A PUCRS está com processo seletivo aberto para o mestrado e doutorado até o dia 25 de novembro. / Foto: Pexels
Um dos pré-requisitos para quem deseja cursar mestrado ou doutorado é ter um Currículo Lattes. Ele faz parte da Plataforma Lattes, ambiente virtual criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com o objetivo de integrar em um único sistema as bases de dados de currículos, grupos de pesquisas e instituições de todo o País.
A plataforma é uma maneira de padronizar nacionalmente o registro de todo o ciclo de vida acadêmico de estudantes e pesquisadores do Brasil. Por isso, é extremamente detalhado. Não à toa, sua avaliação é uma das etapas dos processos seletivos dos nossos Programas de Pós-Graduação.
Além de informações pessoais básicas, como nome, identidade e filiação, o Currículo Lattes inclui especificações sobre a trajetória acadêmica e atividades profissionais. São solicitados dados pessoais; formação acadêmica; idiomas e competências na fala, escrita e leitura; área de produção científica; artigos publicados; projetos de pesquisa ou de extensão que tenha desenvolvido; e grupos de pesquisa que participe ou tenha participado.
É muito comum que pesquisadores em começo de carreira não tenham informações para preencher todas as possibilidades de campos que o Currículo Lattes oferece – e não tem problema. Alguns dados não são obrigatórios. Assim, qualquer pessoa pode criar seu currículo na plataforma.
Para cadastrar seu Currículo Lattes na plataforma é bastante simples. Basta seguir os seguintes passos:
1. Acessar o site da Plataforma Lattes.
2. Clicar em Cadastrar novo currículo.
3. Preencher os dados básicos de cadastro e criar uma senha.
4. Preencher os dados relativos às informações pessoais. Os dados devem ser iguais aos registrados na Receita Federal.
5. Informar um endereço, que pode ser residencial ou profissional.
6. Informar a formação acadêmica já concluída e a formação acadêmica em andamento.
7. Inserir os dados relativos à empresa ou à instituição onde trabalha.
8. Preencher os dados referentes à área de atuação (Jornalismo, Engenharia, Medicina, etc.) e às habilidades linguísticas (de acordo com o seu nível de compreensão).
9. Submeter o seu currículo Lattes. Em um prazo de 24 horas, o currículo estará na Plataforma Lattes.
Depois de pronto, você pode atualizar seu currículo a cada mudança na sua vida acadêmica. Para isso, de volta na página principal, clique em “atualizar currículo” e seja redirecionado para entrar na plataforma com seus dados da conta GOV.BR.
A Biblioteca Central Ir. José Otão oferece um treinamento especial com orientação para acesso, cadastro de novo usuário e preenchimento de atualizações do Currículo Lattes. Em caso de dúvidas, é possível entrar em contato com o Setor de Serviços pelo e-mail [email protected], telefones (51) 3320.3586 ou 3320.3696 ou WhatsApp (51) 98348-0161 (em dias úteis, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e sábado, das 9h às 14h).
Está aberto o processo seletivo para ingressar no mestrado e doutorado da PUCRS no primeiro semestre de 2025. As inscrições para os 15 programas de pós-graduação podem ser realizadas até o dia 25 de novembro, exclusivamente de maneira online.
Ingressar na pesquisa é o sonho de muitos estudantes. Para isso, há diversas opções: na graduação, é possível ingressar na Iniciação Científica; após formado, os programas de pós-graduação são a principal opção. O trabalho de um pesquisador pode ser realizado em diferentes áreas e contextos e não precisa ficar restrito ao laboratório ou a pesquisas de campo. Na verdade, os cientistas precisam de um bom referencial teórico para que possam desenvolver tanto a argumentação como a parte prática das suas pesquisas. Além disso, é possível ser cientista em todas as áreas do conhecimento, pois há linhas de pesquisa muito diferenciadas.
Pensando nisso, o professor da Escola de Ciências de Saúde e da Vida e coordenador de Iniciação Científica da PUCRS, Júlio César Bicca-Marques, preparou algumas dicas para quem tem o sonho de realizar pesquisas:
A curiosidade de descobrir como o mundo funciona é essencial para qualquer cientista, esteja ele(a) interessado(a) em entender pequenos detalhes do nosso cotidiano ou os grandes enigmas do universo. Se você silenciou a sua curiosidade, reviva aquela criança que perguntava um “por quê” atrás do outro. Adicione muitos “como”, “quando”, “onde”, etc. e esse espírito questionador lhe permitirá fazer indagações científicas cada vez mais complexas. Manter a chama da curiosidade acesa lhe ajudará a entender por que a melhor ciência é aquela que dá algumas respostas e abre um leque mais amplo de novas perguntas e dúvidas.
O ditado “quanto mais sei, mais sei que nada sei” resume bem a vida de cientista. O físico brasileiro Marcelo Gleiser usa uma ilha como metáfora do nosso conhecimento e o perímetro de oceano à sua volta para representar o desconhecido. Quando nossa ilha do conhecimento é pequena, seu entorno é restrito e só conseguimos ter ciência de um pouquinho do que não sabemos. À medida que expandimos nossa ilha do conhecimento, seu perímetro também aumenta, fazendo-nos perceber como ainda temos muito a aprender. E, assim, podemos passar a vida inteira fazendo ciência, aprendendo e mantendo viva a nossa curiosidade.
Você se divertirá fazendo ciência se estiver encantado, apaixonado pela sua pesquisa. O encantamento pelo tema de sua investigação tornará o exercício (permanente) de revisão da literatura mais prazeroso. Essa afinidade também lhe ajudará a valorizar cada progresso e descoberta.
Seguir criteriosamente todas as etapas do método científico com seriedade e rigor requer determinação e persistência. A ansiedade, por outro lado, não combina com a pesquisa científica. É necessário ter paciência para desenvolver o estudo e para aguardar a época de colher os frutos do seu investimento. Alguns resultados podem ser obtidos em pouco tempo, enquanto outros podem exigir anos de dedicação.
Se você estiver encantado e vibrando com seus avanços, como falamos na dica anterior, isso não será tão difícil quanto pode parecer à primeira vista. Determinação e persistência também são características necessárias para que você vença os momentos de frustração com eventuais erros e resultados negativos. A identificação de problemas metodológicos, por exemplo, é um importante aprendizado. Também esteja ciente de que resultados negativos oriundos de investigações metodologicamente robustas e rigorosas também são muito valiosos.
A ciência avança porque não nos satisfazemos com o conhecimento que dispomos. Portanto, ser crítico para questionar os paradigmas vigentes é essencial para retroalimentar a sua curiosidade e auxiliar a pensar de forma alternativa. Cientistas com conhecimento profundo do seu tema de pesquisa, com senso crítico apurado e mente aberta têm maior probabilidade de promover avanços significativos de suas áreas de atuação.
Exercitar a autocrítica também é essencial na vida científica para que você não caia na armadilha de ter um apego irracional às suas hipóteses de pesquisa. Trate-as como elas são: explicações possíveis para o(s) fenômeno(s) de interesse que precisam ser testadas. Portanto, não tenha nenhum receio em descartar aquela hipótese em que você acreditava durante a elaboração do projeto de pesquisa e que não recebeu suporte de seus resultados. Um ditado que criei há quase duas décadas durante um seminário de graduação sintetiza bem como usar o espírito crítico nas suas atividades científicas: “seja crítico, muito crítico, mas comece por você mesmo.”
A ciência depende de uma comunicação eficiente. Dependemos de trabalhos científicos bem escritos e com ideias claras para podermos entender qual é a fronteira do pensamento do nosso tema de pesquisa para propormos novas perguntas. O mesmo vale se você estiver assistindo a uma palestra ou aula. O(A) apresentador(a) precisa expressar bem o conhecimento para que você possa acompanhar o raciocínio.
Uma comunicação clara e adaptada a cada público-alvo também é essencial para promovermos a popularização do conhecimento científico e, assim, vencermos os perigos do obscurantismo e do negacionismo em nossas sociedades. Como a ciência não conhece fronteiras, sua linguagem é internacional. Portanto, invista no(s) idioma(s) mais importante(s) na sua área de atuação.
Dica bônus: currículo Lattes
A elaboração de um currículo Lattes é essencial para qualquer pesquisador. Diferente do tradicional curriculum vitae, entregue a possíveis contratadores por quem está procurando um emprego, o Lattes é um currículo para a área acadêmica. No currículo Lattes é registrada a trajetória acadêmica de professores/pesquisadores e estudantes brasileiros ou estrangeiros que atuam no Brasil, por isso é considerado fundamental para quem tem interesse em ingressar e crescer na área. No entanto, o preenchimento do currículo pode gerar dúvidas. Por isso, o PUCRS Carreiras trouxe também algumas dicas:
Você também pode se inscrever na oficina de Currículo Lattes do PUCRS Carreiras que acontece no dia 19/4.
Leia também: Currículo Lattes: passo a passo para aprender a utilizar a plataforma
Dê o primeiro passo para sua carreira de pesquisa
Se você deseja se envolver com pesquisa científica, mas não se identificou com as habilidades descritas acima, não tem problema. Todas elas podem ser cultivadas e desenvolvidas. Para começar, que tal se inscrever nas Oficinas de Iniciação Científica? As atividades são gratuitas, abertas ao público e acontecem ao longo do ano.