Uma vez por semana, nas quintas-feiras, vai ao ar um novo episódio do Contracast, o projeto que traz diferentes grupos de estudantes para falar sobre temas do universo literário. Com acesso livre e gratuito, os podcasts estão disponíveis nas plataformas Spotify e YouTube.
Segundo seus idealizadores, “o Contracast é filho do isolamento”. Todo semestre, na disciplina de Empreendedorismo Criativo do curso de Escrita Criativa da PUCRS, o projeto Contracapa promove um ciclo de conversas com convidados e temas variados, sempre orbitando em torno da literatura. A partir de uma provocação ao professor Cristiano Baldi, responsável pela disciplina, e aos seus alunos, a turma se adaptou para poder dar continuidade ao trabalho durante a quarentena causada pela Covid-19.
Assim nasceu o Contracast, o podcast do Contracapa, como uma recusa ao fracasso e uma aposta certeira na arte, na literatura, na cultura e no coletivo. Uma forma encontrada pela turma para seguir pensando, criando, escrevendo e partilhando, juntos, sem abrir mão da segurança de todos os envolvidos no processo.
Humor, agenciamento literário, produção de games, literatura infantil, horror, criatividade e pandemia são os temas tratados pelo Contracast até agora. Além dos conteúdos diversos, a abordagem feita por cada grupo é variável. A conversa pode girar em torno de uma obra, do compartilhamento de processos criativos, ou mesmo de referências que vão de Aristóteles a Kafka, sem que os apresentadores percam o tom de bate-papo ou cansem o ouvinte.
Alguns dos episódios também trazem convidados da área para conversar sobre o assunto. As escritoras Paula Febbe e Julia Dantas; a livreira e proprietária da Livraria Baleia, Nanni Rios; e os profissionais de criação de jogos e suas narrativas, Arthur Protásio e Rodrigo Oliveira, são alguns nomes que já participaram do projeto nesta edição.
O próximo episódio é sempre uma boa surpresa. Além disso, se alguém quiser estender a conversa, a turma está a postos para dialogar no Instagram e no Facebook do projeto – nadando contra a corrente, como a arte lhes ensinou.
A PUCRS é o principal polo de Escrita Criativa em ambiente acadêmico no Brasil, com docentes renomados na área, como o professor e escritor Assis Brasil. Tendo a literatura como base, o estudante desenvolve, durante o curso, habilidades de criação de conteúdo para as mais diferentes plataformas, além de pensar o empreendedorismo no ramo literário. O curso está com inscrições abertas para as últimas vagas para o próximo semestre. Confira clicando aqui!
Saiba mais: Era uma vez, um Assis Brasil e a Escrita Criativa
O projeto Ensaios de Morar, promovido pelo Instituto de Cultura da PUCRS e o Projeto Concha apresentam as duas primeiras criações em música e vídeo, concebidas pelas artistas Kaya Rodrigues e Nina Nicolaiewsky a partir de poemas de Ana Martins Marques. Os vídeos marcam o início de uma série de publicações semanais que ocorrem até o dia 9 de julho.
O vídeo de estreia do projeto é de Kaya Rodrigues, artista que há dez anos desenvolve pesquisa voltada à cultura popular, atuando como intérprete e cantora. Foi fundadora e atua nos coletivos artísticos Bloco da Laje, Criadoras Negras-RS e Bloco Não mexe comigo que eu não ando só. Kaya musicou poema de Ana Martins do livro A vida submarina. A criação, publicada nesta terça-feira, dia 26 de maio, pode ser conferido pelos canais @pucrscultura e @projetoconcha, além do canal oficial da PUCRS no YouTube.
A segunda artista apresentada pelo projeto é Nina Nicolaiewsky, que musicou poema do livro Como se fosse a casa, escrito por Ana Martins Marques em parceria com Eduardo Jorge. Nina é cantora, compositora e educadora musical, já participou de diversos grupos artísticos, entre eles, o UPA e a Orquestra de Brinquedos, e atualmente dedica-se ao seu trabalho autoral e à banda Enxame. Seu vídeo poderá ser conferido nesta quinta-feira, dia 28 de maio.
Em A Vida Submarina (Editora Scriptum) – Interpretado por Kaya Rodrigues
a porta
como toda fronteira
é apenas para se atravessar
rapidamente ela já não serve mais
um corpo a corpo
e já se está do outro lado
dela nascem o fora e o dentro
ela que é seu vazio.
Em Como Se Fosse a Casa (Relicário Edições) – Interpretado por Nina Nicolaiewsky
Aqui se está
o mais longe do cavalo
o mais longe da árvore
saber que o concreto enlouquece
que as pessoas se desgastam
racham, acumulam
sombra que o cimento sonha, as pessoas
trincam
por solidão
saber que nem sempre se pode
puxar pelos cabelos o pensamento
Ao final da publicação dos 14 poemas audiovisuais, no início de julho, ocorre o lançamento de um site desenvolvido especialmente para o projeto, com artes criadas por Clara Trevisan. A plataforma vai reunir os poemas escritos por Ana Martins Marques com os vídeos produzidos pelas artistas, acrescidos de um ensaio da escritora, poeta e professora de Escrita Criativa na PUCRS Moema Vilela.
A construção do site vem da intenção de montar uma espécie de livro virtual que reúna todas as artes e artistas envolvidas. Num momento em que todas participantes que colaboram com o projeto trabalham individualmente em suas casas, o site também é uma forma de aproximar todas as pessoas que participam dessa criação coletiva.
As demais artistas participantes do projeto que em breve terão suas participações publicadas são: Aline Araujo, Bel Medula, B.art, Carina Levitan, Clarissa Ferreira, Dessa Ferreira, Gutcha Ramil, Posada, Rita Zart, Saskia, Thayan Martins e Thays Prado
No final de março, o Instituto de Cultura da PUCRS iniciou uma série de lives com artistas gaúchos que acontecem todas as quintas-feiras, às 21h, pelo perfil @pucrscultura no Instagram. Desde então, uma diversidade de vozes e estilos musicais passou a fazer parte da programação cultural da Universidade.
A novidade é que, a partir de maio, artistas de outros estados do Brasil passam a integrar a programação, juntamente com músicos gaúchos. A mistura de nomes que fazem parte da agenda se destaca pelas diferentes origens e trajetórias, enquanto alguns dos artistas estão em início de carreira outros têm trajetórias consagradas. É o caso do paraibano Chico Cesar, que se apresenta no projeto no dia 21 de maio. A programação também conta com a carioca Ana Franco Elétrico e as artistas gaúchas Thays Prado e Valéria Barcellos.
Ana Frango Elétrico é cantora, compositora, pintora e poeta. Possui dois discos lançados: Mormaço Queima, de 2018, que reúne composições produzidas durante a adolescência da artista; e Little Electric Chicken Heart, lançado em 2019, que preserva a essência caótica do disco anterior e transita entre gêneros como samba, jazz caribenho e rock clássico. Por esse trabalho, Ana recebeu o prêmio de artista revelação do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte e o disco ficou entre os 25 melhores discos brasileiros do segundo semestre de 2019.
Thays Prado é cantora e compositora. Nessa live, apresenta músicas do seu primeiro disco, Falta de Jeito, com lançamento previsto para 2021. Seu trabalho traz canções originais, que vão do samba ao jazz, passando pelo bolero e pelo funk, trabalhadas em arranjos que se valem do hibridismo de gêneros. As letras abordam questões sentimentais com pitadas de humor, num tom ao mesmo tempo confessional e de diálogo.
Chico César é cantor, compositor, jornalista e escritor. Ao longo de sua carreira, marcada pela irreverência, criatividade e poesia, lançou nove álbuns: Aos Vivos (1995), Cuscuz Clã (1996), Beleza Mano (1997), Mama Mundi (2000), Respeitem os meus cabelos brancos (2002), De uns tempos pra cá (2005), Francisco, Forró Y Frevo (2008), Estado de Poesia (2015) e O Amor é um Ato Revolucionário (2019). Autor de sucessos consagrados pelo público, como Mama África e À primeira vista, Chico já teve suas composições gravadas por vários intérpretes da música brasileira
Valéria Barcellos é cantora e atriz. Iniciou sua carreira profissional como crooner da banda Balança Brasil e foi lançada como cantora pelo projeto Roda de Viola. Com apresentações recheadas de bom humor, raciocínio rápido e, claro, uma impressionante potência vocal e performance, Valéria já viajou o Brasil e o mundo com seus shows ou dividindo o palco com diversos artistas consagrados. Seu trabalho lhe rendeu diversos prêmios, entre eles, Festival Brasil de Cinema Internacional, Melhor Atriz Coadjuvante (2018), 1º lugar no Festival da Canção Francesa (2012) e Troféu Mulher Cidadã da Assembleia Legislativa Rio Grande do Sul, na categoria Mulher na Cultura (2016). Recentemente, lançou um novo canal no YouTube, chamado de Notas Pretas, onde pretende produzir vídeos com as temáticas que fazem parte da sua vida e do seu dia-a-dia.
O músico Daniel Drexler escolheu o Tecna para a gravação dos videoclipes do seu novo disco AIRE. As filmagens, realizadas pela Estação Filmes, com direção do Rene Goya Filho, ocorreram no mês de janeiro no centro de produção audiovisual localizado em Viamão. Nesta quinta, dia 16 de abril, está disponibilizado no YouTube o primeiro clipe, de uma série de cinco vídeos, do single ¿Por qué la infancia es tan corta?, que já está no Spotify, Deezer e Apple Music.
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Após as gravações de janeiro, Drexler viria novamente a Porto Alegre para trabalhar com Goya na pós-produção. Porém, o cenário da Covid-19 obrigou a uma mudança de planos, o processo criativo de montagem e finalização do material audiovisual precisou ser feito totalmente de maneira virtual pelos diversos profissionais envolvidos.
“Eu tenho a sensação de que a pandemia acelerou processos relacionados ao uso da tecnologia, coisas que já estavam acontecendo como shows ao vivo, aulas e encontros virtuais. Já tem anos que eu faço aulas de composição por Skype. Essa é uma das maravilhas da tecnologia, descobrimos uma maneira de trabalhar de forma remota em algo complexo. É um processo que pede muito foco e concentração de todos que estão participando”, comenta Drexler.
Segundo Goya, a pós-produção feita à distância, compartilhando telas, ideias, música e muita criação, tem sido um grande experimento. Ao todo, foram mais de 40 pessoas envolvidas e os espaços utilizados no Tecna foram o Estúdio A, com camarins e sala de produção, e novos ambientes recentemente inaugurados como o catering e a sala de receptivo.
“Sempre sonhei com a possibilidade de filmar um filme, de estar em um set de gravação com o diretor gritando: ação! Adorei a ideia de gravar tudo com uma única câmera montada sobre uma dolly e com planos longos, com movimentos harmoniosos e com muitas transições de foco”, destaca Drexler. Foram dias de preparação e gravação como se fosse um sonho transformado em realidade, “Estou muito agradecido com a enorme quantidade de pessoas que participaram deste projeto e, sobretudo, feliz com o resultado que será entregue ao público”, ressalva o músico uruguaio.
O Tecna é um Centro de Produção Audiovisual que nasceu para apoiar a produção audiovisual brasileira. Conta com uma infraestrutura de padrão internacional, equipada com tecnologia de ponta, em amplos espaços para o trabalho de produção e finalização. Por aqui já passaram cenas de cinema, filmes publicitários, séries, conteúdos para internet, games e muitas outras histórias.
Consagrada nos palcos e na TV, a atriz Cássia Kis vem à PUCRS para o segundo encontro da série Ato Criativo em 2020. Em uma conversa com o poeta e professor Diego Grando e a atriz e doutoranda de Escrita Criativa Gisela Rodriguez, Cássia fala sobre sua trajetória profissional e o espetáculo Meu Quintal é Maior do que o Mundo, em cartaz no Theatro São Pedro. A atividade acontece nesta quinta-feira, dia 12 de março, às 19h30min, no auditório da Escola de Humanidades, no prédio 9 do Campus da Universidade. Com entrada gratuita, os ingressos podem emitidos pelo site da Uhuu a partir do dia 5 de março.
Formada pela Fundação das Artes, a atriz recebeu diversos prêmios por suas atuações. Participou de séries e novelas e atuou em muitas peças de teatro, tendo realizado, no ano de 2009, o seu último espetáculo, O Zoológico de Vidro. Depois de 10 anos longe dos palcos, Cássia Kiss optou por retornar através da literatura, com uma produção que tem como base 18 poemas do livro Memórias inventadas, de Manoel de Barros. A montagem se passa em um quintal, representado por um tapete, no qual Cássia interpreta quatro diferentes personagens: um menino de cinco anos, um jovem de 15, um homem de 40 e um idoso de 85.
Neste bate-papo, a atriz compartilha com o público um pouco da experiência de dar corpo e voz à poesia do escritor mato-grossense, em um processo de transformação e movimentação da palavra escrita.
Na televisão, Cássia ficou nacionalmente conhecida como Leila, a assassina de Odete Roitman, na novela Vale Tudo. Também se destacou com as atuações como: Ilka, em Fera Ferida; a protagonista Ana Lúcia, em Barriga de Aluguel; a vilã assassina Adma, em Porto dos Milagres; Dulce, em Morde & Assopra, entre outras.
O QUÊ? Série Ato Criativo com Atriz Cássia Kis
QUANDO? Dia 12 de março, quinta-feira, 19h30min
ONDE? Auditório da Escola de Humanidades (prédio 9 do Campus – Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Mais informações e ingressos neste link.
O acervo do Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS agora conta com itens inéditos de grandes artistas. A atualização do Delfos Digital faz parte da iniciativa de aumentar a documentação histórica e cultural disponível online. A mais recente é a de Lara de Lemos (1923-2010), poetisa, jornalista e professora porto-alegrense. A coleção, que já está com 354 materiais disponíveis, segue sendo atualizada com textos manuscritos e datiloscritos, crônicas, contos, poesias e recortes de jornais. Em breve, serão adicionadas fotografias e correspondências.
Até agora, foram criadas coleções online para três artistas. A primeira delas foi a do escritor Moacyr Scliar (1937-2011), que voltou a ser atualizada recentemente, após a doação de mais materiais do autor para o acervo físico. A coleção, já com 1028 documentos, recebeu novas crônicas escritas para jornais e revistas. A segunda coleção criada foi a de Caio Fernando de Abreu (1948-1996), concluída com 543 documentos.
A ideia, a longo prazo, é que a atualização do Delfos Digital contenha todos os acervos disponíveis no catálogo, com consulta online para os itens mais relevantes. Apenas uma parte dos acervos é selecionada para o Delfos Digital, sendo possível consultar o material completo no espaço físico do Delfos (mediante agendamento prévio).
O processo de disponibilização online de conteúdo do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS teve início no ano de 2015. A criação da plataforma digital, que hoje conta com um total de 6.333 visitas, foi realizada com objetivo de ampliar a visibilidade dos acervos, facilitando o acesso por meio de ferramentas de busca e bases de dados, aumentando as possibilidades de citação e utilização por pesquisadores.
Localizado no 7º andar da Biblioteca Central (Prédio 16), junto ao Instituto de Cultura da PUCRS, o Espaço de Documentação e Memória Cultural é aberto para visitação. Apesar de o nome remeter à Grécia Antiga, ao Oráculo de Delfos, as estantes e os armários do acervo abrigam raridades de um passado muito mais próximo: originais de livros, correspondências, fotografias, objetos pessoais, anotações de artistas, entidades e autoridades representativas do Rio Grande do Sul.
Mediante agendamento (realizado por e-mail com pelo menos sete dias de antecedência), é possível realizar consulta local dos documentos catalogados, que se relacionam com áreas como Letras, Artes, Jornalismo, Cinema, História e Arquitetura. Apenas no ano de 2019 foram atendidos 718 pesquisadores – internos e externos à Universidade e de diferentes regiões do país.
A peça de teatro Tango para homens velhos, totalmente produzida pela PUCRS, está prestes a ser lançada. Escrito pelo professor da Escola de Humanidades Altair Martins, o espetáculo põe em cena as questões mais gratuitas — e por isso mesmo brutais — do feminicídio. Encenada pelo dramaturgo e pelo ator Charles Dall’Agnol, diretor do Grupo de Teatro Universitário (GTU), vinculado ao Instituto de Cultura, a produção apresenta dois personagens que, enquanto costuram uma bandeira, escondem-se atrás de uma tragédia cuja culpa não querem expiar: projetam um para o outro ratos que entraram em suas casas e assassinaram suas mulheres. A estreia acontece no dia 24 de março, às 19h30min, no Teatro do prédio 40 (Av. Ipiranga, 6681) e é aberta ao público (mais informações sobre a distribuição de ingressos serão divulgadas em breve).
“Na primeira vez em que li a peça Tango para homens velhos senti uma espécie de desconforto por estar diante de um assunto tão importante para nós, mulheres, mas sendo ali mostrado através de homens”, confessa Gisela Rodriguez, doutoranda em Escrita Criativa e diretora da peça. No entanto, segundo ela, essa sensação de estranhamento foi positiva, porque “estava na hora dos homens se reinventarem” nas questões que envolvem manifestações artísticas. Gisela conta que, durante os ensaios, o fato de dois homens falarem sobre o feminismo é bastante debatido. Além disso, a montagem foi construída em conjunto pelos membros do GTU, que conta com a participação de várias mulheres.
Os ensaios de Tango para homens velhos se iniciaram em setembro de 2019. Sobre a origem do espetáculo, Martins conta que começou a escrever o texto ouvindo a trilha sonora de tango que agora faz parte da encenação. No dia da estreia, após o espetáculo, haverá um debate sobre a peça com a diretora e os dois atores.
Peça de teatro Tango para homens velhos
24 de março, às 19h30min
Teatro do prédio 40 da PUCRS (Av. Ipiranga, 6681)
Entrada gratuita, com data de distribuição de ingressos a definir
Montagem: GTU (Grupo de Teatro Universitário da PUCRS)
Direção: Gisela Rodriguez
Dramaturgia: Altair Martins
Elenco: Charles Dall’Agnol (Sérgio) e Altair Martins (Alcides)
Sonoplastia: Felipe Durli
Iluminação e assistência de direção: Clenir Santos
Assistência de produção e contrarregragem: Marina Nogara
Cenografia, objetos e concepção sonora: Altair Martins
Figurino: Iara Fülber Sander
Pelo menos 50 mil pessoas participaram das mais de 100 atividades promovidas pelo Instituto de Cultura da PUCRS, ao longo deste ano, com a coordenação da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários. Grandes nomes como Maria Bethânia, Zezé Motta, Andrea Beltrão, Lázaro Ramos, Taís Araújo, Monja Coen, entre outras personalidades de projeção nacional, estiveram envolvidos em palestras, shows e eventos no Campus da Universidade. A PUCRS também abrigou espetáculos do Porto Alegre em Cena, o Festival Internacional de Artes Cênicas. Atrações musicais, artísticas, literárias, exposições e rodas de conversa integraram da mesma forma a programação cultural de 2019.
O dia 5 de novembro foi uma data especial tanto para a cultura de Porto Alegre, bem como para a Universidade. Maria Bethânia foi agraciada com o Mérito Cultural PUCRS 2019, em uma apresentação, em dois atos, que brindou a plateia com músicas de todos os tempos da carreira cinquentenária da cantora baiana. Esse espetáculo marcou com grande estilo a reinauguração do Salão de Atos da Universidade, uma moderna casa de eventos com capacidade para 1,6 mil espectadores. Essas ações integraram as comemorações dos 71 anos da PUCRS.
As Artes Cênicas também tiveram grande público na PUCRS. A atriz Andrea Beltrão é uma força no palco. Na noite de 6 de agosto, a artista apresentou uma versão contemporânea da tragédia Antígona, do grego Sófocles, no teatro do prédio 40 e foi aplaudida de pé por uma plateia lotada. Durante o mês de setembro, a Universidade recebeu o espetáculo francês, Happi – A Tristeza do Rei, que faz parte da programação da 26º edição do Porto Alegre em Cena. Com produção brasileira, A ira de Narciso também passou pela PUCRS. Em 2019, o Porto Alegre em Cena propôs nos palcos discussões sobre o Brasil, sua identidade e o futuro da humanidade, abrangendo mais temáticas e aprofundando relações entre a natureza e o humano.
Outras áreas da cultura também tiveram destaque em 2019. Nas artes gráficas, o artista gaúcho Kelvin Koubik foi o responsável pelo grafite desenhado na parte leste do prédio 6, em frente à Rua da Cultura da PUCRS. Com mais de 18 metros de altura e 11 de largura, a obra levou nove dias para ficar pronta. Na música, a Igreja Universitária Cristo Mestre acolheu receitais e concertos, como os recitais dos pianistas Raphael Lustchevsky, Olinda Alessandrini e o espanhol José Luis Neto.
Com uma proposta multicultural, a primeira edição do PUCRS Festival reuniu milhares de pessoas, que puderam desfrutar de muita música, entretenimento e conhecimento durante o dia 4 de outubro. Foram vários shows e, no encerramento, houve a apresentação do cantor Criolo, que empolgou a multidão com muita energia (com direito a uma mensagem de valorização aos professores), numa apresentação com os principais sucessos dos seus 15 anos de carreira, com muito hip hop e samba-rap.
Na área de Responsabilidade Social, diversas atividades foram promovidas, entre elas, o projeto Ônibus do Bem. No dia 23 de novembro, o veículo partiu do Campus da Universidade, com 56 voluntários, para um destino surpresa e uma missão: fazer o bem sem olhar a quem, literalmente. O local escolhido foi o Centro Social De Cultura e Arte Padre Irineu, em Porto Alegre, que ficou pequeno devido à tamanha solidariedade recebida. A equipe fez a revitalização da área externa, organizando o jardim e uma horta de temperos, bem como realizou a pintura externa do Centro.
Uma das oportunidades mais intensas e gratificantes do meio acadêmico, de acordo com os próprios estudantes, é o Projeto Rondon. Universitários de diversas partes do Brasil, neste ano, oferecerem suas habilidades e conhecimentos em benefício dos moradores de São José do Piauí (PI). Além de acumular novos aprendizados por meio das interações com os moradores, os estudantes e professores buscam promover transformações sociais e auxiliar no desenvolvimento da comunidade.
Outras atividades importantes de impacto social foi o Dia Nacional do Voluntariado, com atividades gratuitas para a comunidade; a Campanha do Agasalho, que proporcionou um inverno mais quente para diversas famílias; as aulas de pré-vestibular para estudantes em situação de vulnerabilidade social; a troca solidária que arrecadou uma tonelada de alimentos; a promoção do acolhimento de imigrantes no Brasil; e as boas práticas em inovação social da Tecnopuc.
Na quarta-feira, 27 de novembro, a PUCRS recebe o monólogo José Gaspar (La Soledad del Poder). O evento, promovido pelo Instituto de Cultura, em parceira com o Instituto Cervantes e o Consulado General de la República del Paraguay, acontece no auditório do prédio 5 da PUCRS, às 20h.
De autoria de Hernán Jaeggi, o texto é interpretado pelo ator paraguaio Jorge Ramos e tem direção de Gustavo Ilutóvich. A peça apresenta a filosofia do governo de José Gaspar Rodrígues de Francia, considerado o pai da independência do Paraguai e o “Ditador Perpétuo” do país (1813-1840). Alguns temas explorados são as desavenças que Francia teve com homens da igreja e seus companheiros de independência, além dos confrontos com grandes potências da época, como Espanha, Portugal e Inglaterra.
Desde sua estreia, em 2003, o monólogo já teve mais de 1.700 apresentações em quase 30 países ao redor do mundo. José Gaspar mostra como os governos autoritários possuem características que se repetem ao longo da história e traz questões que aproximam os países latino-americanos. A entrada para o evento é gratuita, sujeita à lotação do espaço.
A PUCRS realizou diferentes atividades dentro da programação da 65ª Feira do Livro de Porto Alegre, realizada entre os dias 1º e 17 de novembro, com o tema Curiosidade é o que nos move. Além da presença da banca da Edipucrs na Praça da Alfândega, houve uma homenagem ao escritor e crítico literário Silviano Santiago, realizada pelo o Instituto de Cultura da PUCRS; e a participação do Observatório Astronômico, da Escola Politécnica.
Edipucrs promove sessões de autógrafo
A Editora esteve com uma banca na Feira do Livro e contou com um balaio de itens com descontos progressivos. Além disso, houve quatro sessões de autógrafos de lançamentos da Edipucrs: Hospital-Bazar, Temas para um envelhecimento bem-sucedido, Guia para a Internacionalização Universitária e (Des)caminhos na comunicação organizacional: ensaios e pesquisas do grupo de estudos em comunicação organizacional. Ainda, no dia 16, foi realizada a Oficina de Introdução à Escrita Criativa, no Centro Cultural CEEE – Erico Verissimo (CCEV) (Rua dos Andradas, 1223).
O livro Guerra de Urina, do autor Altair Martins, publicado pela Edipucrs, foi o vencedor da 2ª Edição do Prêmio Minuano de Literatura na categoria texto dramático. Além deste título, outros dois da editora foram finalistas da premiação: Mulheres pessegueiro, de Patsy Cecato; e Dog day e Diálogos nas folhas em branco, de Fernanda Moreno.
Nesta edição da Feira, foi implementado um novo modelo para comercialização de livros impressos. Trata-se do método de impressão sob demanda (POD – Print on Demand), que permite que a editora amplie seu catálogo de títulos impressos de uma forma competitiva, sustentável e sem a necessidade de geração de estoques. Atualmente, 138 títulos estão disponíveis neste modelo de comercialização, podendo ser encontrados em lojas como Amazon, Mercado Livre, Submarino, Americanas e Estante Virtual.
Escola Politécnica leva telescópios para a Praça da Alfândega
Nos dias 6 e 7 de novembro, o Observatório Astronômico da Escola Politécnica levou dois telescópios para a Praça da Alfândega, com o objetivo de aproximar um pouco as pessoas da ciência. Nas duas datas, a atividade foi realizada das 19h às 20h30min, em frente ao Margs, e atraiu cerca de 240 pessoas.
Essa ação é realizada desde a Feira do Livro de 2010. Com a iniciativa, pretende-se possibilitar que as pessoas presentes no evento tenham contato com um telescópio, além de divulgar o Observatório da PUCRS, atraindo futuros visitantes.
Instituto de Cultura encerra Jornadas Anfíbias
No dia 7 de novembro, o Instituto de Cultura realizou uma edição especial do ciclo Arejando o Cânone, sobre a obra do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999). A atividade aconteceu no CCEV e contou com leitura e análise de poemas.
Já no dia 14, o CCEV recebeu uma edição especial da Biblioteca de Cabeceira, promovida pelo Instituto de Cultura. Na ocasião, o curador do ciclo, Reginaldo Pujol Filho, apresentou a obra Henri, de Gonçalo M. Tavares.
O encerramento das Jornadas Anfíbias, com a presença do intelectual e escritor Silviano Santiago, também ocorreu dentro da programação da Feira do Livro. A atividade se dividiu em dois dias: 12, no CCEV; e 13, no Teatro da PUCRS (Prédio 40). A etapa realizada na Universidade contou com a presença do professor e crítico literário Italo Moriconi (organizador da obra 35 ensaios de Silviano Santiago) e do jornalista e crítico literário Schneider Carpeggiani (editor da nova edição ampliada de Uma literatura nos trópicos).
No início da conversa, Santiago apontou a importância do evento ao oportunizar um “diálogo que momentaneamente se abstém da palavra escrita e acredita, julga e crê na palavra oral, que é um grande mecanismo para a solidariedade, para a amizade e também para a troca de ideias”. O autor assegurou que, em termos de crítica literária, o único livro que escreveu foi sua tese de doutorado, defendida na Universidade Sorbonne (localizada em Paris/França). Segundo ele, o ensaio é a forma que encontrou para se manifestar nessa área. Sustentou que o gênero é “uma maneira de experimentar uma ideia sobre determinado tema”, é a “exposição de uma ousadia”, uma oportunidade de “jogar ideias para as pessoas pensarem”
Além de escritor e crítico literário, Silviano Santiago foi professor em diversas instituições norte-americanas, no Canadá, na PUC-Rio e na Universidade Federal Fluminense (UFF). Relatou que Italo Moriconi chamou sua atenção para um fato significativo: a sala de aula sempre foi o laboratório de ensaio para suas ideias; o primeiro momento para colocar em discussão as deduções acerca de suas leituras. Para ele, esse espaço possibilita um diálogo essencial para a construção de conhecimento. Disse que nunca deixou de dar aula para poder melhor escrever, já que a sala de aula é, segundo ele, o local de onde saíram seus livros. “Sem a universidade, não seria quem eu sou”, afirmou, apontando esse espaço como um lugar “onde se pode ter a audácia da ideia, o atrevimento de pensar e de se comportar diferente”. Após a conversa, houve sessão de autógrafos com Silviano.