O professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS Roberto Esser dos Reis recebeu na última semana o prêmio Robert H. Gibbs Jr. Memorial Award for Excellence in Systematic Ichthyology, considerado o prêmio de maior prestígio da ictiologia mundial, ramo da zoologia dedicado ao estudo dos peixes. A premiação foi oferecida pela Sociedade Americana de Ictiologia e Herpetologia (ASIH).
Reis é o terceiro brasileiro a receber o reconhecimento, que desde a sua criação já agraciou 33 pesquisadores. “Todos os premiados antes de mim são expoentes mundiais nas suas áreas e figuras muito importantes na ciência mundial, fico extremamente honrado de estar listado entre eles”, celebra o pesquisador.
Na cerimônia de premiação, que aconteceu de forma online, o presidente da comissão julgadora evidenciou a importante contribuição científica e o alto impacto das pesquisas do professor da PUCRS, destacando os 165 artigos publicados e a descoberta de 129 novas espécies de peixes.
“Ressalto que as excelentes condições de pesquisa proporcionadas pela PUCRS e pelo Museu de Ciências e Tecnologia e a qualidade do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade tiveram um papel fundamental no sucesso da minha carreira de pesquisador”, comenta Reis.
Os peixes representam o maior grupo de vertebrados na Terra, com mais espécies do que anfíbios, répteis, aves e mamíferos somados. Existem cerca de 34 mil espécies de peixes, sendo metade de água doce. Na América do Sul, atualmente, existem cerca de 6.200 espécies de peixes de água doce conhecidas, mas a estimativa é que o número chegue a nove mil. “Descobrir essa biodiversidade é muito importante para conhecer os recursos que temos e que precisam ser preservados. Além disso, peixes nos oferecem muitos serviços, como esporte, lazer, aquarismo e, especialmente, alimento”, destaca o professor.
De acordo com Reis, muitas das 129 espécies descobertas durante suas pesquisas foram encontradas no interior da Amazônia, enquanto outras foram registradas em riachos próximos de Porto Alegre. “A parte mais estimulante e aventureira da ictiologia sistemática é o campo, quando participamos de expedições aos locais mais remotos para coletar peixes. Cerca de um terço das espécies de peixes do nosso continente ainda são desconhecidas, e um conhecimento muito detalhado das espécies existentes é necessário para detectar uma espécie nova. Hoje em dia usamos muitas técnicas morfológicas (como estudo de esqueleto e morfologia externa) e moleculares (sequenciamento e comparação de DNA) para delimitar as espécies”, explica.
Reis aponta que a alteração do meio ambiente, especialmente a derrubada das florestas e a degradação do Cerrado, é a principal causa de ameaça para muitas espécies de peixes e, ao mesmo tempo, a principal causa das mudanças climáticas:
“Ao longo dos últimos 40 anos, meu tempo de ictiologia, notei com muita clareza a diminuição da quantidade de peixes em muitos rios do País. Além disso, houve o desaparecimento de muitos riachos e nascentes que antes tinham peixes e hoje não existem, o aparecimento de muitas espécies exóticas (especialmente da Ásia e da África) que foram introduzidas nas nossas águas e a poluição acelerada de algumas regiões”.
O pesquisador ainda ressalta que as usinas hidrelétricas também representam uma ameaça aos peixes de água doce. Reis explica que a transformação de partes de um rio dinâmico em um lago barra o caminho da piracema (migração reprodutiva) dos grandes peixes da América do Sul. “A regulação do regime hídrico dos rios, desregulando os pulsos de cheia e vazante que são fundamentais na reprodução dos peixes, altera profundamente a composição da comunidade de peixes”, alerta o professor.
Roberto Esser dos Reis possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestrado em Zoologia pela PUCRS e doutorado em Zoologia pela Universidade de São Paulo (USP). Tem pós-doutorado na University of Michigan e na University of Central Florida, em Orlando.
É professor na Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e Regional Chair para a América do Sul do Freshwater Fish Specialist Group da União Internacional para a Conservação da Naturez e Wetlands International. Fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Ictiologia, possui experiência na área de ictiologia, principalmente na descoberta, documentação e descrição da biodiversidade, o estudo das suas relações filogenéticas e a conservação dos peixes de água doce.
A apresentação do novo Laboratório Multifuncional, realizada na última sexta-feira, 30 de julho, marcou a história do curso de Odontologia, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Iniciada em 2020, a reforma do espaço foi concluída com êxito e celebrada pela comunidade acadêmica em um evento de inauguração, que contou com a participação de nomes importantes como o reitor Irmão Evilázio Teixeira; o professor Luciano Castro e as professoras Marion Creutzberg e Tatiana Irigay, decano do curso e decanas associadas; além de outras lideranças da Universidade e professores da Escola.
O laboratório, localizado no quarto andar do Prédio 6, apresenta uma ampla área física que possibilita o ensino tanto de estudantes de graduação quanto de pós-graduação. De acordo com Ana Maria Spohr, professora do curso e uma das idealizadoras do projeto, os grandes diferenciais da revitalização são as bancadas ergonômicas, os equipamentos modernos e as áreas específicas para o desenvolvimento das atividades práticas de diversas disciplinas laboratoriais.
“A moderna arquitetura implementada neste laboratório possibilita a ampla visualização de todo o espaço físico, incentivando a integração entre graduação e pós-graduação. O novo sistema de som e vídeo facilitará a demonstração das atividades práticas em tempo real, assim como a projeção de vídeos de interesse acadêmico durante as aulas”, destaca a professora.
Construído em 1960, o laboratório – agora chamado de Multifuncional – reúne as trajetórias de mais de 60 turmas, que passaram pelo mesmo espaço, com a mesma mobília e disposição. Agora, entretanto, houve inovação nessa estrutura. Para Angélica Fritscher, professora e coordenadora do curso de Odontologia da Universidade, o laboratório é motivo de orgulho, pois representa lembrança e futuro.
“Quase todos os anos nós realizamos encontros com os alumni do curso e, quando passávamos pelo laboratório, eles ficavam felizes e animados de encontrar o lugar em que costumavam sentar-se para a assistir às aulas. É um espaço muito importante e com muitas histórias. Agora, realizamos o sonho antigo fazer essa reforma e proporcionar um espaço mais adequado e moderno para os nossos alunos”, comenta Angélica.
Uma série de disciplinas dos cursos de graduação serão ministradas no Laboratório Multifuncional, como Materiais Dentários, Anatomia Dentária, Oclusão I, Pré-clínica de Dentística, Pré-clínica de Prótese Fixa, Pré-clínica de Endodontia, Pré-clínica de Prótese Removível e Pré-clínica de Prótese Total.
Para os alunos de pós-graduação, estão à disposição equipamentos específicos para o desenvolvimento da parte experimental das pesquisas, além de uma área para o preparo de amostras.
Leia também: Ainda dá tempo de começar uma pós-graduação na PUCRS em 2021
Com o objetivo de disseminar novas tecnologias e promover experiências de uso de produtos de última geração, a Hillrom escolheu a PUCRS como parceira no projeto Hospital University, com o qual realiza a doação de equipamentos e soluções nas linhas de pronto atendimento e cardiologia para as aulas práticas de laboratório dos estudantes dos cursos de saúde. Com isso, o Centro de Reabilitação (CR) – integrado aos programas de ensino da Escola de Ciências da Saúde e da vida – e a Escola de Medicina receberam um subsídio de R$ 50 mil em equipamentos da empresa por meio de um termo de cooperação.
Uma cerimônia na Sala Cardiopulmonar do Centro de Reabilitação marcou a entrega dos dispositivos que servem para monitoramento, diagnóstico, mobilidade, posicionamento e terapia cardíaca e respiratória. Segundo o coordenador do CR e professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Pedro Henrique Deon, com o aporte tecnológico de ponta recebido será possível criar um ambiente inovador. “Vai permitir que nossos estudantes tenham experiências ainda mais qualificadas em seus processos de aprendizado. É também uma parceria inovadora que garante assistência eficaz para a nossa comunidade”, destaca.
O coordenador do Centro de Reabilitação ressalta que a parceria é de impacto e prevê resultados muito ágeis. “É isto que desejamos para a cooperação que se inicia, oportunidades para nossos alunos e para a comunidade. A Hillrom está focada em necessidades que também são urgentes para nós como acelerar a recuperação do paciente, possibilitar o diagnóstico e tratamento, simplificar comunicações clínicas e colaboração, otimizar eficiência cirúrgica e segurança, entre outras soluções na área”, comemora.
Os equipamentos, que serão utilizados em práticas dos cursos da área da Saúde, contemplam dois espaços do Campus: o CR e a Escola de Medicina. O professor Leonardo Pinto, decano da Escola, destaca a tradição dos equipamentos da marca no fornecimento para hospitais, clínicas de fisioterapia e consultórios médicos. “A tecnologia está cada vez mais associada à prática médica qualificada. Dessa forma, é essencial que nossos estudantes tenham à disposição equipamentos qualificados para o treinamento desde muito cedo na sua formação. No caso da Medicina será muito benéfico em diversos níveis, mas especialmente nos treinamentos da disciplina de Propedêutica Médica, na qual os estudantes aprendem a realizar o exame físico e a manusear equipamentos essenciais para um bom exame como estetoscópio, otoscópio, oftalmoscópio”, explica.
Os estudantes da área de Saúde da PUCRS, além de contar com a estrutura de laboratórios, têm a possibilidade e oportunidade de realizar estágios presenciais e aprofundar conhecimentos em diferentes níveis:
Dessa forma, além da possibilidade de os estudantes estarem vinculados à pesquisa desde a graduação, também podem realizar práticas assistenciais.
Segundo a professora do curso de Fisioterapia e coordenadora do Programa de Residência Multidisciplinar HSL/PUCRS, Clarissa Blattner, a nova tecnologia empreendida também vai beneficiar e facilitar muito a realização do projeto de pesquisa Benefícios de um Programa de Educação em Saúde e Reabilitação Cardíaca em Pacientes com Insuficiência Cardíaca, realizado em parceria com o Ambulatório de Insuficiência Cardíaca (IC) do Hospital São Lucas. Ela destaca que, com os equipamentos, será possível atender pacientes cardiopatas com múltiplos fatores de risco com o melhor suporte tecnológico possível, impactando em segurança na assistência.
“Vamos conseguir fazer avaliações e abordagens com maior segurança. Toda essa tecnologia vai permitir que pacientes de risco sejam estimulados da forma mais ampla e segura possível. O que mais nos motivou e o que mais agrega é que lidamos com pacientes cardiopatas de alto risco, que não têm condições de acesso a esse tipo de serviço em saúde, mesmo quando a indicação pelas diretrizes de cardiologia é máxima. Além da oportunidade de prática mais qualificada para os profissionais e estudantes, conseguiremos prestar uma assistência ainda melhor aos participantes da pesquisa que são pacientes do SUS”, ressalta Clarissa.
Em 2021, oito pacientes devem completar o tratamento realizado por meio da pesquisa no Centro de Reabilitação. O número de pessoas por grupo foi reduzido devido ao contexto da pandemia, mas tem possibilidade de ser ampliado caso haja condições sanitárias seguras para isso. A triagem e o encaminhamento para a equipe multidisciplinar que atende os pacientes são feitos pela equipe médica do ambulatório de IC do HSL. A reabilitação acontece no período de três meses, nos quais o participante conta com enfermeiro, médico, fisioterapeuta, nutricionista, acompanhamento de psicólogo, de educador físico e de farmacêutico. Todos trabalhando a educação em saúde e reabilitação
Para participar da pesquisa os pacientes assinam um termo de consentimento com os detalhes sobre o uso dos dados coletados ao final do processo. No encerramento de cada grupo há uma comemoração e a entrega de um certificado. “Receber o feedback dos pacientes é empolgante porque a reabilitação muda a qualidade de vida das pessoas. Quem antes não conseguia andar até o mercadinho da esquina sai da reabilitação com outra condição, uma diferença muito grande do ponto de vista da funcionalidade”, conta a fisioterapeuta.
O projeto é liderado pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Luiz Carlos Bodanese, e conta com os colegas da Escola de Medicina Anna Paula Tscheika e Luiz Claudio Danzmann. Também integram a pesquisa as coordenadoras do Programa de Residência Multidisciplinar HSL/PUCRS e professoras da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Clarissa Blattner, do curso de Fisioterapia, e Ellen Magedanz, do curso de Enfermagem. Estudantes da ECSV e residentes do Programa de Residência Multiprofissional e Uniprofissional da Saúde – Hospital São Lucas – PREMUS/HSL são convidados a integrar a pesquisa e vivenciar a experiência.
É uma companhia com 92 anos de história que tem como foco o desenvolvimento de equipamentos de alta qualidade e tecnologias para auxiliar o profissional de saúde e proporcionar maior conforto e qualidade aos seus pacientes. Fundada em 1929, ao longo dos anos foi pioneira no desenvolvimento de tecnologias e soluções para o mercado da Saúde. Em 2016 adquiriu a empresa centenária Welch Allyn, que foi fundada em 1915, com o objetivo de agregar ao seu portfólio produtos de qualidade e excelência na área de equipamentos.
Em 2017 realizou também a aquisição da Mortara, fabricante de equipamentos de cardiologia, com expertise e tecnologias que entregam resultados confiáveis, que auxiliam o profissional no diagnóstico do paciente. A empresa RTS, distribuidora oficial da marca para as linhas de produtos Front Line Care e de Cardiologia em toda região sul do Brasil, com mais de 20 anos de história, também reforça o apoio no projeto.
As vacinas são a forma mais eficiente de prevenir doenças infecciosas. O pioneiro no desenvolvimento das vacinas foi Edward Jenner, um médico britânico que desenvolveu o imunizante contra a varíola, a qual foi declarada erradicada em 1979 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – devido à grande eficácia do método.
Apesar de não ser uma ferramenta nova de combate a doenças, em meio à corrida para a produção e disponibilização de vacinas contra a Covid-19, também surgem muitas dúvidas por parte da população. Entre as preocupações e as curiosidades estão as orientações para quem pode receber os imunizantes contra a Gripe (Influenza) e o coronavírus, além de como funciona o processo para a produção de uma vacina.
Pensando nisso, a professora Ana Duarte, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, preparou explicações úteis sobre as etapas que envolvem a elaboração de um imunizante. Como pesquisadora, Ana trabalha com temas relacionados a vacinas, imunologia viral, terapias antivirais e antitumorais e respostas de diferentes tipos de células.
As vacinas funcionam educando o sistema imune. Elas induzem a chamada “resposta de memória específica”, onde células T e células B (produtoras de anticorpos) são ativadas. Quando o corpo entra em contato com o patógeno (organismo que transmite alguma doença), essa resposta irá proteger o sistema, impedindo que a doença se manifeste de forma grave. Deste modo, o corpo fica imune.
É importante lembrar que a vacina não pode ser considerada somente como um meio de proteção individual, e sim coletivo, para que seja atingida a imunidade em grande escala e a redução da circulação do patógeno na população.
Para induzir a resposta imune especifica é necessário um antígeno (componente essencial que causa a produção de anticorpos). O antígeno pode ser o patógeno morto ou atenuado, ou uma parte dele. As estratégias de vacinas mais modernas, como de RNAm e Vetores virais recombinantes, funcionam como uma plataforma para produzir o antígeno. Ou seja, parte do patógeno, no individuo vacinado.
Algumas vacinas ainda possuem adjuvantes (matéria prima que, quando adicionada à fórmula do medicamento, ajuda na sua ação) que são importantes para melhorar a resposta imune. Outros componentes comuns das vacinas são conservantes, para impedir que a vacina seja contaminada depois de aberta, e estabilizantes, para prevenir reações químicas na vacina. Alguns imunizantes precisam de um líquido diluente para deixar a vacina na concentração correta imediatamente antes do seu uso.
O desenvolvimento de uma vacina é semelhante ao desenvolvimento de um medicamento. No total, são quatro etapas: pré-clínica e fases 1, 2 e 3:
Durante os ensaios de fase 3 é recomendado que o grupo voluntário e a equipe de cientistas não saibam quem recebeu a vacina ou o placebo, garantindo que os resultados da eficácia não sejam influenciados por quem está avaliando. Essa etapa costuma ser desenvolvida em diferentes países para analisar a resposta em diferentes populações.
Esse é um processo que costuma ser caro, podendo custar milhões de reais e durar anos até o cumprimento de todas as etapas. Quando a última fase está completa, os resultados são submetidos às avaliações das agências reguladoras de cada país.
Vale ressaltar que as vacinas para prevenção da Covid-19 foram obtidas em tempo recorde. Essa grande conquista científica foi possível devido aos conhecimentos prévios obtidos a partir de outros tipos de coronavírus e um esforço coletivo de muitos cientistas de todo o mundo, com sobreposição das fases clínicas. Ou seja, para acelerar o processo, a organização da fase 3 foi iniciada antes do término da fase 2.
Não é necessário se preocupar, pois as vacinas continuam sendo monitoradas após a aprovação, garantindo a segurança e a saúde das pessoas imunizadas.
Produzir uma vacina não é um processo fácil e varia de acordo com o seu tipo. Um dos principais processos é a produção do ingrediente farmacêutico ativo. Para vacinas que utilizam como antígeno o vírus atenuado ou inativado, o processo consiste na replicação celular a partir de uma cepa de referência (uma variante com construção diferente e propriedades físicas distintas) e posterior purificação e inativação, se necessário. Já as vacinas bacterianas são produzidas por um processo de fermentação.
As vacinas mais recentes de RNAm utilizam a tecnologia do DNA recombinante (clonagem molecular). Para a vacina contra a Covid- 19, por exemplo, a sequência que codifica a proteína Spike (importante para a sobrevivência viral) do vírus SARS-COV-2 é clonada em um plasmídeo (DNA circular bacteriano). Esse plasmídeo é propagado em bactérias para aumentar a sua quantidade.
Posteriormente, a sequência de DNA que codifica a proteína é retirada do plasmídeo e esse DNA servirá de molde para síntese de RNAm in vitro utilizando enzimas especificas (proteínas que regulam reações químicas do organismo). Esse RNAm é o princípio ativo das vacinas e será envolto em lipídeos para facilitar sua entrada nas células de pessoas vacinadas, que irão produzir a proteína Spike que servirá como antígeno e irá induzir a resposta imune.
Para certificar a qualidade esperada dos lotes de vacinas, são realizados testes em cada etapa da cadeia de produção:
E então a vacina está pronta para ser embalada e distribuída para população.
A maioria das vacinas requer refrigeração entre 2°C e 8°C para o armazenamento e transporte. Outras precisam de temperaturas ainda mais baixas, de -20°C a -70°C. Para isso é necessário que haja um planejamento para a distribuição dos imunizantes, com cadeia, infraestrutura e equipes da área de saúde treinadas.
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As duas décadas de história do Grupo de Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (GAAPCC) serão comemoradas com uma programação especial. Marcada para os dias 7 e 8 de maio, a 4ª Jornada de Terapia Cognitiva-Comportamental de Segunda e Terceira Geração será online e reunirá especialistas conceituados, nacionais e internacionais, para abordar atualizações científicas da área da psicologia.
A abertura do evento será realizada pela professora, pesquisadora e coordenadora do GAAPCC, Margareth da Silva Oliveira. “O evento será uma forma de brindar a população acadêmica com a inovação nos modelos de tratamento psicológicos baseados em evidência, além da oportunidade de conhecerem pesquisadores de renome, que contribuem para a psicologia clínica atual”, afirma.
Sob a coordenação de Margareth, o grupo foi criado em março de 2001, com o objetivo de promover estudos com qualidade cientifica, referente a duas linhas de pesquisa. A primeira delas é realizada através da PROTRATA, que desenvolve estudos de intervenção terapêutica, abrangendo a efetividade da psicoterapia breve e de técnicas psicoterápicas. Já a PROINSTRU se trata de estudos sobre o desenvolvimento de normas, padronização e validação de inventários, escalas e instrumentos neuropsicológicos e psicopatológicos. De acordo com Margareth, na época, o cenário apontava novos modelos de tratamento pertinentes para estudo e adaptação.
“Foi assim que tudo começou: meu doutorado foi com uma população de alcoolistas, no qual fiz um estudo de efetividade do modelo da Entrevista Motivacional e componentes do Modelo Transteórico de motivação para mudança. Até hoje, esse é o modelo mais recomendado para o tratamento das adições, e inauguramos dessa forma a linha PROTRATA. Todos os instrumentos que vinham juntos com o protocolo de pesquisa e seus correlatos, precisavam do processo de tradução e adaptação para a nossa realidade e assim criamos a linha PROINSTRU.”
Referência internacional em pesquisas sobre métodos diagnósticos, efeito e efetividade das terapias cognitivo-comportamentais, o GAAPCC já validou para população brasileira inúmeros instrumentos de avaliação clínica e testou diversos protocolos de tratamentos, viabilizando a oferta de métodos de trabalho comprovadas cientificamente. Além disso, as pesquisas realizadas pelo grupo possuem parcerias internacionais em estudos interculturais.
Raquel de Melo Boff, doutora em Psicologia pela PUCRS e aluna do grupo desde 2010, conta que foi no GAAPCC onde aprofundou seus conhecimentos em pesquisa, o que garantiu que tantas outras oportunidades aparecessem em sua carreira. “O sucesso do grupo advém de muito trabalho em equipe em um clima de cooperação e não competição, e a grande responsável por isso é a Marga. Ela tem a incrível habilidade de agregar pessoas por meio do afeto e do seu amor pela ciência. Somos incentivados a cooperar uns com os outros e acho que esse é o segredo de tanto reconhecimento”, destaca.
A produção do grupo continua ativa durante a pandemia de coronavírus. No primeiro semestre de 2020, o GAAPCC participou da Força–Tarefa PsiCOVIDa, uma ação de alcance internacional, que reuniu pesquisadores e estudantes de pós-graduação em Psicologia da PUCRS e da PUC-Campinas com o objetivo de ajudar as pessoas a lidarem com o desconforto emocional causado por esse contexto.
Segundo Margareth, foram desenvolvidos diversos estudos e cartilhas no período da força-tarefa, com destaque para as que tratam sobre as armadilhas da mente em tempos de pandemia (que foi publicada em formato de e-book pela Editora Sefarad) e para as apresentam informações sobre como a psicologia pode ajudar em tempos de crise: focada em profissionais da psicologia e direcionada à comunidade em geral, as três com versões em português, inglês e espanhol.
Além disso, a professora também participa da equipe brasileira de coordenação da pesquisa Compaixão, conexão social e resiliência perante o trauma durante a Pandemia COVID-19: um estudo multicêntrico. Liderado por pesquisadores de 19 países, o estudo investigou o impacto da pandemia em questões como compaixão, regulação emocional, sentimentos de segurança social, isolamento, estresse traumático, entre outros.
A alta qualidade e o extenso volume de produção também renderam ao GAAPCC prêmios e reconhecimentos. Entre os mais recentes, estão o Prêmio Bernard Range 2021, dado pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC) ao orientando de doutorado Milton Cazassa; o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2017, recebido pela Profa. Dra. Margareth da Silva Oliveira, na modalidade Pesquisador Destaque, na área de Educação e Psicologia; e o Prêmio Capes Teses 2018, recebido pela orientanda de doutorado Raquel de Melo Boff, com a tese Efeito de uma intervenção interdisciplinar baseada no modelo transteórico de mudança de comportamento em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.
Após mais de um ano de pandemia da Covid-19, máscaras, protetores faciais e álcool em gel se tornaram alguns dos acessórios mais comuns na rotina de quem precisa sair de casa. Porém, ao utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por longos períodos, a superfície da pele pode ficar com marcas e até mesmo machucados.
“Profissionais da linha de frente do combate ao coronavírus têm apresentado peles extremamente avermelhadas, muitas vezes com irritações, feridas e até manchas”, conta Roberta Palazzo, professora do curso de Biomedicina da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e coordenadora da pós-graduação em Estética e Cosmética: Gestão, Negócios e Procedimentos da PUCRS. Já para o público geral, os casos mais relatados são o de surgimento de acne, coceira, descamação, ressecamento, oleosidade, poros dilatados e flacidez.
Uma das causas é o aumento da temperatura dentro da máscara, por causa da respiração. Isso faz com que a transpiração seja maior e, consequentemente, a desidratação da pele também. Uma reação natural de defesa do corpo para isso é produzir oleosidade, cerca de 10% a mais a cada elevação de 1°C.
Outra modificação é a do pH cutâneo, que costuma ser levemente ácido pela presença ácidos graxos e ácido lático no sebo e no suor, respectivamente. Com a maior produção desses fluidos o resultado é uma maior acidificação, causando o desequilíbrio da microbiota cutânea, surgimento de infecções e agravamento de condições pré-existentes como rosácea e psoríase.
O uso prolongado de máscara também foi associado a alterações na elasticidade da pele, por causa do calor e da umidade. O microambiente criado promove uma série de estímulos repetitivos e desconectados das condições atmosféricas reais, gerando as alterações e fatiga cutânea.
Confira algumas orientações de Roberta que podem ajudar na saúde e na recuperação da sua pele:
Se o seu sonho é atuar na área da saúde, conheça as diferentes opções de cursos oferecidos pela PUCRS, como a Biomedicina, por exemplo. O curso forma profissionais capacitados/as para as atividades de biomedicina estética, diagnóstico por imagem e terapia, análises clínico-laboratoriais e toxicológicas, reprodução humana, ciências forenses, genética, entre outros campos de atuação.
E para você continuar se qualificando, conheça a pós-graduação em Estética e Cosmética: Gestão, Negócios e Procedimentos do PUCRS Online e amplie seus horizontes em um dos mercados mais promissores do Brasil e do mundo: a indústria da beleza e do bem-estar.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) publicou recentemente a versão portuguesa do manual do Programa de Educação dos Valores Olímpicos (OVEP), traduzido pelo Comitê Olímpico Cabo-verdiano, em uma iniciativa conjunta ao Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, sediado na PUCRS desde 2008. O projeto para a tradução em língua portuguesa do documento partiu de Nelson Todt, professor da Escola de Ciências da Saúde da PUCRS, coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da Universidade e presidente do comitê brasileiro. Após reunião do Comitê Olímpico Internacional, em 2018, na Suíça, o professor encaminhou a proposta de tradução em parceria ao comitê de Cabo Verde.
O OVEP Toolkit é um conjunto de livros educacionais, que pode ser acessado gratuitamente no site do Comitê Olímpico Internacional. “O chamado ‘kit’ de ferramentas contém quatro recursos principais projetados para enriquecimento de currículos educacionais através de atividades temáticas olímpicas, estratégias de ensino e materiais inspiradores”, comenta Todt. O material tem como objetivo explorar os temas educacionais do olimpismo e abordar questões contemporâneas que desafiam a juventude no mundo.
A proposta visa alcançar a comunidade internacional de língua portuguesa, estimada em mais de 250 milhões de pessoas nos nove países que possuem como idioma oficial o português, em especial, instituições de ensino e esporte interessadas na promoção da Educação Olímpica. De acordo com o professor, o material pode ser colocado em ação por professores e instrutores, treinadores e clubes esportivos, governos e autoridades educacionais, membros da Família Olímpica e até mesmo por pais, em casa.
Neste ano, a ONU Mulheres destacou como tema para o dia 8 de março Mulheres na liderança: alcançando um futuro igual em um mundo de Covid-19. A iniciativa ressalta a atuação na linha de frente em diversas áreas e a importância da ampla participação delas para a recuperação diante da pandemia.
Segundo a ONU, os países de maior sucesso no combate à Covid-19 são chefiados por mulheres. São exemplos desse combate nações como Dinamarca, Etiópia, Finlândia, Alemanha, Islândia, Nova Zelândia e Eslováquia. As governantes desses países foram reconhecidas pela eficácia na resposta à sua saúde e aos impactos socioeconômicos causados pela pandemia, além de transmitirem para a população informações de baseadas na ciência. Porém, apenas 20 países em todo o mundo são governados por mulheres, o que representa cerca de 10% das nações.
Vice-diretora do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS, a médica Magda Nunes lidera um estudo sobre os impactos do confinamento domiciliar no sono de crianças e adultos. A pesquisa faz parte de uma força-tarefa multidisciplinar da Universidade para o enfrentamento da Covid-19, que reúne mais de 50 profissionais e pesquisadores de diversas áreas na busca por soluções envolvendo a pandemia.
De acordo com o estudo conduzido por ela, cerca de 50% das crianças de 0 a 3 anos e 27% das crianças de 4 a 12 anos apresentaram alterações no sono durante a pandemia, como dificuldades para dormir ou permanecer dormindo. Iniciada em abril de 2020, a pesquisa segue em andamento e está analisando os dados de outras faixas etárias.
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“Eu acho que a melhor maneira de incentivar outras mulheres é através do exemplo de ética e de integridade na profissão”, destaca Magda, que também é membro do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), atuando nas áreas de Neurologia Infantil e Neurofisiologia Clínica-Medicina do Sono.
Médica, pesquisadora, professora e vice-diretora do InsCer, Magda aponta que as mulheres podem ocupar diversos espaços e conquistarem seus sonhos. “Vocês têm que sonhar, sonhar muito, mas também correr atrás dos seus sonhos para que eles se transformem em realidade”, comenta.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante o confinamento domiciliar causado pela pandemia de Covid-19 houve aumento no número de casos de violência contra crianças, adolescentes e mulheres em vários países.
Coordenado por Luísa Habigzang, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, o grupo de pesquisa em Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas (GPeVViC) lançou em abril de 2020 a cartilha de orientação Isolamento durante a Covid-19 e violência dentro de casa.
A professora aponta que o objetivo da cartilha é auxiliar as pessoas a identificar situações de violência, compreender os efeitos para saúde e qualidade de vida e acessar serviços que possam auxiliar em termos de proteção e atendimento.
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“Nós, mulheres da PUCRS, sabemos bem do nosso compromisso científico e social e estamos engajadas em romper estigmas e estereótipos que possam de alguma forma limitar a liberdade e a dignidade de meninas e mulheres em toda sua diversidade, considerando identidade de gênero, orientação sexual, raça, idade, escolaridade ou nível socioeconômico. Nosso trabalho deve contribuir para transformar a vida de todas nós”, ressalta Luísa.
Para ela, existem diversas frentes pelas quais é possível atuar para tornar a sociedade um espaço melhor para as meninas e mulheres. A professora também destaca a importância da pesquisa como uma entrega social. “Nossas pesquisas podem subsidiar políticas públicas para promover a garantia de direitos, a equidade de gênero e o enfrentamento efetivo de qualquer tipo de discriminação ou violência baseada em gênero”.
Com o propósito de melhorar a qualidade de vida de mulheres durante a gravidez, a startup 9 Ciclos busca ampliar o vínculo entre os profissionais da saúde e as gestantes, favorecendo a adesão ao pré-natal e tornando o processo da anamnese gestacional (exame que avalia a evolução da gravidez) mais confortável e menos intrusivo. Desenvolvida por Débora dos Santos, estudante do curso de Enfermagem da PUCRS, a startup foi um dos destaques do Torneio Empreendedor 2019, realizado pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear).
“As mulheres podem e devem desenvolver suas ideias e projetos, pois a PUCRS tem um ecossistema que apoia esse desenvolvimento. Empatia e humanidade são fundamentais para fazer a diferença na sociedade e, ao expressarmos essas características, se torna natural a transformação e inspiração na realidade de outras mulheres”, comenta Débora.
Entre as motivações para a criação da 9 Ciclos, estão os números ligados à gravidez. Dados divulgados pela OMS apontam que diariamente cerca de 830 mulheres morrem no mundo por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto. A Organização Mundial da Saúde também estima que, anualmente, aproximadamente 30 milhões de bebês nascem prematuros, com baixo peso ou adoecem nos primeiros dias de vida. No Brasil, os dados mais recentes revelam que quase um terço das gestantes (32,2%) não tiveram a quantidade mínima de consultas pré-natais recomendadas pelo Ministério da Saúde.
Ao longo de março, em comemoração ao Mês Mulher, uma série de reportagens está ressaltando a trajetória e as contribuições de algumas das mulheres que fazem parte da PUCRS. Leia mais sobre a participação delas na pesquisa científica e na cultura.
Independente da forma de atuação, o nosso respeito, carinho e agradecimento são direcionados para todas as diversas mulheres da Universidade. Você também pode contribuir para homenageá-las deixando sua mensagem na caixinha dos stories do perfil da PUCRS no Instagram (@pucrs).
Em meio às incertezas sobre como será a vida pós-pandemia, a aprovação para o uso emergencial da vacina contra a Covid-19 em grupos prioritários simboliza a possibilidade de dias melhores. Para auxiliar na vacinação, estudantes da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e profissionais da saúde do Centro de Extensão Universitária Vila Fátima (CEUVF) estão atuando em parceria com as equipes volantes da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS) na campanha de imunização.
Mais de 20 estudantes de 11 cursos da saúde participam da ação, por meio do Programa de Educação Tutorial para Saúde da PUCRS (PET-Saúde), que já integra outras campanhas de vacinação do governo, através de um edital de colaboração. O projeto é organizado pelo Ministério da Educação e conta com supervisão e acompanhamento de docentes da Escola em práticas de campo.
Neste sábado, 6 de fevereiro, o grupo realizou a imunização a domicílio de pessoas com mais de 60 anos e acamadas, em conjunto com o Exército. Para isso, 11 estudantes do curso de Enfermagem receberam uma capacitação na tarde da última sexta-feira, retomando o protocolo de imunização, procedimentos técnicos e de higienização. “A equipe conta com alunos e alunas que estão no último ano do curso ou inseridos no PET e que já tenham experiência de campo. Estamos prontos e com o treinamento necessário para esse tipo de atividade”, explica a professora Janete Urbanetto, coordenadora do curso de Enfermagem.
O Centro de Extensão Universitária Vila Fátima (CEUVF) é um programa que, desde 1980, interage com a comunidade de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social das proximidades do Campus da PUCRS. Denise Matos, enfermeira que presta assistência a pacientes do CEUVF, conta que atuar no combate à pandemia é ajudar a escrever a história.
“Por meio de uma ação colaborativa e articulada com órgãos de saúde participarmos como agentes ativos deste momento tão significativo e transformador de valorização da ciência e da tecnologia, de reconhecimento das ações de saúde comunitária e, acima de tudo, de esperança em um futuro melhor para todos e todas” DENISE MATOS.
Um termo de cooperação assinado com o Município de Porto Alegre em 2020 prevê que a equipe de enfermagem do CEUVF atue diariamente junto à equipe volante da Gerência Distrital (GD) Leste/Nordeste (Leno) para a vacinação contra Covid-19.
Ao escolher ingressar no curso de Enfermagem, Júlia Luvizon conta que já sabia que estaria na linha de frente de momentos como esse. “Ao receber o convite fiquei muito animada. É uma chance de colocar em prática o que estou aprendendo na graduação. Sabemos que o vírus é algo muito sério e sentir medo faz parte, mas por já ter estagiado durante a pandemia e saber do tamanho do cuidado dos nossos professores com os alunos, me sinto segura e extremamente feliz de poder ajudar”, destaca.
Sobre a importância de a Universidade oferecer assistência qualificada para a população, a professora Andrea Bandeira, coordenadora do PET e da Coordenadoria Ensino-Serviço na Saúde (DAA-Prograd), explica que “o trabalho em equipe e a prática colaborativa contribuem de forma efetiva para o melhor atendimento das necessidades da população, focando no cuidado e na segurança de pacientes”. Para Clarissa Rodrigues, aluna do curso de Enfermagem que participará como vacinadora voluntária na imunização, esse é um momento histórico muito feliz:
“Acredito que é extremamente engrandecedor para a formação profissional estar presente e atuando nesse ato tão simples e ao mesmo tempo tão cheio de significado e esperança, que é vacinar. É o reflexo do trabalho árduo da ciência em prol da vida”.
A PUCRS é uma das únicas universidades com um campus da saúde completo e estrutura de ensino, pesquisa, assistência e inovação integrados, com diferentes opções de cursos de graduação e pós-graduação. Saiba como estudar na PUCRS!
Desde o início da pandemia os/as estudantes vêm produzindo materiais informativos com o acompanhamento de docentes. Os conteúdos são divulgados em serviços de saúde e também nas redes sociais.
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Apesar de serem delimitados grupos de risco para a Covid-19, pessoas que não fazem parte de nenhum deles podem precisar de internação por agravamento da doença, assim como alguns pacientes de grupo de risco podem apresentar apenas sintomas leves. Motivados por compreender o porquê disso, o Laboratório de Biologia Celular e Tecidual da PUCRS, em parceria com pesquisadores da UFCSPA e da UNIVATES, encontrou uma possível resposta nos níveis de angiotensina II no sangue. A angiotensina (tanto a I quanto a II) é um polipeptídio, ou seja, um conjunto de aminoácidos, responsável, dentre outras funções, por regular a pressão arterial, como explica Léder Leal Xavier, professor de Fisiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e um dos responsáveis pelo estudo.
O pesquisador acrescenta que a entrada do vírus da Covid-19 nas células humanas ocorre através de uma enzima que fica na membrana dessas células, chamada enzima conversora de angiotensina II (ECA2), encontrada, principalmente, no pulmão, ela é, portanto, a “ponte” para que o vírus entre no organismo. A angiotensina II, por sua vez, remove a ECA2 da membrana das células e, sem essa “porta de entrada”, diminui a quantidade de vírus que consegue, efetivamente, entrar no corpo. Na hipótese criada pelo grupo de pesquisa, pacientes que conseguem aumentar os níveis de angiotensina II durante a Covid-19, têm uma carga viral menor e ativam o sistema imune de uma forma adequada, tendo, consequentemente, melhor prognóstico. Entretanto, algumas pessoas não conseguem produzir um aumento nos níveis de angiotensina II, com isso, recebem uma carga viral elevada, e, por não ativar o sistema imune adequadamente no início da doença, podem ter sintomas mais graves.
O estudo, que faz parte da tese de doutorado da aluna Paula Neves, do Programa de Pós Graduação em Biologia Celular e Molecular da PUCRS (PPGBCM), pode auxiliar no entendimento e possíveis tratamentos da COVID-19 e também de outras infecções por outros vírus que venham a ser descobertos e usem a ECA2 como modo de entrada no corpo humano. “É importante conhecermos a biologia básica das doenças para que depois possamos agir”, complementa Léder.
A pós-doutoranda do PPGBCM, Andrea Wieck Ricachenevsky, por sua vez, comenta sobre a importância de unir cientistas de diferentes instituições de ensino em prol da ciência: “esses pesquisadores têm formações e especialidades distintas. Além disso, oferecem diferentes pontos de vista sobre o tema, proporcionando a multidisciplinariedade, o que é muito importante em um estudo”.
Os pesquisadores, por fim, afirmam que o estudo é composto de teorias fisiológicas e bioquímicas sobre as respostas do corpo humano à Covid-19 e outras infecções virais e pode servir de base para estudos futuros em busca de tratamentos que atenuem os efeitos dessas doenças, mas salientam que medidas básicas como distanciamento social, uso de máscaras, vacinação e consulta ao médico em qualquer suspeita de Covid-19 são prioridades. Além disso, até o momento, o estudo não altera de forma alguma o tratamento clínico dos pacientes, visto que, por enquanto, não há um remédio “universal” para tratamento da Covid-19, e sim, diversos tratamentos para os sintomas, a serem definidos por um médico.
O artigo completo, publicado no periódico internacional Frontiers of Immunology, pode ser conferido aqui.