O poeta gaúcho Carlos Nejar diz que “o ser só morre quando já morreram todas as suas palavras”. Talvez, por isso, alguns professores permaneçam sempre presentes em nossas lembranças, não importando quanto tempo já tenha se passado desde a última aula. Há educadores que marcam profundamente seus alunos: seres que nunca morrem, ganham vida a cada história que contamos e recontamos “do tempo da escola”, da universidade, de uma circunstância privilegiada em que um mestre tenha nos alcançado a mente e o coração.
O momento feliz, em educação, acontece quando professores e estudantes se encontram. Quando carregado de sentido para ambos, esse instante privilegiado se transforma em um momento feliz. Corações no mesmo compasso, mentes conectadas, vidas entrelaçadas pela experiência do compartilhamento de ideias e sensações. O saber se conjuga com o sabor e a sabedoria tem campo aberto para ser cultivada.
É o sublime encontro humano entre professor e estudante que dá sentido aos dois ofícios: de educador e educando. Encontro feliz, carregado de intencionalidades, de desejo, curiosidade e confiança. Nas palavras de Rubem Alves, juntam-se as caixas de ferramentas e de brinquedos; há tempo para o saber aplicado (útil) e aquele voltado para o prazer. Ambas as formas de conhecimento são válidas e necessárias. O professor apaixonado por seu ofício e feliz na vocação não abre mão do prazer dos conhecimentos inúteis e dos conteúdos aplicados.
Ele desenvolve em seus alunos competências nas múltiplas dimensões do saber e do sabor. Num tempo em que tanto se pergunta “para que serve isso?”, o professor-educador tem a coragem de responder: “não serve para nada”. É justamente essa inutilidade que faz toda a diferença para o gostar de aprender e de ensinar, pois, em educação, saber e sabor andam juntos, independentemente da ordem em que apareçam. Nessa frágil liberdade de encaixe e desencaixe reside a felicidade do encontro entre professor e estudante, cada qual tecendo o seu jeito de aprender a ser feliz.
Alexander Goulart
Professor e jornalista
*Conteúdo publicado originalmente no Correio do Povo.
2019_05_29revista_novidades_academicas_monitoriabruno_todeschini907x605
O Novo Ensino Médio trará diversas mudanças estruturais propostas pelo Ministério da Educação (MEC). Dentre elas estão a ampliação do tempo mínimo de permanência de estudantes na escola, a flexibilização do currículo com diferentes possibilidades de escolhas e o foco na formação técnica e profissional.
Para explicar essas e outras novidades, a PUCRS promoverá uma atividade formativa totalmente gratuita e com certificação para educadores e educadoras da rede pública e privada de ensino. O encontro online está com inscrições abertas e acontece no dia 8 de setembro, das 19h às 20h, pela plataforma Zoom. Agende-se e garanta a sua participação, as vagas são limitadas!
O evento será mediado pelo Irmão Manuir Mentges, vice-reitor da PUCRS, e contará com a participação do pedagogo e especialista Ricardo Mariz.
De acordo com o portal oficial do MEC, o objetivo da mudança é garantir a oferta de educação de qualidade e aproximar as escolas da realidade dos/as estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.
A proposta contempla a possibilidade de escolher entre itinerários formativos, conjuntos de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, para se aprofundar nos conhecimentos de uma ou mais áreas do conhecimento (além da formação técnica e profissional – FTP).
“As redes de ensino terão autonomia para definir quais itinerários formativos irão ofertar, considerando um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar”, afirma o comunicado.
Em portaria publicada no mês de julho, o MEC anunciou que o novo modelo deve começar a ser implementado progressivamente a partir de 2022, começando pelos 1º anos do Ensino Médio. A previsão é de implementação nos 1º e 2º anos em 2023 e nos 3º anos em 2024, completando o ciclo.
Sair do ensino médio e fazer decisões sobre o futuro profissional pode ser desafiador. Mesmo assim essa jornada não precisa ser um problema e pode se tornar uma oportunidade de autoconhecimento.
Para que estudantes comecem a planejar e criar caminhos que façam sentido com os seus objetivos de vida, a PUCRS lançou em 2020 o Projetando o Futuro, uma experiência completa de autodescoberta. O objetivo é incentivar a autonomia e o protagonismo de jovens diante de seus próprios destinos. Conheça o projeto e incentive seus/as estudantes!
Ricardo Mariz é pedagogo, doutor em Sociologia e mestre em Educação. Atualmente, coordena a área de Missão e Gestão da União Marista do Brasil (Umbrasil) e o Grupo de Pesquisa Cartografias dos territórios de aprendizagem CNPQ/UCB. Participa do Grupo de Pesquisa de Sociologia Clínica CNPQ/UnB e é conselheiro do Movimento de Educação de Base da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Manuir Mentges é filósofo, doutorando e mestrado em Educação e especialista em Gestão da Educação pela PUCRS. Também atua como pesquisador permanente na Universidade.
InScreva-se para a formação gratuita sobre o Novo Ensino Médio