos de conclusão de curso, estudos de equipes de competição estudantil, testes e ensaios em geral.   

Dentre os trabalhos acadêmicos desenvolvidos, em 2020, o egresso Vinícius Kronhardt Calgaro, realizou um estudo sobre Desenvolvimento de um Equipamento para Aplicação da Técnica de Visualização de Fluxo por Fumaça em Túnel de Vento, artigo publicado no VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar com a coautoria de Gabriel Simioni e orientação do professor Boscato. Também, recentemente, em 2022, o alumni Vinícius de Souza Rebello foi premiado na Universidade como Melhor Trabalho de Conclusão de Curso com seu estudo intitulado Análise da Distribuição de Pressões em um Aerofólio Multi-Elementos com Foco em Downforce, sob a orientação do professor Jorge Hugo Silvestrini, coordenador do Laboratório de Simulação de Escoamentos Turbulentos (LaSET).  

O LaSET é um laboratório de pesquisa orientada ao estudo de escoamentos transicionais e turbulentos em meios geofísicos, ambientais e industriais, no qual, com a orientação dos professores Jorge Hugo Silvestrini e Karina Ruschel, a acadêmica egressa Caroline Bitencourt Fraccaro desenvolveu o trabalho de conclusão intitulado Simulação Numérica de Turbinas Eólicas: Um Estudo de Caso. 

A Escola Politécnica também oferece o curso de Especialização em Energias Renováveis, que se configura por ser uma capacitação de recursos humanos em energias renováveis e meio ambiente.   

Estude na PUCRS em 2023

Gabriela Zorzo

A aluna de Ciência da Computação Gabriela Zorzo esteve presente na Conferência Anual de Desenvolvedores da Apple. / Foto: Arquivo Pessoal

Imagine ser premiada em uma competição e ainda poder participar do maior e mais aguardado evento de lançamentos da Apple: essa é a história da Gabriela Zorzo, aluna do curso de Ciência da Computação, da Escola Politécnica da PUCRS. Em 2022, ao lado de outros cinco estudantes, ela venceu o Swift Student Challenge, uma competição da Conferência Anual de Desenvolvedores da Apple (WWDC), e que visa estimular o interesse dos estudantes em programação.  

Dentre as oportunidades que surgiram com a premiação, uma delas foi o convite para prestigiar presencialmente um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, a Conferência Anual de Desenvolvedores da Apple. A edição deste ano aconteceu no último dia 5 de junho, na cidade de Cupertino, na Califórnia (EUA).  

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“Eu acompanho esse evento de forma online desde que me tornei desenvolvedora iOS, mas esse ano tive a oportunidade de assistir presencialmente uma parte do evento diretamente do Apple Park na Califórnia”, comemora.  

A WWDC é uma conferência mundial de tecnologia que a Apple realiza anualmente desde 1983. É um dos eventos mais aguardados no ano no setor, pois é nele que a Apple realiza seus lançamentos, atualizações de software e mostra as novas tecnologias no iOS, iPadOS, macOS, e demais sistemas. Com transmissão online desde 2020, é voltado para desenvolvedores cadastrados nas plataformas da empresa. Gabriela participou em 2022 do programa Apple Developer Academy da PUCRS e contou sobre sua experiência na conferência. 

“Além de poder ver todos os lançamentos em primeira mão, como o novo MacBook Air 15” e o Apple Vision Pro, também foi possível conversar com diversos especialistas sobre as tecnologias da Apple, inclusive para tirar dúvidas. Esse ano também foram abertas áreas do Apple Park para visitarmos que não tinham sido abertas para o público antes, o que torna esse evento mais especial ainda.” 

A estudante participou do evento com um seleto grupo de convidados. Ela destaca que conhecer pessoas de diferentes lugares do mundo foi uma das partes mais legais do evento. 

“Com tantas novidades lançadas e conhecimentos novos adquiridos, agora o próximo passo é começar a utilizar essas novas tecnologias pra desenvolver aplicativos cada vez melhores.” 

Estude Ciência da Computação na PUCRS em 2023

Alunos da Escola Politécnica participam de parceria com a University of California, Irvine (UCI)/ Foto: Divulgação | Tecnopuc

Em 2022, a PUCRS e a Universidade da Califórnia, Irvine (UCI) formalizaram uma parceria que promoveu a versão conjunta do Beall and Butterworth Product Desing Competition. Por meio dos parques tecnológicos, as universidades propiciaram a interação entre os alunos da Escola Politécnica da PUCRS com estudantes de Engenharia e Ciência da Computação da UCI. A iniciativa, que é promovida anualmente pela UCI, incentiva a criação de novas tecnologias ou soluções para problemas de Design que tenham potencial para comercialização. 

Entre Agosto de 2021 e o início de 2023, Rafael Prikladnicki, professor da Escola Politécnica, atuou como pesquisador visitante na UCI. A permanência do docente na Universidade de Irvine nesse período foi um dos fatores que impulsionou a parceria entre as duas universidades – o acordo entre as duas instituições foi formado em 2022 no Tecnopuc Experience. Além do professor Prikladnicki, estavam presentes no evento Leandro Pompermaier, (Gestor de Relacionamento e Negócios do Tecnopuc), Rafael Chanin (que na ocasião atuava como Líder do Tecnopuc Startups), David Ochi (Diretor da competição na UCI) e Pedro Matia (aluno da Escola Politécnica e participante da competição). 

Dividido nessas duas áreas, os participantes trabalharam para desenvolver produtos voltados ao mercado brasileiro e americano. A avaliação dos trabalhos foi realizada por uma banca avaliadora formada por especialistas do mercado e por professores da PUCRS e da UCI, e os vencedores foram anunciados no dia 24 de maio. O grupo vencedor, Nimko, é formado pelos alunos do 4° semestre da Engenharia de Software da PUCRS, Thomas Melison, Felipe Rava e Léo Falcão, além de mais quatro alunos da UCI. Eles desenvolveram um aplicativo, com inteligência artificial, para equilibrar o que seria benéfico para a saúde física e mental das gestantes. Os alunos da PUCRS foram responsáveis por desenvolver o protótipo do aplicativo, como toda a parte de design e front-end da plataforma.  

Parceria entre a PUCRS e a UCI faz parte das iniciativas de internacionalização do Tecnopuc/ Foto: Divulgação | Tecnopuc

“Foi muito bom ter essa experiência. Eles foram bem receptivos e conseguimos nos comunicar bem. Foi uma ótima experiência para aprender inglês, conhecer outras culturas e desenvolver o aplicativo”, afirma Thomas.

Como parte do prêmio, os alunos vencedores da  PUCRS e da UCI poderão visitar a universidade parceira. O trio soube da parceria entre PUCRS e UCI em uma das disciplinas do curso. Eles escolheram o grupo em que iam trabalhar a partir da descrição da proposta, realizada pelos alunos da UCI. A partir de então, os estudantes se conectaram e passaram a trabalhar em conjunto. Sandra Einloft, Decana da Escola Politécnica, ressalta a felicidade em ver que os estudantes da Escola foram os vencedores da competição.

“É fantástico para o aprendizado, não só a técnica, mas por poder conviver com pessoas de outra cultura e falar outra língua. Agora, ser vencedor, é maravilhoso”, comenta a decana. Daniela Eckert, líder do Tecnopuc Startups, também relata a experiência. “O programa é uma a oportunidade de fazer conexões e dar os primeiros passos para desenvolver negócios globais sem sair do RS. Ter essa visão empreendedora e global é essencial nos dias de hoje. Promover essas conexões na academia faz parte do propósito do Tecnopuc”, afirma.  

A parceria entre PUCRS e UCI é uma das ações de internacionalização do Tecnopuc. O Desenvolvimento dessas iniciativas faz parte do planejamento estratégico do Parque que visa promover ações globais. Esse posicionamento tem duas frentes, a que busca uma educação empreendedora mais globalizada e outra que visa desenvolver negócios globais conectando startups e empreendedores a investidores e empresas de grandes centros, como São Paulo e Estados Unidos. A parceria entre as duas universidades para o desenvolvimento do programa com os alunos faz parte da frente de educação empreendedora.   

Leia também: Conheça as diferenças entre os cursos da área de TI

As conquistas e resultados dos projetos realizados no Laboratório de Inovação em Software (LIS) foram apresentados na última quarta-feira, 15 de março, durante evento que reuniu executivos da HP, representantes da Reitoria da PUCRS, líderes e membros dos projetos do LIS. O encontro aconteceu na sede do laboratório, na Escola Politécnica.  

Desde 2011, o LIS vem contribuindo de maneira ativa e consistente na formação complementar de estudantes da graduação e pós-graduação da Universidade. Fruto do convênio entre a PUCRS e a HP Inc., o espaço une o conhecimento acadêmico com as necessidades da HP, promovendo um ambiente de aprendizado teórico e prático na área da Tecnologia da Informação (TI), focado na capacitação, qualificação e inovação. Em cada projeto há o envolvimento de alunos/as, técnicos e professores da Universidade, e profissionais da HP. 

Na ocasião, o decano associado da Escola Politécnica e coordenador do LIS, professor Marcelo Yamaguti, apresentou os dados sobre o histórico do LIS, além do modelo de trabalho utilizado no laboratório e alguns indicadores de contratações, alunos/as capacitados/as. O destaque ficou para a valorização da diversidade e da inclusão, premissas dos projetos de bolsas de estudo lançados nos últimos anos, como Projeto Gladys e Projeto Grace, que possibilitam o ingresso de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica na área de TI. 

“Neste período mais de 170 estudantes passaram pelo LIS. A maioria ingressou na HP Inc., como estagiário, e vários se tornaram profissionais da empresa. E já tivemos casos de ex-alunos que retornaram como profissionais da HP para atuar em projetos do Laboratório, fechando um ciclo de formação completo”, ressaltou o professor.    

Também foram convidados/as a compartilhar suas experiências a estudante de Ciência de Dados e Inteligência Artificial Rafaela Albuquerque, que ingressou na PUCRS por meio do projeto Gladys; o mestrando em Ciência da Computação e integrante do LIS, Ricardo Leonarzyck; e os alunos participantes dos projetos Lottus e Trellis.  

Cirano Silveira, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da HP Brasil, enfatizou a importância de projetos que valorizem a liderança e a diversidade, e parabenizou todas as pessoas envolvidas. A Líder de Recursos Humanos da HP América Latina, Cândida Silveira, também comemorou as conquistas desses anos de parceria entre a empresa e a Universidade.  

“O Laboratório de Inovação em Software é um celeiro de talentos para a HP, pois os alunos e alunas que entram aqui recebem uma formação alinhada aos valores da nossa organização. A expectativa é que possamos cada vez mais expandir esses projetos com a PUCRS”, pontua.  

Rafaela Albuquerque, que foi estagiária de Machine Learning no LIS e hoje trabalha na HP, contou como a oportunidade foi importante para a sua carreira: 

“É uma oportunidade sem igual, é para mudar a vida mesmo. Ao entrar aqui a tua perspectiva de futuro muda, oportunidades se abrem, eu vejo minha trajetória se desenhando. O projeto é incrível. Venho de escola pública, de outro grupo social e encontrei aqui uma oportunidade sem igual. Seja no convívio com pessoas daqui que tem Ph.D., que tem dupla titulação, eu nunca pensei que conviveria com pessoas assim, por isso, tento aprender ao máximo em cada contato. Seja também pelo acolhimento que a PUCRS oferece, como o serviço psicossocial, de orientação para a carreira, é uma mudança que eu não conseguiria imaginar”, conta 

Conheça os projetos: 

Em parceria com a HP Inc., o Projeto Gladys tem como objetivo promover a transformação na vida de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica por meio de bolsas de estudos integrais na PUCRS para o curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial. 

Promovida pela SOFTEX em parceria com a PUCRS, o Projeto Grace pretende oportunizar o ingresso de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica em cursos de TI, por meio de bolsas de estudo integrais. Os/as selecionados/as podem escolher entre os cursos de graduação em Ciência da ComputaçãoCiência de Dados e Inteligência ArtificialEngenharia de ComputaçãoEngenharia de Software e Sistemas de Informação.  

O Laboratório de Inovação em Software (LIS) envolve o estudo e aplicação de métodos, ferramentas e tecnologias inovadoras de tecnologia da informação, complementando os conteúdos abordados nos cursos de graduação. O projeto foi inaugurado em 2011, dentro do convênio entre a PUCRS e a HP Inc. Desde então, já passaram pelo LIS mais de 170 alunos e a maioria foi contratada como estagiários ou funcionários da HP. 

Dia Mundial do Urbanismo

Foto: Camila Cunha

Responsável por moldar parte importante da cultura e história da sociedade, arquitetura pode ser um verdadeiro universo a explorar. A primeira coisa que quem deseja atuar nessa área precisa saber é: há muitas possibilidades no mercado para esses profissionais. Abrangendo temas como paisagismo e urbanismo, a Arquitetura é intrínseca ao caminhar da humanidade e, obviamente, o progresso da tecnologia também se faz presente e influente neste campo do conhecimento. 

Camila Fujita, professora e integrante da comissão coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica da PUCRS contextualiza:  

“Os avanços científicos e tecnológicos recentes têm influenciado tanto a forma de pensar, como fazer e experienciar a arquitetura, através da interação em ambientes virtuais e de realidade aumentada, de novos softwares de criação e gerenciamento, de tecnologias e da automação para a construção civil, bem como das tecnologias da informação e comunicação aplicadas às cidades e aos espaços públicos, dentre muitos outros.” 

Inovações tecnológicas traçam novos caminhos para a área 

Assim como em tantas outras áreas do conhecimento, a arquitetura entra em uma nova era, na qual novas tecnologias modificam cada vez mais tanto o trabalho de arquitetos/as quanto ambientes projetados por esses profissionais. A coordenadora do curso, Maria Alice Medeiros Dias, elenca como importantes e inovadoras as tecnologias relacionadas à modelagem 3D, realidade aumentada, automação residencial e nanotecnologia. 

De acordo com a pesquisadora, que tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase no Projeto de Espaços Livres Urbanos, ferramentas de modelagem tridimensional possibilitam maior eficiência, economia e integração à execução de projetos de casas e edifícios. Um exemplo de inovação nessa área é o Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação da Construção, em português. Trata-se de uma metodologia que estabelece diretrizes e parâmetros para melhorar o fluxo de trabalho em áreas como Arquitetura, Engenharia, Administração Economia e Ciência da Computação. O BIM geralmente é comportado por softwares de modelagem como o Autodesk Revit e o Graphisoft Archicad. 

Foto: Jonathan Heckler

A automação residencial modifica a forma como o ser humano interage com os ambientes e equipamentos à sua volta. Além disso, a realidade aumentada tem se mostrado útil em transações no mercado imobiliário e a nanotecnologia vem contribuindo para a descoberta de materiais inovadores e mais sustentáveis. “A arquitetura se transforma na mesma medida que o conhecimento e a tecnologia, pois tudo e todos necessitam estar e interagir em algum lugar, seja esse real e/ou virtual”, diz. 

Outro tema constante, cuja incorporação ao trabalho dos arquitetos já se mostra como um passo natural, é o metaverso. Isso se deve ao fato de que a proposta de integração entre os ambientes real e virtual já é algo presente no cotidiano da profissão por meio do crescente uso de recursos computacionais.  

“Nesta nova camada de experiências da realidade, em qualquer que seja a oportunidade de negócio ou desenvolvimento de serviços será necessário trazer referências espaciais de lugares e ambientes, oportunizando a participação do arquiteto e urbanista. Temos, inclusive, egressos do curso que já estão atuando nesta área”, comenta Maria Alice. 

Um curso que prepara para um mercado repleto de novidades 

Em constante atualização, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica é composto de uma nova e atual matriz curricular que inclui muitas das novas transformações tecnológicas e mercadológicas. Entre as reflexões e atividades propostas estão uma maior integração e aplicação dos conhecimentos por meio de aulas e práticas nos diversos ateliês do curso, laboratórios, além de viagens de estudo, vivências com profissionais do mercado e aproveitamento de ambientes de aprendizagem dentro e fora do Campus. O ensino, sobretudo nos ateliês de projeto, ocorre essencialmente por meio de metodologias ativas que buscam dar conta de transmitir as melhores práticas da atualidade e realizar um acompanhamento próximo e atento ao desenvolvimento do/da estudante.  

As professoras explicam que os próprios edifícios e espaços abertos do Campus da PUCRS servem como verdadeiras aulas práticas nas áreas de arquitetura, paisagismo e urbanismo. Além de tudo isso, o curso de graduação oportuniza aos alunos viagens de estudo, que são essenciais para a construção de repertório profissional. Nessas viagens, estudantes visitam especialmente patrimônios edificados do Rio Grande do Sul, com o acompanhamento de professores especialistas na área. 

A interdisciplinaridade presente na Escola Politécnica, onde também estão diferentes cursos de Engenharia, promove no curso a abordagem de temas como eficiência energética, gestão, empreendedorismo e sustentabilidade. Este último, em especial, é um tema constante no mercado atual e em toda a sociedade, – conforme ressalta Raquel Rodrigues Lima, também integrante da comissão coordenadora da graduação: 

Foto: Jonathan Heckler

“Nosso curso tem tradição na discussão deste tema e proporciona ao estudante oportunidade de explorar e aprofundar este debate. O tema da sustentabilidade urbana comparece de modo transversal, do primeiro ao último nível da graduação, por meio do ensino nas disciplinas, atividades de extensão e pesquisa, palestras e eventos promovidos”. 

Entre os eventos mais recentes relacionados a essa temática está o Congresso Internacional: Sustainability the City and Society 2023, promovido pelo curso de Arquitetura e Urbanismo em conjunto com a Escola Politécnica, Escola de Humanidades, Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA – PUCRS/UFRGS), Departamento Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (PROPUR/UFRGS). O congresso corre entre 19 a 21 de outubro de 2023, no Campus da PUCRS. 

Escola Politécnica é berço de projetos que visam o impacto social 

Com um longo histórico de ensino, pesquisa e extensão, o curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS está direcionado especialmente a temas como inovação social e sustentabilidade. Um exemplo é o projeto Urbanistas Contra o Corona, realizado em 2020. A ação, que reuniu professores, alunos e egressos do curso, tinha como propósito formar uma rede de apoio no Estado e produzir soluções emergenciais a fim de garantir equidade social e espacial nos espaços periféricos, diante da pandemia de Covid-19. O projeto integra uma rede nacional de instituições de ensino, de classe e outras organizações.  

Também há o projeto Service Learning, que oportuniza parcerias entre disciplinas do curso e instituições que trazem para dentro da sala de aula desafios que precisam de soluções. A disciplina proporciona a interação dos estudantes com representantes de associações de moradores, como a Associação Integração dos Anjos e a Associação de Amigos da Praça David Ben-Gurion, além das prefeituras de Guaíba, Imbé, Osório e Porto Alegre, a Câmara de Vereadores da capital e a Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC). 

Em cada semestre, estudantes desenvolvem projetos e posteriormente os apresentam aos representantes das instituições parceiras. Entre os resultados já foram entregues ideias para projetos urbanos em cidades, estudos para praças urbanas e habitação social, oficinas sobre arquitetura e sustentabilidade urbana para estudantes de comunidades carentes, entre outros.   

Estude Arquitetura e Urbanismo na PUCRS