Hoje, no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, separamos algumas dicas de livros escritos por pesquisadoras da PUCRS que atuam em diferentes áreas. Desde 2015, o dia 11 de fevereiro simboliza a luta e a reinvindicação por igualdade e equidade de gênero na ciência, inspirando o debate em setores anteriormente predominantemente masculinos.
Na PUCRS, pesquisadoras se dedicam a investigar e criar novas soluções em áreas distintas. Confira sugestões de obras elaboradas por elas e que estão disponíveis para venda no site da ediPUCRS, a editora da Universidade:
1. Juventudes, violências e políticas públicas
Para combater a mortalidade de jovens, é preciso efetivar políticas públicas que fortaleçam projetos de vida de adolescentes em situação de vulnerabilidade e permitam destacar seus potenciais. A obra evidencia dois dos infinitos componentes da violência sofrida pela juventude brasileira: a violência negativa de direitos e a violência simbólica, permeada pelas representações sociais e pelos estigmas depreciativos da condição adolescente, sobretudo quando vinculada à pobreza.
Por Beatriz Gershenson, Giovane Antonio Scherer, Lisélen de Freitas Avila e Patrícia Krieger Grossi.
Reúne poemas, listas, contos e fragmentos de autoras e autores que confessam ou inventam pretextos que os mantêm no limbo da página em branco na tentativa de entender, como dizia Salvador Dalí, “a doce angústia criativa”.
Por Ángela Cuartas, Geysiane Andrade, Harini Kanesiro, Juliana Maffeis, Manuela Furtado, Márcia Bastilho e Vitória Vozniak. Todas são doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Letras da Escola de Humanidades.
3. As Imagens na História: o cinema e a fotografia nos séculos 20 e 21
As imagens ocupam um lugar central na produção da cultura visual nos séculos 20 e 21. Nas últimas décadas do século 20, se intensificaram os debates sobre a importância da imagem como fonte/objeto e a linguagem visual como forma de (re)construção e (re)formulação do mundo social. Neste livro, são analisados os múltiplos usos da imagem no mundo contemporâneo.
Por Beatriz de las Heras e Tatyana de Amaral Maia.
4. Avaliação psicológica no contexto contemporâneo
Com o objetivo de ampliar os horizontes da avaliação psicológica, a obra discute sua aplicação e seus aspectos éticos e dinâmicos nos diferentes contextos desse vasto campo de atuação. Traz análises da área da oncologia, da pesquisa científica, entre outros, além de tratar sobre espiritualidade e tecnologia.
Por Daiana Meregalli, Manuela Polidoro Lima, Mariana Balem Yates, Schutz, Tatiana Quarti Irigaray e Valéria Gonzatti.
5. A reforma trabalhista simplificada
Se pauta na simplicidade, com a finalidade de facilitar a compreensão da Reforma Trabalhista a qualquer cidadão e evitando a parcialidade, com comentários breves e diretos sobre cada alteração. O conteúdo está organizado em duas grandes partes: direito material e direito processual do trabalho. Ao final, conta com a Lei da Reforma Trabalhista, possibilitando a conferência dos textos.
Por Denise Fincato e Gilberto Stürmer.
Durante a pandemia provocada pela Covid-19, a ciência e as pesquisas demonstraram ainda mais sua relevância, não apenas para o desenvolvimento de vacinas, mas contribuindo para a sociedade em diferentes áreas. Na PUCRS, 144 professoras também atuam como pesquisadoras. Saiba mais sobre a atuação dessas profissionais em prol da comunidade em busca de soluções no combate ao coronavírus.
O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela ONU Mulheres como forma de promover a conscientização sobre o tema e ampliar o acesso de pessoas diversas na área.
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A participação plena e igualitária das mulheres na ciência ainda precisa vencer diversos desafios. O preconceito de gênero e a falta de visibilidade são barreiras que precisam ser quebradas de forma ampla e consistente em diferentes espaços da sociedade. Para ampliar os avanços já conquistados nas últimas décadas, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, neste 11 de fevereiro, marca um momento de valorização e encorajamento à atuação na área científica.
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Durante a pandemia provocada pela Covid-19, a ciência e as pesquisas demonstraram ainda mais sua relevância, não apenas para o desenvolvimento de vacinas, mas contribuindo para a sociedade em diferentes áreas. Na PUCRS, 144 professoras também atuam como pesquisadoras. E mesmo com o distanciamento social continuaram suas pesquisas e produções científicas para auxiliar no combate à pandemia.
A Diretora de Pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS, Fernanda Morrone, destaca a importância da participação feminina na produção científica em todas as áreas do saber. “Hoje na Universidade temos pesquisadoras notáveis desenvolvendo pesquisas em muitas áreas do conhecimento e voltadas a resolver problemas prementes dos nossos dias, como por exemplo as pesquisas com foco na Covid-19. É um orgulho ver que, ao longo dos anos, temos formado novas gerações de excelentes cientistas que vêm atuando tanto na academia como em posições de destaque na sociedade”.
“Ciência, ciência e ciência em todas as áreas. Somente assim é possível garantir a preservação das nossas vidas com qualidade. Isso já nos trouxe até aqui e certamente vai nos levar adiante”, é o que defende Magda Cunha, professora e pesquisadora da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. A docente coordenou um projeto de pesquisa que analisou as narrativas da sociedade e da mídia sobre a pandemia. “A análise dos resultados permite traçar uma linha do tempo comportamental diante da crise causada pela Covid-19 em cada cidade. Um exemplo de comportamento narrativo foi a percepção da cidade tornando-se um organismo vivo que fica doente, um ponto em comum percebido em todas as culturas estudadas. Observa-se que as cidades não estão preparadas, sob a perspectiva da informação, para enfrentamento destas crises. E podemos ver também um esforço narrativo da mídia, na tentativa da conscientização”, explica a pesquisadora.
Para Ana Paula Duarte Souza, professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, a Covid-19 ampliou a visão da sociedade para a ciência, mesmo a pandemia sendo um desafio para as pesquisas científicas. “Estamos mobilizados para dar respostas rápidas para a sociedade e muitos passos importantes já foram dados. Entretanto existem ainda muitas questões a serem respondidas. Acho que a sociedade está reconhecendo o quão essencial é a pesquisa científica”, comenta. A pesquisadora coordenou um estudo, publicado na revista Nature, com objetivo testar terapias que melhorem a resposta frente à infecção por vírus respiratórios. “Acreditamos que nossos resultados possam contribuir para o melhor entendimento da patologia e desenvolvimento de novas terapias ou intervenções”, destaca a Ana Paula.
Segundo Soraia Musse, professora e pesquisadora da Escola Politécnica, a interdisciplinaridade das pesquisas tem sido um grande diferencial para o enfrentamento dos problemas atuais da sociedade. “Para mim a ciência é a resposta para muitas questões. Enfrentamos o problema grave da pandemia e várias áreas científicas se uniram para juntas trazerem contribuições. Isso mostra o poder da ciência no sentido de apontar soluções, mas também um incrível potencial de união para resolução de problemas complexos”, enfatiza. Soraia coordenou o desenvolvimento da plataforma LODUS, ferramenta que permite simular a movimentação da população de Porto Alegre e projetar situações de lockdown, eventos na cidade e estimativas de contágio pela Covid-19.
Mesmo muitas pesquisadoras se destacando no contexto da pandemia, as barreiras ainda são presentes para as mulheres na ciência. A professora Ana Paula salienta que conciliar a maternidade e as pesquisas é um dos maiores desafios. “É uma tarefa difícil ser mãe e ser pesquisadora. A pesquisa científica exige uma continua atualização e estudo, sem contar que é uma carreira muito competitiva. A maternidade demanda tempo e dedicação, que acabam refletindo na carreira. Para mim foi um desafio deixar minha filha pequena em casa por causa do trabalho, muitas vezes pensei em desistir de tudo”, conta.
Em áreas como as ciências exatas, a ausência feminina e as dificuldades se tornam ainda mais evidentes. “Uma vez ouvi de uma aluna da área da computação que o principal problema em ser menina em grupos com tantos meninos é o preconceito que muitas vezes existe com relação a participação feminina nessa área. Acho que esse simples exemplo representa bem o sentimento que frequentemente as meninas têm quando entram nos espaços de pesquisa científica e tecnológica em algumas áreas das exatas”, aponta a professora Soraia Musse.
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, a estudante Júlia Zamora foi uma das coordenadoras do desenvolvimento da cartilha de orientação Isolamento durante a Covid-19 e violência dentro de casa. O objetivo do material é auxiliar as pessoas a identificar situações de violência, compreender os efeitos para saúde e qualidade de vida e acessar serviços que possam auxiliar em termos de proteção e atendimento.
A estudante destaca que as oportunidades como a Iniciação Científica favorecem a inserção na pesquisa científica. “Na PUCRS tive oportunidade de ser auxiliar de pesquisa e bolsista de Iniciação Científica. Posso dizer que a trajetória na pesquisa pode iniciar mesmo na graduação e que faz parte deste processo nos experimentarmos de diferentes formas”, aponta. Assim como ela, cerca de 64% dos bolsistas de Iniciação Científica na PUCRS são mulheres. Dos responsáveis pelas pesquisas, 48% são professoras.
Como jovem pesquisadora, Júlia destaca que para consolidar a posição da mulher na ciência brasileira é necessário que a sociedade e as instituições combatam a violência de gênero e que proporcionem condições de trabalho e reconhecimento dignas. “A ciência historicamente é construída de acordo com o interesse daquelas que a produzem, pensando nisso é essencial que cada vez mais as mulheres ocupem esse espaço de trabalho, pois direta ou indiretamente influenciarão no desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária”.