Porto Alegre está entre os 10 melhores municípios para quem quer empreender no Brasil. Isso é o que mostra a última edição do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), mapeamento que analisa o ambiente de negócios do País e que avaliou os 100 maiores municípios. Dentro dessa realidade, a PUCRS oferece um ecossistema de empreendedorismo, inovação e tecnologia com estrutura completa para a capital gaúcha, além de liderar diferentes ações de fomento ao tema.
O estudo organizado pela Endeavor, rede que apoia empreendedores/as com potencial de impacto econômico e social, colocou Porto Alegre no nono lugar geral e mostra que o Rio Grande do Sul também se destaca em Inovação. A categoria leva em consideração a proporção de profissionais com mestrado e doutorado em Ciência e Tecnologia, pessoas que trabalham no setor, a média de investimentos do BNDES e da Finep, a infraestrutura tecnológica e os contratos de concessão, além de patentes, tamanho da indústria inovadora, da economia criativa e das empresas de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
Conforme destaca Naira Libermann, coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Inovação e Empreendedorismo (IDEAR) e professora da Escola de Negócios da PUCRS, a educação e a pesquisa são fundamentais para a aplicação da inovação:
“Sob esse aspecto o desenvolvimento humano é um dos principais ativos da sociedade. Definidor da cultura, é a base para a formação do capital humano”.
Saiba mais sobre a atuação do Idear, que incentiva a atitude empreendedora interdisciplinar e a inovação com impacto positivo na sociedade.
O Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) é um ambiente de negócios inovadores que promove conexões para impulsionar o setor. Segundo o levantamento, o Estado ainda precisa de força no quesito Cultura empreendedora, que avalia questões como satisfação em empreender, apoio familiar, probabilidade de abertura de negócios, facilidade pessoal para abertura e manutenção de negócios, entre outros.
“Baseado em um modelo de interação em rede, o Tecnopuc atua como um vetor de transformação da sociedade por meio da promoção de um ecossistema de negócios inovadores capaz conectar a quádrupla hélice – academia, governo, mercado e sociedade, em prol do desenvolvimento econômico e social da região”, explica Flávia Fiorin, gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc, sobre o papel do Parque Tecnológico no apoio ao desenvolvimento do ambiente de negócios propício a empreender.
Para Daniely Votto, uma das fundadoras da startup 5Marias, empresa voltada para o descarte correto de resíduos, empreender é “sonhar grande desde o primeiro passo”. Graduada e mestre em Direito pela PUCRS, Daniely começou sua empresa com o empurrão do Startup Garage e hoje está sendo desenvolvida na Aceleradora Ágil. “No programa pudemos conhecer melhor o ecossistema de inovação de Porto Alegre e repensar nosso modelo de negócio. Sempre há alguém que pode nos ensinar algo e a qualificação acadêmica foi muito importante para termos maturidade nas nossas decisões“.
O incentivo ao empreendedorismo acontece dentro e fora de sala de aula na PUCRS. Só em 2020 foram mais de mil estudantes conectados com o tema por meio do Track Startup, iniciativa da Universidade que oferece diferentes caminhos para quem deseja transformar novos empreendimentos em realidade.
“É um movimento integrado de capacitação para que indivíduos e grupos possam identificar possibilidades e materializar soluções em suas áreas de conhecimento, de maneira interdisciplinar, viável e sustentável”, destaca Naira sobre a base curricular dos cursos da PUCRS, que é voltada para as práticas empreendedoras.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, em apenas cinco anos, 35% das habilidades consideradas essenciais hoje mudarão. Para a professora, a próxima geração de trabalhos não estará baseada somente em profissões, mas na habilidade de resolver problemas complexos e superar desafios: “Hoje não falamos em empregabilidade, mas sim em trabalhabilidade. Ou seja, profissionais assumem a responsabilidade de gerenciar o desenvolvimento das suas carreiras e transformar ideias criativas em ações concretas”.
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Pensar no amanhã é uma tarefa que exige abordagens plurais para um futuro cada vez mais complexo, em que competências empreendedoras já são um diferencial. Incentivar o desenvolvimento da autonomia e o protagonismo de quem tem coragem para projetar novas soluções e negócios é o objetivo do Torneio Empreendedor 2020. A iniciativa é promovida pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear) e está com inscrições abertas até 1 de outubro, neste link.
A partir de orientações e acompanhamento serão oferecidas estratégias específicas de acordo com a necessidade de cada participantes ou grupo. Para o coordenador do evento, Vicente Henrique Zanella, professor da Escola de Negócios da PUCRS e integrante do Idear, trata-se de uma oportunidade para ir além. “Queremos ajudar as pessoas a concretizar ideias, por isso a integração de diferentes propostas. O objetivo é que exista um desenvolvimento pessoal e também coletivo”, destaca.
O Torneio Empreendedor busca integrar a vivência de mercado com metodologias inovadoras utilizadas na universidade. Confira o que vai rolar ao longo dos quatro encontros:
Aqui é o momento de pensar na sua ideia e o que você deseja entregar para a sociedade, lembrando que é possível participar sem ter uma ideia pronta. Posteriormente, existe um momento para formação dos grupos, reflexões, pensar metodologias para o desenvolvimento de competências e definição de papéis na equipe.
Etapa designada para pensar no problema e consequentemente na solução. Muitos empreendedores e empreendedoras possuem dificuldades para estruturar e organizar o seu negócio antes de colocar em prática.
Saber apresentar uma ideia, projeto ou negócio é fundamental. Essa apresentação rápida é chamada de Pitch, etapa final do Torneio Empreendedor. Portanto, nesse dia serão trabalhados conceitos e métodos para que você obtenha sucesso em comunicar o seu negócio.
Nesse último dia serão feitas as apresentações e feedbacks para todos/as os/as participantes.
As mentorias acontecerão em encontros individuais com especialistas para auxiliar no desenvolvimento dos projetos.
O Idear incentiva a atitude empreendedora interdisciplinar e a inovação com impacto positivo na sociedade por meio da formação de pessoas que proponham soluções que possam mudar o mundo.
Caso você queira saber mais algum detalhe, envie um e-mail para [email protected]. Inscreva-se, até 1 de outubro, aqui.
Quando se fala em empreendedorismo, a primeira ideia que vem à mente de muitas pessoas é “abrir um negócio”. E, de fato, essa é uma das formas de empreender, talvez a mais popular delas. Mas, na verdade, essa é uma atividade que está muito mais próxima do que se imagina, mesmo para quem não tem um “empreendimento”.
“Resolver-se a praticar (algo laborioso e difícil); tentar”; e “Pôr em execução; fazer, realizar” são as definições do verbo “empreender” encontradas no dicionário Michaelis. Lendo essas descrições, já fica claro que essas ações estão presentes no dia a dia de todos nós. E, para a professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Manoela de Oliveira, estamos em um período que favorece muito atitudes empreendedoras.
Manoela explica que, sim, empreender pode resultar em abrir uma empresa. Mas que, de uma forma mais geral e mais próxima da realidade da maioria das pessoas, está relacionado a “fazer uma ação intencionalmente como objetivo de mobilizar alguma coisa. Nesse sentido, acho que este é um momento muito propício para todo mundo desenvolver essa capacidade de empreender, porque a gente precisa encontrar soluções para vários problemas”, aponta a professora.
Desde o início da pandemia, diversas adaptações foram necessárias para todas as pessoas, no mundo inteiro. Em relação aos estudos, por exemplo, alunos que estavam habituados a ter aulas presenciais precisaram migrar para a modalidade online. E isso resultou em situações e desafios que precisaram ser solucionados. “Achar um espaço adequado, organizar os horários, organizar-se para estudar e decidir permanecer na Universidade e buscar o título que se propôs a conquistar no Vestibular ou no Enem também é empreender”, destaca Manoela.
A professora pontua que nem sempre essa é uma tarefa fácil, e que, por isso, é importante também entender que cometer erros nesse processo é normal e que eles podem, também, ensinar muitas coisas: “Uma boa alternativa é tomar consciência dos seus objetivos e dos desafios que podem vir com eles. É importante pensar em uma alternativa para tentar superar esses ‘erros’, levantar e tentar de novo alguma outra coisa. Não é preciso ser teimoso, mas é preciso ser persistente”.
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Manoela reforça que o contexto que estamos vivendo é propício para desenvolver novas competências e habilidades. Ter que lidar com internet instável, dividir espaço físico com outras pessoas, negociar horários e recursos são desafios que ajudam a desenvolver as habilidades de negociação e de empatia, de flexibilidade. Ao mesmo tempo, valorizar aquelas pessoas que são importantes e encontrar formas alternativas de manter contato com elas desenvolve socialização e criatividade.
Uma estratégia interessante apontada pela professora é fazer o exercício de analisar a jornada nesse período de distanciamento social. “Pensar em como estávamos nas primeiras semanas e como estamos agora, e o que conseguíamos fazer lá e o que conseguimos fazer aqui é um exercício interessante”. Ela reforça que, provavelmente, não desempenhamos atividades com o mesmo nível de sucesso durante todo esse tempo: “E poder observar isso, entender os motivos e levar para um próximo semestre com intencionalidade e foco, sabendo o que se está fazendo, é super interessante e pode servir de aprendizado também”.
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Além de olhar para dentro, tentando se compreender, entender o que gosta, de que forma faz isso bem e quando não consegue fazer tão bem assim, Manoela destaca o “olhar para fora”. “Assim, é possível entender o que está acontecendo, respeitar os outros e ajudar quem precisa”.
Em relação aos estudos e ao futuro profissional, conhecer-se mais permite entender melhor quais oportunidades valem a pena. “A questão de olhar pra fora pensando no futuro profissional é interessante, porque, ao fazer esse exercício e entender as necessidades dos outros, eu posso, enquanto estudante, ir me preparando para um mercado que está mudando, para identificar e atender necessidades desse mercado. E isso me torna muito competitivo, porque eu vou conseguir ter o conhecimento técnico e ter a intenção, a vontade de oferecer soluções que são necessárias para alguns grupos”, conclui.
Dentro da Universidade, existem diversas maneiras de praticar o empreendedorismo. Desde participar de eventos e desafios com essa temática até cursar uma disciplina focada em encontrar soluções para problemas reais, são oferecidas diferentes experiências para despertar nos alunos o espírito empreendedor. Confira: 5 dicas: como desenvolver competências empreendedoras durante a graduação.
Em um momento em que é preciso manter o distanciamento social para conter a proliferação do coronavírus, rever e adaptar ideias que estavam no papel podem ser gerar ideias interessantes. Se você tem um negócio, tire um tempo para repensar a operação e a estratégia. Caso esteja planejando começar a empreender, é hora de criar uma base mais sólida de conhecimentos e achar alternativas para validar hipóteses. Confira cinco dicas do Leandro Pompermaier, professor da PUCRS e Líder do Tecnopuc Startups, para reestruturar seu negócio frente à Covid-19 e cinco dicas para quem está dando os primeiros passos.
Esteja atento às oportunidades, mas também ao feedback do seu público. O momento pede foco na construção e solidificação de um bom relacionamento. Os(as) consumidores(as) lembrarão dos posicionamentos das marcas após o término da pandemia, e isso influenciará nas decisões de compra.
1 – Empatia com clientes e colaboradores: neste momento, é importante manter vivo o relacionamento com a equipe e com os clientes existentes. Com empatia, entenda que eles estão sendo atingidos da mesma forma que o seu negócio. Converse e alinhe a melhor forma de ajudá-los, atento ainda a maneiras de manter a saúde e a sustentabilidade do empreendimento.
2 – Oferta: verifique se é o momento de rever a oferta de produtos e serviços. Projete o mundo pós-coronavírus e reflita se o seu negócio precisa ser revisado e adaptado a esta nova realidade. Pense em toda a cadeia, nos interessados (stakeholders), nos clientes, nos usuários, nos colaboradores, nos fornecedores e nos demais públicos internos e externos.
3 – Processos: otimize seus processos de negócio. Reveja aqueles projetos de mudança que estavam engavetados por falta de tempo para a execução. Analise se é o momento de iniciar uma estratégia de mudanças, de otimizar os processos ou de tomar uma ação diferente.
4 – Capacitação da equipe: com várias pessoas trabalhando de casa, pode ser desafiador conseguir ensinar novas tecnologias para as equipes. Há diversos recursos disponíveis de forma online (a própria PUCRS oferece cursos gratuitos) que podem ser úteis para este fim.
5 – Exponha-se: é um momento de usar as redes sociais, as lives, o canal do YouTube, o blog, entre outros, para expor a empresa, os empreendedores, as ideias e os cases. Aproveite este momento para criar conteúdo para quem está buscando entender o que está acontecendo no mundo. Expanda seus horizontes e conecte-se através do conhecimento.
Para quem está começando a empreender, é importante estudar, entender como seu público consome e que tipo de valor você pode agregar. Seja presente e fique atento ao que há de novo no mercado.
1 – Abasteça-se de conhecimento: durante a quarentena, há uma grande variedade de lives de diversos assuntos, webinars com os mais capacitados empreendedores, artigos com diferentes pontos de vistas, cursos, etc. É o momento de empreendedores iniciantes buscarem mais informações sobre a área do seu futuro negócio.
2 – Conecte-se (virtualmente, neste momento) a um ecossistema de inovação: a PUCRS possui um dos principais do país, o Tecnopuc. Esses locais possuem ferramentas, programas e pessoas que podem ajudar nos primeiros passos do empreendimento. Seja através de conexões entre empreendedores ou de participações em programas e eventos de forma online. Siga essas iniciativas nas redes sociais, tente contato com quem está focado no desenvolvimento dos negócios, analise o ecossistema e veja como eles podem te ajudar. Ter proatividade é essencial.
3 – Atualize suas redes: quando foi a última vez que atualizou seu perfil no LinkedIn? Será que está seguindo as pessoas corretas? Compare como elas se relacionam com o futuro do seu negócio e analise quais são as redes que podem ter mais impacto para sua empresa. Seja Instagram, LinkedIn, Facebook ou qualquer uma das outras plataformas. O que conta é entender onde seu público está e como ele se comporta.
4 – Explore o problema e o mercado: crie um blog ou utilize suas redes para expor o que você está querendo fazer. Isso ajuda a obter feedback qualitativo e pessoal. Crie uma pesquisa (usando alguma ferramenta, como o SurveyMonkey) e propague-a nas suas redes para testar o interesse no seu produto/serviço e também para descobrir necessidades. Avalie o mercado com um incentivo financeiro. Ofereça 50% de desconto no produto para os primeiros 100 que responderem a pesquisa, por exemplo. Isto pode ser a validação de demanda de mercado.
5 – Teste a solução: crie o MVP (produto mínimo viável) utilizando o seu conhecimento e ferramentas existentes no mercado, apresente-o ao público e analise o comportamento dos clientes/usuários. Um bom início é a leitura deste Guia Prático, da Endeavor.
Leandro Bento Pompermaier atualmente é sócio da e-Core Desenvolvimento de Software e professor da Escola Politécnica da PUCRS. Também é líder do Tecnopuc Startups, que faz parte do ecossistema de inovação da Universidade.
Como empreender ao redor do mundo. Este é o tema do próximo Startup Garagem Drops, que ocorre nesta terça-feira, dia 28 de abril, às 14h. A líder do Tecnopuc Crialab, Ana Berger, recebe Eduardo Shimahara, facilitador no Sustainability Institute e professor da University of Stellenbosch, na África do Sul. A live pode ser assistida no Instagram @tecnopuc.
Nascido em São Paulo, Shimahara é engenheiro mecânico por dez anos, liderou equipes na França e na Espanha antes de deixar sua carreira como co-fundador e trabalhar no 6º maior grupo de universidades privadas do Brasil. Ele é ex-aluno do Sustainability Institute (SI), onde fez o seu mestrado em Sistemas Alimentares.
A sua iniciativa educ-acao.com, levou-o ao redor do mundo visitando escolas inovadoras, como a Yip, a Green School, em Bali, e o levou ao SI. Esta história é contada no livro Volta ao mundo em 14 escolas. Eduardo detém um PGD em Jogos Cooperativos (Centro Universitário Monte Serrat) e um mestrado em Desenvolvimento Sustentável (Universidade de Stellenbosch). Com a sua paixão pelo desenvolvimento sustentável, educação, alimentação e pessoas, iniciou um novo empreendimento conectando o Hemisfério Sul através de profundas jornadas de aprendizado.