Em um cenário de negócios que passa por inúmeras e constantes transformações, a intersecção entre o mundo acadêmico e o mundo do trabalho torna-se ainda mais essencial para a formação de novos profissionais. Quando conectada ao empreendedorismo e suas possibilidades de aprendizagem, essa união se torna ainda mais produtiva, tanto para alunos quanto para profissionais. Essa é a proposta da Agência Experiencial da Escola de Negócios da PUCRS, núcleo que articula estudantes, empresas e sociedade, com o propósito de promover um ensino baseado na prática da gestão de negócios.
A agência oportuna uma imersão dos alunos/as no ecossistema de inovação e empreendedorismo da PUCRS e da cidade de Porto Alegre, fortalecendo o desenvolvimento de competências e a formação de seus portfólios. Por meio de disciplinas extensionistas, os estudantes atendem as empresas participantes, realizando entregas de projetos com soluções práticas para essas organizações.
A iniciativa, que passou a operar no segundo semestre de 2022, ao todo conta com quase 600 pessoas envolvidas, entre alunos/as, professores e técnicos/as administrativos/as, e 34 empresas participantes já beneficiadas. Além da participação em disciplinas extensionistas, estudantes de graduação também são incentivados a participar da ação inscrevendo suas empresas, de amigos ou familiares para serem atendidas pela agência. Já os alunos/as de pós-graduação, podem atuar como monitores, apoiando nos projetos.
A professora Ana Cristina Schneider – uma das coordenadoras da agência – destaca que para os alunos/as a participação acaba sendo um grande diferencial na composição da trajetória de aprendizagem. Afinal, promove sua efetiva imersão em ambientes reais, o contato com diferentes realidades, trabalhando desde microempreendimentos, em comunidades, até o que há de mais atual no ecossistema de inovação e empreendedorismo do País. “Temos o papel de nos aproximarmos das empresas e da comunidade e trazê-las para sala de aula, para que consigamos cumprir o desafio do impulsionamento de aprendizagem na prática”, ressalta a docente.
Com o reposicionamento do modelo de ensino da Escola de Negócios, bem como a fusão com o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), a Agência Experiencial tem como principal papel compilar o acervo de possibilidades e de serviços ofertados pelas diferentes estruturas da Universidade de forma que sejam facilmente compreendidas e acessadas. A conexão direta com o ecossistema do Tecnopuc é uma importante oportunidade para estudantes que desejam mergulhar na prática profissional. Por meio da conexão com diferentes empresas nacionais e internacionais e áreas do mundo dos negócios, a PUCRS conecta seus estudantes da Escola de Negócios com tudo o que eles podem aproveitar no Campus para alavancar suas trajetórias no mercado.
A Agência Experiencial também exerce papel complementar a outros laboratórios e espaços da Escola de Negócios como o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) e o Escritório de Finanças, com o objetivo de articular todas essas diferentes estruturas e promover o aprendizado conectado entre alunos/as e ambientes de negócios.
“A agência é o elo entre o mercado e os alunos/as. No sentido de inovação de educação em negócios, ela tem o papel de captar empresas e organizações para os desafios de aprendizagem propostos, de maneira a permitir que este modelo inovador seja implementado”, pontua Ana Cristina.
O trabalho realizado pela agência também se mostra um importante mecanismo de impacto social em Porto Alegre, dando às empresas públicas e privadas a oportunidade de conexão com o ambiente acadêmico de inovação. Além disso, a atuação junto a empresas privadas e órgãos públicos potencializa tal impacto, demonstrando mais um diferencial da Escola de Negócios da PUCRS: a formação de cidadãos protagonistas de mudança emergentes na sociedade. “A partir do processo de aprendizagem dos alunos são propostas ideias, projetos, realizados questionamentos, discutidos seus mercados, produtos, serviços, propostas de valor, frente ao mercado atual e todos os padrões mais elevados de competitividade”, explica a coordenadora.
Atualmente, a agência está trabalhando por meio de três disciplinas extensionistas, cada uma com seu portfólio de serviços desenvolvidos. São elas:
Ao todo, no primeiro semestre de 2023, foram atendidas 34 empresas/organizações, tendo havido envolvimento de 17 turmas, com um total de 581 alunos – além da participação de um mestrando, um doutorando e 12 professores da Escola.
Também foi realizado um projeto piloto em parceria com a Universidade de Medellín (EAFIT), com o objetivo de facilitar o intercâmbio intercultural entre estudantes das duas instituições e internacionalização das trajetórias. Esse intercâmbio se deu no contexto da disciplina de Marketing Digital da EAFIT, que teve como convidados estudantes da Escola de Negócios e da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da PUCRS, como atividade extracurricular. A atividade durou três semanas e teve a participação de quatro alunos da Escola de Negócios, da disciplina de Marketing Global e Inteligência de Mercado, que atenderam duas empresas colombianas. “Foi um primeiro ensaio cujos alunos entregaram uma análise do site e das redes sociais, propondo melhorias”, conta Ana Cristina.
A Agência Experiencial funciona diariamente das 10 às 20h, está localizada no 10º andar da Escola de Negócios – prédio 50 – junto à Secretaria da Escola. O e-mail é [email protected] e o telefone (51) 3335.6222.
Segundo a coordenadora, uma das parcerias mais importantes formadas no semestre foi com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O trabalho, proposto na disciplina de Inovação e Desenvolvimento, girou em torno da possibilidade de um maior engajamento dos jovens universitários nos projetos bancados pelo Gabinete de Inovação da Prefeitura, referente ao Pacto Alegre.
“Os alunos estudaram as propostas elaboradas pela sociedade organizada em torno do Pacto (universidades, empresas, governo e sociedade civil organizada), desdobradas em projetos executivos, com a finalidade de encontrar formas de contribuir com sua execução, podendo ampliar seu escopo e, sobretudo, sugerindo formas de engajamento”, explica Ana.
Os temas foram definidos pelos alunos, entre eles: educação, mobilidade, atividades indutoras de novos negócios e marca da cidade. As propostas dos estudantes são preliminares e garantem alinhamento com o objetivo de tornar essas temáticas mais conhecidas e fazê-las mobilizar um envolvimento efetivo, indo de encontro ao chamado protagonismo cidadão.
A coordenadora destaca, entre as propostas apresentadas pelos alunos/as, uma apontada pelo secretário Luiz Carlos Pinto da Silva Filho como sendo de grande valor e potencial para implementação: um olhar para as redes sociais da Prefeitura de Porto Alegre e uma série de recomendações estratégicas para incrementar a divulgação e o engajamento do público.
“Segundo o secretário, a Prefeitura precisa cada vez mais contar com o olhar dessa faixa etária jovem, a fim de cumprir seu papel e inovar. A partir desta oportunidade de continuidade, o professor da disciplina, Luís Humberto Villwock, o Núcleo de Inovação Pedagógica (NIP) e a Agência Experiencial já estão trabalhando em mecanismos para que esta proposta avance em implementação, com o apoio necessário à Prefeitura e aos alunos.”
A professora Ionara Rech, coordenadora do curso de Administração da Escola de Negócios, destaca a importância da Agência para a formação de seus alunos.
“A oportunidade de ter em sala de aula uma empresa real, participando e interagindo com os estudantes nos aspectos de gestão de seus negócios, tem se tornado o diferencial do curso de Administração. Estamos proporcionando aos alunos uma aprendizagem que realmente conecta teoria e prática e a Agência Experiencial é a estrutura da Escola de Negócios que tem apoiado de sobremaneira no planejamento e operacionalização do nosso relacionamento com as empresas”, pontua.
INGRESSE NA ESCOLA DE NEGÓCIOS
A Escola de Negócios da PUCRS, em missão composta pelos professores Lucas Bonacina Roldan, Edimara Mezzomo Luciano e Clécio Araújo Falcão, desembarcou no México para representar a Universidade no evento de apresentação de resultados do Climate Labs, que faz parte das ações do Programa Erasmus+. Ao todo, 14 instituições de ensino estão envolvidas no projeto, representando o Brasil, Colômbia, Espanha, Itália, França e México. O evento ocorreu entre os dias 21 e 23 de junho, em três sedes diferentes: Universidad de Guadalajara, Tecnológico de Monterrey, e Centro Cultural el Refugio.
Os professores apresentaram a trajetória e resultados do LENS – Laboratório de Capacidades e Inovação Social da Escola de Negócios, que tem como objetivo desenvolver capacidades empreendedoras por meio de ações sociais, projetos de pesquisa, parcerias público-privadas, divulgação de conteúdo, editais e consultoria.
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O projeto-piloto do Laboratório foi uma capacitação empreendedora desenvolvida na Ilha Grande dos Marinheiros, criado por estudantes das disciplinas de Gestão da Inovação e Projeto Integrador, que já desenvolveram trabalhos para apoiar o crescimento de algumas comunidades de Porto Alegre: Ilha Grande dos Marinheiros, Loteamento Santa Therezinha, Quarto Distrito, entre outros. O LENS impactou mais de 250 estudantes de graduação, além de promover o desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao laboratório com pesquisadores e alunos/as de mestrado e doutorado.
O projeto tem atuação próxima às comunidades vulneráveis da região metropolitana, aplicando uma metodologia de trabalho que valoriza a empatia, diagnóstico, desenvolvimento de soluções e avaliação dos impactos gerados. O coordenador do LENS, professor Lucas Bonacina Roldan, conta que atualmente estão planejando novas iniciativas que possam apoiar ainda mais comunidades no desenvolvimento de capacidades para lidar com situações adversas.
“O LENS tem como objetivo ampliar a capacidade de empreendedorismo e articulação para a cidadania, bem como a conscientização para a ação. Isso porque temos como valores a liberdade, o conhecimento, a colaboração e a audáciade forma a impactar na qualidade de vida, na saúde, segurança, meio ambiente e renda das pessoas”, afirma.
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Lucas também comenta sobre o quão positiva foi a experiência de poder participar do Climate Labs, podendo criar o LENS a partir de uma metodologia internacional de desenvolvimento de laboratórios de inovação, contando com o apoio de universidades que são referência na área.
“Foi muito interessante conhecer outras práticas de extensão que são desenvolvidas em diversas regiões e verificar como podemos adaptar elas para implementar ações no contexto gaúcho. Este projeto tem um enfoque interdisciplinar onde todas as universidades trabalham com mudanças climáticas, mas cada uma por uma ótica diferente”, destaca.
Estude na Escola de Negócios da PUCRS
Ter a oportunidade de viver diferentes experiências na graduação contribui para a formação de um profissional mais atualizado. Isso é o que Service Learning propõe: uma metodologia ativa de ensino e aprendizagem, que promove o desenvolvimento dos alunos por meio da aplicação prática do conhecimento adquirido em sala de aula.
Nesta metodologia, os estudantes devem solucionar problemas reais de organizações parceiras, estimulando competências sociais, comportamentais e técnicas com o objetivo de prepará-los para um mercado de trabalho em que o empreendedorismo, a inovação e a responsabilidade social são fundamentais.
Foi com esse objetivo que estudantes das disciplinas de Modelos de Negócio em Publicidade e Propaganda e Empreendedorismo da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), ministradas pela Profa. Ana Cecília B. Nunes, e das disciplinas Agência Experiencial; Marketing Global e Inteligência de Mercado; e ainda Consultoria Empresarial da Escola de Negócios, ministradas pela Profa. Ana Cristina Schneider, em parceria com o Laboratório Interdisciplinar de Inovação e Empreendedorismo da PUCRS (IDEAR), tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência prática no 1° Service Learning Internacional na América Latina.
Junto com alunos da Universidade EAFIT, da Colômbia, o grupo trabalhou de forma online e síncrona na elaboração de uma solução e estratégia de marketing para duas empresas colombianas. Para a professora da Escola de Comunicação, Artes e Design e Coordenadora Acadêmica do IDEAR, Ana Cecília Bisso Nunes, estratégias do tipo COIL (Collaborative Online International Learning) possibilitam uma internacionalização em casa.
“Iniciativas como esta propiciam um ambiente internacional e intercultural até mesmo para alunos que não fazem uma mobilidade acadêmica. Os estudantes puderam ter uma experiência internacional e intercultural de forma virtual e colaborativa, sem sair do Campus. É como ir a Medellin a cada encontro, mas sem sair de Porto Alegre. Foi uma experiência pontual de intercâmbio virtual entre dois países, duas universidades, professores e estudantes”, relata Ana Cecília.
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Os participantes foram colocados no papel de assessores de comunicação e estratégia digital das associações AGECOSUR (Jericó) e OMCE (Támesis), que se dedicam tanto à produção e comercialização de produtos associados ao café colombiano como ao fortalecimento dos produtores na região. As associações queriam identificar o estado de seus canais digitais para receberem orientação sobre suas estratégias de comunicação. Para isso, os estudantes foram convidados a fazer um diagnóstico dos canais existentes e realizarem recomendações. Toda a comunicação foi feita diretamente com os gestores das organizações.
“No caso desta experiência, os participantes trabalharam em grupo com colegas da Colômbia, se comunicaram com representantes das organizações parceiras da disciplina e tiveram interação com professor de outra universidade. Assim, os aprendizados foram desde a ampliação do conhecimento, oportunidades e desafios de uma organização em um contexto diferente do brasileiro, até a interação intercultural com colegas, conteúdos e professores, lidando com desafios linguísticos e culturais”, ressalta.
Para Andressa Protti, aluna do sexto semestre da Escola de Comunicação, Artes e Design, a participação nesse projeto possibilita a abertura de portas para novas experiências profissionais e pessoais, além de ampliar os conhecimentos através de trocas com os estudantes e professores.
“Conseguimos ampliar a visão de mercado, além de colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante a faculdade. Eu amei ter participado! Foi muito bom poder ter esse contato com os estudantes colombianos no desenvolvimento desse projeto, pois além de poder praticar o idioma, pude conhecer mais como as marcas da Colômbia trabalham suas comunicações nas redes sociais, entendendo a diferença da Publicidade e Propaganda no Brasil e na Colômbia. Essa experiência foi muito construtiva e divertida. Foi uma troca maravilhosa entre os professores e os estudantes!”.
Para a professora Ana Cecília, a experiência positiva abriu espaço para projetos mais longos nos próximos semestres.
“Foi emocionante ver as apresentações de trabalho acontecendo com representantes brasileiros e colombianos juntos. Trabalhos resultantes de uma cooperação internacional e virtual que nasceu na Universidade. Esta é também uma ação que propicia uma participação mais global, sem filtros de recursos financeiros que podem inviabilizar, por vezes, uma vivência fora do país, por exemplo”.
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Daniel Higuita Olaya, professor de Comunicação na Universidade EAFIT, da Colômbia, ressalta que a participação dos alunos é sempre muito produtiva. Eles podem se comunicar com colegas de outro país, combinar dinâmicas de trabalho e superar dificuldades como barreiras linguísticas e sobreposição de horários.
“É importante que os alunos participem deste tipo de atividade porque lhes permite mobilizar os seus conhecimentos num ambiente onde, adicionalmente, trabalham competências diferentes das suas disciplinas. A colaboração com colegas de outras profissões e nacionalidades facilita o treino das suas soft skills: negociação, comunicação assertiva, planejamento e gestão do tempo, flexibilidade, entre outras. Também permite que eles conheçam novas culturas e ampliem suas percepções sobre sua profissão, mundo e pessoas que o habitam”, destaca.
Os estudantes do curso de Administração, das quatro linhas de formação (Administração de Empresas, Negócios Internacionais, Marketing e Liderança e Gestão de Pessoas) da Escola de Negócios, por meio da disciplina de Projeto Integrador II, visitaram a cidade de Concórdia, no oeste do estado de Santa Catarina. O objetivo da viagem foi conferir as potencialidades do município, além de visitar empresas e instituições locais, para entender melhor sobre desenvolvimento econômico e agronegócio.
A disciplina tem como objetivo viabilizar a prática de gestão por meio de um projeto aplicado que integre os conhecimentos e habilidades já desenvolvidas ao longo do curso. Para isso, uma das atividades é uma visita de campo, atrelada a uma pesquisa prévia sobre o contexto a ser visitado. No primeiro semestre de 2023, o contexto escolhido foi a cadeia do agronegócio da cidade de Concórdia. A escolha se deu pelo fato da cidade possuir um desenvolvimento expressivo neste setor. Em 2021, o agronegócio atingiu a marca de cerca de mais de 1 bilhão movimentado na produção primária, com destaque para a criação de suínos, aves, plantações de milho e soja em minifúndios.
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Ionara Rech e Maurício Schaidhauer, professores da Escola de Negócios, e seus/as estudantes foram recebidos na cidade pelo prefeito, Rogério Pacheco, e pelo secretário de Desenvolvimento Agropecuário, Mauro Martini, no Centro Cultural de Concórdia. Os representantes do poder público apresentatam um pouco das políticas e práticas da prefeitura para apoio ao setor. Além disso, os/as estudantes exploraram a cidade com visitas a estabelecimentos locais, como o Memorial Attilio Fontana e o Parque Fritz Plaumann, que tem um papel importante na preservação ambiental da cidade.
Na saída de campo, os estudantes passearam pelos estabelecimentos locais, como restaurantes e também tiveram a oportunidade de conhecer Sede Brum, uma pequena comunidade no interior de Concordia. Os/as estudantes foram recebidos pelos residentes com um almoço típico italiano e música.
A programação foi intensa e permitiu que os estudantes conhecessem uma cadeia produtiva de grande relevância econômica. Além disso, eles/elas também conseguiram vivenciar uma outra, com práticas diferentes. Agora, os/as professores/as esperam que os/as estudantes da disciplina do sétimo semestre consigam fazer as relações com as outras matérias já cursadas de forma a consolidar competências existentes e desenvolver novas. Eduardo Fontana de Gasperin, aluno da Administração de Empresas, vindo de Santa Catarina, afirma que foi uma experiência muito enriquecedora e marcante:
“Pudemos ver uma realidade diferente. Sair de Porto Alegre, uma cidade grande, e ir para uma cidade fora do Estado, que tem uma cultura diferente, hábitos diferentes, uma economia diferente, e poder observar tudo isso de fato, não pela internet. O principal aprendizado foi ver essa cadeia do agronegócio ao vivo, na prática, saindo da nossa bolha.”, afirma.
Não há dúvidas de que as aulas práticas são fundamentais para o aprendizado na Universidade. Com elas, estudantes conseguem visualizar de maneira efetiva conceitos que podem parecer muito abstratos na teoria. Na Escola de Negócios, os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas percebem essa importância e aplicam de diferentes formas o conteúdo teórico junto aos estudantes. Conheça, a seguir, como funcionam as práticas nesses cursos que estão com inscrições via Ingresso de Diplomado, Reingresso ou Reopção, e Transferência, que contam com descontos exclusivos.
O curso possui diferentes possibilidades de atuação. O profissional de administração não precisa, necessariamente, ser alguém de terno e gravata que trabalha em uma empresa. “Algumas áreas que um profissional formado em Administração pode atuar são produção e operações, setor industrial, em organizações, no marketing, no desenvolvimento e capacitação de pessoas, em recrutamento e seleção e na área financeira”, explica a coordenadora do curso, Ionara Rech. É por essa diversidade de possibilidades que o curso possui, ao todo, cinco linhas de formação.
Uma delas é a de Inovação e Empreendedorismo. Nela, há quatro disciplinas práticas nas quais os/as alunos/as realizam seus próprios projetos inovadores. Além disso, os/as estudantes conseguem utilizar toda a estrutura do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) para auxiliá-los nesse desenvolvimento de projetos.
Já nas demais linhas de formação (Administração de Empresas, Liderança e Gestão de Pessoas, Marketing e Negócios Internacionais) possuem as disciplinas Projeto Integrador I e II, que procuram resgatar conteúdos por meio de projetos práticos.
Na primeira disciplina, a temática é Cidades Inteligentes e Sustentáveis e a proposta é que as turmas pensem uma cidade real específica que possa ser melhorada através de diferentes projetos. “Antes da pandemia, por exemplo, foram trabalhadas Picada Café e Ivoti. Esses municípios foram visitados pelas turmas para que pudessem ser conhecidos em sua integralidade. Dessa forma, os grupos puderam compreender quais eram os problemas enfrentados pela população e moldar seus projetos a partir dessa análise. Durante o momento de pandemia, que tornou o ensino online necessário, a ideia foi pensar em bairros de Porto Alegre”, relembra Ionara. Já em Projeto Integrador II, a ideia é atuar junto a empresas parceiras da Escola de Negócios. Nessa disciplina, são montados projetos até mesmo para empresas internacionais.
O contador é o elo entre os fatos contábeis das organizações, dando vida aos números registrados, demonstrando suas interpretações a sócios, gestores e interessados. O mercado de trabalho oferece grandes oportunidades, tanto no setor privado, quanto como funcionário ou autônomo, ou ainda em órgãos públicos. A presença de um contador é imprescindível na composição da equipe técnica de qualquer organização, considerando a complexidade da legislação tributária e fiscal, assim como as necessidades econômicas e financeiras das empresas.
A atividade profissional do contador está intimamente relacionada ao desenvolvimento socioeconômico. Ou seja, às expectativas da sociedade em relação à necessidade de sustentar o bem comum diante da complexidade crescente que envolve as questões sociais e econômicas.
As disciplinas no curso são voltadas, principalmente aos conhecimentos sobre as demonstrações financeiras, custos, legislação comercial, planejamento tributário, auditoria, perícia, controladoria, governança corporativa e gestão de riscos. Há, ainda, um Laboratório de tributos, no qual todas as questões tributárias e contábeis de empresas são realizadas pelos estudantes. Mais especificamente, nessa prática são realizados:
“A contabilidade é a linguagem dos negócios, ela é necessária para a comunicação com os acionistas e as pessoas interessadas nos resultados das empresas. As empresas querem contratar pessoas que conheçam essa linguagem, por isso o curso de Ciências Contábeis se mostra tão importante na sociedade e tem uma grande empregabilidade”, comenta o coordenador Luís Carlos Pertile.
Esse curso da Escola de Negócios é voltado àqueles que gostam de matemática e história, e que desejam compreender os atuais fenômenos sociais e econômicos do mundo. A formação em Ciências Econômicas prepara os/as estudantes para realizar análises e projeções de cenários aos setores público e privado, desenvolve a capacidade do/das estudantes de tomar decisões e utiliza métodos quantitativos para a resolução de problemas econômicos.
Há duas linhas de formação no curso: Economia e Finanças. Na primeira, além de teoria econômica, os estudantes aprendem métodos e técnicas de estimação de fenômenos socioeconômicos por meio de três disciplinas: econometria I, II e III. Já em Finanças, a teoria econômica é aplicada juntamente aos fundamentos do mercado financeiro, realizando análises dos mercados de renda fixa e renda variável, como o da Bolsa de Valores.
O curso conta com grupo estudantil que busca conectar estudantes com o mercado de trabalho no setor financeiro, o PUCRS Finance. A iniciativa, por meio da Liga de Mercado Financeiro, também proporciona que alunos e alunas atuem em desafios e competições nacionais e internacionais.
“Diante dessas oportunidades, os/as estudantes são incentivados/as a exercer atividades durante a sua graduação, ampliando seus conhecimentos e habilidades na prática, o que os torna protagonistas da sua formação”, afirma Kellen Fraga, coordenadora do curso de Ciências Econômicas.
ingresse na pucrs ainda em 2023
A Escola de Negócios da PUCRS, por meio do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), está auxiliando pessoas físicas e jurídicas de baixa renda na declaração do Imposto de Renda, que deve ser entregue até o dia 31 de maio. O projeto é desenvolvido pela Receita Federal em parceria com Instituições de Ensino Superior.
Os atendimentos ocorrem de segunda a sexta-feira, das 18h às 19h, no Estúdio de Finanças da Escola de Negócios, que fica na sala 705 do Prédio 50.
Para participar, é preciso ter cadastro no site do Governo Federal e agendar o atendimento através do e-mail [email protected]. No dia marcado, é necessário apresentar alguns documentos. Confira!
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O início do mês de março foi marcado pelo movimento do governo brasileiro em aumentar em 9,2% das tarifas de exportação do petróleo cru, com o objetivo de aumentar a arrecadação ao longo dos próximos 4 meses, sem interferir nas políticas de preços da Petrobras. O Ministério da Fazenda estimou a redução de 1% no lucro da Petrobras, mas de que forma estas medidas influenciam os consumidores e impactam na Economia brasileira?
Para entender melhor essa iniciativa, conversamos com o pesquisador e coordenador do Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento da PUCRS Augusto Mussi Alvim.
São muitos os fatores que compõe o preço final da gasolina no Brasil, como: preço do petróleo; política de preços da Petrobras; refino, distribuição e revenda; preço do etanol e impostos. Dito isso, fatores internacionais como a guerra entre Rússia e Ucrânia influenciam os valores do barril de petróleo e, consequentemente, o preço da gasolina brasileira. Além disso, especialistas explicam que o país é autossuficiente na extração de petróleo, porém falta capacidade produtiva de refino no volume que a demanda brasileira exige, por conta disso, é necessário importar combustível.
A carga tributária é outra questão de preocupação para o governo que afeta no preço da gasolina. Os principais impostos que participam da composição do preço da gasolina são o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o tributo federal Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), o Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e o Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Os dois últimos são programas que incidem sobre a gasolina e visam promover os direitos dos trabalhadores e distribuir melhor a renda nacional e, da mesma forma, beneficiar áreas como a previdência social, a saúde e a assistência social.
Na gasolina comum, as medidas irão modificar a cobrança do PIS/Cofins para R$ 0,47 por litro. Já o etanol será reonerado, ou seja, tributado novamente, em R$ 0,02 por litro e o impacto para a gasolina será de R$ 0,34 por litro, considerando a redução de R$ 0,13 sobre o combustível, divulgada pela Petrobras. Enquanto isso, a Cide segue zerada, e o gás de cozinha, o óleo diesel e o querosene de aviação ficam isentos por pelo menos quatro meses.
A expectativa do Ministério da Fazenda com estas mudanças é arrecadar R$ 6,6 bilhões. De acordo com Alvim, a iniciativa do governo em aumentar os tributos sobre a exportação deve reduzir o total de exportações e aumentar a oferta de petróleo cru nos meses de vigência desta medida.
Porém, o docente explica que, mesmo com estas ações, não deverá ocorrer a atração de novas empresas para o refino de petróleo, conforme pelo Ministério de Minas e Energia. Em sua previsão para os próximos meses, o pesquisador destaca que os efeitos líquidos sobre os Investimentos Diretos Estrangeiros neste segmento de mercado devem ser negativos.
Neste cenário, o professor destaca que as vantagens são (1) maior arrecadação do governo federal nos próximos meses, sem interferir na política de preços da Petrobrás e (2) menor preço de petróleo cru no mercado brasileiro devido ao imposto.
Já as desvantagens são (1) mudança nos preços das ações das empresas do setor devido à queda esperada no lucro das empresas; (2) reduz a confiança de investidores estrangeiros no mercado brasileiro, na medida que o governo altera as regras do jogo de forma inesperada.
Ainda sobre o tema, Alvim destaca que as medidas impactam a Petrobras nos seguintes pontos: (1) queda temporária no lucro da empresa; (2) redução temporária no preço das ações; (3) aumento dos estoques de petróleo cru.
O pesquisador esclarece que os consumidores de gasolina e diesel não devem ser afetados especificamente por essas medidas. Esse fator ocorre basicamente porque não existem perspectivas de aumento/redução da oferta ou das importações de combustíveis. De qualquer maneira, os consumidores terão maiores preços de combustíveis devido ao retorno da cobrança de PIS e Cofins, os quais não eram aplicados desde o início de 2022.
“Essa medida de retorno dos impostos federais (PIS e Cofins) segue a mesma linha dos tributos sobre a exportação, e tem por objetivo aumentar a arrecadação federal ainda em 2023”, finaliza Alvim.
No auge da pandemia de Covid 19 no país a taxa de pobreza social chegou ao seu maior valor da série histórica, iniciada em 2012: 30,4% dos brasileiros, ou 64,6 milhões de pessoas, estavam abaixo da linha de pobreza social em 2021. Em 2019, último ano antes da pandemia, essa taxa era de 26,3%, o que representava 55 milhões de pessoas. Ou seja, entre 2019 e 2021 houve um crescimento de 4,1 pontos percentuais na taxa de pobreza social, o que significa que 9,6 milhões de brasileiros caíram para baixo da linha de pobreza social ao longo período no Brasil.
As informações estão no relatório “Pobreza Social no Brasil: 2012-2021”, produzido por pesquisadores do PUCRS Data Social: Laboratório de desigualdades, pobreza e mercado de trabalho. A fonte de dados é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o cálculo da linha de pobreza é utilizada a renda domiciliar per capita, incluindo os rendimentos provenientes do trabalho (formal ou informal) e, também, de outras fontes (seguro-desemprego, aposentadorias, programas de transferência de renda etc.).
Em relação a estudos anteriores sobre o tema, o levantamento inova ao adotar uma medida de pobreza que, baseada em relatórios do Banco Mundial, reflete tanto a dimensão absoluta quanto a dimensão relativa da pobreza. Todos os indivíduos abaixo da linha de extrema pobreza (R$182 per capita, a preços de 2021) são automaticamente considerados em situação de pobreza social. Mas, além destes, também são considerados pobres aqueles com renda abaixo da metade do valor da mediana da distribuição de renda em um dado ano. Desse modo, segundo Izete Bagolin, professora da Escola de Negócios e pesquisadora do PUCRS Data Social, “é uma medida que busca atender ao mesmo tempo a preocupação com as necessidades mínimas, essenciais a sobrevivência física e, também, com a desigualdade e o aumento das necessidades humanas decorrentes do crescimento econômico e complexificação do estilo de vida da sociedade.”
A adoção de uma medida como esta é especialmente importante nas regiões e unidades da federação mais desenvolvidas do País, como é o caso de São Paulo (SP), por exemplo. A linha de pobreza absoluta mais tradicionalmente usada teria o valor R$582,47 per capita (a preços de 2021), o que significaria uma taxa de pobreza bem menor, de 23,7%, ou 11 milhões de pessoas nessa condição no estado de São Paulo. No entanto, a linha de pobreza social adotada neste estudo assume o valor de R$647,8 em 2021 em São Paulo, o que significa que nesse caso ela é mais criteriosa que as medidas normalmente utilizadas. Como consequência, a taxa estimada de pobreza social no estado é maior, ficando em 27,3%, ou 12,7 milhões de paulistas.
Segundo Andre Salata, professor da Escola de Humanidades e um dos coordenadores do PUCRS Data Social, isso acontece porque a medida utilizada considera como estando em situação de pobreza não somente aqueles com renda abaixo de um valor definido a priori, mas também aqueles cujo poder de consumo está muito abaixo do morador mediano de determinada região em um dado período. “Nesse sentido, é uma taxa de pobreza social, que leva em conta também as desigualdades“, ressalta.
De acordo com os dados levantados, os grupos mais atingidos no País pelo aumento da pobreza social foram os negros e moradores das regiões norte e nordeste. Enquanto entre os brancos, em 2021, a taxa de pobreza social era de 19,4%, entre os negros ficava em 38,9%. Em relação às regiões geográficas, em 2021 a taxa de pobreza social era de 36,4% na região Nordeste, 33,9% na região Norte, 29% na região Sudeste, 28,4% na região Centro-Oeste, e 24% na região Sul. Ely Mattos, que também coordena o laboratório da PUCRS destaca: “O Brasil é um país em que as desigualdades são marcadas por disparidades não apenas funcionais ou educacionais, mas também regionais e de raça, o que torna o fenômeno ainda mais complexo para ser enfrentado”.
O estudo também mostra que em todas as regiões, assim como ocorreu para o País como um todo, houve forte aumento da pobreza entre 2019 e 2021. Mas que a tendência de elevação da pobreza social vinha se apresentando desde o ano de 2014. Se, naquele ano, o Brasil chegou ao menor valor da série histórica, com 24,9%, em 2016 a taxa de pobreza social já chega a 27,8%. O professor André Salata explica a partir de 2014 o País entrou em um ciclo de crise econômica, aumento do desprego e enfraquecimento das políticas sociais. O resultado é uma tendência de elevação da pobreza social, que se acentua com a pandemia.
O estudo traz informações de que a pobreza social não apenas está aumentando, como vem também se tornando mais grave. Entre 2019 e 2021 o chamado hiato da pobreza, que representa o valor médio da distância entre a renda dos pobres e a linha de pobreza, subiu de R$60,5 para R$71,3. Em 2014, por sua vez, essa cifra era de R$50,8. Ou seja, os pobres ficaram ainda mais pobres no período. E, como consequência tanto do aumento da pobreza quanto da sua gravidade, o custo hipoteticamente necessário para tirar as pessoas da pobreza social aumentou. Em 2014 seriam necessários 2,5 bilhões de reais por mês (a preços de 2021). Já em 2021, a estimativa é que seria preciso 4,6 bilhões de reais mensais.
Acesse o site do PUCRS Data Social e baixe o documento completo.
Chegou o momento do ano em que os lares ganham luzinhas piscantes, as propagandas tocam jingles dançantes e todos as refeições podem ganhar adaptações com uvas passas. Que tal, neste ano, trazer um outro significado para a data, promovendo um Natal sustentável? Para você ter uma celebração mais consciente e sem desperdícios, confira dicas especiais preparadas pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Negócios da PUCRS.
Apesar de ser um item muito característico do Natal, as embalagens geram um grande o volume de lixo. Dê preferência para aquelas com materiais recicláveis, como papel kraft e cordão. Outra opção é utilizar tecidos, que podem ser lavados e ganhar outra aplicação após o uso. Ou ainda, que tal reutilizar embalagens de outros anos? Em vez de escrever o nome da pessoa presenteada à caneta, anote com lápis ou em um cartão personalizado.
As refeições não precisam necessariamente de carnes ou alimentos de origem animal para serem saborosas. Aproveite a ceia para repensar o cardápio e incluir alimentos veganos ou vegetarianos à mesa. Com cada vez mais adeptos/as ao movimento, hoje em dia existem receitas alternativas acessíveis e práticas de fazer.
Opte por presentes funcionais ou coletivos. Quem nunca recebeu algo que não precisava ou, até mesmo, já tinha? No lugar de cada pessoa dar uma lembrancinha, uma boa alternativa é fazer uma vaquinha em grupo para dar um presente de maior valor e que a pessoa realmente esteja precisando. Se forem muitas pessoas, você pode até usar uma plataforma de crowdfunding, como o FreeFunder, por exemplo, que é gratuito.
Foque na experiência e não no presente, principalmente com as crianças. Demonstrar carinho vai além dos bens materiais: crie momentos especiais que ficarão marcados na memória. Construir um calendário com atividades diárias até o dia de Natal, fazer um bolo diferente ou decorar biscoitos e assistir a um filme com todo mundo reunido são boas opções.
E, se for presentear, priorize a qualidade, e não na quantidade. Opte por itens de madeira ou de pano, de fabricação local, brinquedos de segunda mão ou até uma assinatura de livros.
As árvores e as decorações são algumas das partes mais divertidas do Natal, mas podem sair bem caras, além de envolverem muito plástico. E na verdade você pode criar itens decorativos a partir de coisas que já tem em casa ou adaptar as decorações do ano anterior. Reaproveite embalagens de presentes, cartões, papelão, recortes de revistas e sucatas. Pronto, agora é só chamar a família para colocar a criatividade em prática.
Foi divulgada na última quarta-feira, 7 de dezembro, a nona edição do Índice de Desenvolvimento Estadual – Rio Grande do Sul (iRS), estudo realizado pelo PUCRS Data Social – Laboratório de Desigualdades, Pobreza e Mercado de Trabalho em parceria com o jornal Zero Hora. A pesquisa, que avalia a qualidade de vida nos estados brasileiros por meio dos critérios de padrão de vida, educação e longevidade e segurança, traz os dados de 2020 – esta é primeira edição do levantamento com dados registrados durante a pandemia da Covid-19.
Coordenador da pesquisa e professor da Escola de Negócios da PUCRS, Ely José de Mattos, destaca que as consequências da pandemia se mostraram nos dados:
“O impacto aparece de forma bastante clara na dimensão de padrão de vida, que trata de renda e mercado de trabalho. Verificamos uma situação de redução significativa da renda média e também da ocupação. Além disso, a desigualdade da renda do trabalho também se agravou”, avalia.
O iRS varia de zero a um, nos mesmos moldes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Quanto mais próximo de um, melhor o desempenho de cada região. O Rio Grande do Sul manteve a quinta posição no indicador geral retomada no ano passado – no entanto, o desempenho do Estado teve uma queda de 0,661 para 0,652. Já a média nacional passou de 0,625 para 0,604.
Mantendo o quinto lugar, o Estado gaúcho é precedido no ranking geral pelos estados do Paraná (quarto lugar), Santa Catarina (terceiro lugar), São Paulo (segundo lugar) e Distrito Federal (primeiro lugar). Dentre eles, o Distrito Federal foi o único que apresentou crescimento. Os demais estados caíram no desempenho – embora o Rio Grande do Sul tenha apresentado uma queda relativamente menor do que eles.
Comparando o Estado apenas com seus vizinhos da região Sul, Paraná e Santa Catarina, o Rio Grande do Sul conseguiu diminuir a distância em relação a ambos. No entanto, segue sendo o estado com o pior desempenho na região Sul – o último entre os três no ranking nacional, sendo precedido por seus vizinhos.
Acompanhando a tendência do restante do Brasil, o Rio Grande do Sul registrou sua terceira queda consecutiva desde 2018 no critério de padrão de vida. Apesar disso, ainda registrou desempenho superior à média nacional.
Na dimensão da educação, apesar de ter melhorado em relação ao último índice, o Estado segue na 12ª posição no ranking nacional e seu desempenho ainda é ligeiramente inferior à média nacional.
Já em longevidade e segurança, o panorama é mais positivo: o Rio Grande do Sul apresenta desempenho significativamente superior à média nacional. Além disso, vem registrando um crescimento constante desde 2018.
Segundo o coordenador da pesquisa, há uma explicação as oscilações de posição do Estado em cada um dos critérios principais.
“Na dimensão padrão de vida, o Rio Grande do Sul seguiu o comportamento médio do país, registrando queda na renda média e aumento da desigualdade. Na educação, o Estado melhorou, em especial por um aumento nas matrículas do ensino médio – impacto relativamente pequeno, mas relevante. Já sobre a dimensão longevidade e segurança, observamos uma melhoria nas taxas de homicídios e mortes no trânsito, além de uma diminuição da mortalidade infantil. Isso se explica por um conjunto de fatores, entre eles a própria restrição de mobilidade em função da pandemia e políticas de segurança pública articuladas no Estado”, comenta.
Fazendo um balanço do levantamento, Mattos observa que 2020 foi um ano de retração média na qualidade de vida de modo geral. Apesar disso, ao observar essas dimensões, houve um ônus para a população. “Se por um lado a renda prejudicou a qualidade de vida, por outro estivemos em um cenário com um pouco menos de violência letal”, diz o professor.
O laboratório reúne pesquisadores/as das áreas de Economia e Sociologia da PUCRS, focado em temas relacionados à desigualdade, pobreza e mercado de trabalho. O PUCRS Data Social elabora estudos e relatórios sobre esses temas, baseados em dados públicos oficiais, além de análises acessíveis que contribuam para o debate público acerca desses assuntos.