redação, vestibular PUCRS

Foto: Giordano Toldo

As provas do Vestibular de Verão da PUCRS para ingresso no primeiro semestre de 2023 acontecem nos dias 5 e 6 de novembro (confira todas as informações aqui). Uma das principais dúvidas entre os candidatos e candidatas é como fazer uma boa redação? Para ajudá-los/as nessa tarefa, a professora Ana Márcia da Silva, do curso de Letras da Escola de Humanidades da PUCRS, elaborou algumas orientações sobre o Manual do Candidato que auxiliam na escrita de um bom texto.

1. Preste atenção no tema e produza um texto organizado

É fundamental que você considere o fato de que o texto é um todo organizado que faz sentido, e não a soma de frases ou de parágrafos isolados. Para entendê-lo, é necessário que se tenha conhecimento de todas as relações estabelecidas dentro dele e da sua conexão com o contexto social e histórico em que foi produzido. Isso significa que o autor precisa determinar com clareza o tema, as informações necessárias para desenvolvê-lo (com sua consequente organização) e um leitor presumido.

No vestibular da PUCRS você poderá escolher entre dois temas. Lembre-se de prestar muita atenção na delimitação daquele que eleger!

2. Fundamente sua argumentação

Você não pode esquecer que a redação do vestibular solicita um texto dissertativo-argumentativo. Para produzi-lo é necessário realizar uma boa fundamentação dos argumentos. Por isso, fuja das falácias (argumento que parece válido, mas que não se sustenta) e do “achismo”.

Lembre-se de que argumentar é um exercício diário: para viver, argumentamos! Argumentamos desde sempre, porque justificamos nossas escolhas, nossos pedidos, nossos (des)afetos, nossas ideias. Na vida cotidiana, procuramos ser o mais eficientes possível em nossos argumentos para não perdermos oportunidades.

Para fundamentar seus argumentos na redação, as diferentes áreas do conhecimento podem ser aliadas. Produza textos interdisciplinares, utilize citações, exemplos, comente a cultura popular… Todo o conhecimento de mundo que você tiver, desde que bem relacionado com o tema e com a sua argumentação, pode ser válido.

Vestibular 20233. Confira o Manual do Candidato

O Manual do Candidato pode ser conferido no site do Estude na PUCRS e nele estão importantes informações sobre a prova. Mais dicas para ter sucesso na escrita de sua redação podem ser encontradas nele. Não deixe de ler o documento, pois, assim, enfrentará a prova com muito mais tranquilidade.

Gostou das dicas, mas ainda não se inscreveu no vestibular? Ainda há tempo! As inscrições estão abertas até o dia 31 de outubro.

Inscreva-se para o Vestibular e ingresse na PUCRS em 2023

Entre os dias 3 e 7 de outubro acontecerá o 23º Salão de Iniciação Científica (SIC) da PUCRS, o encontro que visa proporcionar o intercâmbio de conhecimento e resultados das pesquisas desenvolvidas pelos/as bolsistas de Iniciação Científica em projetos orientados por pesquisadores. As inscrições estão abertas até o dia 12 de setembro através do link. Na PUCRS, muitos/as estudantes se envolvem com projetos de pesquisa com professores e alunos/as de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento. A oportunidade proporciona a conexão com a pesquisa científica, explorando na prática diferentes métodos, assuntos e possibilidades.

A universidade conta com a participação de diversos/as estudantes de graduação, que se destacaram ao longo de sua trajetória em grupos e laboratórios de pesquisa. Saiba de que forma o Programa de Iniciação Científica influenciou na jornada profissional e acadêmica de alguns destes alunos:

Foco no ramo profissional

Guylherme Rodrigues Selli / Foto: Matheus Gomes

O estudante da Escola de Humanidades Guylherme Rodrigues Selli desenvolveu o projeto Ambientes de inovação e sinergia: inteligência geoespacial aplicada à captação e mapeamento de talentos na PUCRS, que recebeu a Premiação de Trabalho Destaque na última edição do SIC. O aluno se destacou desde os primeiros semestres do curso, quando foi convidado por um dos seus professores de sala de aula para ingressar na iniciação científica como bolsista. Atualmente, Guylherme está em seu último semestre e participou do programa por dois anos. De acordo com o estudante, esta oportunidade permitiu que ele conhecesse ainda mais sua área.

“Graças ao contato que tive com a pesquisa, pude conhecer ainda mais na prática quais são as possibilidades que tenho profissionalmente na minha área. Com isso, consegui definir meu foco no ramo de Agronomia, Agronegócio e Tecnologia, depois de aprender mais sobre utilizar softwares e desenvolver autonomia ao longo destes anos na Iniciação Científica”, destacou o aluno.

Contato com profissionais de diferentes áreas

Pedro Antonio Fiori / Foto: Matheus Gomes

Pedro Antonio Fiori, estudante da Escola de Direito, também recebeu o reconhecimento de Trabalho Destaque no SIC 2021, com o projeto Trabalho e Previdência em situação de calamidade – altos estudos em tempos de emergência sanitária por Covid-19. O aluno conta que seu interesse com a pesquisa existe desde o início da faculdade, quando resolveu buscar por conta própria se envolver com a iniciação científica. Nesta busca, entrou em contato com a professora Denise Pires Fincato, que logo se tornou sua orientadora. Desde 2020 envolvido com o Programa, o estudante desenvolveu diversos projetos relacionando as leis trabalhistas e a pandemia de Covid-19, sempre em contato com outros colegas e profissionais da área.

“A experiência da Iniciação Científica proporciona o contato próximo com o professor e com outros colegas que estão no mestrado e doutorado. Essa aproximação proporciona bastante aprendizado de desenvolver projetos com pessoas que já atuam profissionalmente na área, tudo isso estando na graduação, por isso se torna uma experiência rica e única que a PUCRS oferece”, ressaltou o estudante.

Conhecer novas possibilidades

Júlia Maria Kuhl da Silva / Foto: Matheus Gomes

A aluna da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Júlia Maria Kuhl da Silva se destacou por sua atuação com o projeto Efeitos da berberina sobre os déficits cognitivos e comportamentais induzidos por crises convulsivas em peixe-zebra. A estudante ingressou na iniciação científica através de uma colega de turma que avisou de uma oportunidade para bolsista de iniciação científica. Sem conhecer muito sobre a área científica, a aluna resolveu ingressar no programa, participando por mais de três anos em diversos projetos de pesquisa, com orientação da pesquisadora Carla Denise Bonan. Nesta trajetória, Júlia pôde trabalhar com colegas de variadas áreas e projetos em diferentes campos da Biologia.

“A Biologia é uma área muito ampla, tem diversos nichos diferentes do que fazer. Essa experiência me ajudou muito a definir o que eu gosto, conhecer novas áreas e explorar diferentes possibilidades. Além disso, trabalhar com colegas engajados e que se apoiam faz toda a diferença para desenvolver o espírito de equipe e autonomia que vão fazer diferença profissionalmente”, comentou a estudante.

Envolvimento com a rotina de pesquisa

Arthur Angonese / Foto: Matheus Gomes

O aluno Arthur Angonese, da Escola de Medicina, desenvolveu o projeto Identificação dos Mecanismos e das Alterações Celulares pela Infecção com SARS-CoV-2 – Um estudo In Vitro. Seu interesse na área de pesquisa veio desde sua infância por influência familiar do seu pai, que desenvolve estudos na área de Tecnologia. Com isso, o estudante buscou a iniciação científica desde seu primeiro momento na graduação, quando encontrou a oportunidade de atuar como bolsista do programa no Laboratório de Biologia Molecular, com a orientação da pesquisadora Denise Cantarelli Machado. Desde então, Arthur se envolve há mais de dois anos em atividades de pesquisa com outros pesquisadores da área.

“Com a iniciação científica pude me aproximar dessa rotina de pesquisa, escrever artigos, conviver com colegas da área e ter aproximação com áreas e professores que me incentivam diretamente. Com essa experiência ficou muito claro que eu quero seguir nessa área de ciência e docência”, finalizou.

 

Pesquisa biográfica aborda memórias sobre a escravidão

Foto: Pexels

A pesquisa biográfica Memórias individuais e coletivas da escravidão e do comércio de escravos: uma comparação contrastiva de diferentes comunidades, gerações e agrupamentos em Gana e no Brasil, desenvolvida, no Brasil, pelo professor Hermílio Santos e pelas estudantes Raphaela Pereira Dellazeri e Giorgia Moreira, será financiada pela Deutsche Forschungsgemeinschaft (DFG), a principal agência alemã de fomento à pesquisa.  

Conheça o projeto de pesquisa biográfica 

O estudo é realizado utilizando métodos das sociologias do conhecimento e da figuração para reconstruir as interrelações entre diferentes práticas de memória, a individual e a coletiva. O objetivo é comparar a memória sobre a escravidão em diferentes regiões, gerações e agrupamentos em Gana e no Brasil. Para isso, serão realizadas entrevistas familiares (se possível, com várias gerações de uma mesma família), discussões em grupo e entrevistas temáticas ou etnográficas com visitantes e guias em espaços de memória. O projeto, que será realizado entre 2022 e 2025, conta com uma equipe de pesquisadores de diferentes países:  

No Brasil e em Gana, as memórias sobre a escravidão estão presentes tanto a nível individual quanto coletivo, com muitas pessoas conhecedoras do fato de que seus ancestrais foram escravizadores ou escravizados. No entanto, dentro de cada país, as atitudes em relação a essa história são muito diferentes e, por vezes, controversas. Contrastando essas narrativas, é possível examinar de perto essas diferenças e mostrar como elas se devem a diferentes trajetórias históricas e configurações sociais em mudança.  

Como recorte geográfico, são estudadas as cidades ganesas de Elmina e Cape Coast, de onde partiam os navios negreiros, e duas regiões do norte do país, onde pessoas foram capturadas e vendidas no mercado de escravos. Já no Brasil, o trabalho focará na região litorânea de Salvador, na Bahia, em que a maioria dos atuais habitantes são descendentes de ex-escravizados, e na região de Pelotas, onde a população descende, em sua maioria, de europeus.  

Como tudo começou  

Hermílio Santos

Professor Hermílio Santos/Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

O projeto aprovado para o financiamento da DFG teve origem em uma parceria entre o professor Hermílio (PUCRS) e a professora Gabriele (Universität Göttingen) em uma iniciativa de internacionalização do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, com financiamento da Fapergs que tem como objetivo a difusão na sociologia brasileira da abordagem reconstrutiva de pesquisa biográfica. Fazem parte dessa iniciativa, além do projeto que receberá o financiamento alemão, a pesquisa Herdeiras: Narrativas Biográficas de Três Gerações de Mulheres Pretas e a produção da série Herdeiras 

Leia também: Projeto Herdeiras: as consequências da exploração dos povos negros e indígenas 

Parceria Brasil e Alemanha

A PUCRS participa de diversos programas de internacionalização em cooperação com universidades alemãs. Inclusive, em parceria com a UFRGS, é sede do Centro de Estudos Europeus e AlemãesEm relação à Universität Göttingen, o acordo de cooperação é mantido desde 2014. Desde esse ano, a PUCRS tem recebido anualmente estudantes de pós-graduação em Ciências Sociais e encaminhado doutorandos para participar de atividades de treinamento no método de narrativas biográficas. Além disso, estudantes da graduação também tiveram a oportunidade de realizar mobilidade acadêmica com financiamento da Universidade alemã.  

Os pesquisadores do projeto agraciado com o financiamento da DFG também fazem parte dessa história. Hermílio já foi pesquisador visitante na instituição no exterior e Gabriele já esteve presente na PUCRS proferindo paletras, seminários e como professora visitante junto ao PPGCS. Ela já publicou duas obras pela Edipucrs, ambas com apresentação e revisão técnica da tradução realizadas por Hermílio. 

Saiba mais sobre internacionalização no site da PUCRS Internacional. 

Professora Bettina Steren/Foto: acervo pessoal

Estamos no dia 15 de outubro, período em que costuma mobilizar diferentes frentes no reconhecimento e valorização de uma profissão que contribui com tantas outras: Dia das Professoras e Professores.

Em 1994 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) versou sobre o Estatuto dos Professores e reconheceu o dia 5 de outubro como Dia Mundial dos Professores. Já, no Brasil, o dia 15 de outubro está relacionado às decisões tomadas desde o período Imperial com a criação do Ensino Elementar por D. Pedro I.

A pandemia de coronavírus veio reforçar os desafios enfrentados na constituição de milhares de docentes do país. Evidencia-se que as discussões sobre as incertezas e o destino da educação tornaram-se presentes nas diferentes regiões. No entanto, cabe destacar alguns aspectos que nos aproximam e nos distanciam em nossa própria profissão.

As condições do trabalho docente estão relacionadas com os fatores paradigmáticos, históricos, políticos, socioculturais e econômicos que envolvem a educação. Ou seja, se associam às concepções sobre o papel, valor e função da profissão às políticas públicas da educação, infraestrutura das instituições, formação, salários, gestão escolar, esferas pública e privada, modalidades de ensino, gênero, classe, identidades e questões socioafetivas.

Tanto tem se falado sobre o Burnout (FREUNDENBERG, 1974), a exaustão física e emocional, incentivando o debate sobre a saúde mental e o adoecimento de milhares de profissionais. Nesse sentido, é possível destacar o fenômeno do “mal-estar docente” cada vez mais presente no país e em seus diferentes contextos.

Professora Fernanda Silva do Nascimento/Foto: Acervo Pessoal

O “mal-estar docente” tornou-se objeto de estudo entre as décadas de 70 e 80 no Brasil. A natureza de seus fatores e indicadores fazem da temática uma questão complexa, das quais diferentes áreas podem contribuir com a reflexão sobre suas causas e possibilidades de enfrentamento. No entanto, é primordial a escuta e reconhecimento da pessoa-docente pela sociedade. Afinal, tratam-se de vidas, trajetórias, lutas, resistências e escolhas diárias que traçam como é ser, estar e tornar-se docente no Brasil.

As pesquisas realizadas pela doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação, Fernanda Silva do Nascimento, sob orientação da Dra. Bettina Steren dos Santos e parceria com o Grupo de pesquisa Promot (PUCRS) apontam que determinadas concepções de educação e das ciências têm reunido os aspectos afetivos, emocionais e psicológicos às questões cognitivas e sócio-históricas mostrando a necessidade de superar o pensamento disjuntivo e fragmentado por ideias mais abrangentes e dialógicas.

Os principais resultados apontam que o fenômeno do mal-estar docente está presente em escolas públicas e privadas do Rio Grande do Sul, assim como foram identificados elementos que contribuem com a promoção do bem-estar docente.

Observou-se que há uma correlação entre as esferas no que tange: a sobrecarga de trabalho, a percepção de desvalorização da profissão por parte da sociedade e os desafios relacionados às exigências e excesso de dedicação. Ademais, verificou-se que as relações interpessoais negativas, autoritárias e abusivas em certas instituições e os conflitos ideológicos contribuem com o desenvolvimento do mal-estar docente. Já os baixos salários, apontados com frequência, fazem com que docentes busquem mais de uma escola para trabalhar a fim de complementar suas rendas resultando em sobrecarga e estafa profissional.

Alguns desafios foram potencializados tendo em vista o ensino remoto emergencial: dificuldades no uso das tecnologias digitais, falta de recursos para melhor acessibilidade de docentes e estudantes e as incertezas e inseguranças geradas pelos altos índices de mortalidade, riscos de contaminação, precarização do trabalho, desigualdade econômica-social, negacionismo e medidas adotadas pelo atual governo do país.

As principais estratégias empregadas para enfrentamento pelos profissionais envolveram: o autoconhecimento (autoconceito, autoimagem, autoestima, imagem profissional), uso de recursos financeiros próprios ou familiares, exploração de metodologias de ensino criativas, formação continuada, parceria entre colegas de trabalho e apoio de profissionais da área médica e psicológica.

Enfatiza-se que o corpo docente deve ser escutado para que se possa compreender suas reais necessidades, os projetos pedagógicos e investigativos precisam ser construídos com a colaboração da comunidade educativa que somos convidadas a construir legitimando as propostas pedagógicas das instituições e reduzindo o distanciamento entre o que se diz, se inscreve nos textos normativos e o que se faz em nossa sociedade.

Além disso, o bem-estar docente se destacou orientado pela satisfação e valorização profissional, motivação e autorrealização. Não envolve somente às questões de saúde mental e deixa em evidência a necessidade de investimento das diferentes frentes e a relevância dos aspectos da resiliência, formação permanente, afetividade (do afetar-se), trabalho colaborativo e reconhecimento das iniciativas e instituições que contribuem com a promoção do bem-estar. Ainda que se considere seus traços subjetivos, se exibe o caráter político e a importância das relações dialógicas e coletivas em assegurar os direitos do professorado. O que temos feito?

Estamos diante de uma situação que envolve uma mudança de cultura, que implica o envolvimento de toda a sociedade para poder transformar a Educação e consequentemente a qualidade de vida dos cidadãos, milhares de professoras e professores.

Ma. Fernanda Silva do Nascimento (Doutoranda em Educação) e a Dra. Bettina Steren dos Santos.

Ar de Arte: projeto conecta pacientes em recuperação a artistas locais - Apresentações ao vivo de diferentes estilos musicais promovem o bem-estar de pessoas internadas no Hospital São Lucas da PUCRS e fomentam o mercado cultural

Rosana Hammarströn comenta que o projeto trouxe mais diversão para o seu dia a dia / Foto: Lucas Vilella

A arte está sempre presente nos mais diferentes aspectos da nossa vida, seja nos grafites nos muros da cidade, seja na música de fundo no supermercado ou até mesmo nos poemas escritos nas ruas. Muitas vezes, estamos tão habituados com a arte que ela passa despercebida. Da mesma maneira acontece com a respiração. É por isso que um projeto que vem acontecendo na Universidade recebeu o nome Ar de Arte. Ele busca lembrar que a arte é tão essencial quanto o ar para viver. 

A iniciativa é de professores e estudantes das Escolas de Medicina, Humanidades e integra as ações do projeto do CNPq Leitura, arte e prazer em espaços do Hospital São Lucas da PUCRS, e além disso, conta com o apoio da equipe do Instituto de Cultura da Universidade. Até o momento, a ação que planeja focar nos momentos em que a arte entra na vida das pessoas atenuando situações que muitas vezes parecem fora de controle – como doenças que surgem de forma inesperada -, já beneficiou pacientes das áreas da Oncologia, da Psiquiatria e da Hemodiálise do HSL.  

Além de promover o bem-estar, o entretenimento e uma recuperação mais tranquila, o projeto também valoriza a indústria cultural local, uma das áreas mais afetadas pela crise e pela instabilidade que se intensificaram na pandemia de Covid-19. O grupo de artistas que participa, com músicos de diferentes estilos, recebe um cachê para cada apresentação, que acontece semanalmente. Ou seja, todos interagem e se beneficiam. 15 tablets, pelos quais são transmitidas apresentações ao vivo por meio de videochamadas, também ficam à disposição para o acesso de playlists no YouTube com um vasto acervo que reúne vídeos de música, artes visuais, dança, curtas metragens e conversas.  

“A gente pensa mais na vida. A música traz muitas lembranças”, conta Flávia de Oliveira, uma paciente. “Traz alegria e ameniza o sofrimento. É uma forma muito gostosa de passar o tempo”, complementa Rosana Hammarströn, outra paciente. 

Um processo de resgate da identidade 

Ar de Arte: projeto conecta pacientes em recuperação a artistas locais - Apresentações ao vivo de diferentes estilos musicais promovem o bem-estar de pessoas internadas no Hospital São Lucas da PUCRS e fomentam o mercado cultural

Paciente Flávia de Oliveira aprova a ação cultural / Foto: Lucas Vilella

Isabela Bitencourt, aluna do curso de Medicina e participante do projeto, conta que teve uma das suas experiências de vida mais emocionantes. “Foi com uma paciente da UTI que eu acompanho. É um caso muito grave, ela usa máscara de oxigênio, está com hipoglicemia e mesmo com toda a fragilidade do quadro de saúde, em uma das lives, ela teve forças para conseguir cantar junto com a cantora e pedir músicas”, conta. 

Ela complementa que a paciente também se emocionou bastante e “conseguiu se reconectar com quem ela era antes de tudo isso, antes da doença. Esse resgate da dignidade é fundamental para o processo de cura ou de tratamento”. 

Entre os depoimentos, algumas das frases mais comuns são “assim me divirto um pouco, gosto de ver vocês”, “estou pronto para mais uma”, “hoje vou pedir música” e “legal, é rock do meu tempo”, conta Ivan Antonello, médico nefrologista no HSL, sobre as manifestações de pacientes que fazem uma ruptura no seu dia comum de diálise, presos às linhas de uma máquina: 

“Surpresos, recebem fones de ouvido e são embalados pela imagem e o som de um músico movimentando-se na telinha do computador. Lembram momentos bons de quando a música e a saúde eram parceiras. Percebem que também podem ser protagonistas ao escolherem a canção. E nós, acadêmicos, enfermagem e médicos nos alegramos com a alegria deles”.

Essa aproximação com pacientes também é uma oportunidade para a formação de estudantes: “Eles aprendem a escutar com mais atenção e nós sabemos que a doença não é tudo que o paciente traz consigo quando interna. Eles carregam sofrimentos que são particulares, individuais e têm causas próprias”, reforça. 

A cultura é o cultivo da vida 

Ar de Arte: projeto conecta pacientes em recuperação a artistas locais - Apresentações ao vivo de diferentes estilos musicais promovem o bem-estar de pessoas internadas no Hospital São Lucas da PUCRS e fomentam o mercado cultural

Ar de Arte leva mais cultura para pacientes do HSL / Foto: Lucas Vilella

Levar a arte para que as pessoas possam respirar e ter um pouco mais de paz em um momento tão difícil. Esse é um dos objetivos do projeto, afirma Ricardo Barberena, diretor do Instituto de Cultura da PUCRS. “Ele nasce da convicção de que a arte é, acima de tudo, uma forma de resistência e reexistência. A cultura é uma forma de nos humanizar, mas também de fortalecer em muitos momentos”, destaca. 

Já para Diego Lopes, um dos músicos da iniciativa, a sua participação é uma forma de devolver o bem que a música o faz. “Em cada época da minha vida eu tenho uma memória afetiva com grandes canções e isso faz parte da minha formação. Poder dividir essas memórias é uma satisfação pessoal muito grande”, reforça.  

Saiba mais sobre o projeto e conheça a equipe.  

Série Guaíba

Leonardo Machado e Ezequias Schafer/ Foto: Eduardo Amorim/Divulgação

Quatro professores da PUCRS participam da série Guaíba, onde as águas se encontram, gravada em 2018 e que será lançada na noite de hoje. Ao longo de seus 13 episódios, cada um com 26 minutos de duração, é contada a história de formação do Guaíba, sua evolução e a transformação das cidades ao seu entorno. Além disso, há uma atenção especial à necessidade de preservar a biodiversidade, além de políticas públicas que privilegiem a sustentabilidade ecológica de todos que vivem nessa região.

Para isso, foram coletados depoimentos de importantes pesquisadores de diversas áreas, entre eles os docentes Edison Hüttner, Luciano Zasso e Klaus Hilbert, da Escola de Humanidades; e Marcos Brandalise da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Com isso, a Universidade pôde oferecer conhecimentos em história, arqueologia, geografia e biologia, colaborando com a difusão do conhecimento.

Para o professor Hüttner, “o estuário do Guaíba, onde as águas se encontram, revela antigas lembranças de barcos e tripulantes, dos peixes, de ilhas e da formação das cidades. São águas que nutrem nossa cultura e história. As filmagens e os depoimentos da série trazem a esperança de preservar todas essas histórias, além das águas e de sua biodiversidade”.

O professor Luciano Zasso, por sua vez, conta que “a série reúne um conjunto de elementos que oportunizam ao público conhecer de maneira mais ampla e aprofundada esse valoroso manancial lacustre e seus diferentes aspectos de cunho geoambiental, social, histórico, econômico, entre tantos outros”. Ele destaca, ainda, que espera que essa produção “possa aproximar a população ao Guaíba no sentido de trazer conhecimento para que possamos nos envolver cada vez mais com esse ambiente de relevada importância e para que a população tenha condições de fazer uso responsável e sustentável deste riquíssimo ecossistema”.

Produção pode ser conferida na Fish TV

A série foi produzida por Carmem Curval, com direção de Pedro Zimmermann e pesquisa de Cristiano Goldschmidt, que foi responsável pelos depoimentos. Segundo ele, a participação dos pesquisadores foi fundamental para a produção, já que contribuíram com seus conhecimentos para que o projeto se concretizasse.

A produção será lançada nesta sexta-feira, 16/7, às 22h, na Fish TV (canal 58 da NET e da TV Claro e 162 da SKY).

Conheça iniciativas que visam auxiliar e dar protagonismo aos povos indígenas

Foto: Pixabay

Mais de 150 povos indígenas já foram infectados pela Covid-19, com 55.667 casos confirmados até a data de hoje, 18 de junho, de acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). No entanto, essa não é a única realidade que preocupa essas populações: disputas pelas terras, violência e dificuldades econômicas estão entre os problemas enfrentados pelos indígenas na atualidade.  

A partir das realidades vivenciadas por esses povos, estudantes e professores da Escola de Humanidades da PUCRS desenvolveram ações que têm os povos indígenas como protagonistas. Confira duas delas: 

Tecnologia aliada à prevenção 

Por meio de um projeto de extensão, o Núcleo de Estudos em Cultura Afro-brasileira e Indígena (Neabi) da PUCRS, ligado ao programa de Pós-Graduação em História, desenvolveu a iniciativa Tecnologia UV-C no auxílio ao combate à pandemia de Covid-19 em aldeias indígenasEssa ação visa capacitar agentes de saúde que atuam em comunidades das etnias Potiguara, Gavião, Tabajara e Tubiba Tapuya, no Ceará, a utilizarem um equipamento de luz ultravioleta, denominado UV-C INFO, na esterilização de ambientes 

Essa tecnologia é produzida pela Hüttech, empresa que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) e que realizou doações do equipamento para que pudesse ser utilizado nas comunidades. Sua ação consiste na quebra das ligações de DNA e RNA de fungos, vírus e bactérias pela radiação ultravioleta, esterilizando o ambiente. Dessa forma, o ar e as superfícies que contém uma boa iluminação para a ação do UV-C INFO ficam livres desses microrganismos que podem ser nocivos ao ser humano.  

O professor Edison Hüttner, um dos responsáveis pelo projeto, explica que essa iniciativa é importante pois os povos indígenas estão suscetíveis a diferentes enfermidades. “Não apenas o coronavírus acomete essas populações, mas bactérias e fungos, também. Por isso, disponibilizamos essa tecnologia aos agentes de saúde, para que as comunidades indígenas pudessem lutar contra a Covid-19, atuando na prevenção de forma mais efetiva”. 

Povos Indígenas por eles próprios 

Reunindo representantes de oito etnias indígenas (Kaigang, Xokleng-Konglui, Kaiapó, Boe Bororo e Terena, Suiá, Yawalapiti e Puyanawa) de quatro estados diferentes (Acre, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Pará), o Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUCRS (Caes) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e o Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA), realizou o evento Povos Indígenas por eles Próprios no dia 17 de junho.  A mediação do foi realizada pelo professor Hermílio dos Santos.

Na ocasião, o cacique Moritororeu Boe Bororo, do Mato Grosso, iniciou sua apresentação realizando uma saudação em sua língua nativa e relembrando o multiculturalismo dos povos indígenas brasileiros. Essa população não é homogênea e isso ficou nítido no evento, visto que cada etnia participante possuía uma língua própria pertencente a diferentes troncos linguísticos, como Pano, Aruak, Bororo e Jê. A resistência cultural desses povos também foi um dos assuntos abordados no encontro. 

Além disso, foi discutida a disputa pela terra, uma das principais lutas desses povos na atualidade. A ideia do encontro era observar a perspectiva indígena sobre esses temas, por isso, representantes de alguns dos povos do território indígena do Xingu puderam abordar a questão da extração ilegal de madeira na região, apresentando, além de dados, suas vivências e explicando a importância da relação dos indígenas com a terra em que habitam. Um relatório da ONU de 2018 já demonstrava que as regiões habitadas pelos nativos preservam mais o meio ambiente. 

Por fim, foram abordadas características culturais específicas das etnias participantes do evento e suas perspectivas futuras em relação a seus povos.  

Em breve, esse e outros encontros que discutiram questões indígenas com a presença desses povos, receberão legendas em língua inglesa e serão divulgados para acesso de todos os interessados.  

Dia Mundial da Educação: quem cuida de quem ensina?

Na pandemia, o trabalho de professoras e professores tem sido essencial para a continuidade do ensino / Foto: Katerina Holmes/Pexels

A pandemia impactou a vida de pessoas no mundo todo, cobrou reações imediatas das autoridades e exigiu da população força e resiliência. A área da educação também precisou se reestruturar e uma nova dinâmica de ensino ganhou espaço, expondo fragilidades e enfatizando desigualdades sociais. Durante este longo período de distanciamento social em que vivemos, já se somam 13 meses de aulas remotas, além de uma série de aprendizados e desafios enfrentados por professores e professoras, principalmente da educação básica. 

No Dia Mundial da Educação, celebrado neste 28 de abril, o contexto de dificuldade reforça a importância de ações que ampliem os investimentos em educação, valorizem os profissionais da área e democratizem o acesso aos ensinos básico, técnico e superior.  

Com o intuito de contribuir com essas reflexões, o estudo Impactos da Pandemia na Pessoa Docente, desenvolvido na Escola de Humanidades da PUCRS e coordenado pela professora Bettina Steren, junto com o seu grupo de pesquisa PROMOT (Processos Motivacionais em Contextos Educativos), identificou nuances da experiência pessoal e profissional dos professores e professoras durante esse período de crise. O grupo faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS, um dos melhores do País, com nota 6 segundo a Capes, e referência internacional. 

A pesquisa ouviu mais de 200 participantes de dezenas de municípios do Rio Grande do Sul e de localidades de fora do Estado e do País, que responderam a um questionário online com 25 perguntas, em maio de 2020. O número mais expressivo de participantes é de docentes de escolas públicas (74,8%), que atuam no Ensino Fundamental (40%) e com mais de 15 anos de docência (36,6%). Eles também representam a maioria (93,6%) das instituições que adotaram o ensino remoto emergencial. 

Superando barreiras que não são físicas 

Dificuldade no uso de tecnologias, adaptação curricular, comunicação, sobrecarga de trabalho e realidade socioeconômica dos estudantes foram os desafios profissionais mais citados pelos participantes. Quando questionados sobre os desafios pessoais, os pontos que mais impactaram a atuação dos docentes foram a expectativa de atender às necessidades tanto dos estudantes e dos pais como das coordenações, e a dificuldade de cativar as turmas sem a possibilidade de contato físico proporcionado em sala de aula.  

De acordo com a pesquisadora, apesar dos obstáculos, os docentes seguem ativos buscando formas de minimizar os impactos negativos da pandemia no futuro dos estudantes – especialmente daqueles que possuem menos recursos:

“Há professores e professoras, juntamente com estudantes, buscando incansavelmente formas de manter o ensino e os processos de aprendizagem em ação. Na visão de docentes de escolas públicas e privadas, segundo dados da pesquisa, a experiência destes dois anos tem contribuído em certa medida para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes, assim como a valorização da escola e autoconhecimento emocional”

Perspectiva de superação e aprendizado também é apontada na pesquisa 

Um ano de conquistas e reconhecimentos para a PUCRS - Universidade ganhou prêmios e se destacou em diferentes áreas

O papel da Universidade é transformar o futuro ao lado da comunidade por meio do ensino / Foto: Bruno Todeschini

Além das dificuldades, os professores da educação básica também citaram os aprendizados desse período de docência remota. Dentre os aspectos profissionais, estão o acesso a novas tecnologias e metodologias de ensino, o aprimoramento do planejamento docente e o desenvolvimento profissional. Na perspectiva pessoal, empatia, autoconhecimento, planejamento e resiliência foram os aprendizados mais citados.  

Para o pós-pandemia, Bettina ressalta que as pesquisas sobre bem-estar e mal-estar docente apontam para a necessidade de valorização profissional, representada por melhores condições de trabalho, sejam elas referentes à infraestrutura das escolas, programas de formação docente continuada, aumento salarial, ações governamentais, respeito à trajetória e escuta de cada professor e professora:

“Os estudos indicam, também, a necessidade de institucionalização de redes de apoio nas comunidades escolares em parcerias com universidades e profissionais de diferentes áreas, como apoio psicológico, rodas de conversas e metodologias ativas na resolução de problemas e construção do conhecimento.    

Dia Mundial da Educação para além do ensino superior 

Para o professor e decano da Escola de Humanidades, Draiton Gonzaga, o Dia Mundial da Educação reforça que o presente e o futuro do País passam, necessariamente, pelas mãos de docentes que contribuem para a formação de cidadãos e cidadãs. Profissionais e cidadãos do futuro dependem de educação de qualidade para dar continuidade à sua trajetória no ensino superior nas mais diversas áreas e construir o amanhã, inclusive, como professores e professoras.  

E é a base para esse futuro que é moldada coletivamente no hoje, afirma Ana Soster, decana associada da Escola de Humanidades. “A Universidade exerce um papel fundamental na formação das pessoas que sonham em ensinar. É na interação com o ensino básico e com a comunidade que fortalecemos a função social da docência e contribuímos para as mudanças. No ambiente acadêmico, aprendendo a ensinar, é que compreendemos o quanto esse processo é permanente e contínuo”, destaca. 

Curso sobre migrações acontece nos dias 4 e 5 de maio de 2021

Curso de extensão gratuito sobre migrações contará com pesquisadoras da PUCRS e da Universidad de Granada, da Espanha / Foto: Sebastien Goldberg/Unsplash

Tema importante em pesquisas nas áreas de História e das Ciências Sociais, a migração é um conceito complexo de definir. De forma geral, trata-se do deslocamento geográfico de pessoas ou grupos sociais – o que inclui tanto indivíduos que migram de um país para o outro quanto aqueles que saem de suas casas e percorrem determinado trajeto todos os dias para trabalhar. Nesse sentido, não seria errado dizer que, em algum nível, salvo raras exceções, somos todos migrantes. 

Existem diferentes qualificações para esse fenômeno relacionadas ao tempo, forma, frequência e distância, por exemplo. Para aprofundar esse assunto a Escola de Humanidades promove, nos dias 4 e 5 de maio, o curso de extensão gratuito Contextos de Migração: Categorias que emergem desde distintos cenários. 

A atividade irá reunir pesquisadoras da PUCRS e da Universidad de Granada, da Espanha, propondo um diálogo entre seus caminhos de estudo e favorecendo pontos de intersecção. Para a mediadora do evento e bolsista de pós-doutorado pelo Projeto de Cooperação Internacional Migrações: Perspectivas Histórico-conceituais e Análise de Fenômenos Contemporâneos no âmbito do Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt)Cláudia Guedes, esta é uma oportunidade para que essa troca atravesse fronteiras para que, ao fim dos dois dias, os participantes tenham aprendido um pouco mais sobre o tema. 

Por que migrar? 

Economia, religião e desastres naturais são alguns dos motivos pelos quais as pessoas migram. Outro fator que desencadeia esse fenômeno é a tentativa de escapar de situações graves de conflito, guerra e fome, como o caso dos refugiados sírios em função da guerra civil iniciada em 2011. Ao mesmo tempo, há casos de migração no qual os indivíduos estão simplesmente buscando melhores condições de vida, seja em relação a trabalho, saúde ou bem-estar. 

Segundo Cláudia, pesquisas sobre o tema surgem quando a migração revela algum impacto ou esclarece uma composição social do presente. Tanto o caso da Síria quanto outros que chamam a atenção, como os africanos que migram para a Europa e os mexicanos que vão para os Estados Unidos, são exemplos do fluxo migratório do Sul em direção ao Norte do planeta – que gera muitos impactos conhecidos:  

“Podemos destacar o caráter marginal da inclusão destes grupos no território de destino, a dificuldade de integração e novos conflitos que podem vivenciar em um lugar no qual não se sentem bem-vindos”. 

Como exemplos de outros fluxos, a pesquisadora comenta sobre dois que serão debatidos no curso de extensão sobre migrações de caráter Sul-Sul: a migração haitiana no Chile e a chegada de palestinos no sul do Brasil. Em outra mesa, se discutirá nas práticas os programas de asilo europeus e migrações internas dos caboclos brasileiros. 

Desafios das migrações 

A partir das migrações, surgem outros temas e categorias para a pesquisa social, como pertencimento, gênero, racismo, identidade e colonização. Em muitos casos, os migrantes não são bem-vindos e acabam sofrendo preconceito – além dos outros inúmeros desafios que enfrentam ao chegarem a um lugar novo.  

Na Europa, os programas de asilo são frequentemente questionados. “Os governos mais progressistas tendem a apoiá-los e defendem seu aperfeiçoamento. Já os mais conservadores apresentam um discurso de ‘proteger’ sua população da invasão estrangeira. Na prática, de todas as formas, há muita contradição”, explica Cláudia. 

A pesquisadora acredita que falar sobre o tema, ler, ouvir especialistas, buscar entender melhor as migrações e até mesmo viajar contribui para favorecer a conscientização sobre a complexidade desse tema. “Vemos situações precárias de migrantes que deixam seu país de origem e são barrados na busca por integração em seu destino. E o que dizer daqueles que são deslocados de seu próprio território e deixados na precariedade para favorecer um grupo que chega depois?”, questiona. 

Confira detalhes do curso de extensão sobre migrações 

O curso de extensão gratuito Contextos de Migração: Categorias que emergem desde distintos cenários acontece nos dias 4 e 5 de maio, a partir das 18h. A atividade é promovida pelo grupo de estudos Movimentos Migratórios na América Latina: Uma perspectiva histórica do Programa de Pós-Graduação em História da Escola de Humanidades. 

No dia 4 de maio, a mesa redonda será composta pela doutoranda em História da Escola de Humanidades Caroline Nunes e pela doutora em Estudos Migratórios pela Universidad de Granada (Espanha) Lissette Madriaga Parra. Já no dia 5, a mesa será formada pela doutoranda em Estudos Migratorios da Universidad de Granada Diana Garcés-Amaya e pela mestre em História pela PUCRS Milliann Carla Strona. A moderação será feita por Cláudia Guedes. 

Para participar do curso, é preciso preencher este formulário. 

Sobre Cláudia Guedes 

Cláudia Guedes é doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe e doutoranda em Ciências Sociais pela Universidad de Granada, Espanha (desde 2018). Bacharel em Ciências Sociais e mestre em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atuou no exterior na Università di Pisa, na Universidad Nacional de Costa Rica e na Universidad de Granada. Tem experiência na área de Sociologia, Ciência Política e Relações Internacionais, com publicações e apresentações na área de desenvolvimento, políticas públicas, colonização. Nos últimos anos, estas questões têm como foco a questão indígena. 

Atualmente é pesquisadora visitante da Escola de Humanidades pelo PUCRS-PrInt, com bolsa Jovem Talento. Em sua pesquisa, investiga as origens indígenas ignoradas no Sul do Brasil e suas razões. O recorte geográfico escolhido é a região serrana catarinense, por sua relação com o tropeirismo e por características gerais que divergem de outros índices do estado. A pesquisa está prevista para ser concluída no mês de maio. 

Sobre o PUCRS-PrInt 

O Projeto Institucional de Internacionalização da PUCRS (PUCRS-PrInt) tem por objetivo desenvolver e integrar a dimensão internacional no âmbito do ensino de pós-graduação stricto sensu e da pesquisa da Universidade, visando a excelência acadêmica e soluções transformadoras para questões globais da sociedade.  

Ao todo são três temas prioritários que estão alinhados com os eixos temáticos de pesquisa e inovação previamente estabelecidos pela Universidade. Eles refletem problemas complexos da sociedade, nos quais a Universidade tem as competências necessárias para o aprofundamento e busca de alternativas que representem mudanças da realidade. Benefícios de mobilidade discente e docente para o Brasil e para o exterior estão disponíveis em editais de diferentes modalidades. Saiba mais acessando o site do projeto.

Draiton Gonzaga ao lado de Angela Merkel

Professor Draiton Souza com a Chanceler Federal da Alemanha, Angela Merkel.
Foto: acervo pessoal

O governo alemão concedeu ao decano da Escola de Humanidadesprofessor Draiton Gonzaga de Souza, a Ordem do Mérito Verdienstkreuz am Bande, homenagem que reconhece seu trabalho interdisciplinar em prol da cooperação entre Brasil e Alemanha. A cerimônia está prevista para acontecer presencialmente quando os protocolos sanitários permitirem, contando com a presença do embaixador alemão no Brasil, Heiko ThomsEm 2006Ir. Norberto Rauch, ex-reitor da PUCRS, também recebeu a Cruz do Mérito da Alemanha. 

A honraria foi instituída por Theodor Heuss, primeiro presidente da República Federal da Alemanha no pós-guerra, em 1951. A Verdienstkreuz am Bande é a única e mais alta condecoração civil do governo, outorgada por méritos obtidos na prestação de serviços para o bem comum. Para sua obtenção, são levadas em consideração realizações intelectuais, políticas, econômicas ou sociais, como também serviços prestados em benefício do país em áreas sociais, criativas ou de apoio à humanidade. 

“Essa honraria reconhece um trabalho que eu realizei em equipe, é impossível ganhar essa medalha sozinho. Eu fico feliz por ter a oportunidade de agradecer aos meus colaboradores e colaboradoras que auxiliaram nessa cooperação Brasil e Alemanha ao longo dos 23 anos de atuação. Esse é um trabalho que envolveu muitos atores, inclusive a PUCRS, que teve um papel fundamental, conta o decanoO professor acrescentou que ter sido condecorado com a Verdienstkreutz am Bande é um motor para que ele continue suas pesquisas. 

Conheça a trajetória acadêmica do professor Draiton Gonzaga