Monsenhor Urbano Zilles foi conferencista na celebração do cinquentenário da Teologia

Monsenhor Urbano Zilles foi conferencista na celebração do cinquentenário da Teologia / Foto: Camila Cunha

Há 50 anos, no mês de março de 1969, ingressava na PUCRS a primeira turma do então Instituto de Teologia e Ciências Religiosas. Na celebração do seu cinquentenário, agora integrada à Escola de Humanidades, a Teologia conta com cursos de Graduação e de Pós-Graduação, nos níveis de mestrado e doutorado, com mais de 1.000 egressos. Para marcar a data, foi organizada uma programação especial na manhã nesta terça-feira, 12 de março, com relatos de memória, conferência com o monsenhor Urbano Zilles, missa em ação de graças e almoço de confraternização, na Paróquia São Judas Tadeu, próxima ao Campus.

Com a presença do arcebispo emérito de Porto Alegre e ex-professor do curso de Teologia Dom Dadeus Grings e do arcebispo metropolitano de Porto Alegre e chanceler da PUCRS, Dom Jaime Spengler, além de alunos e do corpo docente, a abertura das atividades ocorreu no auditório do prédio 9. Na primeira apresentação, com o título Breve memória da história da Teologia na PUCRS, o professor Geraldo Borges Hackmann expôs a evolução do curso. Lembrou que os movimentos sociais de 1968 ao redor do mundo repercutiram na Igreja, motivando os bispos locais a retirarem a formação de sacerdotes do Seminário de Viamão (RS),  trazendo para a Universidade, também aberta a leigos. “Os bispos assumiram o compromisso de enviar todos os seminaristas para a PUCRS”, destacou, realidade que se manteve até os anos 1980, quando começaram a surgir outras Faculdades no interior do Estado.

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Professor Geraldo Hackmann recuperou as memórias do curso / Foto: Camila Cunha

A Teologia da PUCRS foi pioneira no Brasil a ser visitada oficialmente pelo Ministério da Educação e a conquistar o reconhecimento de curso universitário, em 2002. O primeiro reconhecimento, por decreto presidencial, havia sido obtido em 1970. Neste mesmo ano, foi criada a Revista Teocomunicação, pelo Diretório Acadêmico da Teologia, mantida até os dias atuais, pelo curso. Entre os fatos históricos, em 1997, teve início o Mestrado em Teologia; em 2010 houve a afiliação à Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma; e, em 2016, começou o curso de Doutorado.

Monsenhor Urbano Zilles, conferencista do evento, integrou o corpo docente do curso, foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS e é professor emérito pela Universidade. Com o tema História da Teologia Cristã, ele resgatou aspectos como a origem do termo Teologia, afirmando que não é católico ou cristão, mas, sim, provém dos filósofos gregos para contrapor o discurso metafísico dos deuses. “Teologia tornou-se sinônimo de filosofia primeira, de metafísica”, afirmou. Na Idade Média, passou-se a falar da Teologia como explicação racional da fé. “Se a fé vem de ouvir a palavra de Deus, a Teologia Cristã está em sua base”, mencionou o monsenhor. “O mistério se reconhece, se aceita e se respeita. O mistério está em Deus. A fé, a esperança e o amor circulam nesse nível. Não requerem prova científica”, complementou.

De acordo com o professor emérito, no século 12, passou a se desenvolver a Teologia Crítica no ambiente das universidades, tratando dos grandes problemas da época. Foi considerada a “rainha das ciências”. Traçando um paralelo com os tempos atuais, Zilles disse que “a Teologia deve falar das coisas importantes para a nossa vida, dos fiéis, no dia a dia”. Ele acrescenta que o discurso acadêmico deve ser diferente do episcopado, e que “o teólogo deve buscar a plausabilidade racional”. Por fim, destacou que há espaço para uma pluralidade de teologias, e que esta ciência “tem uma missão linda de unir os cristãos para entender o que nos une”, concluiu.

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Foto: Camila Cunha

Com o objetivo de solucionar questões relacionadas à violência e à criminalidade, o Observatório em Segurança Pública da Escola de Direito da PUCRS e o Comando Militar do Sul (CMS) firmaram um acordo de cooperação para aperfeiçoar a especialização técnica de recursos humanos, visando ao desenvolvimento da mentalidade de segurança e defesa entre ambas as instituições. A missão é estreitar relações com o poder público e fomentar um debate qualificado através da análise e coleta de dados. Serão implementadas ações, programas, projetos e atividades complementares de interesse dos participantes. O documento foi assinado na sexta-feira, 1° de março, pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira e pelo comandante Militar do Sul, o general Geraldo Antônio Miotto. O evento ocorreu no Salão Nobre da Reitoria.

Cooperação para informar

O Observatório, coordenado pelo professor Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo e pelas professoras Fernanda Osório e Clarice Söhngen, tem por objetivo a sistematização, avaliação e acompanhamento sobre tudo que ocorre no âmbito da Segurança Pública no Estado do RS. A ideia é que se tenha um banco de dados com informações atualizadas a respeito de estatísticas criminais e sobre o funcionamento dos órgãos de segurança pública. Estes registros ficariam disponíveis para a mídia e poder público, o que facilita a comunicação entre ambos.

Ir. Evilázio Teixeira e general Geraldo Antônio Miotto assinam acordo

Ir. Evilázio Teixeira e general Geraldo Antônio Miotto assinam acordo / Foto: Camila Cunha

Para Azevedo, o trabalho conjunto constitui um ambiente de trocas e aprendizado. “Estas ações servem para atrair a sociedade civil, para que possamos constituir um espaço de debate qualificado, que seja capaz de congregar as diferentes instituições e contribuir para o diálogo e busca de soluções adequadas para o enfrentamento da segurança pública em uma sociedade democrática”, afirma.

Atualmente, o Observatório conta com a participação orientandos de graduação, mestrado e doutorado, vinculados à Escola de Direito e Escola de Humanidades, especialmente o Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais. Estes, por meio de suas pesquisas, irão contribuir para o desenvolvimento das atividades. O espaço está localizado no prédio 11 do Campus, no 10° andar. Confira mais informações no link.

Ato na Reitoria

O ato de assinatura foi prestigiado pelo assistente do Comandante Militar do Sul, Carlos Alberto Klinguelfus Mendes, pelo chefe do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMS, coronel Antônio Augusto Brisolla de Moura, pelo Analista do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMS, coronel Ary de Albuquerque Gusmão Filho, pela adjunto da Seção de Comunicação Social do CMS, tenente coronel Mônica Silvana Maciel, e pelo adjunto da Assessoria Jurídica do CMS, tenente Mathias Suertegaray de Noronha. Representando a Universidade, também estiveram o vice-reitor, Jaderson Costa da Costa, o decano da Escola de Direito, professor Fabricio Pozzebon, o professor Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo e os assessores da Reitoria Solimar Amaro e Ivo Cadaval Junior.

Ana Dalmolin recebe medalhas para levar às comunidades carentes.

Ana (à esquerda) recebe as medalhas de São Marcelino e da Boa Mãe para distribuir nesta ação / Foto: Malone Rodrigues

Voluntários da Rede Marista estão participando até o dia 15 de fevereiro do Projeto Lábrea, na Região Amazônica. O programa oportuniza o convívio com comunidades amazonenses por meio de atividades pedagógicas e pastorais, estimulando a solidariedade e as trocas culturais. A estudante Ana Daniela Freitas Dalmolin, da Escola de Direito da PUCRS, representará a Universidade entre os cinco colaboradores maristas selecionados para integrar a equipe.

Trajetória marista

Ana, de 21 anos, ingressou na Rede Marista em 2010, através do Cesmar – Centro Social Marista. Em 2016, desenvolveu atividades na rede por meio do programa Jovem Aprendiz. Ao longo de sua graduação, os laços com a instituição se estreitaram. Além de realizar estágio no Campus, passou a atuar como técnica administrativa na secretaria da Escola de Humanidades.

Após nove anos de colaboração, o voluntariado surgiu como uma alternativa para agir em frentes humanitárias. Quando soube da seleção para o programa, a estudante não hesitou em se candidatar. “Jamais imaginei que seria selecionada, a intenção era apenas mostrar que queria algo sério do voluntariado, não era brincadeira”, lembra. A notícia da aprovação foi celebrada por familiares e colegas. “O pessoal da Secretaria quase explodiu de felicidade”, recorda. Para a aluna, a expectativa é de aprendizados. “Não estou indo para ensinar, estou indo para aprender com eles. Às vezes é necessário conhecer outra cultura para mudar o teu entorno”, frisa.

Projeto Lábrea

Ana Dalmolin posa com medalhas da Instituição

Foto: Malone Rodrigues

A iniciativa surgiu como resposta aos enunciados do 22º Capítulo Geral do Instituto Marista, que incita voluntários a transpassar barreiras geográficas em nome de seus ideais. A escolha dos participantes aconteceu em diferentes etapas. Analisadas as inscrições, os candidatos foram reunidos na Caju – Casa da Juventude Marista para um dia de imersão e dinâmicas de grupo. Aqueles que mais se identificaram com a missão da viagem foram acompanhados pela coordenação do Centro de Pastoral e Solidariedade durante os meses seguintes, como forma de preparação para as vivências em Lábrea.

Durante 14 dias, os participantes desenvolverão atividades como gincanas, brincadeiras lúdicas e leituras comunitárias para crianças, jovens e idosos da região. Os viajantes também visitarão tribos indígenas que mantém sua cultura preservada, conhecendo os hábitos e costumes desses povos.

Sobre o voluntariado

Com cerca de 500 voluntários, a Rede Marista promove experiências de transformação pessoal e social, incentivando o contato com diferentes realidades e colaborando com a construção de uma cultura de solidariedade. O serviço de voluntariado pode ser realizado em entidades cadastradas pela Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol) ou outras ONGs. Saiba como participar por meio deste link.

Apresentação da pesquisa

Apresentação dos resultados da pesquisa na Universidade / Foto: Bruno Todeschini

Em uma síntese geral do mapeamento da rede de atendimento em Viamão, a pesquisa indicou que crianças de zero a três anos com deficiência ainda não possuem prioridade no atendimento na área da educação, por exemplo, o que se assemelha à realidade mais ampla do Brasil e também de outros lugares do mundo. Estes são alguns dos resultados da pesquisa desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da Escola de Humanidades da PUCRS, com parceria da Universidade do Minho, de Portugal. Esses dados geraram o Programa de Intervenção Precoce na Infância, a ser realizado nos próximos dois anos.

O estudo apontou que o campo da educação, em particular, tem atuado pouco junto a essas crianças, especialmente, quando elas estão fora da escola, uma vez que a rede municipal de ensino de Viamão ainda não atende crianças nessa faixa etária. Em relação à assistência social e à saúde, ainda que com dificuldades, possuem uma maior participação no atendimento, mais focado na reabilitação do que na inclusão socioeducacional.

Sob a coordenação das professoras Marlene Rozek e Gabriela Dal Forno Martins, a iniciativa contou com a colaboração das Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social de Viamão. Os órgãos públicos forneceram os números de nascimentos de crianças com deficiência, entre 2015 a 2017, bem como as suas condições de saúde e vida.

“A proposta desta análise foi de aprimorar o processo de inclusão socioeducacional de crianças nascidas com deficiências, do nascimento aos três anos, em Viamão. A partir dessa experiência, queremos fornecer subsídios para a construção de uma futura política pública neste âmbito”, reforça Marlene.

Segundo Gabriela, antes dos 36 meses de idade, é mais comum ocorrerem encaminhamentos para associações ou outros serviços especializados fora do município. No entanto, esses serviços são escassos, oferecem poucas vagas e priorizam uma abordagem de intervenção focada na reabilitação, o que é importante, mas não suficiente quando se pensa no processo de inclusão. “Quando atendimentos são realizados pelos profissionais da rede de saúde do município, a descontinuidade é muito comum”, destaca.

 

Apresentação da pesquisa

Foto: Bruno Todeschini

Desenvolvimento da pesquisa

Os procedimentos de coleta de dados foram por meio da identificação de crianças nascidas de 2015 a 2017 já cadastradas como sujeitos com deficiência no sistema de dados da Assistência Social. A complementação de informações sobre suas condições de saúde e de vida foi feita através do próprio sistema da Secretaria de Assistência Social, do sistema informatizado da Secretaria da Saúde, dados do hospital da cidade e prontuários e informantes das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Os resultados desse levantamento indicaram que ainda há uma fragilidade do sistema de registro de informações, já que poucos dados foram localizados, mesmo com a utilização de diferentes fontes. Isso implica, muitas vezes, em uma invisibilidade das crianças com deficiência, dificultando o planejamento de ações para seu efetivo atendimento. Ainda que com dados incompletos, a pesquisa forneceu indícios de que, dentre as 77 crianças identificadas, grande parte vive em condições de extrema vulnerabilidade social, acumulando não somente o risco associado à deficiência, mas também em relação às suas condições de vida.

 

Início do Programa de Intervenção Precoce na Infância 

Para 2019 ocorrerá a implementação do Programa de Intervenção Precoce na Infância, a ser coordenado e executado pela equipe do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Aprendizagem e Processos Inclusivos (NEPAPI), da PUCRS, em parceria com o Núcleo de Políticas Inclusivas, da Secretaria de Educação de Viamão. Tal implementação contará com apoio financeiro da Fundação Itaú Social, através do Edital Fundos da Infância e da Adolescência. Este Programa prevê, inicialmente, a identificação e acolhimento das famílias e seus bebês com deficiência. Após esta criança ter sido diagnosticada pelo hospital ou pela UBS, será realizado o primeiro contato com a família, visando fortalecer seu vínculo com a equipe do projeto e fomentar sua participação nas demais ações. Na etapa seguinte, serão aplicados alguns instrumentos visando coletar dados importantes que podem ajudar nas ações posteriores. Por fim, a família será convidada a participar dos grupos de apoio e serão entregues os primeiros vale-transporte para deslocamento.

Os grupos de apoio às famílias devem ocorrer quinzenalmente e serão abertos, ou seja, poderão ingressar novas famílias na medida em que são identificadas. Como a expectativa é de 50 famílias, serão organizados quatro diferentes grupos, com os objetivos de acompanhar e apoiar coletivamente as famílias, de modo a promover o compartilhamento de experiências e fortalecer as competências das famílias para com o desenvolvimento dos seus bebês. Os grupos ocorrerão em espaço cedido pelo município, o qual será equipado com brinquedos e mobiliários adequados para os bebês e suas famílias. Uma equipe interdisciplinar de intervenção precoce será responsável por coordenar esses grupos, sendo a mesma supervisionada e acompanhada pelas pesquisadoras Marlene Rozek e Gabriela Dal Forno Martins.  Essa equipe também realizará outras ações junto às famílias, tais como visitas domiciliares, visando enriquecer as experiências de aprendizagem da criança em seus contextos naturais de vida, a partir de uma abordagem centrada na família.

Durante este ano haverá também a formação de aproximadamente 50 profissionais da Educação, Saúde e Assistência Social do município, em duas etapas. A primeira etapa (em julho) será realizada pelas professoras responsáveis pela pesquisa; a segunda etapa (novembro) será desenvolvida por profissionais de Portugal, parceiros da PUCRS e envolvidos diretamente no trabalho junto ao Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI). A política portuguesa é referência no contexto europeu e voltada às crianças de zero a seis anos com necessidades educativas especiais.

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Ambiente lúdico e divertido foi organizado na Pediatria do Hospital / Foto: Camila Cunha

Há 21 anos a leitura traz encanto, alegria e esperança para os pequenos que estão internados no Hospital São Lucas da PUCRS. Na mais recente edição da Feira do Livro Infantil do HSL, ocorrida nesta segunda-feira, 10 de dezembro, a magia dos livros se fez novamente presente, a começar pela abertura musical proporcionada pelas vozes de voluntários do Centro de Pastoral e Solidariedade, que ganharam coro mirim e coreografia para a música Aquarela, de Toquinho. O evento, organizado pelo Curso de Letras da Escola de Humanidades e o Setor de Pediatria do HSL, é fruto do projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil. Para entrar no clima vivenciado na Praça da Alfândega, além dos livros e das barraquinhas, nas quais é possível comprar livros com cédulas de brinquedo, a iniciativa também contou com a presença da poeta Maria Carpi, patrona da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre, acompanhada da patroninha Nicole Garcia dos Santos, de 10 anos.

“O que está sendo feito aqui é um verdadeiro poema comunitário e de amor. A criança é o início da poesia. Toda criança é poética por si mesma, e toda linguagem dela é poesia. Às vezes esquecemos de perceber isso”, declarou emocionada Maria Carpi, enquanto admirava meninos e meninas ávidos por comprar seus livros infantis nas bancas temáticas montadas no saguão do 5º andar do Hospital. Ela, que havia participado de outra ação no Hospital da Criança Santo Antônio, revelou-se grata com a oportunidade e comprometeu-se em retornar para participar do projeto. “A arte ajuda as pessoas a ter estima sobre si mesmas e a ver a vida com outros olhos, com otimismo e alegria. Enfrentar o sofrimento e a dor com otimismo torna as pessoas mais fortes”, afirmou, lembrando as dificuldades que seu filho, o também escritor Fabrício Carpinejar, enfrentou durante a infância. Disse que “diagnóstico não é destino”, parafraseando Carpinejar, e lembrou que o alfabetizou com muita poesia, dica que é seguida por alguns dos pais de pacientes da Pediatria.

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Música trouxe mais alegria ainda ao ambiente / Foto: Camila Cunha

A diarista Sandra Regina Garcia dos Santos, 43 anos, é um exemplo de incentivo à leitura. Mãe de Nicole, escolhida para ser a patroninha da Feira, ela costuma contar histórias de princesas para a filha, que tem uma irmã gêmea, Tainá, além de dois filhos adultos. Com isso, as meninas pegaram gosto pelo hábito. “Elas sempre adoraram ler. Às vezes passam horas no quarto em cima dos livros”, revela. No hospital há quatro dias, Nicole foi internada em função de uma convulsão, e está passando por exames para que os médicos compreendam melhor seu estado de saúde. A mãe revela que a garota ficou muito entusiasmada com o convite recebido no sábado. “Ela quis escolher roupa, passar batom. Queria estar bonita para o evento”, conta. Cursando a 3ª série do ensino fundamental, a pequena leitora diz que suas histórias prediletas, além das princesas, nas quais admira os vestidos, são as aventuras de Harry Potter. “Já li dois livros, e gosto das mágicas que ele faz”, diverte-se ao comentar.

Colaboração e recorde de livros

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Maria Carpi, a patroninha Nicole e a mãe Sandra / Foto: Camila Cunha

Para organizar um evento que se tornou tradição é preciso somar esforços tanto de pessoas experientes quanto proporcionar a iniciantes a chance de novos aprendizados. E isso a professora Vera Wannmacher, do curso de Letras da Escola de Humanidades, faz com muita tranquilidade e alegria. Coordenadora do projeto há quatro anos, diz que observa crescente adesão de voluntários e de todos os segmentos da PUCRS à iniciativa. “Vejo que a cada ano mais pessoas se agregam a esse trabalho, não só para vir ao evento, mas na sua organização. Neste ano, tivemos vários acréscimos. Nosso volume de doações chegou a mais de mil livros. Foi a maior coleta da história do evento. E ainda estão chegando mais exemplares”, comemora. Ela afirma que com um modo de organização colaborativa, unindo diversos setores, foi possível destacar a real importância da Feira do Livro Infantil.

A presença dos alunos na organização

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Bolsistas estreantes Giovana, Daiele e Ágata / Foto: Camila Cunha

Estreantes na Feira, duas bolsistas do curso de Letras e uma do curso de Design de Produto comentaram como foi essa nova experiência. Para Giovana da Silveira Baldez, 22 anos, “é gratificante ver as crianças com os livros nas mãos”. A estudante do último semestre relata que passou por vários estágios, e foi possível perceber a importância da leitura na formação pessoal. “A literatura humaniza. Aprendi isso na graduação e vejo aqui, hoje, nas crianças. É muito bom”, afirma. Daiele Santana, 24 anos, no segundo semestre, conta que o evento permitiu abrir seus horizontes. “É emocionante ver pessoalmente como acontece. Havia muitos livros no início do evento e todos se esgotaram. Fico feliz em ver que é um hábito que ainda existe. Apesar de todos os meios digitais, as crianças querem ler”. Ágata Marmitt, 21 anos, estuda na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. Sua relação com o evento se deu na montagem da Feira, e o que mais valorizou foi observar a forma como as crianças interagem com os livros, o que mais chama atenção delas. Sua inserção na pesquisa começou a partir da produção de paper toys, exercício do primeiro semestre de Design. Os brinquedos foram doados à época às crianças do HSL. Hoje, é bolsista e soma novos aprendizados com a professora Vera.

Apesar de não ser mais bolsista, Giovana Ribas, 25 anos, acadêmica de Medicina, mantém vínculo com o projeto literário realizado no Setor de Pediatria. Como voluntária, permanece ajudando a professora Vera. Seu interesse por crianças e pela área da Pediatria a aproximou da Feira. A relação com essa atividade começou em 2016 e o carinho continua. “É uma oportunidade incrível que tive ao longo da graduação, de poder estar com crianças de uma outra maneira, que não a parte médica. Foi um aprendizado não ortodoxo e uma bela experiência”, relata. No 10º semestre, está conhecendo novos campos da medicina, mas não nega o apreço e a possibilidade de seguir com os pacientes infantis. “É muito forte no meu coração essa vontade, mas não bati o martelo por não ter passado por todas as áreas. Concluo o curso em 2019, mas pode ser que siga esse caminho”, projeta.

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Giovana, da Medicina, e professora Vera / Foto: Camila Cunha

A abertura Feira do Livro Infantil do HSL foi prestigiada pela decana associada da Escola de Humanidades, Ana Soster, pelo assessor de assuntos institucionais da Reitora da PUCRS, Solimar Amaro, pelo superintendente do HSL, Sérgio Baldisseroto, o superintendente adjunto do HSL, Ir. Lauri Heck, entre outros membros da Universidade e do Hospital. A ação teve o apoio da Biblioteca Central Ir. José Otão, do Centro de Pastoral e Solidariedade, da equipe de saúde e da Assessoria de Comunicação e Marketing.

Histórico

O projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil – espaço de leitura, arte e prazer consiste num processo de ações integrando Letras e Saúde, com o objetivo de desenvolver a imaginação e proporcionar o prazer da leitura de crianças do Setor de Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS – internação SUS, contribuindo para o seu bem-estar. Para isso, desde 1997 desenvolve diariamente situações de leitura de livros e de contação de histórias e realiza a cada ano novas edições da Feira do Livro Infantil.

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Foto: Camila Cunha

Iniciou nesta segunda-feira, dia 19 de novembro, o 1º Seminário Internacional de Lusofonia, promovido pelos programas de Pós-Graduação em História e em Letras da Escola de Humanidades. O encontro tem como objetivo discutir os traços linguísticos e culturais comuns que podem ser articulados em falantes do português nos mais diversos países.

A cerimônia de abertura contou com a presença do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Marcelo Bonhemberger, com a vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, Adriana de Melo Ribeiro, com o presidente do Conselho Regional do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) para América Central e América do Sul, Antonio David e com a decana associada da Escola de Humanidades, Regina Kohlrausch. Na ocasião, Bonhemberger destacou a importância da discussão transdisciplinar e multidisciplinar entre os programas de pós, além da relevância da discussão de integração cultural.

A vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre classificou como fascinante o universo da lusofonia. “É sempre riquíssimo podermos estudar sobre a influência que os portugueses levaram aos quatro cantos do mundo, em um relacionamento direto com outras nações”, comentou.

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Foto: Camila Cunha

Dispersão histórica da língua portuguesa

Na primeira mesa redonda do evento, o professor do PPG de História, Marçal de Menezes Paredes fez uma retomada histórica de sete séculos da lusofonia. O docente colocou em pauta como os brasileiros têm perdido a capacidade de entender o sotaque português, mas reforçou a riqueza e importância do idioma ao longo da história. De acordo com Paredes, o reencontro com a cultura portuguesa é ferramenta para a internacionalização do imaginário dos brasileiros. O pesquisador destacou a hibridização das culturas ao longo dos séculos como importantes fatores para o idioma que hoje compartilhamos, trazendo história e heranças de diversas partes do mundo.

Além das características culturais, Paredes abordou eventos históricos de larga escala que foram transformando a língua. “Estudar a lusofonia é transitar entre os estudos europeus, estudos africanos e estudos latino-americanos”, adicionou.

Contexto linguístico da lusofonia

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Foto: Camila Cunha

A professora do PPG de Letras, Cristina Perna, também participou da primeira mesa redonda do evento abordando a lusofonia do ponto de vista linguístico. A docente expôs dados sobre a presença do idioma em seis continentes, 11 países e aparecendo como o 6ª idioma mais falado do mundo. Cristina falou sobre o ensino da língua portuguesa para estrangeiros, abordando ações de políticas linguísticas pensadas para atender as demandas de contexto da mobilidade acadêmica. Além disso, apresentou o projeto com aulas de português para imigrantes haitianos, resultado da parceria entre a Escola de Humanidades, o Centro de Pastoral e Solidariedade e a Paróquia Santa Clara.

Por fim, a professora também falou sobre o ensino da língua portuguesa para estrangeiros em nível de pós-graduação, apresentando o ensino de português para fins acadêmicos (PPEA), no qual a orientação também aborda a escrita de materiais teóricos, apresentações formais e pesquisa.

A primeira edição do seminário ocorre durantes os dias 19 e 20 de novembro, com diferentes mesas redondas de debate sobre a lusofonia. Mais informações sobre a programação neste link.

Seminário Brasileiro de Crítica Literária, Letras, Escrita Criativa, Cristino Wapichana

Foto: Bruno Todeschini

O contador de histórias e escritor premiado, Cristiano Wapichana, de origem indígena, apresentou a palestra de encerramento do 31º Seminário Brasileiro de Crítica Literária, do 30º Seminário de Crítica Literária do Rio Grande do Sul e do 4º Encontro Nacional de Escrita Criativa na última quinta-feira, 25 de outubro, na Escola de Humanidades. O painel de Wapichana, o lançamento do Ebook Revista Partenon Literário e a mesa Partenon Literário: Tempo e Espaço em Diálogo marcaram o término das atividades do Seminário.

Imersão na cultura indígena

Com a proposta de gerar reflexões sobre a cultura indígena no Brasil e a necessidade de valorização desse nicho literário, Wapichana exibiu suas obras, narrou histórias de sua infância e explicou seus processos de produção. O encontro, mediado pelo professor da Escola de Humanidades, Luiz Antônio de Assis Brasil e Silva, reuniu estudantes e profissionais ansiosos para absorver as lições do autor. Em um discurso tranquilo, determinado e espiritualizado, o contador de histórias destacou o poder das obras. “Não somos nós os autores, o mérito não é nosso. As histórias já existem, elas simplesmente procuraram pessoas dispostas a ouvi-las e escreve-las. Têm muita força. ”, defendeu.

A literatura produzida pela etnia ganhou destaque na fala do escritor. Para Wapichana, o reconhecimento destinado aos esses produtores de conteúdo ainda é escasso. “Não valorizamos aquilo que vem do índio. A sociedade quer vê-lo no mesmo lugar de sempre, mas precisamos aceitar que culturas evoluem. Nós também podemos entregar resultados”, afirma. Numa conversa descontraída, o autor respondeu às perguntas do público e salientou a importância de manter a parte artística da literatura viva, ainda que seja preciso abrir mão das normas técnicas.

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Foto: Bruno Todeschini

Abertura com Anna Cabelle: biografia e feminismo

A professora, crítica literária e escritora espanhola Anna Caballé Masforrol, da Universidade de Barcelona, realizou a conferência de abertura dos eventos na terça-feira, 23 de outubro. A autora abordou o tema Biografia, feminismo e mulher. Reconhecida por seus estudos neste campo, a pesquisadora apresentou uma trajetória literária e teórica sobre a presença da mulher na literatura. De acordo com Anna Caballé, a presença da figura feminina na biografia é recente. “Diante da complexidade feminina, por muitos anos as mulheres caíram em silêncio absoluto”, apontou. Para ela, é importante a contínua discussão do feminismo, para que haja uma igualdade entre obras que retratem personalidades de ambos os sexos.

Seminário Brasileiro de Crítica Literária

Com o tema Travessias Literárias: Tempos e Espaços em Diálogo, o evento fez uma homenagem aos 150 anos da Sociedade Partenon Literário e reuniu estudantes, professores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros de Crítica Literária, Literatura Brasileira, Linguística e Teoria da Literatura e campos afins, como Cinema, Artes, Música e Teatro. A programação contou com oficinas, mesas redondas e palestras acerca de temas como histórias de mulheres, escrita criativa de poesias, autoria e crítica literária na contemporaneidade.

 

 

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Foto: Camila Cunha

A véspera do 70º aniversário do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, celebrado neste dia 12 de setembro, foi a data escolhida para recordar a sua obra e legado à cultura com a peça Caio do Céu. O espetáculo, com direção de Luís Artur Nunes, foi encenado por Deborah Finocchiaro e Gustavo Petry, lotando o Teatro do prédio 40 do Campus e emocionando a plateia que, ao final, aplaudiu em pé a sensibilidade e intensidade que a atriz levou para o palco na sua interpretação. O evento marcou o retorno do teatro profissional à Universidade, que até o início dos anos 2000 contava com o PUCRS Em Cena. A iniciativa integrou a programação da Semana de Letras e Escrita Criativa da Escola de Humanidades. O ingresso solidário garantiu a arrecadação de mais de 400kg de alimentos na parceria estabelecida entre o Instituto de Cultura e o Centro de Pastoral e Solidariedade.

Um tributo a Caio F.

O universo de Caio F. foi exposto com menção às suas obras que tratavam com irreverência a condição humana e a reflexão sobre as relações entre as pessoas. Apesar de ser conhecido por dar um tom mais introspectivo e melancólico a muitas das suas produções, como crônicas, cartas, contos, poemas e textos teatrais, a encenação da peça trouxe seu lado mais vibrante e questionador da sociedade. A música ao vivo, os vídeos projetados e as interações com vídeos e entrevistas contribuíram para aproximar ainda mais o público da história do autor santiaguense, reconhecido internacionalmente pela profundidade de seu trabalho.

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Foto: Camila Cunha

O espetáculo foi seguido de um debate mediado pelo diretor do Instituto de Cultura Ricardo Barberena, com quatro especialistas e estudiosos da obra de Caio Fernando Abreu. Além de Deborah, participaram da roda de conversa Luis Felipe Abreu, doutorando em Comunicação e Informação na UFRGS e sobrinho de Caio F., Amanda Costa, doutora em Estudos de Literatura pela UFRGS, e Fernanda Pinto, doutora em Linguística e Letras – Teoria da Literatura pela PUCRS. Barberena fez algumas provocações aos debatedores solicitando, por exemplo, que procurassem interpretar os dias de hoje pelo olhar de Caio. O sobrinho do autor leu um trecho do conto Aqueles dois, no qual é descrita a relação de grande proximidade entre dois homens no ambiente de trabalho. Eles são expulsos da repartição pública na qual atuam pela intolerância dos colegas, que desejavam ser mais felizes com a ausência de ambos, o que não se confirma. O alerta de Abreu (sobrinho) foi para a necessidade de empatia, pouco vista na atualidade. “Precisamos aprender a aceitar o outro, agir contra as micropolíticas de opressão e discriminação”, asseverou.

Um dos pontos mais valorizados pelos especialistas foi o fato de os concursos vestibulares solicitarem a leitura de obras como Morangos Mofados, um clássico de Caio. Para eles, isso aproxima novas gerações das produções literárias e jornalísticas do autor. “Caio tem uma obra pop, acessível, ideal para a formação de novos leitores”, afirmou Amanda Costa. Já Fernanda Pinto recordou que “Caio tem humor, melancolia e profundidade. Serve para leitores de todas as idades, incentivando debates literários sobre temas de incentivo à diversidade”.

Sobre Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) é apontado com um dos expoentes da sua geração, foi jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro. Seu primeiro conto, O Príncipe Sapo, 1963, foi publicado três anos mais tarde na revista Claudia. Em 1973, se exilou na Europa, onde ficou até 1974, ano em que começou sua prolixa criação literária de mais de 28 livros publicados nas formas de contos, crônicas, romances e antologias. Entre eles, destacam-se Morangos Mofados (1982) e os Dragões Não Conhecem o Paraíso (1988). Seu último romance, Onde andará Dulce Veiga?, 1990, foi adaptado para o cinema pelo diretor Guilherme de Almeida Prado.

Caio ficou popular por seus temas em que fala sobre sexo, medo, morte e, principalmente, solidão. Através de problemas pessoais e situações cotidianas, contestou valores que na época eram pouco discutidos, como aids, homossexualidade e espiritualidade. No acervo digital do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, é possível encontrar diversos objetos, livros, escritos e datiloscritos do autor.

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4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio

Grande público presente no seminário
Foto: Bruno Todeschini

Promover um profundo diálogo a respeito do suicídio, suas causas e estratégias de prevenção, abordando-o como uma questão de saúde pública. É o que foi proposto no 4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, sediado na PUCRS e promovido pelo Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio do Rio Grande do Sul e pelo Programa de Assessoramento e Defesa e Garantia da Assistência Social da União Brasileira de Educação e Assistência da PUCRS (UBEA). O evento, ocorrido na última quarta-feira, dia 5 de setembro, no Salão de Atos, reuniu mais 1,5 mil pessoas, entre funcionários públicos, da saúde, educação, acadêmicos, pesquisadores e público em geral, que buscavam compreender melhor essa realidade e capacitar-se para atuar na prevenção, intervenção e no cuidado de casos de suicídio.

No Rio Grande do Sul, estado brasileiro com a maior taxa de ocorrências, por ano, são 11 casos para cada 100 mil habitantes, o dobro dos registros nacionais. “Hoje, procura-se intensificar a informação e a conversa, para ajudar as pessoas que estão no caminho do suicídio e para que se desenvolvam cuidados com os potenciais suicidas e suas famílias. Assim contornar a situação e minimizar a dimensão dessa tragédia para a espécie humana”, afirmou o secretário Estadual de Saúde, Francisco Zancan Paz.

4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio

Cheila Marina de Lima
Foto: Bruno Todeschini

Participou também da solenidade, a secretária de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Maria Helena Sartori. A representante do Estado destacou a importância de abordar o tema de forma intersetorial, como se propõe o seminário, envolvendo as famílias, instituições de ensino, órgãos de saúde, a sociedade e cada um, dentro de seus setores, para que tenham a capacidade de identificar sintomas, orientar e atuar na prevenção. Maria Helena apontou algumas ações que vem sendo realizadas pelo Comitê Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio e outras iniciativas públicas, como as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves), que vem atuando dentro das escolas estaduais e municipais.

Representando a Universidade, o professor da Escola de Humanidades e responsável pela Representação Estudantil vinculada à Pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex), Francisco Kern, falou sobre a importância da acolhida daqueles em situação de risco e de crise, do respeito e da empatia. “Sentimento de compaixão é muito importante, não por pena, mas por compreendermos a condição humano do outro como condição de vida que precisa ser potencializada”, afirmou.

4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio

Marilise Fraga de Souza
Foto: Bruno Todeschini

Em seguida, os painéis foram abertos com a palestra Prevenção do Suicídio: Uma questão de saúde pública, apresentado por Cheila Marina de Lima, enfermeira e consultora do Ministério da Saúde, Marilise Fraga de Souza, vice-coordenadora do Comitê Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio da Secretaria Estadual da Saúde,  e Giovanni Salum Junior, médico e professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os profissionais apresentaram à plateia, além de dados e estudos, as principais formas de prevenção e intervenção sendo realizadas pelos órgãos e iniciativas públicas, demonstrando o papel de cada setor no combate dessa questão de saúde pública.  “Para enfrentarmos, precisamos de conhecimento, de evidência, de fatos, parcerias e compromisso. Só juntos vamos conseguir mudar essa realidade”, reiterou.

Centro de Atenção Psicossocial (CAP)

A Universidade oferece, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAP), atendimento e acompanhamento gratuito para alunos, professores, gestores e colegiados que necessitam de auxílio no enfrentamento de dificuldades que possam afetar o processo de ensino-aprendizagem e de apoio na busca de soluções para essas questões. O CAP é um espaço de escuta, onde são realizados aconselhamentos por uma equipe interdisciplinar de professores da PUCRS com larga experiência docente e profissional. Além disso, possui parceria com o Ambulatório de Psicoterapia Analítica do Hospital São Lucas (AMPA), para o qual faz encaminhamentos quando observada necessidade de atendimento psicoterápico ou psiquiátrico.

O Centro, localizado na sala 803 do prédio 40, 8º andar, está aberto para atendimento de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 21h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3703 ou pelo e-mail cap.proex@pucrs.br.