Marco Félix Jobim (centro), professor da Escola de Direito, celebra o reconhecimento nacional e internacional que o Instituto representa / Foto: Arquivo pessoal

Os docentes e pesquisadores da Escola de Direito Marco Félix Jobim e Vitor de Paula Ramos recentemente se tornaram membros do Instituto Ibero-americano de Direito Processual, cujo objetivo é fomentar a pesquisa, o desenvolvimento científico e a difusão do Direito Processual em diferentes vertentes. A celebração aconteceu durante a 27ª Jornadas Ibero-Americanas de Direito Processual – neste ano, sediada no Campus da PUCRS.  

“O momento representa a concretização de um sonho que iniciou ainda na graduação, quando vi que minha paixão pelos estudos era a área do processo. Chegar ao Instituto como membro reforça que concretizar sonhos é uma possibilidade em nossas vidas”, celebra Marco. 

Para Vitor, fazer parte do Instituto representa “uma grande honra”, principalmente pelo fato de haver um ritual para a constatação e averiguação da relevância internacional do profissional do Direito escolhido. “Aqui no Brasil, são poucos os profissionais que são convidados a ingressar. E eu me sinto muito honrado de ser reconhecido pelos pares de vários lugares do mundo”. 

Fortalecendo a rede de pesquisa processual 

Com mais de 50 anos de atuação relevante e responsável, o Instituto reúne pesquisadores dos países da Ibero-américa, promovendo o intercâmbio de informações e descobertas na área do Direito Processual. Marco destaca que, por meio desse canal, é possível conhecer com maior profundidade o que está sendo pesquisado em outros países e difundir as pesquisas realizadas aqui no País.  

“Como membro do Instituto irei permanecer realizando pesquisas sérias na área processual, participando ativamente dos eventos e auxiliando no fortalecimento da rede de pesquisa em processo da Ibero-América”, ressalta.  

De acordo com Vitor, o ingresso no Instituto traz consigo uma responsabilidade ainda maior, pois é uma credencial que acompanha o pesquisador. Para ele, esse reconhecimento é a continuidade de um trabalho que tem sido feito a muitas mãos: 

O pesquisador Vitor de Paula Ramos (esquerda) destaca a importância dos esforços de internacionalização realizados pela Escola de Direito. / Foto: Arquivo pessoal

“Esse movimento vem de um trabalho intenso da Reitoria, da Escola, do decanato. É um grande processo de internacionalização, e com certeza é uma vitória de todos nós e um reconhecimento para a nossa Escola de Direito”, comemora.

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Sobre os professores 

Marco Félix Jobim possui pós-doutorado em Direito pela Universidade Federal do Paraná. É doutor em Direito, com linha em Teoria da Jurisdição e Processo pela PUCRS, mestre em Direitos Fundamentais pela Ulbra, graduado em Direito pela mesma. Também é especialista em Saúde e Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especialista em Direito Civil pela UniRitter, e especialista em Direito Empresarial pela PUCRS. Advogado e sócio da Jobim & Salzano Advogados Associados e professor da PUCRS na graduação e pós-graduação lato e stricto sensu. É professor convidado de outros cursos jurídicos e autor de diversos artigos e livros jurídicos. 

Vitor de Paula Ramos é doutor em Direito, Economia e Empresa pela Universidade de Girona, na Espanha. É mestre e doutor em Direito (em cotutela com a UdG) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se graduou com láurea acadêmica. É professor dos cursos de graduação, mestrado e doutorado da PUCRS e do mestrado na Universidade de Girona, onde também é cocoordenador de uma a especialização. Coordenador da Coleção Raciocínio Probatório, da Editora JusPodivm. Membro efetivo da Associação Internacional de Direito Processual (IAPL), do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) e do Conselho Assessor da Revista Internacional de Direito Probatório Quaestio Facti. Autor de livros e artigos publicados no Brasil e no exterior e diversas traduções jurídicas. Advogado atuante no Rio Grande do Sul e em São Paulo, sócio-fundador do escritório De Paula Ramos Advocacia. 

Estude Direito na PUCRS

professores escola de direito

Professores e Mestrandos da Escola de Direito participaram da Oficina de Linguagem Simples promovida pelo Laboratório de Inovação Labee9 do TJRS. / Foto: Guilherme S. Vieira

Uma linguagem clara e objetiva é fundamental para tornar a comunicação simples e de fácil entendimento. Foi pensando nisso que a Escola de Direito da PUCRS começou a utilizar em sala de aula o Guia de Linguagem Simples do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.  

Lançado no ano passado pelo TJRS, através da Comissão de Inovação (INOVAJUS), o Guia tem como objetivo facilitar a compreensão dos atos e das decisões da Justiça gaúcha através do uso da comunicação simplificada.  

“Queremos promover a inclusão social, a transparência e o exercício da cidadania, contribuindo para que os textos sejam mais claros e diretos, para que a sociedade em geral possa compreender melhor o conteúdo de publicações jurídicas e administrativas”, ressalta a desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, presidente do TJRS.  

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Com instruções para uso da linguagem simples, ilustrações, exemplos e explicações, o guia está começando a ser utilizado pela Escola de Direito da PUCRS. A ideia é incluir de forma mais intensa no currículo, impactando na formação de profissionais da área.  

“A ideia é que nós possamos qualificar a formação dos nossos estudantes. Queremos fugir desse imaginário de que na área jurídica é preciso falar difícil, com palavras pouco usuais, com expressões latinas. Queremos contribuir para mostrar o contrário: o Direito lida com comunicação e, justamente, a partir das palavras, precisamos criar pontes e encontrar caminhos para solucionar conflitos. Nós queremos tornar o curso de Direito uma oportunidade para a formação desse profissional competente, que sabe empregar adequadamente a língua portuguesa como aliada para bem exercer a sua atividade profissional”, afirma o professor Elton Somensi, coordenador do Curso de Direito da PUCRS.  

O Guia pode ser utilizado tanto por pessoas ligadas ao mundo do Direito, quanto o público geral. / Foto: Guilherme S. Vieira

O Guia pode ser utilizados tanto por magistrados e servidores nas atividades voltadas à área administrativa ou judicial, como por advogados e pessoas em geral. A Presidente da INOVAJUS, desembargadora Gisele Anne Vieira de Azambuja, explica que o Guia foi idealizado pela Comissão, no âmbito do Projeto Descomplica, incluído no Planejamento Estratégico do TJRS. “Queremos e precisamos que o jurisdicionado leia as nossas decisões e as entendam, de forma inclusiva. Esperamos que o Guia contribua para uma jurisdição mais simples”, destaca.

“Estamos muito felizes em colaborar com o TJRS nesse projeto para que tenhamos um cenário em que as instituições jurídicas realmente tornem a atividade do profissional de Direito um instrumento eficaz para a realização da ordem jurídica, dos direitos”, finaliza Elton. 

Clique aqui para baixar o Guia da Linguagem Simples

Prédio da Escola de Direito

Dois professores da Escola de Direito da PUCRS estão nas listas tríplices do TJ-RS ao cargo de desembargador. / Foto: Giordano Toldo

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) definiu na segunda-feira (26) as listas tríplices do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS) e da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) com seus respectivos candidatos a desembargador. Conforme previsto pela Constituição Federal, cada classe concorre a uma vaga.  

Compõem as listas dois professores da Escola de Direito da PUCRS, Marcelo Machado Bertoluci (OAB) e Cláudio Ari Pinheiro de Mello (MPRS). Os nomes, que foram avaliados pelo Órgão Especial do TJ, colegiado composto de 25 desembargadores, foram previamente selecionados em votações internas das instituições de origem.    

Saiba mais: Parceria entre Escola de Direito e TJRS trará sessões de julgamento no Campus

As listas foram encaminhadas ao governador do Estado, Eduardo Leite, a quem cabe indicar e nomear os novos desembargadores.  

O decano da Escola de Direito, professor Sandro André Bobrzyk, destaca que para a Universidade é um marco histórico. “Esse reconhecimento aos professores confirma a excelência do nosso corpo docente, que atua em posições estratégicas do mundo jurídico. Parabéns aos professores pela indicação e pela seriedade que demonstraram ao longo dos anos como educadores e profissionais do Direito. Vocês são mestres, que inspiram gerações de estudantes a se apaixonarem pelas carreiras jurídicas”, conclui. 

O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, e a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Josiane Superti Brasil Camejo, participaram da sessão do Pleno do TJRS. Além dos escolhidos para integrarem a lista tríplice, também estiveram presentes o presidente da Associação do Ministério Público, João Ricardo Santos Tavares; o vice-presidente Administrativo e Financeiro da AMP/RS, Fernando Andrade Alves; a chefe de Gabinete do PGJ, Raquel Isotton, a promotora-assessora Juliana Bossardi, e os demais integrantes da lista sêxtupla: Fábio Costa Pereira, João Paulo Fontoura de Medeiros e Vinícius de Melo Lima.  

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Sobre os professores 

 


*Com informações do MPRS.
 

Guilherme Schoeninger

Guilherme Schoeninger é advogado e mestrando em Direito na PUCRS. / Foto: Matheus Gomes

No último dia 6 de junho, homenageamos um educador e a sua obra de amor. Marcelino Champagnat foi descrito pelo Papa João Paulo II como exemplo para sacerdotes, pais e educadores, “ajudando-os a ter plena esperança nos jovens, a amá-los com um amor total que favoreça uma verdadeira formação humana, moral e espiritual”.

O educador é Champagnat, um jovem simples de uma família modesta em uma comunidade humilde. No contexto da Revolução Francesa, ele identifica um problema, assume um compromisso e sonha com uma obra. Diante da precariedade educacional daquele tempo, dá ouvidos à sua vocação e se propõe à missão de educar e de evangelizar. Superando dificuldades, sendo uma presença significativa, em um gesto de audácia, realizado em espírito de família, Marcelino funda o Instituto dos Irmãos Maristas. Quando lança a semente marista naquele solo dificultoso, não tem condições de imaginar os abundantes frutos da frondosa árvore que estava por vir.

A obra marista resplandece e transforma. Resplandece porque brilha em toda a sociedade. São muitas e são excelentes as suas expressões. A educação inspirada na Boa Mãe está presente nos colégios, nas unidades sociais, na PUCRS, no Hospital São Lucas, para ficarmos apenas com alguns dos exemplos mais próximos. Ao mesmo tempo, transforma porque dá nova forma a todos aqueles que a vivenciam, beneficiando milhares de crianças, jovens e adultos. Não se trata de uma obra apenas grandiosa, o que já seria muito, mas, sim, de uma ação instituída, mantida e continuada em razão de um sentimento. Como nos ensina o nosso Santo e Fundador, a educação é uma obra de amor.

Nesta data de hoje, portanto, reconheçamos a benção de sermos os felizes herdeiros da obra marista e assumamos o compromisso de dar continuidade à essa missão. Que São Marcelino Champagnat continue a abençoar a presença marista na sociedade e que todas as expressões do Instituto dos Irmãos Maristas prossigam no cumprimento da sua elevada missão.

Guilherme Schoeninger
Advogado e mestrando em Direito na PUCRS

*Texto publicado originalmente em GZH.

Parceria entre a PUCRS e o TRT4 promovem sessão didática de julgamento para estudantes/ Foto: Giordano Toldo

Nesta terça-feira, 16/5, a Escola de Direito, em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), promoveu uma sessão de julgamento para a deliberação de 30 processos da Justiça do Trabalho, da 2ª Turma do TRT4. O plenário contou com a participação dos desembargadores Marçal Henri dos Santos Figueiredo, Tânia Silva Reckziegel e Carlos Alberto May, e da promotora do Ministério Público do Trabalho, Aline Maria Homrich Schneider Conzatti, além de professores e estudantes da PUCRS.  

A iniciativa faz parte da parceria firmada entre a Escola de Direito da PUCRS e TRT4, que busca promover aos estudantes a oportunidade de vivenciar as práticas jurídicas desde o início do curso. A primeira sessão ocorreu em março deste ano, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, com julgamento de um caso de feminicídio. A professora Liane Thomé, que articulou a parceria, explica as ações do evento.  

“Na sessão didática, os estudantes conheceram o funcionamento de uma sessão do TRT4, observaram sustentações orais de advogados, se aproximaram das atividades dos Desembargadores e assistiram a julgamentos de processos reais na área trabalhista. Nestas sessões, os Desembargadores propiciam aos alunos conheceram as atividades e o funcionamento da prática e das questões jurídicas que são trazidas nas disciplinas da Escola de Direito”, explica. 

Para o decano da Escola de Direito, Ir. Sandro André Bobrzyk, a ação é valiosa para seus estudantes, pois é uma oportunidade de aprimorarem suas habilidades e se familiarizarem com o funcionamento de um Tribunal, preparando-os para os desafios futuros da profissão. 

“Uma sessão de julgamento na Universidade, durante o período de aula, é uma atividade singular dentro do processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Integra a teoria e a prática, promove o aprendizado jurídico, estimula o debate e a discussão e contribui para a preparação profissional”, destacou o Decano.  

Liane destaca também que a oportunidade potencializa a aprendizagem. “O processo de aprendizagem não pode se afastar da realidade prática, ao contrário, esse processo deve fazer uma interação entre o que se estuda na academia e o que se faz na área jurídica. Todos saem ganhando, em especial, a sociedade que recebe profissionais do Direito mais preparados para a vida profissional”. Para Marcelo Medeiros, estudante de Direito do 10º semestre, o evento foi uma ótima experiência. 

“Os desembargadores compreenderam o objetivo da instituição, explicando de forma didática os fundamentos das suas decisões. Foi um momento muito importante para a complementação da aprendizagem”, destaca.

Leia também: Como se destacar no mercado do Direito? Formação na área exige inovação e multidisciplinaridade 

Mulher segurando um telefone e praticando cyberbullying

O cyberbullying surgiu como uma evolução do bullying, consistindo na prática deste no ambiente virtual. / Foto: Giordano Toldo

O bullying é uma prática extremamente nociva e, infelizmente, bastante comum entre crianças e adolescentes em ambientes de convivência dessas faixas etárias, como escolas. O bullying consiste basicamente em perseguição, humilhação e agressão sistemáticas contra um indivíduo. Porém, com o avanço da internet e das redes sociais, principalmente entre os mais jovens, contribuiu para que se originasse um tipo mais específico dessa prática: o cyberbullying.  

O cyberbullying nada mais é do que as práticas do bullying cometidas em espaços virtuais, como redes sociais e aplicativos de mensagens, e já apresenta números alarmantes: segundo uma pesquisa realizada em 2022, pela McAfee Corp, 22% das crianças e adolescentes brasileiros admitiram já ter praticado cyberbullying com alguém conhecido – número que se assemelha à média global, que é de 21%.  

Regina Linden Ruaro, professora e pesquisadora da Escola de Direito da PUCRS, realiza estudos acerca da temática do cyberbullying e de como este é tratado no meio jurídico:  

“Nossas pesquisas abarcam o aspecto do direito constitucional pelo princípio da dignidade da pessoa humana, pelo livre desenvolvimento da personalidade, pela proteção da intimidade, privacidade e dos dados pessoais, seus contornos e consequências pela infringência”, explica ela.   

Cyberbullying também pode surgir no ambiente escolar  

Conforme reitera a pesquisadora, o bullying começou a evoluir para o cyberbullying a partir do surgimento da internet, das redes sociais e dos smartphones. Ela ainda acrescenta que há alguns fatores que agravam o problema, como:  

Uma das principais diferenças do cyberbullying em relação ao bullying convencional é que o primeiro não se limita a um espaço físico, sendo próprio de ambientes virtuais. O bullying praticado em escolas, por exemplo, costuma ter seu combate delegado à própria instituição e às famílias. Na esfera do cyberbullying, a escola também pode agir.  

“Muitas vezes, a prática se origina por fatores que vêm do interior da escola.  Assim, apesar de não poderem vigiar os e-mails e smartphones, deve-se adotar políticas de prevenção através de medidas educativas. Além disso, a escola também deve fazer a apuração dos casos que são levados a seu conhecimento ou onde haja a suspeita que determinado/a aluno/a esteja sofrendo bullying ou cyberbullying, sob pena de ser responsabilizada na forma da Lei caso não o faça”, esclarece.   

Ela pontua que há outros respaldos na lei, como o Art. 932, que diz que “são também responsáveis pela reparação civil, inciso IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos”.   

No caso de escolas, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor (CDC) bem como o que dispõe o código civil no acaso da responsabilidade a qual se apresenta a culpa pela falta de vigilância e da adoção das medidas capazes de evitar ou corrigir. Há quem defenda também a responsabilidade prevista no artigo 37, § 6º da Constituição Federal no que concerne às Escolas Públicas.  

Desejo de imposição se transforma em agressividade 

Adolescentes apontando para uma tela

Combate ao cyberbullying também é dever da escola. / Foto: Unsplash

É notório que o bullying possui consequências extremamente nocivas para quem sofre com ele, como a sensação de menosprezo por si mesmo/a, impacto na vivência prática do dia a dia e prejuízo no livre desenvolvimento da personalidade. Mas o que leva essa prática a ser cometida? O cyberbullying, bem como a do bullying em geral, se dá quando os “valentões”, ou “bullies” querem se impor, muitas vezes para se colocarem como os mais fortes de um grupo, e querem fazê-lo por meio da violência, ultraje, difamação e calúnia reiterada, por exemplo.  

Para Ruaro, são pessoas que têm sentimentos negativos dentro de si e, ao invés de dialogar, preferem transformá-los em violência. Nesses casos, os jovens sabem o que estão fazendo, mas nem sempre é o caso.  

“Algumas vezes os jovens não têm consciência da prática. Em outras, apesar de constatarem que estão causando violência e sofrimento, não se importam com o sentimento do/a colega. Há também a falta de conhecimento da repercussão legal para os próprios jovens, seus pais ou responsáveis e escola. Muitos jovens acreditam que estão apenas ‘zoando’ com o/a colega”, pontua.  

Leia também: PUCRS inaugura Núcleo de Prática Jurídica, novo espaço de aprendizagem da Escola de Direito

Como se dá a ação da lei  

No que se refere ao combate ao cyberbullying na esfera da lei, a professora afirma que já há movimentos em relação às plataformas digitais para regular a responsabilidade e as medidas impeditivas da proliferação da violência. Em sua pesquisa, a docente atesta que, de fato, devem ser adotadas as medidas previstas na Lei 13.185/15, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, e conceitua o bullying e o cyberbullying, afinal, é necessário reprimir as práticas com a utilização dos mecanismos que a atual legislação prevê.  

“Associado a isto, está o fato de que a internet não é terra sem lei e, enquanto não houver uma legislação específica punitiva no âmbito do mundo virtual, se é que há essa necessidade, pois ainda não chegamos a uma conclusão, a legislação atual nos crimes contra a honra se aplica”, acrescenta ela.   

Quanto às penalizações, Ruaro explica que elas podem ser tanto penais quanto civis. Embora não haja uma lei específica para a repressão do cyberbullying, pode ser aplicado o código penal, na incidência dos crimes de ameaça ou grave ameaça, injúria, injúria grave, injuria racial, difamação, calúnia e perseguição (stalking). Já no âmbito civil, há a aplicação de incidência de dano moral ou material e a consequente responsabilidade. Os procedimentos da Justiça variam dependendo de fatores como: se a esfera for penal ou civil e se o jovem for maior de idade ou não.    

Dicas de como abordar o assunto com crianças e adolescentes  

A professora também dá algumas dicas de como conduzir o assunto com os jovens, a fim de prevenir práticas e efeitos nocivos advindos do bullying e do cyberbullying:  

Combate ao cyberbullying exige profissionais capacitados  

O cyberbullying é um exemplo claro de como a sociedade – e seus problemas – vão se transformando com o avanço das novas tecnologias. A resolução desses problemas modernos exige profissionais inovadores e conectados com a realidade atual. A graduação em Direito da PUCRS proporciona aos/as alunos/as uma experiência única, multidisciplinar e conectada com as necessidades do mercado atual. Por meio do desenvolvimento de competências técnicas e humanas, o curso prepara os/as estudantes para atuar nas mais diversas áreas e resolver problemas complexos e reais da atualidade.  

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GRADUAÇÃO PRESENCIAL

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Pesquisa direito penal

Pesquisa propõe o desenvolvimento de um Direito Penal do Cuidado.

A empatia é descrita como a capacidade das pessoas se colocarem no lugar das outras, sentir o que o outro está sentindo ou conseguir entender através de outras perspectivas. Já a compaixão é o desejo de diminuir o sofrimento do outro, ou seja, se motivar e agir para aliviar alguma situação negativa que esteja acontecendo com o próximo. Essas atitudes capazes de enriquecer as relações e as experiências afetivas em sociedade, são historicamente assuntos estudados pela Filosofia e pela Psicologia, porém mais recentemente o professor e pesquisador da Escola de Direito da PUCRS Fabio Roberto D’Avila vem desenvolvendo estudos inéditos que unem as duas características com Direito Penal.

Com sua pesquisa intitulada Empatia e Compaixão no Direito Penal: Estudos a Partir da Neurociência Cognitiva do Fundamento Onto-antropológico do Direito Penal, o docente apresenta descobertas da neurociência cognitiva sobre as noções de empatia e compaixão para buscar desdobramentos para o direito penal nos processos de conformação do crime e da pena.

Para o pesquisador, os grandes problemas penais da atualidade precisam da compreensão que o Direito não é apenas um instrumento, mas também, um legado de direitos e garantias que conformam um dado estado civilizacional. Com isso, a pesquisa conduzida no Grupo de Pesquisa em Direito Penal Contemporâneo do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUCRS parte do fundamento onto-ontropológico, que recoloca o ser-pessoa no centro do entendimento jurídico-penal e propõe o desenvolvimento de um Direito Penal do Cuidado.

Empatia e Compaixão no Direito Penal

As primeiras investigações neurocientíficas sobre empatia e compaixão foram imediatamente associadas aos campos da economia, saúde, educação e não ao Direito ou ao Direito Penal. Porém, conforme explica o docente, os pontos em contato que unem os estudos de neurociência cognitiva e Direito Penal estão nas resoluções sobre a condição humana e a forma como as pessoas se veem e se relacionam em sociedade.

D’Avila complementa que, enquanto os estudos de neurociência cognitiva se debruçam sobre o comportamento humano, sobre a forma de pensar e agir, o Direito Penal formula proposições e respostas a partir justamente de uma dada compreensão do ser do humano e da sua expressão em comunidade. Desta forma, a empatia e a compaixão surgem como elementos-chave para uma melhor compreensão do ser de estar no mundo e, com ela, de toda uma série de possíveis desdobramentos que afetam diretamente o Sistema de Justiça Penal.

Com isso, a pesquisa desenvolvida na PUCRS parte de descobertas da neurociência cognitiva na abordagem sobre a presença do outro na vivência individual e comunitária, tanto o fenômeno do contágio emocional, quanto as comprovações que afirmam a importância da empatia e da compaixão nas relações sociais. Essas noções foram ponto de partida para o desenvolvimento dos estudos que unem o fenômeno empático com a perspectiva do Direito e do Direito Penal.

Primeiramente, conforme apresentado na pesquisa, entender a empatia e compaixão permite uma nova visão, outra concretude e densidade a toda uma forma de compreender a presença humana no mundo. Entendimento que comprova o esgotamento de determinados modelos explicativos da condição comunitária e reivindica a ascensão de um novo Modelo de Pessoa (Menschenbild).

“Seria um Modelo de Pessoa já não mais centrado em interesses individuais, mas construído a partir de um outro que também sou eu, a inaugurar novos olhares sobre a nossa condição humana em sociedade. Ou seja, um necessário e definitivo passo no caminho de uma melhor compreensão da nossa existência e do sentido que essa existência reclama”, complementa.

Outra conclusão apresentada no estudo explica que a forma pela qual as respostas empáticas do cérebro são moduladas, a denotar defeitos de empatia, lança luz sobre dimensões invisíveis do Direito. Desta forma, o tema se destaca de forma relevante sobre grandes campos da juridicidade penal, como ao processo penal, ao direito penal material, à atuação policial e à questão penitenciária. Conforme explica o professor, em todos estes campos, observa-se pontos especialmente sensíveis a fatores inibidores da resposta empática, a colocar riscos relevantes ao bom funcionamento do Sistema de Justiça Penal.

Ciências Criminais na PUCRS

O Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências Criminais vem se distinguindo, desde a criação do Mestrado em 1997, por inovar profundamente na abordagem dos problemas relacionados ao sistema penal e à violência em sentido amplo. Mais recentemente o curso foi reconhecido pela nota 5 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Interessados em iniciar uma pós-graduação stricto sensu já podem se inscrever para ingressar na PUCRS em 2023. O processo seletivo está aberto para 20 programas de mestrado e doutorado em diferentes áreas, até o dia 2 de dezembro. mundo precisa de você em uma das melhores Universidades da América Latina, inscrições abertas para 2023/1, acesse.

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Tramas que envolvem um júri e investigações prendem a atenção do espectador / Foto: Pexels

Quem nunca ficou aflito com um filme de tribunal? Tramas que envolvem um júri e investigações costumam prender a atenção do espectador, que fica na torcida para que a justiça seja feita ao final. Essas produções, que trazem muitas questões que envolvem assuntos estudados na Escola de Direito, além serem uma boa opção de entretenimento, apresentam dilemas que provocam muitas reflexões sobre o que é justo. Para você, que quer saber por onde começar a desbravar esse tema no cinema, o professor Marco Félix Jobim, coordenador do núcleo de Direito Processual Civil, dá algumas sugestões. Confira: 

2020_05_22-para_assistir_direito_terra_fria1. Terra fria (2005), de Niki Caro 

Josey Aimes é uma mãe solteira que faz parte do grupo das primeiras mulheres a trabalharem em minas de ferro, em Minnesota. Considerada uma situação inadequada para a época conversadora, os homens ficam ofendidos por terem que trabalhar com mulheres. 

“Uma aula sobre relações de trabalho e assédio moral e sexual. É baseado na primeira ação coletiva sobre o caso de assédio numa mineradora”. 

2020_05_22-para_assistir_direito_12_homens2. 12 homens e uma sentença (1997), de William Friedkin 

Após ser acusado de assassinato, o destino de um adolescente está nas mãos do júri, formado por 12 indivíduosEnquanto estão trancados em uma sala tentando tomar uma decisão, 11 votam pela condenação, mas um acredita na inocência do jovem e tenta convencê-los a mudar seus votos. 

“Espetacular filme, que mostra os bastidores do que pode ser uma decisão tomada em um tribunal de júri”.  

 

2020_05_22-para_assistir_direito_julgamento_nuremberg3.julgamento de Nuremberg (2000), de Yves Simoneau 

Filme sobre os julgamentos realizados em Nuremberg, na Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial, para decidirem o destino de oficiais nazistas pelos crimes cometidos nos campos de concentração. 

“Aula espetacular sobre os princípios do juiz natural e da vedação da criação de tribunal de exceção. 

 

2020_05_22-para_assistir_direito_qualquer_preco4. A qualquer preço (1999), de Steven Zaillian 

Baseado em acontecimentos reais, conta a história de Jan Schlichtmannum advogado que se envolve em uma campanha a favor de famílias em Massachusetts que perderam seus filhos por causa de poluição tóxica na água. 

“Filme espetacular para o estudante compreender o tema da responsabilidade civil na prática, ainda mais no que concerne à construção do nexo de causalidade numa causa.

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5. Justiça para todos (1979), de Norman Jewison

Filme com Al Pacino, no qual interpreta um advogado “convidado” a defender um – juiz com o qual já teve desentendimentos – acusado de estupro. Em retribuição, o juiz promete colocar em liberdade um cliente inocente que está preso. 

“Grande interpretação de Al Pacino como advogado que coloca a ética como princípio basilar da atividade advocatícia”.

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Estude Direito na PUCRS em 2023 

No curso de Direito da PUCRS são oferecidas diferentes atividades práticas e disciplinas que integram a prestação de serviços importantes para a comunidade, a preocupação com o impacto social, além do desenvolvimento de habilidades técnicas e humanas. Se interessou? Anota na agenda: o Vestibular da PUCRS já tem data – nos dias 5 e 6 de novembro, os portões do Campus estarão abertos esperando por você. Não quer perder nenhuma novidade sobre o Vestibular? Manifeste o interesse pelo site: https://pucrs.apprbs.com.br/vestibular20231/. 

juízes substitutos, magistratura gaúcha

Foto: Giordano Toldo

O concurso que selecionou os novos Juízes Substitutos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) contou com nove egressos do curso de Direito da PUCRS empossados no último 1º de julho. A cerimônia formalizou a posse de 92 novos magistrados, dentre os 11 mil candidatos que realizaram a prova. Esse marco representa uma grande conquista, além de motivo de orgulho e alegria para a Escola de Direito e para a Universidade, sendo a instituição que mais aprovou no concurso da Magistratura Gaúcha, entre Instituições de Ensino Superior públicas e privadas do País.   

Vivência jurídica completa 

Os alumni aprovados no concurso da Magistratura Gaúcha tiveram a oportunidade de viver uma experiência jurídica completa na Escola de Direito – usufruindo de um ecossistema universitário que somente a PUCRS pode proporcionar. Mais do que um curso de excelência, a Escola é um espaço de aprendizado, que possibilita, a partir de um ensino focado no desenvolvimento integral da pessoa humana, unir teoria e prática na solução de problemas e contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna. Além disso, conta com um corpo docente reconhecido nacional e internacionalmente, diversas opções de mobilidade acadêmica e grupos de estudos gratuitos para os nossos estudantes nas mais diversas áreas jurídicas.   

Com uma história e tradição de 75 anos, quase 30.000 bacharéis formados exercendo as mais diversas carreiras jurídicas, a graduação em Direito tem um alto índice de empregabilidade, mesmo durante o curso. Hoje, mais da metade dos alunos do curso da Universidade está estagiando na área jurídica, tanto no setor público como no privado.  

Também somos a única Universidade brasileira com dupla titulação com a Universidade de Parma e conquistamos colocações relevantes em rankings internacionais reconhecidos, como o Times Higher Education Latin America 2022 e QS Latin America Ranking 2022 

Saiba mais sobre o curso e veja como ingressar na PUCRS 

ESTUDE NA PUCRS AINDA EM 2022

Atividades foram realizadas com pacientes da região/Foto: Divulgação/PUCRS

Para marcar o Outubro Rosa, o Centro de Extensão Universitária Vila Fátima realizou o Dia Rosa em 20/10. Voltada à conscientização da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero, a data foi inteiramente dedicada à valorização da saúde da mulher e contou com intervenções planejadas especialmente para as pacientes da comunidade próxima ao Vila Fátima. Uma equipe multidisciplinar, composta por alunos e alunas dos cursos de Psicologia, Serviço Social, Nutrição e Enfermagem, protagonizou as ações. 

A enfermeira Denise de Moura Matos explica que esse “foi um momento para celebrar a mulher, estimular o autocuidado, elevar a autoestima e, sobretudo, um convite a pensar de forma continuada sobre saúde, prevenção e qualidade de vida. Lembrando, sempre, que saúde se faz todos os dias do ano, não apenas em um”. 

Na ocasião, foram realizadas atividades como roda de conversa, práticas artísticas, consultoria de maquiagem e sessões de reiki, sem deixar de lado o objetivo principal do projeto. Foram feitas consultas para coleta de exame citopatológico, solicitações de mamografia, testes rápidos de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e aconselhamento sobre métodos contraceptivos. 

A acadêmica de Psicologia, Gabriela Voltz, uma das responsáveis pela iniciativa, considera que a ação teve uma imensa importância aos atendidos: “Acredito na importância de articular diferentes áreas, sobretudo em um compromisso com as pessoas da comunidade. No evento, foi possível promover um cuidado psicossocial atento às questões relativas ao Outubro Rosa. Foi uma forma de proporcionar um Serviço de Saúde de portas abertas, disposto a receber pessoas para dialogar, produzir cuidado e vínculos solidários. Eu amei o dia da ação, as trocas e o que pode ser construído em conjunto com cada um que participou”. 

A professora Andrea Bandeira reafirma o compromisso com a comunidade:

“As atividades de educação em saúde são essenciais nos serviços de atenção primária e essa ação, em especial, foi relevante por ser um momento de reencontro com a comunidade,  após tanto tempo sem realização de atividades coletivas por conta da pandemia”.

Sobre o Vila Fátima  

O Centro de Extensão Universitária Vila Fátima foi construído e consolidado ao longo de 40 anos. Por meio de uma parceria entre a PUCRS e o município de Porto Alegre, ampliou suas ações junto à comunidade e à rede de atenção à saúde, para a qual são recebidos recursos do SUS. Nele, são oferecidos serviços de qualidade em diferentes áreas, como educação, direito, saúde e assistência e desenvolvimento social.  

Atuam no Vila Fátima professores de cursos de graduação diversos e seus alunos e alunas, os quais têm a possibilidade de atuar diariamente pensando a partir da realidade e das necessidades da população.