Ajudar a promover a inclusão digital: esse é o objetivo do projeto que doará mais de 10 mil chips com acesso à internet para estudantes do ensino superior de todo o País. A PUCRS, que é parceira da Universia, edtech do Santander Universidades, será contemplada com até 100 dos dispositivos.
Estudantes de graduação podem se inscrever até 11 de fevereiro de 2021 para concorrer aos chips, neste link. Alunos e alunas em situação de vulnerabilidade social e com bom desempenho acadêmico têm prioridade para receber o benefício, mediante comprovação e processo de seleção. De acordo com o site oficial do programa, serão disponibilizados, por seis meses:
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected], pelo telefone (51) 3353-4854 ou pelos canais da Universia.
A Universia é a edtech do Santander Universidades, projeto que oferece iniciativas focadas em três pilares: formação, empregabilidade e empreendedorismo. Entre as frentes de atuação estão os programas de bolsas de estudo nacionais e internacionais para estudantes de graduação, pós-graduação e docentes universitários/as. Saiba mais neste site.
Um projeto fruto da parceria entre o Centro de Estudos da Educação Superior da PUCRS e do Conselho de Formação em Educação da Administração Nacional de Educação Pública (ANEP), no Uruguai, promoveu discussões sobre o futuro e os desafios da Educação 2050. O projeto aconteceu no formato de Collaborative Online International Learning (COIL), reconhecido pela Columbus Hub Academy.
O tema surgiu a partir de uma iniciativa da UNESCO, na qual faz um convite para toda sociedade para discutir os futuros da educação, tendo como horizonte o ano de 2050. As contribuições serão analisadas e publicadas em um documento sobre os futuros da educação no contexto global.
Coordenado pela professora da Escola de Humanidades e coordenadora do CEES, Marília Morosini e pela professora Patrícia Vieira do CFE/ANEP, grupos de discussão foram formados para refletir sobre os contextos brasileiro e uruguaio ao longo do mês de novembro. Com encontros online, o projeto contou com a presença de estudantes de mestrado e doutorado em Educação (contexto brasileiro) e professores em formação permanente (contexto uruguaio).
Os grupos focais realizados manifestaram convergências tanto nas preocupações como nas esperanças para o futuro da Educação em 2050. As discussões sobre os principais desafios permearam as questões relacionadas aos avanços do uso da tecnologia em todos os setores da sociedade, e a esperança de que as novas gerações tenham a capacidade de fazer um uso crítico, autônomo e responsável das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
As discussões contemplaram ainda a necessidade de respeito às distintas culturas, e o exercício das diferenças, enfatizando a importância de reconhecer o capital humano, sustentado no trabalho coletivo, respeitando o espaço e as características individuais do outro. Outro desafio observado é a formação dos professores para o uso das TICs, por isso, os grupos sugerem que deverá haver uma formação permanente, que busque desenvolver novas estratégias didático-pedagógicas para as necessidades impostas por um contexto em movimento e em constantes mudanças.
O papel dos Estados também foi contemplado nas discussões. Na opinião dos participantes, os Estados deverão empenhar-se em desenvolver políticas públicas que preencham as lacunas existentes e evidentes neste momento pandêmico, especialmente para o uso e acesso às tecnologias digitais, constituídas como ferramentas nos processos de ensino e aprendizagem. Deverá ser garantido a estudantes, famílias e professores, a participação em programas de inclusão digital que visam a inclusão de todos no uso eficaz das ferramentas digitais como inputs educativos.
A defesa da educação como um direito de todos, a necessidade imperativa de respeito e a empatia pelo outro e outras culturas também foram destaque durante as discussões. Os grupos também abordaram a necessidade de promover a autonomia do estudante, preparar o professor para ensinar em novos contextos, transcendendo o disciplinar e navegando pelos limites da resolução de conflitos dentro e fora da sala de aula.
“Os participantes acreditam que será necessário ultrapassar os limites do conhecimento, despertar a curiosidade, originalidade e espírito investigativo dos estudantes através de um encontro pedagógico em que o diálogo, o respeito e as emoções assumem um papel importante, e mediante o aprender pela pesquisa. Trata-se de ensinar de uma perspectiva planetária e construir uma ética da humanidade que ofereça uma educação mais justa e fraterna”, completa Marília.
De acordo com a professora da Escola de Humanidades, a realização de um projeto de colaboração internacional e online com outra instituição promove aos participantes oportunidades de aprendizagem internacional e intercultural mesmo com a permanência no local, permitindo que as vivências de contextos reais e distintos.
“Além disso, um projeto como este potencializa redes colaborativas de ensino, pesquisa e extensão entre as pessoas e instituições participantes, além de possibilitar o desenvolvimento de metodologias de inovação pedagógica no ensino e na pesquisa em educação. Convém destacar ainda que os participantes deste projeto receberão uma certificação internacional da Columbus Hub Academy“, adiciona Marília.
O Collaborative Online International Learning (COIL) refere-se às experiências de mobilidade virtual, ou seja, proporcionar dinâmicas à distância interagindo com as instituições internacionais parceiras. Um COIL pode ser utilizado para desenvolver projeto à distância entre duas ou mais instituições, competências interculturais, habilidades digitais e troca de conhecimento e aprendizagem.
Nos dias 23, 24 e 25 de novembro, o Centro de Internacionalização da Educação Brasil-Austrália (CIEBRAUS) promoverá três webinars com transmissão ao vivo pelo YouTube da PUCRS. O novo ciclo de encontros abordará temáticas alinhadas ao eixos de atuação do Centro: Educação e Políticas Públicas e Institucionais. As palestras serão conduzidas em inglês, sem tradução.
Confira a programação completa:
23 de novembro, 18h30 (Brasil) | 24 de novembro, 5h30 (Austrália)
Design for educational innovation and curriculum development (Design de inovação educacional desenvolvimento de currículo)
Palestrante:
Dr. Craig Whitsed, Curtin University
24 de novembro, 18h30 (Brasil) | 25 de novembro, 8h30 (Austrália)
Leading and utilizing evidence-base for professional development and for influencing policy and practice in tertiary education (Liderando e utilizando pesquisas baseadas em evidência para promover o desenvolvimento profissional e influenciar políticas e práticas na educação superior)
Palestrantes:
Dr. William Locke, Diretor do Melbourne Centre for the Study of Higher Education;
Dr. Siew Fang, Professor & Engagement Lead na Melbourne Centre for the Study of Higher Education;
Dr. Arnaldo Barone, Professor na Melbourne Centre for the Study of Higher Education
25 de novembro, 17h (Brasil) | 26 de novembro, 7h (Austrália)
How Government Partnerships can foster research collaborations for mutual benefit (Como as parcerias governamentais podem promover colaborações em pesquisa para benefícios mútuos)
Palestrantes:
Andrea Voto-Bernales, Diretora de Serviços Educacionais na Victoria Government Trade and Investment Office for Latin America;
Dr. Jega Jegatheesen, Diretor para Água, Tecnologias Efetivas e Ferramentas (WETT) no Centro de Pesquisa da Faculdade de Engenharia da RMIT University em Melbourne;
Natalia Gorroño, Diretora de Investimentos e Negócios Sênior na Victorian Government Trade and Investment Office for Latin America;
Dr. Robert Faggian, Professor Associado no Centre for Regional and Rural Future, Deakin University.
Sobre o CIEBRAUS
Fruto de uma iniciativa inédita entre a PUCRS e a Embaixada da Austrália no Brasil, o Centro de Internacionalização da Educação Brasil – Austrália tem como objetivo tornar-se um hub de referência em internacionalização da educação para a América Latina. Localizado na Escola de Humanidades, o Centro visa promover o desenvolvimento de pesquisas focadas no tema de internacionalização da educação e também promover atividades de cooperação educacional.
Em 1796 o inovador médico britânico Edward Jenner extraiu uma secreção de uma mulher com varíola bovina e inoculou em um menino saudável, James Phipps. O menino contraiu apenas uma forma leve da doença. Cerca de 2 meses após, James Phipps foi exposto a varíola humana e não contraiu a doença. As ideias inovadoras de Jenner levaram ao desenvolvimento da vacina que erradicou a varíola e abriu espaço para outras imunizações que mudaram, para melhor, a história da medicina e da humanidade.
Neste momento de pandemia, o papel dos médicos e das instituições de ensino vai além da função mais essencial de dar assistência e salvar vidas. É preciso inovar na busca de soluções para problemas cada vez mais complexos. Tem se trabalhado intensamente no desenvolvimento de uma vacina que traga esperança e segurança.
Universidades e fundações de pesquisa historicamente prestam benefícios à população. A Escola de Medicina da PUCRS, que está completando 50 anos em 2020, tem contribuído muito ao longo da sua história: são mais de três mil médicos formados e um grande número de pesquisadores que estão hoje espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Há uma rede de Alumni trabalhando em algumas das mais renomadas instituições da Europa e da América do Norte e, frequentemente, mantendo colaborações com a PUCRS ou outras universidades brasileiras.
Entretanto, o desafio agora vai além. É cada vez mais necessário traduzir conquistas da medicina e da ciência sem ruídos ou mal-entendidos. Nós, médicos, temos uma missão essencial na educação para saúde e divulgação da ciência de forma compreensível e clara. A evolução da pandemia e o medo levaram à disseminação de soluções fáceis e falsas, que prejudicam. Em contrapartida, existe um potencial enorme de cooperação entre médicos, pesquisadores e a imprensa para facilitar informações novas, confiáveis e que possam, além de beneficiar a saúde da população, gerar aprendizados sobre o que estamos vivenciando.
Dezenas de municípios do Rio Grande do Sul e algumas localidades de fora do Estado e do País participaram do estudo desenvolvido pelo grupo de pesquisa Processos Motivacionais em Contextos Educativos do programa de pós-graduação em Educação da Escola de Humanidades da PUCRS. Ao todo foram mais de 200 participantes que responderam a um questionário online com 25 questões durante o mês de maio.
O número mais expressivo de participantes é de docentes de escolas públicas (74.8%), que atuam no ensino fundamental (40%) e com mais de 15 anos de docência (36.6%). Eles também representaram a maioria (93,6%) das instituições que adotaram o ensino remoto emergencial.
Entre os principais resultados registrados estavam os desafios profissionais (com destaque para o uso de tecnologias, adaptação curricular, comunicação, sobrecarga de trabalho, etc.) e os pessoais (expectativa, motivação, espaço de trabalho familiar, etc.). Em paralelo, destacou-se o apoio das instituições e colegas de trabalho. A colaboração entre professores foi apontada como um aspecto positivo. Já o impacto do distanciamento social na relação emocional com os estudantes foi registrado como negativo.
Sobre os resultados, a coordenadora do estudo, a professora Bettina Steren dos Santos, observa que o período também trouxe importantes perspectivas de superação e de construção de novos conhecimentos, bem como reflexões sobre crenças pessoais e o fortalecimento do valor da educação e do papel do exercício presencial da docência (com destaque para aprendizado pessoal e valorização interpessoal). Mas acrescenta: “os docentes revelaram que as dificuldades técnicas e emocionais para se readequar à nova realidade os deixaram muito inseguros”.
Nas análises gerais do grupo de pesquisa, aos poucos foi sendo percebida a necessidade de recriar um espaço educacional online e não simplesmente um espaço que fornecesse materiais de acesso rápido. “Essa mudança de paradigma exige um olhar atento para diferentes possibilidades de formação docente, principalmente no que se refere à apropriação digital e a resolução de problemas de maneira colaborativa. Acredito que poderemos avançar e melhorar os processos educacionais quando a aprendizagem acontecer continuamente e de forma significativa. Um dos pontos fundamentais é considerar as diferentes especificidades e potencialidades que o meio oferece, emergindo, assim, novas ecologias educacionais e um acréscimo de qualidade em todo o sistema”, considera Bettina.
Na conjuntura da emergência, a pesquisa evidencia ainda o grande abismo presente na relação da escola com a comunidade. “Não foi possível identificar quais famílias tem condições de acesso às aulas remotas, muitas não dispõe de tecnologia que dê conta (desde equipamento até rede de internet), como também não dispõe de tempo (classe trabalhadora não dispensada na quarentena) para acompanhar as atividades dos seus filhos e retornar aos professores”, observa Bettina.
Questionados também sobre como percebiam os estudantes nesse contexto, incluindo os com necessidades específicas ou deficiências, a maioria dos professores apontou apatia e ansiedade, seguido de falta de apoio familiar e tecnológico. Sobre a influência desse momento no processo de aprendizado dos estudantes, os docentes percebem desenvolvimento da autonomia e valorização da escola.
Em sua primeira versão totalmente online, a 4ª edição do Ideação, promovido pelo Idear, contou com mais de 1.100 inscrições e 450 participantes em cinco atividades. As três lives, abertas ao público e transmitidas pelo YouTube da PUCRS, somaram mais de 1.700 visualizações até o momento. Com o tema Mundo em Transformação, os debates abordaram educação, responsabilidade social, diversidade e muito mais.
Durante o evento o Idear lançou o livro Eu Sou Uma Ideia a Empreender | Guia do Professor, material de suporte pedagógico para o desenvolvimento do aprendizado ativo e autônomo das competências empreendedoras em sala de aula. O download do livro pode ser feito aqui.
“O Ideação foi completamente repensado para a situação atual enquanto estamos vivendo. Alinhado ao momento de transformações, o evento trouxe convidados e convidadas que exercitam seus propósitos nas diferentes áreas do empreendedorismo e inovação. O objetivo principal é sempre inspirar”, destaca a organizadora do evento e professora Gabriela Kurtz, da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos.
As atividades realizadas pelo YouTube foram gravadas e, caso você queira assistir, basta acessar os links abaixo:
Com Thalita Gelenske Cunha, CEO da Blend Edu | 1/9
Falando de uma maneira didática e focada para a prática no cotidiano, Thalita trouxe vídeos, materiais, conteúdos e vivências pessoais que levaram ao desenvolvimento da Startup Blend Edu. Iniciativa tem como modelo de negócio a criação de soluções educacionais responsáveis por impulsionar a diversidade dentro das empresas. Link para o Youtube.
Com Thais Gomes, da Casa Vege; e Lívia Nunes, da Castela Tattoo Shop | 2/9
Thais começou falando sobre o conceito de restaurante que inicialmente estaria funcionando em março e as mudanças que levaram ao delivery durante a pandemia. Dando continuidade, Lívia contou sobre como criou um projeto de assinaturas recorrentes para tatuagens através da plataforma Catarse, para reduzir os custos com o Estúdio recém inaugurado, a Castela Tattoo Shop.
Com Adriana Salles Gomes, diretora-editorial da Qura Editora; e João Souza, co-fundador e head de Futuros Inclusivos do FA.VELA | 3/9
Adriana começou falando sobre a necessidade de gerar interesse genuíno no processo de aprendizagem, não tanto no resultado. Trata-se de permitir e oportunizar o crescimento individual de acordo com os potenciais de cada um. Em um segundo momento, João contou sobre como é trabalhar com o propósito e causar impacto em uma rede de pequenos empreendedores dentro de uma favela. Posteriormente rolou um bate papo em que ambos explicaram como é necessário ter planos de mentorias e trabalhar os projetos ao mesmo tempo que se permite autonomia aos empreendedores.
No último dia também aconteceu um pocket show de encerramento, com o cantor Victor Todt, antes do painel com a Adriana e o João.
O Idear, Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS, incentiva a atitude empreendedora interdisciplinar e a inovação com impacto positivo na sociedade por meio da formação de pessoas que proponham soluções que possam mudar o mundo.
Nesta terça-feira, dia 18 de agosto, a coordenadora da Graduação Online da Universidade, Debora Conforto, irá participar de um painel da redação do Jornal NH promovido pelo projeto Ser Educação, do Grupo Sinos, sobre os novos desafios da educação. O evento acontece das 11h às 12h30min e será transmitido pelas redes sociais da empresa e pela Rádio ABC 103.3.
Doutora em Educação, Debora acredita que a importância de debates como esse está em mobilizar cognitivamente os estudantes – algo relevante também em momentos de crise. “É pela educação que todos os demais segmentos econômicos e socioculturais são alicerçados. A educação é produto e é processo do viver e do conviver em sociedade”, diz. Para a coordenadora da Graduação Online, não há tempo para questionar a ausência da aula presencial, pois é mais importante e interessante envolver crianças e jovens em ações que possibilitem a construção de conhecimentos, habilidades e competências.
Segundo Debora a pandemia da Covid-19 colocou ainda mais em evidência a fragilidade de duas pautas recorrentes no que diz respeito à educação brasileira: a necessidade de investimentos técnicos e infraestrutura e a de formação dos professores. “Também ficou visível o descompasso entre as instituições públicas e privadas. Por isso, não podemos falar em novos desafios, pois a concretização de práticas educacionais que impulsionem a concretização de aprendizagens significativas não é um novo desafio educacional, mas uma meta em processo de conquista permanente”, diz.
Por outro lado, ela acredita que a “ausência da presencialidade” provocada pelo distanciamento físico é uma oportunidade para encontrar estratégias que coloquem em ação metodologias centradas no estudante e não na transmissão de conteúdo. “É o momento de mobilizar as áreas de conhecimento e o trabalho interdisciplinar a buscarem recursos e estratégias diferenciadas. É uma chance de, efetivamente, ousar”.
Debora antecipa que o foco do debate serão as estratégias que a PUCRS vem construindo para viabilizar o processo pedagógico na graduação, mesmo antes da suspensão das atividades presenciais. A ação do grupo de Mediação Online, liderado pela professora Adriana Kampff para construir as melhores respostas para as demandas tecnológicas e para a formação de professores em cenários de mediação online, também será um dos temas que levará para o painel.
Além da coordenadora de Graduação Online da PUCRS, o encontro contará com a participação de outros sete painelistas. O projeto Ser Educação conta com apoio da PUCRS.
Leia também: Aulas remotas planejadas têm como força motriz a qualidade acadêmica dos professores
Pelos próximos quatro anos Augusto Buchweitz, professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), integrará a equipe da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE). A nomeação, que aconteceu no dia 11 de julho, ao lado de sete novos conselheiros que integrarão a equipe já existente, é um reconhecimento ao trabalho de anos com pesquisas no âmbito das neurociências, da alfabetização e da aprendizagem.
Com a missão de assessorar o Ministério da Educação, o CNE é responsável por formular e avaliar a Política Nacional de Educação, zelando pela qualidade do ensino no País. “Pretendo contribuir com a (Neuro) Ciência da Leitura e levar uma abordagem científica para as propostas, especialmente na alfabetização e aprendizagem dos anos iniciais”, conta Buchweitz.
Uma das principais propostas do pesquisador é que crianças tenham acesso ao ensino das relações entre letras e sons desde a idade pré-escolar, a denominada instrução fônica, prevista na Política Nacional de Alfabetização. “Há comprovações científicas de que essa é a melhor maneira – mais eficaz e mais efetiva – de se alfabetizar”, afirma.
A neurociência também contribui para a evolução da discussão sobre o processo da leitura. Estudos recentes mostram que a ativação do cérebro para linguagem oral (dos sons) e para a leitura são mais semelhantes naquelas pessoas que leem bem. Ou seja, se mesclam no cérebro a linguagem oral e a escrita (letras e sons). “A instrução fônica e o ensino de habilidades fundamentais, juntos, aumentam em muito a probabilidade de um resultado melhor na alfabetização. Existem evidências científicas sobre isso desde a década de 60”.
Além disso, o pesquisador explica que a aprendizagem da leitura não é um processo natural. “Ela depende de adaptações das nossas redes neurais e não se dá por adivinhação ou hipóteses. O que se defende é a instrução clara de um conjunto de habilidades e conhecimentos fundamentais e das relações entre letras e sons. E esse ensino pode e deve ser lúdico”.
Augusto Buchweitz também é membro permanente dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia, Medicina e Letras da PUCRS, além de atuar como pesquisador no InsCer e professor na Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. No InsCer, criou e coordena o ambulatório de aprendizagem do projeto de Avaliação de Crianças em Risco de Transtornos de Aprendizagem (Acerta), que, desde 2013, já avaliou mais de 800 crianças.
Coordenou o projeto Vida e Violência na Adolescência (Viva), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Universidade Autônoma de Honduras, onde, pela primeira vez, se estudou os efeitos da violência na cognição e no funcionamento do cérebro de adolescentes. É também pesquisador afiliado do Haskins Laboratories, Universidade Yale e do Haskins Global Literacy Hub.
O CNE tem por missão a busca democrática de alternativas e mecanismos institucionais que possibilitem, no âmbito de sua esfera de competência, assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento, aprimoramento e consolidação da educação nacional de qualidade. Mais informações sobre o conselho aqui.
O mundo está constantemente em transformação e, para acompanhá-lo, é preciso estar aberto a possíveis mudanças e novidades. Entender que tudo é dinâmico e que, muitas vezes, o novo pode trazer benefícios, ajuda a encontrar ânimo para enfrentar o desconhecido com coragem, otimismo e disposição. É claro que o ideal seria sempre poder realizar essas transições com tempo, entendendo todo o processo com calma. Porém, nem sempre isso é possível.
Em março, quando a pandemia do coronavírus chegou ao Brasil, tudo mudou de forma muito repentina. Desde então, muitas adaptações foram necessárias, sobretudo na forma de se relacionar com os outros, de trabalhar e, claro, de estudar. Aulas presenciais migraram para a modalidade online, o contato com colegas e professores acabou sendo apenas por meio de vídeo e cada aluno passou a assistir às aulas de casa. Tudo isso sem o tempo ideal para adaptações – seja dos alunos, seja dos professores.
Ainda assim, segundo o professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Christian Kristensen, diretor de Pós-Graduação da PUCRS, o saldo foi positivo: “Apesar de as aulas online demandarem um conjunto de habilidades diferente do exigido para aulas presenciais, fechamos um semestre com 260 disciplinas de pós-graduação stricto sensu nessa modalidade de forma muito tranquila”. E, para ele, um dos principais motivos para isso ter acontecido, é o fato de os estudantes terem demonstrado flexibilidade e autonomia para encarar esse novo desafio.
Leia também: A Educação do futuro é agora, multidisciplinar e experimental
Para Kristensen, no que diz respeito à pós-graduação, os alunos de mestrado e doutorado estão constantemente expostos a métodos e teorias alicerçadas sobre pesquisas – e que é uma forma de aprender que diferencia os estudantes da Universidade. “Eles estão sempre muito envolvidos com pesquisa, seja a sua, a de seus orientadores, de parceiros… Pesquisas que acontecem dentro dos nossos programas de pós-graduação (PPGs)”, aponta.
O professor acredita que o aluno de pós-graduação vive um ambiente muito estimulante e rico, vivenciando experiências que vão além da sala de aula. Para ele, uma forma possível de aprender dentro dos PPGs da Universidade é identificando problemas e criando soluções. E, em um cenário de tantas incertezas como o que estamos vivendo, essa habilidade se mostra ainda mais importante: “A trajetória de nossos alunos de mestrado e doutorado é olhar para uma situação, definir claramente um problema, conseguir propor um método para resolver esse problema e implementá-lo. Depois, essa solução é comunicada, seja na forma de um produto final, de uma tese, de uma dissertação ou de um outro produto tecnológico”.
Em relação às indefinições que vivenciamos atualmente em função da pandemia da Covid-19, o diretor de Pós-Graduação acredita ser uma característica cada vez mais definidora do mundo em que vivemos. Segundo ele, essa nova realidade apresenta perspectivas diferentes de futuro, principalmente quando se pensa em carreira e trajetória profissional. “Aquela ideia de uma carreira tradicional não é mais algo normativo. E vejo que nossos estudantes têm uma vantagem nisso, porque desenvolvem um conjunto de habilidades e competências que os auxiliam a lidar com essa imprevisibilidade”, destaca.
Leia também: Carreira: como seguir planejando o futuro em tempos de incerteza
Sobre as novas formas de aprender que estão surgindo e que deverão seguir mesmo com o fim da pandemia, Kristensen ressalta o ensino online e as possibilidades que ele traz. Entre elas, destaca uma possível ampliação da internacionalização. “Acredito que essa modalidade de ensino veio para ficar e isso nos permite inclusive ampliar nossas oportunidades de cooperação. A internacionalização de nossos alunos e docentes na pós-graduação claramente não está mais apenas ancorada na mobilidade, na ida e vinda de pessoas”, afirma.
O professor acredita que o distanciamento social acaba ensinando que é possível colaborar e cooperar com colegas de outras cidades, estados e até mesmo de outros países de uma forma muito mais ágil, por meio das ferramentas online – algo que transforma tanto a pesquisa quanto o ensino. E, indo além, pontua que os efeitos da pandemia serão sentidos por uma geração inteira, mas que há pontos positivos a serem destacados. “Algo importante de se observar aqui que é um senso de coletividade. As pessoas estão se dando conta que estamos todos aqui, nesse mesmo barco. Então, acho que essa ideia do ponto de vista de colaboração e cooperação é muito importante”.
Por fim, ainda sobre ensinamentos e aprendizados, Kristensen reforça a questão de lidar com a incerteza. “Isso é algo importante do ponto de vista da vida. Num plano mais imediato, nós não sabemos como vai ser a nossa próxima semana, tem um componente maior de imprevisibilidade. Acho que aprender a lidar com essas incertezas nos habilita a lidar com situações adversas no futuro”, conclui.
Se você é estudante de graduação e pensa em dar continuidade aos estudos, ou ainda está em dúvidas e gostaria de experimentar como seria uma pós-graduação stricto sensu, o programa G-PG permite essa experiência. Com ele, é possível cursar disciplinas de mestrado e doutorado mesmo antes de se formar, aproveitando os créditos para as duas formações. Neste semestre, um desconto de 50% para cursar uma disciplina é uma das opções de benefícios de formação complementar oferecidos pela PUCRS.
Leia também: G-PG: dê o primeiro passo para sua pós durante a graduação
A evolução de uma organização implica superar desafios, assegurando sua missão, visão, mantendo a capacidade competitiva e inovação. Por mais precisos que sejam os conceitos e estruturados os planejamentos, há variáveis incontroláveis que alteram cenários. Como diz a velha máxima: “quando pensamos ter todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. Há quem diga que o século XXI começa agora. As consequências da pandemia não podem ser vistas isoladas do momento que vivíamos antes do surto. Temos uma aceleração e amplificação de problemas já existentes. Por exemplo, a retomada da economia brasileira não se concretizou e acabou intensificando a dificuldade na mitigação das fragilidades explicitadas pelo efeito COVID-19.
No Ensino Superior, os desdobramentos da pandemia determinaram a busca de soluções dinâmicas. A impossibilidade de se prever a evolução da própria doença, aliada à crise econômica, determinaram a adoção de planos de contingência e a construção de caminhos alternativos. Entre a decisão de suspender as atividades presenciais e o reinício das aulas na modalidade online, bem como a continuidade de importantes pesquisas, houve um intervalo de poucos dias. Isso foi possível por meio da superação de desafios práticos, como a elaboração de protocolos de prevenção e segurança, a mobilização das equipes, o uso de novas ferramentas de ensino e o empenho para manter a motivação e o engajamento de professores, técnicos e estudantes. Trabalho, criatividade, solidariedade e empatia têm sido palavras-chave nesse contexto.
Passado o momento mais crítico, caberá às organizações “repensar” e “reimaginar” sua atuação, ou seja, rediscutir objetivos e estratégias num cenário em que se destacam os novos modelos de trabalho, a mediação tecnológica no ensino-aprendizagem, novos jeitos de consumir e conviver. Dito em outras palavras: o que imaginamos para alguns anos à frente tornou-se imperativo no presente. Certamente planos definidos no período anterior à pandemia terão valor reduzido – ou simplesmente serão inúteis. Planejar para este “novo futuro” é significativamente diferente e mais desafiador do que planejar para aquele “velho futuro”. Um novo começo requer paciência, ousadia e esperança.