Faleceu na manhã desta sexta-feira, 23 de junho, aos 74 anos, o professor da Faculdade de Farmácia e coordenador do Instituto Nacional De Ciência e Tecnologia em Tuberculose (INCT-TB), Diógenes Santiago Santos. O velório ocorre hoje, a partir das 16h30min, na sala 1 do Crematório Metropolitano, na av. Prof. Oscar Pereira, 584 – Azenha, Porto Alegre. A cerimônia de despedida está marcada para às 20h45min.
Professor da PUCRS desde 2003, Diógenes coordenou a implantação do Instituto de Pesquisas Biomédicas e do Centro de Pesquisas em Biologia Molecular e Funcional. Foi diretor presidente da empresa de base tecnológica Quatro G Pesquisa e Desenvolvimento Ltda, situada no Tecnopuc, orientador permanente dos Programas de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular e Biotecnologia Farmacêutica e pesquisador referência na área de doenças negligenciadas como a tuberculose. No INCT-TB, onde estava atualmente, liderava pesquisas com alvos metabólicos do bacilo da tuberculose para utilização na fabricação de vacinas e drogas, sendo responsável, por exemplo, pela aprovação da vacina BCG na Organização Mundial da Saúde, permitindo o seu uso em todo o mundo, e por dois depósitos de patentes – inclusive nos EUA – pela PUCRS e empresa Quatro G. Referência na área, Santos foi vencedor em 2012 na categoria Saúde, no Prêmio Santander Ciência e Inovação.
A pró-reitora de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Carla Bonan, destaca a brilhante trajetória acadêmico-científica do pesquisador, que também era assessor nas áreas de Saúde e Biotecnologia na Propesq. “Diógenes esteve sempre engajado em grandes projetos que contribuíram para a excelência da pesquisa da PUCRS e para a formação de pesquisadores altamente qualificados na área da saúde, que hoje atuam em todo o país e no exterior”, ressalta Carla. Jorge Audy, assessor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Reitoria da PUCRS e presidente da Anprotec, lembra que Santos teve relevante papel no avanço das pesquisas na área de biotecnologia na Universidade e, em especial, na criação do primeiro INCT em uma instituição privada no RS, tendo formado uma qualificada geração de pesquisadores na sua aérea de atuação.
A PUCRS teve dois novos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia reconhecidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ciências Forenses, sob a coordenação de Roberto Esser dos Reis; e o Instituto Nacional de Saúde Respiratória Pediátrica (INSaRP), sob o comando do médico e professor Renato Tetelbom Stein. Outro Instituto, o INCT em Tuberculose, coordenado pelo professor e pesquisador Diógenes Santos, teve sua renovação aprovada.
Segundo a pró-reitora de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento, Carla Bonan, as novas aprovações permitem a formação de redes de cooperação científica interinstitucional de caráter nacional e internacional, a fim de desenvolver atividades de pesquisa em áreas na fronteira do conhecimento, buscando soluções para questões nacionais. “A aprovação de três propostas de INCTs, coordenados pela PUCRS, expressa a excelência e o reconhecimento nacional e internacional da pesquisa desenvolvida na Universidade. O resultado se deve ao protagonismo dos nossos grupos de pesquisa em temas com impacto para a nossa sociedade, bem como a qualificação e dedicação de nossos pesquisadores”, garante.
Criado a partir de experiências com pesquisas forenses realizadas há anos com as polícias federal e civil, o Instituto de Ciências Forenses trabalhará aspectos técnicos relacionados à produção, análise e interpretação de provas materiais, tão necessários aos profissionais envolvidos em todas as etapas da Justiça e da Segurança Pública. “E é grande a demanda de pesquisa que atenda às particularidades da criminalidade nacional”, explica a coordenadora, professora da Faculdade de Biociências Clarice Alho. Estão incluídas as áreas de Genética, Química e Toxicologia, Perícia Ambiental, Informática e Ciências Criminais.
O INSaRP está relacionado ao Centro Infant da PUCRS, criado em 2012, e aborda a pesquisa científica em nível internacional na área de doenças respiratórias infantis. Estuda, ainda, alternativas de prevenção primária de inúmeras doenças infecciosas e crônicas que acometem crianças e têm impacto até a vida adulta. O grupo de pesquisadores e médicos também atende crianças com doenças respiratórias no Hospital São Lucas.
No INCT em Tuberculose a proposta é continuar desenvolvendo fármacos e vacinas para tuberculose no Brasil, com o intuito de validar um diagnóstico rápido e confiável para a detecção de Mycobacterium tuberculosis sensível e resistente a fármacos. Localizado no prédio 92, no Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), ele é formado por cerca de 40 pesquisadores de 22 centros de pesquisa, distribuídos em nove estados brasileiros.