Programa de Bolsas em Licenciaturas da Escola de Humanidades beneficiou 160 estudantes em 2022/ Foto: Bruno Todeschini
O Programa de Bolsas de Formação Inicial em Licenciaturas, viabilizado após a participação e seleção da Escola no Edital 66/21 SEB/MEC, possibilitou à Escola de Humanidades da PUCRS a concessão de 160 bolsas nos cursos de Licenciatura em Pedagogia, Letras Português e Ciências Biológicas no primeiro semestre de 2022, quando o projeto foi iniciado. “Dos selecionados, muitos já atuam como docentes ou educadores sociais, da educação infantil ou anos iniciais, mas não têm formação superior”, explica Ana Regina Soster, professora da Escola de Humanidades e coordenadora do projeto. Logo, a ideia é que a iniciativa contribua para a qualificação do ensino básico, principalmente nas escolas públicas.
Conhecida como a “profissão que forma todas as profissões”, a docência exerce um papel fundamental na construção da sociedade. No entanto, sofre com constante desvalorização – além da baixa procura: os cursos de licenciatura são cada vez menos almejados pelos jovens. Segundo uma pesquisa da Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), o déficit de professores em todas as etapas da educação básica pode chegar a 235 mil em menos de vinte anos. O estudo também aponta que o número de ingressos em cursos presenciais de licenciatura caiu 37,6% na última década. Tudo isso impacta na qualidade da educação e no futuro do País – considerando esse movimento, a Escola de Humanidades busca incentivar a formação de novos professores da educação básica.
O projeto foi construído tendo como base um conjunto de ações de apoio e de formação, como seminários integrados, palestras, oficinas e vivências nas escolas de educação básica. Ana Regina explica que os cursos de licenciatura da Escola de Humanidades passaram por uma grande reestruturação curricular implantada no primeiro semestre de 2020. Com base na aprendizagem pela pesquisa e em um forte caráter interdisciplinar, as licenciaturas possuem, em seu primeiro semestre, disciplinas em comum com todos os cursos. Essas disciplinas contemplam um olhar sobre o contexto social mundial e principalmente nacional. Entre elas, estão: Leituras de Brasil; História, Tempo e Memória e Demografia e Sustentabilidade.
A Iniciação à Docência, na qual os alunos vivenciam experiências em escolas, é realizada do 1º ao 5º semestre. Em todas as etapas da iniciação, os alunos recebem acompanhamento de professores do Núcleo de Iniciação à Docência (NID) da Escola de Humanidades, que possuem experiência com atuação na educação básica em diferentes áreas do conhecimento. A professora ainda ressalta que o contato com alunos de diferentes realidades é fundamental para a construção da consciência social dos estudantes de licenciatura.
Iniciação à Docência contribui para a formação prática dos estudantes de licenciatura/ Foto: Bruno Todeschini
“São estas vivências que aproximam nossos licenciandos da realidade da comunidade escolar, contribuindo para o reconhecimento das dificuldades, possibilidades e para o amadurecimento ao longo do processo na construção de um trabalho coletivo, com projetos interdisciplinares que contribuam de modo mais efetivo nas salas de aula das redes”, destaca.
Ana também comenta a importância do conhecimento e experiência prévios dos alunos que já atuavam na docência antes mesmo de ingressarem na licenciatura:
“A educação é um processo de mão dupla. Como colocado por Paulo Freire: ‘quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender’. Partilhar as experiências vividas, observar a própria prática docente com base na formação construída na universidade são partes do processo de ensino aprendizagem”, pontua a professora.
A divisão das disciplinas de iniciação à docência é feita da seguinte forma:
O Centro de Apoio Discente da PUCRS também integra o projeto e vem contribuindo tanto na perspectiva pedagógica, quanto na socioemocional. O serviço da Universidade atua por meio de três núcleos: o Núcleo de Apoio à Aprendizagem, que oferece monitorias em diversas disciplinas, além de oficinas e atividades extracurriculares; o Núcleo de Apoio à Educação Inclusiva que executa ações para promover o acesso e a permanência de alunos com transtornos de aprendizagem, deficiências e outras necessidades; e por fim, o Núcleo de Apoio Psicossocial que promove o acolhimento e a escuta qualificada para prevenção, intervenção e mediação de questões relativas à saúde mental dos alunos. “Esses núcleos muito têm contribuído para que as(os) estudantes possam superar as dificuldades e consigam usufruir das melhores condições para alcançar o resultado desejado: a conclusão da graduação prevista para o segundo semestre de 2025”, celebra Ana.
Projetos de incentivo à docência são fundamentais para a valorização da profissão/ Foto: Bruno Todeschini
Ana Regina acredita que projetos de incentivo à formação docente, como a iniciativa da Escola de Humanidades, são essenciais para retomar a valorização da profissão. Apesar de várias universidades, em especial as comunitárias, se esforçarem para manter os cursos de licenciatura, a baixa procura pela formação docente faz com que muitos deles acabem sendo descontinuados. Para a professora, é fundamental que os diferentes setores e estruturas de poder da sociedade compreendam a gravidade dessa situação e percebam a importância da educação como um investimento a longo prazo.
“Precisamos valorizar a profissão como carreira, entendo que a graduação é parte de um processo de formação continuada. Não teremos resultados positivos nas provas aplicadas aos estudantes da educação básica se não investirmos pesadamente em formação inicial e continuada, valorização da carreira docente, qualificação das escolas e suporte aos estudantes em todos os níveis para que permaneçam nos bancos das escolas e universidades”, afirma ela.
No entanto, ela pontua que traduzir para a sociedade a importância da formação de novos docentes é um desafio. É necessário um esforço conjunto de universidades e escolas, tanto públicas como privadas, para debater as dificuldades não só de formar novos docentes, mas também de estimular aqueles já formados em diversas áreas do conhecimento, já que muitos não são mais atuantes no mercado, como professores.
“Na sociedade complexa, ambígua, volátil e incerta na qual vivemos, uma formação que não contemple o reconhecimento da interdisciplinaridade, do trabalho colaborativo, do aprender pela pesquisa, do domínio das tecnologias e da inovação não atenderá as necessidades da realidade”, finaliza.
Estude na Escola de Humanidades
Pesquisador Alexandre Anselmo Guilherme publica livro sobre os desafios da atuação dos professores/ Foto: Bruno Todeschini
O professor e pesquisador da Escola de Humanidades da PUCRS, Alexandre Anselmo Guilherme, organizou o livro Formação de Professores ao redor do mundo: desafios e oportunidades, publicado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco-Brasil) e pela Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade da Universidade Católica de Brasília (UCB). O docente foi editor em conjunto com o professor Renato de Oliveira Brito, da UCB, no projeto que envolveu 13 países para discutir a formação, condições de trabalho e carreira dos professores em escala global.
A obra debate o contexto educacional, político, social e cultural mundial, apresentando experiências de pesquisadores vinculados às universidades de liderança mundial do Brasil, Chile, Canadá, Noruega, Suécia, Finlândia, Reino Unido, Índia, Singapura, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Israel. O objetivo do livro é demonstrar os desafios e oportunidades de desenvolvimento desses respectivos sistemas de educação, ampliando as discussões de forma acessível, com distribuição gratuita em português e inglês. A obra pode ser conferida aqui.
Alexandre conta que a oportunidade de construir a publicação surgiu através de sua atuação no Ministério da Educação, onde trabalhou com o professor Renato. A partir desta relação, eles se uniram para construir o projeto em rede com contatos internacionais e com o incentivo da Unesco e da Cátedra em Brasília.
Bernardete Gatti, pesquisadora de Educação da Fundação Carlos Chagas Instituto de Estudos Avançados (Universidade de São Paulo), foi responsável pela apresentação do livro, onde destacou a importância da escolarização básica de grandes parcelas das populações em diferentes países. Conforme a docente explica na introdução, os profissionais da educação cumprem papéis importantes no processo de formação das novas gerações, proporcionando a participação social e cidadã efetiva destes jovens em uma vida em comunidade.
“Compreender e discutir a formação, as condições de trabalho e carreira dos professores, e, em decorrência sua configuração identitária profissional, se torna importante para políticas e ações formativas que aportam qualidade aos processos educacionais que se realizam nos cotidianos escolares, nos seus diversos contextos e níveis”, destaca Bernardete.
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A população brasileira está lendo menos. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo IBOPE, entre 2015 e 2019, o Brasil perdeu mais 4,6 milhões de leitores, o que significa uma queda de 56% para 52% no número de pessoas que leem no país. Fatores como gênero, idade, escolaridade e renda acabam influenciando a criação e o mantimento do hábito de não só ler como comprar livros e frequentar bibliotecas. O estudo mostrou que o número de leitores é maior nos anos escolares (5 e 17 anos), com incidência maior entre os 11 aos 13 anos, onde 81% das crianças se consideram leitoras.
A leitura acaba sendo muitas vezes estimulada na escola e em casa por professores, pais e responsáveis. Para o professor do curso de Escrita Criativa da PUCRS Cristiano Baldi o espaço em que a criança está inserida faz toda a diferença nesse processo.
“Aqui fala minha experiência de pai mais do que qualquer outra coisa: o ponto decisivo é o ambiente e o exemplo. Ter livros, ler livros, fazer atividades que envolvam livros. Eu, por exemplo, gosto de pedras e cogumelos. Magicamente, meu filho gosta de pedras e cogumelos, sem que eu jamais tenha forçado qualquer coisa.”
O hábito, se não construído constantemente, pode acabar se perdendo na vida adulta: a pesquisa mostra que o número de pessoas leitoras no país começa diminuir depois dos 18 anos. Cristiano considera que a manutenção do hábito só acontece se ele for atrelado a boas experiências.
“Não vejo o que se possa fazer com um adolescente, além de manter um ambiente em que a leitura seja um hábito – e que seja fácil e mais ou menos livre. Por outro lado, ler demanda algum tempo minimamente ininterrupto, além de concentração, ativos que estão mais raros na vida contemporânea do que costumavam ser.”
Leitura e estudo são essenciais para se tornar um bom escritor/ Foto: Pexels
Quando a leitura se torna algo prazeroso é comum que surja também uma vontade de escrever sua própria história. Intimidante para algumas pessoas, o ato de escrever acaba sendo o sonho para outras. Mas o que é necessário para colocar a ideia no papel e efetivamente escrever? Parece simples, mas não é. Para o professor, existem três pontos que toda pessoa que pretende seguir por esse caminho precisa entender.
1. Leia muito
A primeira recomendação é ler. A leitura nos coloca em contato direto com a instância mais material da composição literária: a língua. A partir da leitura, vamos compreendendo o potencial expressivo da linguagem e a dinâmica oculta do nosso idioma – seus ritmos e sua lógica.
É preciso estudar a literatura, é claro, porque sempre escrevemos dentro de uma tradição. Mas estudar também técnica literária, como fazemos no curso de Escrita Criativa da PUCRS. Existe uma visão, felizmente bastante anacrônica hoje em dia, segundo a qual para escrever bastaria talento. Isso que chamamos talento, ainda que de forma pouco precisa, é sem dúvida importante. Mas provavelmente o caminho mais seguro para expressar esse talento seja o estudo da técnica.
Para escrever é preciso escrever. Ler e estudar escrita é importante, mas só a experiência de escrever cria uma consciência dos limites da linguagem, de sua capacidade, sempre insuficiente, de cobrir a realidade e a vida, de figurá-las, de discuti-las. Imagine a argila ou a pedra-sabão. Se você estudasse escultura, poderia conhecer a tradição artística desses materiais; poderia dominar, teoricamente, seus limites térmicos e físicos, sua resistência; saberia com que instrumentos trabalhar cada material. Mas é apenas ao manusear a argila ou a pedra-sabão que você entende de fato seus limites e pode até mesmo, se for um grande artista, distender um pouquinho esses limites.
Mercado literário aquecido é promissor para graduados em Escrita Criativa/ Foto: Giordano Toldo
O mercado do livro se encontra em constante movimento e crescimento. O faturamento das editoras brasileiras em 2022 teve um crescimento de 8,3%, com as vendas aumentando quase 3% em relação ao ano de 2021. A indústria do livro não é feita apenas de escritores, existe uma enorme cadeia de produção que conta com editoras, distribuidoras, livrarias físicas e virtuais, gráfica, diagramadores, ilustradores entre outros.
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Hoje, o/a profissional que deseja ingressar nessa indústria percebe que existem muitas portas se abrindo nesse meio. Para Cristiano, o mercado editorial, pelo menos no que diz respeito a literatura, costumava ser bem fechado e existem muitas produtoras pequenas e médias com bons padrões de produção. Por ser um mercado em constante mudança, existem demandas que exigem profissionais cada vez mais qualificados.
“Temos uma demanda por revisão, arte, diagramação, preparação de originais, entre várias outras funções – e boa parte delas pode ser exercida por quem sai do nosso curso de graduação. Além disso, para quem estuda Escrita Criativa na PUCRS, há possibilidades fora da cadeia produtiva do livro, em alguns mercados que estão em franca ascensão, como o de games e o do audiovisual.”
O curso de Escrita Criativa é um dos pioneiros no Brasil sendo o primeiro tecnólogo de graduação criado na área. Nele, alunos e alunas têm acesso a um ensino que contempla escrita literária, editoração com conteúdo e revisão de texto, planejamento de eventos culturais além de oficinas literárias.
Foto: Pexels
Em 1959, a Organização das Nações Unidas criou a Declaração dos Direitos da Criança, um momento que marcou na história a infância, como um tema global. Desde então, ampliaram-se os olhares e discussões acerca dos direitos das crianças, bem como o papel das escolas e das políticas em prol desta etapa da vida. Atualmente, além destes assuntos, debate-se muito sobre o sentido do brincar no cotidiano infantil e seu impacto no desenvolvimento das crianças.
De acordo com Andreia Mendes, professora da Escola de Humanidades e coordenadora do Laboratório das Infâncias da PUCRS (LabInf), o brincar permite que o indivíduo, seja criança ou adulto, perceba o mundo e desenvolva suas relações com o meio físico e social. Em pesquisas realizadas na universidade, descreveu-se que a atividade lúdica de jogos e brincadeiras proporciona momentos propícios para socializar, criar, imaginar, aprender, interagir, conhecer e vivenciar o cotidiano.
Esta compreensão parte da noção de que, no momento em que as pessoas se relacionam com o ambiente e com outros indivíduos, elas desenvolvem suas capacidades de raciocínio, pensamento, linguagem, comunicação e afetividades. Compreende-se também que o ser humano é uma espécie dialógica, ou seja, que necessita da interação para se desenvolver através dos aspectos motor, afetivo e cognitivo, a fim de construir suas aprendizagens.
Ainda que as crianças, enquanto grupo social, sejam consideradas frágeis, é por meio da relação com o outro e o com o mundo, com subsídios, acesso e intervenção disponibilizados a elas, que os pequenos interagem, aprendem, crescem a fim de que, de forma autônoma e sadia, possam se desenvolver. Na pesquisa A psicologia escolar e educacional pensando as infâncias na pandemia, as pesquisadoras da PUCRS Andreia Mendes, Renata Plácido Dipp e Giovanna Bortoli contam que no ato de brincar a criança ou o adulto fruem a sua liberdade de criação.
Elas também ressaltam o papel da escola para criar uma sinergia entre a proposta pedagógica, a compreensão dos educadores e da instituição, bem como da família, em última análise, para que se estabeleça e se mantenha uma cultura do brincar e da sociedade. De acordo com as pesquisadoras, a escola tende a cumprir este papel, principalmente em contextos familiares com mais fragilidades.
Em famílias que não experimentaram a educação e não conseguem estimular os filhos, que sobrevivem em contextos econômicos de precariedade, ou que convivem com violências de diferentes ordens, tais cenários podem reduzir as chances de a família estimular a criança ao estudo e às experiências de brincar. Já em casas com contextos sociais privilegiados, do ponto de vista econômico, também se identificam fragilidades familiares.
Laboratório das Infâncias / Foto: Giordano Toldo
De acordo com o estudo, as exigências de uma sociedade hiperinformada, digital, competitiva e fugaz (em que cada vez mais os pais são exigidos a se ocuparem com o mundo do trabalho), tendem a estimular brincar menos ao livre e mais à tarefa. Andreia, Renata e Giovanna explicam que em ambos os extremos, crianças com pouco espaço para criar, passam apenas a reproduzir. Desta forma, estes contextos podem gerar às crianças o vazio; elas tendem a se entusiasmar menos pela aprendizagem, podem se tornar adultos mais ansiosos e menos criativos e tendem a esperar pela condução do ambiente e exigir que o outro dê conta de lhe oferecer o melhor caminho para a aprendizagem.
“O Dia Mundial da Infância agrega muito no debate na garantia do direito das crianças, mas precisamos compreender esta etapa da vida como crucial na formação de um novo adulto. Não é apenas uma fase de passagem, as crianças de hoje serão os adultos de amanhã e que o que se passa na infância marca a vida inteira do indivíduo”, alerta Andreia.
O LabInf surgiu de uma parceria entre a Escola de Humanidades e o Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança do Adolescente com o objetivo de desenvolver um projeto integrador na Universidade com foco nas infâncias. É uma estrutura de ensino, pesquisa e extensão idealizada para promover propostas interdisciplinares efetivas e de impacto social na construção de uma sociedade que valorize e dê voz às crianças.
Através de estudos sobre e com as crianças, e por meio da pesquisa-ação, também busca-se ampliar o repertório formativo de nossos alunos para torná-los futuros profissionais com competências e habilidades para trabalhar junto ao campo das infâncias. O conjunto de estudos desenvolvidos pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infância(s) e Educação Infantil e dos Grupos de Pesquisa sobre Questões Sociais na Escola e Psicologia e Educação são o berço das ações.
Participam do LabInf mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Educação, Ciências Sociais e demais programas da PUCRS, além de bolsistas de Iniciação Científica, professores, egressos na condição de colaboradores e estagiários. Cada projeto de pesquisa oportuniza investigar sobre mais temas, como a inserção social da criança imigrante, infâncias indígenas, crianças com TEA, educação inclusiva e educação especial, a importância do brincar, entre outros.
O interesse institucional em contribuir com o tema permite uma atuação integrada em uma sólida parceria com Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança do Adolescente, o Centro Social Marista Irmão Bertolini e a Escola de Educação Infantil Menino Jesus, o Colégio Rosário e o Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia da PUCRS e com uma rede de pais e crianças no estado do Rio Grande do Sul. Saiba mais aqui.
Foto: Giordano Toldo
A descoberta de pesquisadores da PUCRS liderados pelo professor da Escola de Humanidades, Ir. Edison Huttner, foi capa da primeira edição de 2023 da revista científica Visioni LatinoAmericare com sua pesquisa acerca do Manuscrito jesuíta de 1730, descoberto em 2017, na cidade de Panambi, no Rio Grande do Sul. O docente apresentou, em um dos periódicos mais importantes da Europa, suas recentes descobertas no Manuscrito – descrevendo a presença de conteúdos interdisciplinares, em versão bilíngue espanhol e latim – escrito por jesuítas e indígenas Guarani em papel fabricado em Gênova, na Itália.
O Manuscrito foi identificado quando Liane Janke, de Panambi, entrou em contato com Ir. Edison, relatando a existência da obra por herança familiar. Desde então, o docente e outros pesquisadores da PUCRS vêm realizando estudos para analisar o conteúdo e a estrutura física do Manuscrito. De acordo com o professor, a riqueza da obra está em suas temáticas agora explicadas e catalogadas, relatando em várias mãos a identidade de mais de 140 mil pessoas que viveram entre os séculos de XVII-XVIII nas 30 Reduções jesuítas da Província do Paraguai, cujas ruínas se encontram ainda hoje na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
“Os jesuítas e indígenas tinham em mãos um Manuscrito com conhecimentos de teologia, de cultura geral, das missões dos jesuítas na China e Japão, sobre os santos católicos, de astronomia e signos do zodíaco. Além disso, foram identificados importantes estudos de astronomia elaborados por Buenaventura Suárez, o primeiro astrônomo nascido na América”, destacou Ir. Edison.
Por meados de 1607, no início da implementação das 30 Reduções, os ensinamentos eram transmitidos na catequese e nas escolas, por livros vindos da Europa. Conforme explica o pesquisador, a criação artesanal de manuscritos foi uma alternativa no aspecto pedagógico, proporcionando aprendizagem e incentivando a prática da caligrafia, assim como possibilitou a produção de temas variados em um só livro, em formato conceitual de manuscrito.
Foto: Giordano Toldo/PUCRS
Desta forma, o Manuscrito se destaca por sua perspectiva didático-pedagógica e de transmissão de conhecimentos, destinado para os mestres jesuítas que utilizavam o conteúdo para sua formação teológica, de magistério e de estudos como astronomia para a localização da redução. Os indígenas também eram leitores nas escolas das missões em sua formação de cultura geral. As pesquisas, realizadas pelo grupo da PUCRS composto por Ir. Edison, Eder Abreu Hüttner, Fernanda Lima Andrade e Rogerio Mongelos, revelaram que a astronomia e os 12 signos do zodíaco chegaram nas escolas das Reduções para fazer parte do conhecimento e do cotidiano já naquele período.
Em outras páginas analisadas, foram encontradas a descrição do Reino do Japão e da China, citações sobre o cientista italiano Matteo Ricci e o jesuíta irlandês Richards Archdekin. Constam também estudos do famoso matemático e astrólogo alemão Cristovão Clávio, responsável por reformar o calendário gregoriano, ainda usado atualmente no mundo todo. Em outras partes do Manuscrito, também é citado Clemente XII, que foi Papa de 12 de julho de 1730 até 1740, demonstrando o conhecimento global que aquela população tinha na época e contexto.
“Outro elemento importante do Manuscrito é a boa caligrafia. Os jesuítas ensinaram caligrafia para os indígenas das missões, tendo em mãos alguns livros trazidos da Espanha. Com isso, o Manuscrito é legível em todas as páginas, escrito por várias mãos, essa confecção artesanal é resultado da prática da boa caligrafia aprendida nas escolas das missões. Modificando algumas percepções, os indígenas escreviam bem e a escrita se tornou arte no período das Reduções jesuítas”, conta Ir. Edison.
O pesquisador da PUCRS contextualiza que Buenaventura Suárez é responsável pelo primeiro telescópio construído em solo americano com materiais locais e com auxílio de indígenas missioneiros. Com os estudos em astronomia, tornou-se possível ter conhecimento sobre cada localização das Reduções no mapa, bem como ter ciência da localização de outras cidades famosas no mundo. Graças a disseminação dos estudos do pioneiro Buenaventura Suárez, as 30 Reduções se situavam no tempo e espaço, além disso seus estudos foram referência para matemáticos e cartógrafos que projetaram os melhores mapas daquele período.
Foto: Giordano Toldo/PUCRS
Na época de publicação do Manuscrito, Suárez era referência para matemáticos e cartógrafos que projetavam mapas precisos e confiáveis, assim como era o astrônomo de confiança para as 30 Reduções. Sua participação na obra corresponde a 128 páginas sobre astronomia nunca publicados antes, ou seja, uma prova verídica dos estudos de transferência de conhecimento de astronomia realizado por Buenaventura Suárez.
Com a análise dos pesquisadores da PUCRS, foi possível confirmar que as coordenadas presentes no Manuscrito foram utilizadas para o desenho dos primeiros mapas da região da época. Além disso, pela primeira vez na história, um manuscrito jesuíta apresenta símbolos da astrologia, como planetas e signos do horóscopo, graças aos estudos de Buenaventura Suárez, concluindo que indígenas e jesuítas das Reduções sabiam qual eram seus signos a partir de sua data de nascimento. Para Ir. Edison, estes conteúdos da Astronomia de Buenaventura Suárez alcançam uma nova visão de mundo daquele tempo, em plena ação e ideias de modernidade.
“Os estudos e a prática da astronomia presente no Manuscrito revelam a consciência de espacialidade missioneira presente nas Reduções. Foram revelados conhecimentos de arquitetura de construção de observatório astronômico, relógios solares, torres (campanários), assim como a construção de mapas cartográficos. Desta forma conseguimos concluir que indígenas e jesuítas se moviam pelas matas para estabelecer novas reduções unindo conhecimentos ancestrais com noções de astronomia”, explica o docente. Leia o artigo na íntegra
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Foto: Luis Fortes/ MEC
Em dezembro, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), lançou os Parâmetros Nacionais para a Internacionalização na Educação Básica no Brasil, o guia de Internacionalização na Educação Básica: Práticas no Contexto Brasileiro e apresentou o aplicativo Escolas pelo Mundo, que busca reunir as práticas de internacionalização já implementadas nas escolas de todo o país. As ações partiram da Diretoria de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação (DIFOR) do MEC, coordenada pelo professor dos cursos de pós-graduação da PUCRS Online Renato de Oliveira Brito.
As iniciativas passaram também pela Coordenação-Geral de Formação Professores da Educação Básica, que tem como coordenador geral o professor da Escola de Humanidades da PUCRS Alexandre Anselmo Guilherme, que contribuiu com a elaboração dos documentos para a educação brasileira. A equipe responsável contou com a coordenação da pesquisadora da Escola Marilia Morosini, com a atuação da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Vanessa Gabrielle Woicolesco e da professora da Universidade Federal de Santa Catarina Luciane Stallivieri.
O objetivo era construir uma proposta de ações de internacionalização da Educação Básica brasileira, originada a partir de um ciclo de discussões globais sobre a importância do intercâmbio educacional de boas práticas na formação inicial dos estudantes. O desenvolvimento dos Parâmetros Nacionais busca auxiliar na reflexão e na construção de novas práticas pedagógicas, novas trilhas de ensino e de aprendizagem que busquem o desenvolvimento de competências internacionais e interculturais para interação e integração de estudantes, professores, demais profissionais da educação e da comunidade escolar em uma sociedade plurilíngue e multicultural.
Os Parâmetros Nacionais foram desenvolvidos com base em reflexões sobre o momento educacional brasileiro e mundial, nas experiências de Internacionalização existentes em escolas brasileiras e no conhecimento de especialistas e pesquisadores que trabalharam de forma colaborativa para apresentar propostas e propor formas de internacionalizar a Educação Básica do país. A metodologia se deu por meio das parcerias com pesquisadores responsáveis pela elaboração de políticas brasileiras para a Educação Básica, agências de fomento, organismos nacionais e internacionais, representantes de escolas de Educação Básica, entre outros.
Foto: Luis Fortes/ MEC
Desta forma, a equipe responsável organizou quatro seminários temáticos, que trataram respectivamente do Conceito da Internacionalização na Educação Básica, Contexto educacional brasileiro e a formação de professores, Estratégias para a Internacionalização na Educação Básica e da Avaliação e monitoramento da Internacionalização na Educação Básica. Neste último participaram as professoras da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Carla Bonan e Monica Ryff Vianna que contribuíram com as reflexões que subsidiaram a elaboração do documento com estratégias e resultados do Projeto Institucional de Internacionalização da PUCRS (PUCRS-PrInt) e suas possíveis aplicabilidades.
A concepção de cada parâmetro considerou as diferentes realidades e contextos educacionais brasileiros, os diferentes repertórios linguísticos e manifestações culturais, valorizando o plurilinguismo e a multiculturalidade tão presentes na formação da sociedade brasileira. Foram levadas em contas nos Parâmetros Nacionais as escolas de fronteira, escolas indígenas, escolas ribeirinhas, escolas rurais, escolas quilombolas, educação de jovens e adultos, escolas regulares, escolas internacionais, escolas bilíngues, escolas com currículos internacionalizados, entre outras.
De acordo com a professora Marília Morosini a relevância da Internacionalização na Educação Básica está no olhar atento para a formação, oportunizando que todos os seus estudantes, professores e demais profissionais estejam expostos a situações em que os conhecimentos internacionais e interculturais sejam aplicados. A docente complementa destacando que os Parâmetros Nacionais buscam valorizar os ambientes educacionais internacionalizados já existentes e para subsidiar a construção de novos, fomentar a reflexão sobre práticas pedagógicas que observem os critérios necessários para o desenvolvimento das competências internacionais e interculturais e para a formação de cidadãos globais.
“Dessa forma, a escola cumpre com o seu papel fundamental de formar para o exercício da cidadania global e qualificação para o trabalho, preparando cidadãos conscientes da sua responsabilidade no desenvolvimento de uma sociedade crítica, mas acolhedora para todos os repertórios linguísticos e culturais apresentados por aqueles que nela convivem”, finaliza a pesquisadora.
A cerimônia de lançamento dos Parâmetros para a Internacionalização na Educação Básica, do guia Internacionalização na Educação Básica: práticas no contexto brasileiro e do app Escolas pelo mundo foi realizada no dia 13 de dezembro de 2022 na Sede do Ministério da Educação em Brasília e está disponível no Youtube do Ministério da Educação.
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Em missão de trabalho, foi formalizado um novo convênio de cooperação internacional entre a PUCRS e a York University, do Canadá. A parceria tem como objetivo desenvolver o projeto de pesquisa intitulado Rising Above Anti-Black Racism and Structural Violence: Health Equity for Quilombola Women in Brazil, que analisará o impacto dos determinantes sociais da saúde no modo e condições de vida de mulheres quilombolas do Rio Grande do Sul. Assim como a organização de um livro internacional a partir de todo o histórico de estudos desenvolvidos em parceria entre a PUCRS e a York University desde 2015, com o título provisório Quilombolas of Brazil.Insurgent Citizens against an Oppressive Social Order.
As iniciativas futuras e o início de um novo convênio buscam dar a continuidade à parceria da professora Dra. Patricia Krieger Grossi, da Escola de Humanidades, estabelecida com a professora Simone Bohn, da York University desde 2015, fortalecendo a internacionalização do conhecimento e buscando subsídios para a qualificação dos serviços voltados a essas comunidades. Neste período diversas pesquisas sobre o tema de mulheres quilombolas e o contexto brasileiro foram desenvolvidas, desde a participação da professora Patricia Grossi em uma disciplina do curso Political Science, ministrada pela professora Simone. Na oportunidade, a docente da PUCRS apresentou sua pesquisa sobre Violência contra a Mulher Rural e a Rede de Proteção Social no Estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com a professora Patrícia a formalização do convênio com a York University em 2022, amplia a possibilidade de mobilidade docente e discente em diferentes cursos e o fortalecimento da parceria internacional. Para a professora, essa parceria produz frutos através de subsídios para a qualificação de políticas públicas ao vocalizar as demandas das comunidades quilombolas e os desafios no acesso às diferentes políticas públicas.
A partir de 2015, começou o planejamento do projeto intitulado Brazilian Quilombola Women and Access to citizenship rights: challenges to public policies, submetido no edital interno da York University e contemplado com uma Seed Grant, através do LAPS Internationalization Program da universidade canadense, que analisou como ocorre o processo de efetivação das Políticas Públicas voltadas às mulheres quilombolas no Rio Grande do Sul, destacando o racismo institucional vivenciado por esse segmento.
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Além disso, foi produzida uma obra que apresenta os resultados da pesquisa Mulheres Quilombolas, Interseccionalidades e Políticas Públicas, publicado pela editora Faith e organizado pelas professoras Patricia K. Grossi, Simone Bohn, Simone Barros de Oliveira e Joana das Flores Duarte, com a participação de lideranças quilombolas e demais parceiros, como o GAAA, Emater, Iacoreq e Codene. Outros produtos da pesquisa foram uma cartilha informativa sobre mulheres quilombolas e acesso às políticas públicas com informações sobre acesso a direitos, rede de proteção, prevenção à violência, além de documentários sobre quilombos e a questão étnico-racial, entre outros conteúdos e um app quilombola.
Atualmente, outra pesquisa está em fase de desenvolvimento em conjunto com a York University, intitulada Mulheres Quilombolas, Interseccionalidades e Determinantes Sociais em Saúde, contemplada com recursos do Edital Universal 2021 e do LAPS Internationalization Program da universidade canadense, além do apoio do Dahdaleh Institute for Global Health Research (Seed Grant).
“Essas pesquisas destacam-se pela relevância não só acadêmica, mas social e política. Possui uma metodologia de pesquisa engajada, isto é, com a participação ativa das comunidades que apoiam e participam do processo de planejamento da pesquisa”, ressalta Patrícia.
Com essa relação entre a PUCRS e York University, diversos docentes e alunos também participaram de eventos internacionais como no Les Amériques: au singulier ou au pluriel?, o congresso anual realizado pela Associação Canadense de Estudos Latino-Americanos e do Caribe (ACELAC). Assim como, a PUCRS também participou do LASA 2019 – Nuestra America: Justice and Inclusion XXXVII Congresso Internacional da Associação de Estudos Latino-Americanos.
Nos destaques desta parceria, foram realizadas missões de trabalho para apresentar os resultados das pesquisas no Brazilian Studies Seminar e no Center for Research on Latin America and Caribean (Cerlac) e na Cátedra de Estudos Brasileiros na York University, atualmente coordenado pela professora Simone Bohn. Outra recente atuação da PUCRS aconteceu no IFSW Online Global Conference: 2020-2030 Social Work Global Agenda com um vídeo intitulado The Social Experience of Quilombolas in Accessing Public Education in Brazil.
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Entre os dias 31 de outubro e 27de novembro, a professora aposentada da PUCRS Vera Lúcia Brauner realizou uma experiência de voluntariado na Região Amazônica. A docente teve uma passagem rápida por Lábrea, mas esteve em Camaruã por vinte dias, sendo que ambas as cidades localizam-se no estado do Amazonas. Ela ficou hospedada na Comunidade dos Irmãos Maristas.
A atuação de Vera na localidade foi relacionada à área de educação, na qual teve contato com professores/as da Educação Infantil, 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. “Observei as aulas e depois fizemos algumas reuniões de compartilhamento de saberes para alinhar atividades importantes a serem incluídas nas rotinas escolares de forma a contribuir com os processos de alfabetização das crianças”, explica.
A voluntária também visitou uma comunidade indígena. Em conversa com uma das professoras, Vera se surpreendeu com o quanto o trabalho desenvolvido é conectado com currículo, embora a educadora não tenha formação acadêmica. “Ela investe sua criatividade em metodologias ativas e interdisciplinaridade de forma intuitiva, fazendo com que as crianças possam se manter conectadas com os conteúdos escolares mesmo quando necessitam se ausentar das aulas em função de demandas de trabalho/pesca/garantia de sobrevivência da família”, destaca.
Além das atividades pedagógicas, a professora afirma que a vivência do voluntariado se completa por uma infinidade de experiências de vida que foram maravilhosas. “A alimentação muito diferente da que estou acostumada, a visita às casas de farinha para conhecer o processo de produção de farinha de mandioca, as visitas aos moradores, conhecendo seus modos de vida, os deslocamentos de barco pelo rio em cada visita às comunidades. Tudo está guardado com carinho na memória. Volto feliz, de alma leve e com a certeza de que ficará em meu coração a saudade de tudo o que vi e vivi”, conclui.
Quatro voluntários/as irão atuar na cidade de Boa Vista, em Roraima, em janeiro do próximo ano. Diego Brandão, professor do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), e Aline Grings, agente de pastoral do Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo (RS), embarcam no dia 6 de janeiro de 2023 e retornam no dia 20. Já Regina Kohlrausch, professora da Escola de Humanidades da PUCRS, e Glauramar Marques Barbosa, colaboradora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, viajam no dia 21de janeiro e retornam dia 4 de fevereiro.
As duplas ficarão hospedadas na Comunidade dos Irmãos Maristas da cidade, serão acompanhadas pelo Irmão Danilo Bezerra e atuarão junto aos/às imigrantes venezuelanos/as e comunidade local.
Desde 1988, a Editora Universitária da PUCRS (ediPUCRS) é comprometida com a publicação de obras de relevância científica, social, cultural, literária ou didática, das mais diversas áreas do conhecimento. A ediPUCRS realiza a publicação de 20 periódicos científicos sobre múltiplos assuntos, em mídia eletrônica no Portal de Periódicos da PUCRS, com livre acesso aos conteúdos apresentados.
Livro da professora do curso de Letras foi destaque na 68ª Feira do Livro de Porto Alegre
A atuação da Editora também tem como objetivo publicar obras sobre temas contemporâneos e/ou resultantes de pesquisas acadêmicas, com caráter de divulgação científica, de todas as áreas do conhecimento. O livro “Quem conta um conto…”, da professora do curso de Letras da Escola de Humanidades da PUCRS Ana Márcia Martins da Silva, lançado durante a 68ª Feira do Livro de Porto Alegre é um dos exemplos.
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Todos os periódicos da ediPUCRS são membros do Committee on Publication Ethics (COPE) e contam com o Digital Object Identifier (DOI), código identificador importante para maior inserção, disseminação e divulgação dos periódicos. Conheça alguns dos periódicos nas áreas de Letras, Escrita Criativa e Saúde:
BELT – Brazilian English Language Teaching Journal: A BELT apresenta artigos originais, resenhas de artigos, entrevistas e atividades didáticas relativos à área de Letras, abordando Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa e Portuguesa como línguas adicionais. Editor: Cristina Perna.
Letras de Hoje: A Letras de Hoje é responsável por apresentar artigos originais, resenhas de artigos, entrevistas e criação literária. Os temas abordados são relativos às áreas de Linguística, Teoria da Literatura, Literatura e Língua Portuguesa. Editores: Cláudio Primo Delanoy e Regina Kohlrausch.
Letrônica: A Letrônica traz textos originais, entrevistas e resenhas de livros acadêmicos relativos às áreas de Linguística e Literatura e suas interfaces. Editores: Maria da Glória Di Fanti e Pedro Theobald.
Navegações: A Navegações: Revista de Cultura e Literaturas de Língua Portuguesa, instituída em 2007, é uma revista científica semestral que contém textos relativos à área de Literatura de Língua Portuguesa, sendo publicados artigos originais, entrevistas, resenhas. Editores: Alva Martínez Teixeiro e Paulo Ricardo Kralik Angelini.
Scriptorium: A Scriptorium é uma revista científica da Escrita Criativa e seu escopo primário é publicar textos relativos à área de Escrita Criativa, abordando como temáticas a literatura, a criação e a recepção literária, sendo publicados artigos e ensaios originais, traduções, resenhas literárias e textos literários como poesia, ficção e não ficção. Editor: Altair Martins.
PAJAR – Pan-American Journal of Aging Research: A PAJAR (Pan-American Journal of Aging Research) é uma revista científica do Instituto de Geriatria e Gerontologia e do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da Escola de Medicina da PUCRS. Ela veicula textos inéditos relativos às áreas de Gerontologia e envelhecimento humano, sendo publicados artigos originais, artigos de revisão a convite da equipe editorial e editoriais. Editor: Alfredo Cataldo Neto.
Psico: A PSICO é uma revista científica do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. A publicação disponibiliza textos relacionados à área da Ciência Psicológica, como artigos originais e revisões sistemáticas. Editoras: Adriane Xavier Arteche e Kátia Bones Rocha.
Scientia Medica: A Scientia Medica é uma revista científica da Escola de Medicina e do Hospital São Lucas da PUCRS. Com textos relativos às áreas de Medicina e de outras Ciências da Saúde, trazem enfoque interdisciplinar e possui abrangência regional, nacional e internacional, na medida em que artigos públicos originais, relatos de simulação realística e cartas ao editor. Editor: Manoel Antonio da Silva Ribeiro.
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As provas do Vestibular de Verão da PUCRS para ingresso no primeiro semestre de 2023 acontecem nos dias 5 e 6 de novembro (confira todas as informações aqui). Uma das principais dúvidas entre os candidatos e candidatas é como fazer uma boa redação? Para ajudá-los/as nessa tarefa, a professora Ana Márcia da Silva, do curso de Letras da Escola de Humanidades da PUCRS, elaborou algumas orientações sobre o Manual do Candidato que auxiliam na escrita de um bom texto.
É fundamental que você considere o fato de que o texto é um todo organizado que faz sentido, e não a soma de frases ou de parágrafos isolados. Para entendê-lo, é necessário que se tenha conhecimento de todas as relações estabelecidas dentro dele e da sua conexão com o contexto social e histórico em que foi produzido. Isso significa que o autor precisa determinar com clareza o tema, as informações necessárias para desenvolvê-lo (com sua consequente organização) e um leitor presumido.
No vestibular da PUCRS você poderá escolher entre dois temas. Lembre-se de prestar muita atenção na delimitação daquele que eleger!
Você não pode esquecer que a redação do vestibular solicita um texto dissertativo-argumentativo. Para produzi-lo é necessário realizar uma boa fundamentação dos argumentos. Por isso, fuja das falácias (argumento que parece válido, mas que não se sustenta) e do “achismo”.
Lembre-se de que argumentar é um exercício diário: para viver, argumentamos! Argumentamos desde sempre, porque justificamos nossas escolhas, nossos pedidos, nossos (des)afetos, nossas ideias. Na vida cotidiana, procuramos ser o mais eficientes possível em nossos argumentos para não perdermos oportunidades.
Para fundamentar seus argumentos na redação, as diferentes áreas do conhecimento podem ser aliadas. Produza textos interdisciplinares, utilize citações, exemplos, comente a cultura popular… Todo o conhecimento de mundo que você tiver, desde que bem relacionado com o tema e com a sua argumentação, pode ser válido.
O Manual do Candidato pode ser conferido no site do Estude na PUCRS e nele estão importantes informações sobre a prova. Mais dicas para ter sucesso na escrita de sua redação podem ser encontradas nele. Não deixe de ler o documento, pois, assim, enfrentará a prova com muito mais tranquilidade.
Gostou das dicas, mas ainda não se inscreveu no vestibular? Ainda há tempo! As inscrições estão abertas até o dia 31 de outubro.
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