Editorial J se une à Rede Nacional de Combate à Desinformação / Foto: Camila Cunha
O Editorial J, Laboratório de Jornalismo Convergente do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos, agora faz parte do grupo de mais de 100 projetos que formam a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD). Lançada no final de 2020, a iniciativa reúne jornalistas, pesquisadores, agências, coletivos, movimentos sociais, revistas, instituições e participantes independentes que apoiam o combate à desinformação, especialmente durante a pandemia da Covid-19.
O propósito da organização é fomentar o trabalho coletivo para dar maior visibilidade a cada projeto e criar uma onda contra a disseminação de notícias e informações falsas. Assim, se propõe a promover uma comunicação mais ética e responsável, contribuindo para o letramento midiático. Um dos fatores que reforçam a importância da iniciativa é a grande disponibilidade de informações na internet, que leva pessoas a acreditarem e compartilharem informações falsas ou enganosas.
Segundo uma pesquisa divulgada no começo de 2020 pela empresa de cibersegurança Kaspersky, 62% da população brasileira não sabe reconhecer uma notícia falsa. O problema não é uma exclusividade do País, atingindo também 70% das pessoas na América Latina, de forma geral.
Ana Regina Rêgo, idealizadora do projeto, explica que um dos focos de atuação da RNCD se dá por meio da convergência de produções em diferentes áreas do conhecimento e estados brasileiros:
“Construir o diálogo entre essas áreas transforma a informação em conhecimento”.
O Editorial J no combate à desinformação
O Editorial J atua abordando temas de diferentes áreas, como política, educação e cidadania. Por meio da JNews, uma newsletter enviada via WhatsApp com curadoria das principais notícias da semana veiculadas à vacinação, fornece dados atualizados sobre a imunização contra a Covid-19 (inscreva-se aqui). Outra iniciativa que retrata o cenário pandêmico é o Contato Direto, uma thread semanal que dá voz aos profissionais de saúde que atuam em diferentes frentes do combate ao coronavírus. Juntam-se a essas iniciativas opodcast Aspectos e Examina e o programa de entrevistas ao vivo Sem Estúdio.
Fábio Canatta, coordenador do projeto, destaca que a parceria pode ampliar o alcance do trabalho realizado por estudantes que atuam no J: “É um compromisso social deles com o público, combatendo à desinformação, que nos dias atuais, também é uma ameaça à saúde”.
RNCD promove o acesso à informação confiável
Evento de oficialização da parceria entre Editorial J e RNCD / Foto: Reprodução
No próximo mês a RNCD completa um ano de fundação. Em pouco tempo, tornou-se um projeto nacional com foco amplo e já tem parceria com mais de 82 universidades públicas. “Isso significa que a Rede valoriza as produções fora do eixo Rio – São Paulo e que já forneciam grandes contribuições para a sociedade, mas que a gente não conhecia. Essa visibilidade é importante tanto para o ambiente universitário como para a sociedade que tem em nós um ponto de apoio”, completa Ana Regina.
Uma vez associados à RNCD, os veículos passam a contribuir com o movimento de clareza na distribuição de informação. A partir deste mês, o Editorial J carrega a marca da rede e é um dos 119 projetos a integrar a organização. Também são adotantes da organização: o Jornal da Universidade e Observatório da Comunicação Pública (UFRGS), Agência da Hora (UFSM) e Projeto #VazaCorona (Unisinos). Iniciativas que estejam alinhadas com a proposta de combate à desinformação no Brasil podem participar do coletivo.
A pesquisa surgiu a partir de um incômodo constante do autor em relação à ausência de pessoas diversas na área da comunicação e começou a ser planejada ainda em 2020, quando a pauta antirracista estava sendo amplamente debatida após os assassinatos de George Floyd, nos Estados Unidos, e de José Alberto Freitas, na Zona Norte de Porto Alegre.
“O Brasil tem uma ferida aberta com o seu passado escravocrata, que tem ramificações até hoje. E isso só se acentua em um estado de maioria branca, que historicamente coloca a contribuição negra em segundo plano. A pesquisa foi uma das maneiras que encontrei de tornar o racismo estrutural do mercado de trabalho visível para as outras pessoas. O número é chocante, mas, a partir dele, também é possível pensar no que será feito daqui para frente”, afirma o estudante.
No total, negros representam somente 5,97% dos/as profissionais presentes na programação dos telejornais analisados. Além das entrevistas realizadas com jornalistas negros da televisão gaúcha, o trabalho também aborda questões relacionadas ao racismo, à desigualdade racial na mídia gaúcha e questiona o papel dos veículos de comunicação na luta antirracista.
Impacto de percepções sem diversidade
Jornalista Gabriel Bandeira, formado pela Famecos no segundo semestre de 2021 / Foto: Arquivo pessoal
A desproporção presente nas redações dos veículos de comunicação também reflete na forma de abordar questões do cotidiano. O jornalista ressalta que pessoas negras geralmente aparecem em pautas que são, por um estereótipo, mais focadas em temas comunitários, como: carnaval, ações sociais, marginalização, violência urbana, entre outros. “Temos profissionais negros atuando como médicos, advogadas, cientistas e tantas outras profissões que também são importantes para a sociedade. Precisamos dar mais visibilidade para essas vozes plurais em todos os espaços”, afirma.
Esses dados também contrastam com a realidade do Brasil que, segundo o IBGE, tem maioria de população negra (56%), mesmo grupo que ocupa a maior parte da força de trabalho (57 milhões, 25% a mais do que os 46 milhões de trabalhadores brancos). Mesmo assim, por questões estruturais consequentes do contexto do racismo histórico, essas pessoas ocupam, em sua maioria, cargos de níveis mais baixos ou com os menores salários.
O jornalista e professor orientador da pesquisa, Juremir Machado, conta que o processo de elaboração do trabalho foi muito rico: “Gabriel estava muito motivado. O tema e o estudo, que são atuais e pertinentes, tiveram resultados que falam por si. Ele pesquisou bastante, leu muito e fez entrevistas importantes. A excelência do trabalho se confirmou com o parecer da banca, que deu nota máxima à monografia”. Gabriel complementa: “Agradeço a todas as pessoas negras que vieram antes de mim e pavimentaram um caminho possível”.
Quem são os jornalistas negros no telejornalismo gaúcho
Banca reconheceu o trabalho de Gabriel Bandeira com nota máxima / Foto: Reprodução
Dentre os 5,97%, cinco são homens e três são mulheres: Fernanda Carvalho, Marck B e Seguidor F (RBS TV); Domício Grillo e Fernanda Bastos (TVE); Marcinho Bléki e Rafael Cavalheiro (SBT RS) e Liliane Pereira (Record TV RS). Band TV RS, TV Pampa e RDC, que somam 36 profissionais de vídeo, não têm nenhuma pessoa negra nesses cargos.
A pesquisa revisa o trabalho do jornalista e atual doutorando Wagner Machado, publicado em 2009, que encontrou apenas três comunicadores negros dentre 421 jornalistas apurados, somando 0,71% de representação na época. A atualização levou em consideração a programação transmitida entre os dias 14 e 24 de junho de 2021, nas emissoras RBS TV, SBT RS, Record TV RS, TVE, Band RS, RDC TV e TV Pampa.
Estudo, trabalho, contato com a família e amigos, entretenimento e notícias. Durante a pandemia provocada pela Covid-19, essas foram situações que se tornaram cada vez mais digitais em toda a sociedade. Em um contexto de distanciamento social, estar conectado passou a ser um dos principais recursos para realizar as atividades do dia a dia.
Entre os jovens, um dos públicos mais presentes nas redes sociais e na internet, a pandemia modificou hábitos de consumo de conteúdo. É o que aponta uma pesquisa realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que investigou o comportamento de pessoas de 16 a 34 anosque residem em de PortoAlegre e na região metropolitana.
“O consumo de conteúdo, atualmente, ocupa uma parte fundamental no cotidiano das pessoas, especialmente as da faixa etária estudada no projeto, e as mudanças que temos passado em relação a isso são notórias”, destaca o professor Ilton Teitelbaum, que orientou a pesquisa.
A aluna Rita Karasek, uma das responsáveis pelo estudo, ressalta que a investigaçãocontribui para informar sobre as mudanças de forma simultânea à pandemia. “Estamos passando por um momento inédito e histórico para todos e por isso, ainda escasso de pesquisas.A partir dos dados, também podemos entender quais conteúdos estão sendo mais consumidos e como o isolamento está afetando outros pontos, como a saúde mental dos entrevistados”.
Mais conectados, porém seletivos
De acordo com a pesquisa, mais de 68% dos jovens permanecem conectados de quatro a 12 horas por dia – e 12% dos entrevistados afirmaram passarmais de 12 horas na internet diariamente. As redes sociais são responsáveis por boa parte desse tempo. Em 2020, o Brasil saltou para a segunda posição ent
Foto: Pexels
re os países com a população que mais acessa esses sites e aplicativos, com média de 3h34min por dia.
Utilizar a internet para mais finalidades durante a pandemia também contribuiu para o maior consumo de conteúdos digitais. Dados do estudo realizado pela Famecos destacaram que cerca de 71% dos jovens se consideram heavy users, ou seja, usuários muito ativos. Porém, 63% dos entrevistados apontam que gostariam deconsumirconteúdocommenor frequênciano contexto pós-pandemia.
A perspectiva, no entanto, é de um aumento constante, comcada vez mais pessoasconsumindo uma variedade maior de conteúdos digitais em diferentes formatos. Apesar dessa estimativa de crescimento, o estudo ressalta que produtores e marcas devem pensar estrategicamente no conteúdo que oferecem, poisa tendência é de umpúblico cada vez maiscrítico e seletivo.
“O digital permite escolha. E os algoritmos permitem direcionamento e customização. Isso significa que cada pessoa pode consumir o que deseja e o que gosta, na hora que melhor lhe pareça, onde se sinta mais confortável. Esse é o lado bom. O lado ruim é que isso reforça o comportamento em ilhas, o que forma bolhas e afasta cada vez mais as pessoas do convívio com o contraditório. A não ser que elas desejem e busquem saber o que acontece no mundo dos que pensam diferente delas”, comenta Teitelbaum.
Domínio do conteúdo audiovisual
Outra tendência apresentada pela pesquisa é o crescimento no consumo de vídeos, principalmente osde menor duração. O estudo demonstrou que no período de distanciamento social, os vídeos rápidos são o formato de conteúdo mais consumidopor quase 45% dos jovens.
Segundo Teitelbaum, os vídeos rápidos tiveram crescimento durante a pandemia principalmente por serem uma alternativa à tensão do momento.“Uma das maiores realidades da pandemia chama-se TikTok. Ele cresceu justamente por ser ‘democrático’ e servir como um conteúdo mais leve, muito oportuno em um momento de tensão coletiva”, analisa.
Séries, filmes e vídeostambém são destaque entre os conteúdos que os entrevistados desejam manter ou aumentar o hábito de consumo após a pandemia. Para atender a essa demanda, o público espera que haja um crescimento da oferta desse tipo de conteúdo entre as opções do mercado.
Um levantamento realizado durante o estudo apontou que em 2020 o uso da televisão para consumir streaming teve aumento de 33%. A Netflix se destaca dentre as plataformas com maior ascensão, com cerca de 16 milhõesnovos usuários.
Multiplicação de lives
Foto: Pexels
Desde o início das medidas de distanciamento social, as lives se multiplicaram como uma alternativa de entretenimento ao vivo. O formato passou a ser um dos principais recursos para queartistas, marcas e produtores de conteúdo mantivessem o contato com o público de forma síncrona. Asbuscas por conteúdo ao vivo tiveram expansão de mais de 4.900%desde março de 2020.
A interatividade entre produtores de conteúdo e o público é apontada como um aspecto importante para mais de 90% dos jovens. Os entrevistados acreditamque a construção de uma relação é um diferencial para o sucesso e aproximadamente 54% dos jovens afirmaram queinteragem com produtores.
Saúde mental impacta no consumo
Uma das razões apontadas pelo estudo para o desejo de consumir menos conteúdo é a preocupação com a saúde mental. Entre os entrevistados, 90% dos jovens afirmaram que a pandemia afetou de alguma forma seu bem-estar emocional e mental.
Apesar do crescimento no consumo de notícias–com aumento de 42% nos acessos a sites de informação –,a tendência do público jovemé consumir esse tipo de conteúdo de forma mais superficial e com menor probabilidade de pagar para receber essas informações.
Entenda mais sobre o estudo
A pesquisa O Universo do Consumo de Conteúdo contou com pesquisa de dados, etapa qualitativa e etapa quantitativa com mais de 200 respostas. Os dados da etapa quantitativa foram coletados de forma online, por meio de questionário,entre os dias 3 e 18 de novembro de 2020.
Coordenado pelo professor Ilton Teitelbaum, o estudo foi realizado pelos estudantes Lucas Mucke, Marina Gonçalves, Miguel Bilhar, Nicolas Lima, Patryc Pinto e Rita Karasek. O relatório da pesquisa pode ser conferido neste link.
O projeto Mask Case surgiu do desafio de encontrar soluções para problemas cotidianos relacionados à COVID-19. Utilizando a metodologia Human Centered Design, os alunos Gabriel Caprara, Matheus Mengue, Micael Just, Pedro Munhoz, Renan Capitão e Rodrigo Martins Costa identificaram a dificuldade em guardar máscaras durante o dia a dia em atividades como se alimentar em um restaurante. Por isso, decidiram criar um compartimento para máscaras que possibilitasse seu armazenamento sem contaminá-la, evitando encostar a parte frontal com a traseira do EPI.
Além disso, como explica a professora Silvia Dapper, uma das orientadoras do projeto, o trabalho visa trazer outros benefícios à sociedade. O Mask Case foi desenvolvido no formato Open Source, ou seja, está disponível em código aberto, sem propriedade intelectual, para os indivíduos que desejarem produzir seu próprio compartimento de máscara. Além disso, a comercialização é possível para gerar renda aos indivíduos afetados economicamente pela pandemia. Para a confecção do objeto, é necessário apenas imprimi-lo em uma impressora 3D. “Pode parecer algo difícil, mas várias empresas já têm uma impressora dessas e você pode pedir para que alguma delas realize essa impressão para você”, acrescenta Silvia.
Sobre o projeto ter sido premiado pelo Prêmio Bonancini de Design, um dos mais importantes na área, Silvia afirma que esse reconhecimento serve não apenas para promoção do curso e para mostrar ao grande público o trabalho de excelência desenvolvido pela PUCRS, mas também para que os alunos vejam o quanto o trabalho deles é bom e significativo, auxiliando no desenvolvimento de autoestima para mostrar seus projetos à sociedade.
Novas soluções tecnológicas
Nort – Monitoramento e Suporte Aéreo / Foto: Divulgação
Já na disciplina Laboratório Interdisciplinar de Design IV, o desafio era encontrar problemas que pudessem ser solucionados com o uso de drones, uma vez que participaria dos projetos a empresa MHR, instalada no Tecnopuc, que possui essa tecnologia. Foi assim que surgiu o “Nort – Monitoramento e Suporte Aéreo”, trabalho do grupo formado por Gabriel Alves Martins, Jennifer Costi, Leonardo Pechansky, Letícia da Costa, Rodrigo Martins Costa e Vinicius Stabile que planeja auxiliar nos primeiros socorros e na resolução de problemas mecânicos nas rodovias.
O projeto Nort conta com os seguintes elementos: um aplicativo mobile, para realizar chamadas de emergência e solucionar problemas simples; um sistema de gerenciamento, para controlar e monitorar as rodovias; postos de SOS, localizados ao longo dos acostamentos com equipamentos para procedimentos simples e câmeras para o monitoramento das rodovias; e drones, que são armazenados nos postos de SOS e transportam um kit de primeiros-socorros em casos de emergências. Como conta o professor Stefan Von der Heyde, orientador do grupo, todas as etapas foram realizadas pelos alunos.
Sobre “tirar a ideia do papel”, Stefan afirmou que com certeza o grupo pensa nisso, visto que é uma solução viável para um problema real, ainda acrescentou que “a ideia do curso de Design da PUCRS é ter relação com algo prático/real/tangível e, justamente por isso, o curso realiza parcerias com empresas desde o primeiro semestre”.
Inovando em meio à pandemia
Ainda, sobre as dificuldades impostas pela COVID-19, o orientador afirmou que foi uma oportunidade para que os alunos desenvolvessem prototipagens 3D, ao invés das físicas, entregando esses materiais com qualidade. Além disso, considerou que é importante agir diante das adversidades como a pandemia e, também, os problemas de trânsito, criando soluções inovadoras como a proposta pelo grupo.
Vinicius Mano, professor da PUCRS que auxiliou Stefan na orientação do grupo, destaca a relevância do projeto que, segundo ele, está na importância das rodovias, as quais são extremamente utilizadas e “movimentam o País”. Portanto, é necessário atentar para os problemas nesses locais.
O projeto Mask Case foi vencedor na categoria Ação Covid-19 na 8ª edição do Prêmio Bornancini de Design, enquanto o trabalho Nort foi premiado além de na categoria Estudante do mesmo prêmio, no Brasil Design Awards, como Design de Produto – Máquinas, Eletrônicos e Tecnologia.
Em uma época onde todo mundo pode produzir conteúdo, o papel de profissionais da Comunicação se faz ainda mais importante. Essa também é uma área com previsão de crescimento: das 15 profissões mais promissoras de 2020, duas eram relacionadas ao setor, segundo uma pesquisa realizada pelo LinkedIn. Estude na PUCRS e comece sua trajetória profissional do jeito certo: escolhendo a melhor. Inscreva-se neste link para o Vestibular 2021 ou aproveite a sua nota do Enem para ingressar na Universidade.
Os alunos e alunas são preparados para o mercado de trabalho desde o primeiro semestre, com incentivo ao desenvolvimento de projetos e cases reais que, inclusive, são reconhecidos por frequentemente ganharem prêmios locais e nacionais. Confira destaques recentes:
Apesar da teoria ser parte essencial e presente nos currículos dos cursos da Famecos, nas aulas se aprende muito praticando. Você irá elaborar narrativas multiplataformas, ou seja: conteúdos pensados para todos os canais e novas formas de se comunicar que possam surgir.
No curso de Produção Audiovisual, por exemplo, cada turma produz 24 filmes e vídeos. E cada estudante participará de, no mínimo, cincoproduções.
Quer saber mais? Inscreva-se aqui para o Vestibular 2021 e venha descobrir com a gente novas formas de comunicar, inovar e mudar o mundo com novas histórias.
Juremir Machado / Foto: Bruno Todeschini
*texto originalmente publicado no jornal Correio do Povo
No dia 1º de janeiro, completarei 40 anos de Porto Alegre. Grande parte deles passados na Famecos, a Faculdade de Comunicação da PUCRS. A marca Famecos é tão forte que, mesmo com a mudança do nome para Escola de Comunicação, Artes e Design, a sigla permaneceu. Em 1980, quando entrei na Famecos, fiquei deslumbrado. Foi lá que conheci amigos eternos como Telmo Flor e David Coimbra. Lá, entre jovens descolados e professores maravilhosos, aprendi muito. Aprendo até hoje. Vou fechar 25 anos como professor na Famecos. Neste quarto de século, mudou quase tudo: passamos da máquina de escrever aos tablets.
O jornalismo deu um salto vertiginoso em tecnologia. Continua, na essência, sendo a arte de apurar e contar grandes histórias, especialmente, como diz uma famosa tirada, aquilo que alguém gostaria de esconder. A Famecos acompanha essas transformações, reinventando-se a cada dia. Está mais bonita no seu espaço clássico, o prédio 7. Professores com doutorado e pós-doutorado ensinam, aprendem e pesquisam. Estudantes ganham prêmios e apresentam trabalhos em eventos internacionais de renome. A sala de aula muda, fica mais dinâmica, para que se cumpra a meta de sempre: preparar para o trabalho, a reflexão, a interpretação dos fatos, a leitura do mundo, a cidadania.
Em tempos de governos hostis ao jornalismo, com represálias para enfraquecer o campo, como fulminar o registro profissional, a Famecos renova-se enfatizando a importância do diploma universitário. É quase impossível ser bom aos 20 anos de idade, salvo para gênios improváveis, sem passar pelos bancos de uma faculdade. Jornalismo não é inspiração nem sorte. É trabalho, repertório, sistematização, cultura, método. A Famecos tem um jeito próprio, descontraído, livre, jovem, que se associa à seriedade e à permanente qualificação dos seus professores. Não para nunca. É um vaivém de colegas indo a grandes congressos, uma profusão de publicações, atualizações em tempo real.
Nestes 40 anos, primeiro como estudante de graduação e especialização, depois como professor, nunca deixei de me encantar com o espírito Famecos: leveza, seriedade, alegria, forma e conteúdo. Alguns dos melhores caras de cinema, internet, games, comunicação organizacional, publicidade, design, estudos de imaginário, estão na Famecos. Eu vivo o dia a dia da Famecos. Tudo isso para mim é normal. Tem momentos, contudo, em que eu me pego pensando: como tudo isso é legal! Que bela construção. A maior ingenuidade de um jornalista é achar que o tempo de faculdade não contou para a sua formação. Há mentalidades simplórias e positivistas que ainda pensam a educação como quartel. Aprende-se de várias formas, dentro e fora da sala de aula. O tempo de maturação de cada um é diferente. A semente germina.
Falo da Famecos por ser assim: há dias em que me comovo com os lugares onde vivo, que me fazem crescer, ficar melhor, apesar de minhas limitações, sonhar e querer mais. A grande riqueza da Famecos são seus alunos e professores. Quanto devo a esses colegas que me ensinam diariamente sem cobrar! E a esses alunos com olhos brilhando!
O curso de Jornalismo da Famecos
O bacharelado em Jornalismo da PUCRS já formou cerca de 5 mil profissionais, reconhecidos no mercado pela qualidade do ensino. O curso está com inscrições abertas já para o próximo semestre e conta com uma infraestrutura completa, com aulas práticas que capacitam os alunos para trabalhar em todas as plataformas e áreas do Jornalismo.
A proposta é tornar a sala de aula um ambiente de troca de experiências. Foto: Camila Cunha
Com o foco na concepção, alunos do curso de Design da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, aliam sustentabilidade e inovação na disciplina de Laboratório Interdisciplinar de Design, ministrada pelos professores Alexandre de Barros e Vinicius Mano. A proposta é tornar a sala de aula, cada vez mais, um ambiente de troca de experiências, com novas formas de reutilização e que se apoiam na diversificação de marcas.
Desde a ideia até a aprovação e avaliação dos projetos, os universitários se orientam também por pesquisas. No último semestre, a escolha dos materiais usados na produção começou em visita à sede do Grupo de Economia Solidária Arte e Vida, no bairro Sarandi, em Porto Alegre, parceiro da Associação do Voluntariado e da Solidariedade – Avesol. Os novos e sustentáveis produtos poderiam ser confeccionados a partir de roupas de garis e jeans inutilizado, desde que mantidas a cor e a estrutura dos tecidos.
Nessa quinta-feira, 16 de maio, a Rua da Cultura se transformará em Uma Rua Chamada Cinema, evento em comemoração aos 15 anos do curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual, da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos). Das 11h às 21h ocorrem diversas atividades como mostra de curtas-metragens, bate-papo com o ator Júlio Andrade e a Feira PUCRS Cultura, com diversos expositores e food trucks. Todas as atividades ocorrem na Rua da Cultura (entre a Biblioteca e o prédio 5), têm entrada franca e são abertas ao público.
Confira a programação completa:
Mostra de Curtas-Metragens (11h30min – 13h / 18h – 19h30min)
Entre 11h30min e 13h, ocorre a exibição da Mostra de Curtas-Metragens produzidos pelos alunos do curso ao longo dos 15 anos. A curadoria foi feita pelos professores, buscando misturar ficção e documentário; drama e comédia; filmes feitos em película e produzidos em vídeo. Entre os 10 escolhidos estão os premiados Solito (2017), de Eduardo Reis; e Gestos (2017), de Júlia Cazarré. Às 18 horas, a Mostra de Curtas será reprisada.
Bate-Papo com Júlio Andrade (19h30min)
O ator Júlio Andrade participa de um bate-papo às 19h30min com o professor e cineasta Carlos Gerbase. O ator ficou conhecido não só por estrelar o seriado Sobre Pressão, mas por incorporar figuras da cultura brasileira, como Gonzaguinha (Gonzaga: de Pai para Filho, 2012) e Paulo Coelho (Não Pare na Pista, 2014).
Sobre o curso:
Em seus 15 anos de funcionamento, o curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual já produziu inúmeros filmes que receberam premiações nacionais e internacionais – recentemente, o curta Flores (2018), de Vado Vergara recebeu o Lawrence Kasdan Award, no festival de Ann Arbor (Michigan), credenciando-se a pleitear uma vaga no Oscar de 2019. Os alumni do curso produziram filmes relevantes para o cinema brasileiro, como Castanha (2014), de Davi Preto, primeiro-longa-metragem gaúcho a ser selecionado para o Festival de Berlim, e Tinta Bruta (2018), de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, vencedor de dois prêmios no Festival de Berlim e eleito pelos leitores da Folha de S. Paulo como o melhor longa-metragem brasileiro de 2018. Em sua trajetória, o curso também serviu como incubadora de produtoras, como a Avante Filmes, Sofá Verde, Tokyo Filmes, Pátio Vazio, entre outras.
Qual será o impacto da inteligência artificial na sociedade? Como a tecnologia influenciará o comportamento? Para onde a humanidade está caminhando? Essas e outras questões serão exploradas no Trends PUCRS, no dia 16 de maio, quarta-feira. O evento traz para o Campus as tendências em tecnologia, cultura e entretenimento apresentadas no SXSW 2019, maior festival internacional de inovação.
Os destaques e novidades serão comentados pelo professor Kim Gesswein, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que acompanhou as atividades em Austin, Texas (EUA), no mês passado. O encontro acontece no Auditório do Living 360º (2º andar do prédio 15), às 18h30min. As inscrições estão abertas, são gratuitas e podem ser feitas através do site.
Qual será o impacto da inteligência artificial na sociedade? Como a tecnologia influenciará o comportamento? Para onde a humanidade está caminhando? Essas e outras questões serão exploradas no Trends PUCRS, no dia 16 de maio, quarta-feira. O evento traz para o Campus as tendências em tecnologia, cultura e entretenimento apresentadas no SXSW 2019, maior festival internacional de inovação.
Os destaques e novidades serão comentados pelo professor Kim Gesswein, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que acompanhou as atividades em Austin, Texas (EUA), no mês passado. O encontro acontece no Auditório do Living 360º (2º andar do prédio 15), às 18h30min. As inscrições estão abertas, são gratuitas e podem ser feitas através do site.
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