Os profissionais da área da saúde atuam diretamente na linha de frente no combate ao coronavírus (Covid-19). Pensando nisso, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) lançou a campanha Conta comigo, estamos juntos, por meio do Serviço de Psiquiatria. O objetivo é prestar suporte psicoemocional para essas pessoas, ajudando a aliviar o desgaste mental e emocional que esse tipo de cenário pode causar.
Atendimentos psicológicos serão disponibilizados gratuitamente aos interessados de todas as áreas do HSL. “Nossos profissionais se empenham diariamente no cuidado da população, e nesse período de enfrentamento ao novo coronavírus, a exigência emocional é ainda maior. Viabilizar uma iniciativa como essa mostra que um olhar integral aos nossos colaboradores é essencial, sobretudo em cenários adversos como este que estamos vivendo”, ressalta o Diretor Geral do Hospital, Leandro Firme.
O projeto é coordenado pelo Dr. Marco Pacheco, chefe do Serviço de Psiquiatria, e conta com a colaboração de voluntários, todos com formação na área da psiquiatria. Os atendimentos serão realizados de forma online, em três modalidades:
Com essa nova iniciativa, o Hospital São Lucas da PUCRS, com o apoio do Serviço de Psiquiatria, reforça o seu compromisso de cuidar da vida em todas a suas dimensões.
Coordenação Jaderson Costa da Costa
Dados/Inteligência (Regis, Brito e Rafael)
Everton Quadros
Eliete Hauser
Guilherme Brito
Regis Lahm
Rafael Prikladnicki
Miriam Richardtz
Andressa Silva
Nathalia Esper
Lori Viali
Márcio Pinho
Diagnóstico (Saulo)
Saulo Bornhorst
Ana Ligia Bender
Clarice Alho
Ana Paula Duarte
Samuel Greggio
Francieli Pedrotti Rozales
Mariana Pagano Pereira
Terezinha Munhoz
Molecular experimental (Daniel)
Denise Cantarelli
Gabriele Zanirati
Angela Zanatta
Guilherme Silva Costa
Fernando Xavier
Matheus Grahl
Etapa in silico/in vitro (Allan, Matheus e Osmar)
Felipe Rodrigues
Isadora Ghilardi
Matheus Grahl
Guilherme Brito
Allan Alcará
Osmar Norberto de Souza
Ana Paula Perin (UFRGS)
Rodrigo Braun (UFCSPA)
Maurício Rigo
Carlo Moro
Etapa in vivo (Gabriele)
Gabriele Zanirati
Pamella Azevedo
Gianina Venturin
Samuel Greggio
Angela Zanatta
Daniel Marinowic
Bruno Hochhegger
Matheus Grahl
Clinical trial (Nathalia e Graciane)
Jaderson Costa da Costa
Graciane Radaelli
Bruno Hochhegger
Fabiano Ramos
Nathalia Esper
Fernanda Majolo
Guitierre Oliveira
Saúde mental (Rodrigo)
Carla Bonan
Jaderson Costa
Rodrigo Grassi de Oliveira
Christian Kristensen
Maurício Reggiori
Thiago Viola
Felipe Meneguzzi
Labs Tecnopuc IDEIA (Jorge Audy)
Jorge Audy
Saulo Bornhorst
Rafael Prikladnicki
Leandro Firme
Denis Barbieri
Eduardo Giugliani
Ana Von Berger
Filipe Viana
Janete Urbanetto
Flavia Fiorin
Idosos (Douglas)
Douglas Sato
Denise Machado
Maria Helena da Silva Pitombeira Rigatto
Moisés Evandro Bauer
Iná da Silva dos Santos
Ângelo José Gonçalves Bós
Gisele Hansel
Paula Engroff
Impacto nas crianças (Magda)
Magda Nunes
Felipe Kalil
Luís Eduardo Wearick
Danielle Costa
Gibsi Rocha
Augusto Buchweitz
Rodrigo Grassi
Thiago Viola
Cérebro/Neuro (Mirna e Nathalia)
Mirna Portuguez
Ricardo Soder
Eduardo Leal-Conceição
Nathalia Esper
Zaquer Costa Ferro
Wyllians Borelli
Daniel Marinowic
Fabiano Ramos
David Kerber
Startups (Flávia)
Flávia Fiorin
Leandro Pompermaier
Rafael Prikladnicki
Carlos Klein
Em meio à pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19), uma onda de solidariedade levou voluntários e membros da Associação Comunitária da Vila Panorama a costurar máscaras para os profissionais que atuam na saúde. A produção vem sendo realizada por costureiros de Porto Alegre, e algumas unidades já foram entregues para as equipes do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL).
Segundo Ana Carolina Campos, coordenadora de qualidade e segurança do paciente do HSL, e uma das participantes na ação, o que motivou o grupo foi a união para enfrentar esse novo contexto mundial. “Procuramos garantir a proteção para os nossos colaboradores durante toda essa pandemia. Então, passamos a comprar materiais e buscar parceiros para a produção dos equipamentos de proteção individual. E, desde quando essa iniciativa se iniciou, fomos surpreendidos por uma onda de solidariedade, em que muitos costureiros e cooperativas vêm nos apoiando”, conta Ana Carolina.
A enfermeira, que também faz parte da comissão multidisciplinar criada para enfrentamento ao Covid-19, ressalta que a iniciativa complementa as demais medidas preventivas e destaca a sensação após a entrega do primeiro lote de máscaras. “Ficamos extremamente felizes e agradecidos. Temos a certeza de que essa ação será muito importante para a proteção dos profissionais da saúde”, afirma.
Para Danusa Malta, supervisora de hotelaria do HSL, a produção das máscaras reflete o espírito de ajuda ao próximo. “É um lindo trabalho, que favorece não só os médicos, mas também os pacientes. Todos os colaboradores estão unidos para ajudar de alguma forma. Os equipamentos produzidos foram aprovados por toda a equipe, nos proporcionando ainda mais a emoção de contribuir para superar a pandemia”, comenta.
As máscaras são uma barreira mecânica que complementa os demais cuidados e podem ser feitas de algodão, tricoline, TNT, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. Em comunicado do dia 2 de abril, o Ministério da Saúde divulgou essa e outras recomendações específicas sobre a confecção e o uso desse tipo de equipamento.
Integrando uma das cinco frentes de atuação da PUCRS que vem desenvolvendo uma série de ações relacionadas à pandemia do COVID-19, o Tecnopuc FabLab finalizou a produção do primeiro lote de máscaras de proteção nesta semana.
Segundo o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, a PUCRS, além de estar fazendo um esforço importante para manter as atividades acadêmicas, está mobilizada nessa série de iniciativas que buscam contribuir não só com a prevenção e contenção do coronavírus, mas também com soluções que apoiem os profissionais de saúde.
O primeiro lote com cerca de 200 máscaras já foi doado nesta semana para onze instituições de saúde, entre elas: Hospital São Lucas da PUCRS, Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, Hospital Cristo Redentor, Casa do Menino Jesus de Praga, Comando-Geral da Brigada Militar, Clínica Carlos Barbosa, Hospital Militar do Exército e Aeronáutica de Porto Alegre, Santa Casa de Caridade de Bagé, Secretaria da Saúde de Osório e Hospital Materno Infantil Presidente Vargas.
Produzidas e testadas pelo Tecnopuc FabLab, além das máscaras, estão em teste e análise a produção de componentes de respiradores. De acordo com o Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, “este caso, em especial, é muito relevante, pois contribui com a preservação da saúde dos profissionais que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus. Além disto, em fase de prototipação e testes temos as redomas de proteção para intervenções nos pacientes e respiradores de baixo custo, usando impressão 3D, nos modelos MIT e Rice”.
Gerido pelo Centro de Apoio do Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS (Ideia), o laboratório tem capacidade para produzir aproximadamente 800 máscaras por semana. O segundo lote já está em produção. O diretor do Ideia, Eduardo Giugliani, afirma que “foi eleito um foco nesse momento, que é a fabricação, produção e montagem do escudo facial, que nos parece ser a principal e mais urgente demanda da rede de saúde”.
FabLab é um laboratório de criatividade e prototipagem, que conta com equipamentos variados de pequeno e médio porte, nas áreas de mecânica, computação e maquetaria. Conta ainda com impressoras 3D e computadores com softwares para modelagem bidimensional e tridimensional de projetos mecânicos, design e softwares para testes.
Três nomes da PUCRS estão representando a Universidade em uma importante frente estratégica em relação ao novo coronavírus. O Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento da Pandemia Covid-19, formado a pedido do governo do Estado e organizado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, reúne pesquisadores das universidades gaúchas e autoridades científicas de diversas áreas do conhecimento relevantes para o enfrentamento do contexto atual. Entre os integrantes, estão o professor da Escola de Negócios, Ely José de Mattos; o chefe do serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), Fabiano Ramos; e o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, professor Jorge Audy.
O objetivo do Comitê é acompanhar o contexto da pandemia, como números de casos confirmados no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo, aprendendo com as experiências de outros países. A partir desses estudos, o grupo constrói argumentos para prestar apoio às atividades do Gabinete de Crise e do Conselho de Crise para o enfrentamento do Covid-19. Em uma das cartas emitidas pelo grupo, consta que “O engajamento da comunidade científica neste momento é intenso, e a solução certamente virá da ciência”.
Conforme explica o professor Jorge Audy, a função do comitê é assessorar o governo do Estado com relação à análise de dados e com sugestões de encaminhamentos do ponto de vista acadêmico. Na maioria das vezes de forma remota (eventualmente acontecem reuniões presenciais restritas, com um número reduzido de pessoas), o grupo permanece em contato, discutindo os aspectos que envolvem a pandemia e os estudos que estão sendo realizados em todo o mundo.
Para o infectologista Fabiano Ramos, o mais importante em relação ao Comitê é ter algumas ações coordenadas com a visão de várias instituições em um momento em que a cooperação é muito necessária. “O trabalho em equipe nos possibilita conquistas importantes nesse contexto de pandemia, tanto no que diz respeito ao diagnóstico da doença, quanto à preservação da saúde dos colaboradores de hospitais, por exemplo”, pontua. Em relação ao papel dos médicos dentro do grupo, diz ser, principalmente, o de “traduzir” o que está acontecendo no dia a dia, levando necessidades reais e operacionais.
Conforme destaca Audy, o foco central do Comitê é preservar a vida e a saúde das pessoas. Como uma pandemia se trata de um problema complexo, que ultrapassa a questão da saúde em si, exige uma abordagem multidisciplinar para seu enfrentamento. “São necessárias diferentes visões, não só da área da saúde, mas também de outros aspectos relacionados, como inovação, economia e gestão de saúde”, destaca o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Universidade.
Para o professor Ely José de Mattos, a formação de um comitê científico demonstra confiança na academia. “É uma honra poder debater e contribuir com cientistas de diversas instituições e diferentes áreas, compartilhando minha expertise em economia para o contexto geral”, comenta, reforçando que o trabalho que está sendo realizado é voltado ao auxílio incondicional à população.
Desde sua criação, o Comitê vem divulgando cartas à sociedade gaúcha. Alguns dos temas abordados são a importância das medidas que estão sendo tomadas (como distanciamento social), o uso indevido de cloroquina e seus derivados para tratar o Covid-19, isolamentos vertical e horizontal, entre outras informações baseadas na ciência sobre a pandemia.
Outro comitê do governo do Estado, criado para assessorar diretamente a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, conta com a participação do professor Jorge Audy. Também composto por pesquisadores – esses das áreas da computação, da inovação e da epidemiologia –, o grupo, menor que o Comitê Científico, atua no desenvolvimento de modelos de análises de dados e de cenário referentes à pandemia, organizando informações locais e contribuindo para as decisões por parte dos governantes.
Thomas Friedman escreveu “o mundo é plano” em 2005. Ele aborda, dentre outras coisas, os efeitos da globalização nos mercados e nas pessoas. Agora, em 2020, estamos vivendo as consequências da propagação de um vírus, o Covid-19, que foi descoberto no outro lado do mundo, na China. Este fato, aparentemente local, acabou se propagando e mudando hábitos de vida e de consumo em todos os continentes.
Em cada país que desembarca, algumas ações se repetem. Algumas pessoas não acreditam, outras acreditam que o mundo acabará, outras apenas fazem o que as autoridades determinaram. Destaco aqui um ponto em comum: o impacto no consumo.
As pessoas saem fazendo compras de insumos como alimentos ou papel higiênico e isto gera a onda de falta de abastecimento: as compras geradas no calor da emoção. Alguns produtos serão consumidos mais rápido do que costumamos consumir e nestes se incluem remédios, álcool gel, máscaras e desinfetantes, pois nos protegeremos mais. Esta onda chamaremos de picos reais.
Após este momento, as empresas tendem a agilizar o reabastecimento destes itens fazendo analise de demanda, de capacidade, mas contando como o mercado nacional. Não existe a possibilidade de importar, pois os outros países já fecharam as portas para compradores de outros mercados. Sabendo disto, os compradores acabam comprando um pouco mais de produtos disponíveis. Assim não terá risco de falta de produtos. Isto gera a onda de sobra de estoque: compras geradas com o efeito chicote.
É claro que produtos sobrarão em empresas que atendem escolas, cinemas, parques e etc. Negócios que sofreram reduções no fluxo de pessoas. Nestes segmentos também será necessária a adequação dos volumes dos estoques e um melhor direcionamento de destinação de produtos e de fornecedores. Alguns serviços poderão se destacar positivamente como streaming de vídeo, aplicativos de entregas, aplicativos de comidas e de transportes, dentre outros.
A boa noticia é que as cadeias de suprimentos podem se adaptar e responder rapidamente, em praticamente todas as situações onde os produtos tenham produção local. Para isto, a colaboração em todos os elos deste mundo plano é fundamental.
Domingos Valladares é professor na Escola de Negócios da PUCRS. Possui experiência na área de supply chain e comércio exterior, atuando, principalmente, nos seguintes temas: fast fashion, autoconfiança, reclamação, importância da compra e negociação.
Devido ao contexto de inúmeros desafios impostos em função da pandemia do novo coronavírus, a PUCRS vem desenvolvendo uma série de ações, dentro de cinco grandes frentes de trabalho. As iniciativas atendem tanto a comunidade universitária, quanto a população gaúcha e brasileira.
Segundo o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, a PUCRS, além de estar fazendo um esforço importante para manter as atividades acadêmicas, está mobilizada nessa série de iniciativas que buscam contribuir não só com a prevenção e contenção do coronavírus, mas também com soluções que apoiem os profissionais de saúde e promovam o bem-estar social e a saúde emocional das pessoas. “São dezenas de pesquisadores, docentes, profissionais de diversas áreas, correndo contra o tempo com ações, desde apoio psicoemocional para profissionais da saúde, até momentos culturais e de meditação online disponíveis para toda a sociedade”, destaca.
Confira as cinco frentes de trabalho e as iniciativas em cada uma delas:
O Tecnopuc Fablab, laboratório do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), começou a doação de aproximadamente mil máscaras de proteção para 11 instituições de saúde. Além das máscaras, estão em teste e análise a produção de componentes de respiradores. Confira
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As mudanças na rotina ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) têm impactado pessoas de todas as idades. E se, para adultos, assimilar tantas informações e adaptações pode ser uma tarefa difícil, para crianças não é diferente. Com o fechamento das escolas, muitas delas têm passado os dias em casa com a família. E explicar para elas o contexto atual é fundamental para tranquiliza-las, ao mesmo tempo em que se deve monitorar a quantidade e o tipo de informações que estão recebendo. Com programas de televisão transmitindo notícias sobre o assunto durante praticamente todo o dia, encontrar esse equilíbrio pode ser desafiador.
Para a professora Juliana Tonin, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, pesquisadora da PUCRS, coordenadora do LabGim, Laboratório de Pesquisas da Comunicação nas Infâncias, a reorganização das atividades escolares e profissionais aconteceu de maneira brusca, e as crianças, hoje, já têm muitas informações sobre o assunto e estão compreendendo esse cenário da maneira como podem, mediadas pelas compreensão de seus cuidadores ou pares, mesmo virtualmente. “Um bom critério para conversarmos com elas é procurar identificar duas dimensões da situação: a do adulto e a da criança. O efeito da quarentena na rotina dos adultos é diferente do causado na rotina das crianças. E temos de tentar, antes de tudo, identificar e compreender essa diferença. Podemos explicar e informar a partir do que compreendemos como sendo de interesse da criança, a partir do que a impacta diretamente”, destaca.
Essa comunicação é importante para crianças de todas as idades – inclusive para os bebês. Juliana comenta que os bebês compreendem seus contextos e precisam de informações sobre o que está acontecendo ou deixando de acontecer, tanto quando os adultos. Um bebê que deixa de ir repentinamente para sua creche ou escola precisa também de discurso, de informações, para poder organizar essa experiência dentro de si e sentir-se amparado. “Além disso, é preciso deixar claro que essa situação não é algo que está sendo sofrido exclusivamente pela criança, mas, sim, algo que atinge o coletivo, uma condição nova pela qual todos estão passando no momento”, pontua a professora.
Com as famílias em casa e os programas de TV transmitindo notícias sobre o Covid-19 ao longo do dia, ficar atento ao consumo de informações das crianças é fundamental. Para a pesquisadora, o primeiro passo para que as elas não tenham acesso a uma quantidade exagerada de notícias é o adulto parar de fazer isso. Assim como há orientações sobre como as crianças devem ser informadas, também existem recomendações para os adultos, sobre como evitar passar muito tempo nas redes sociais, desligar o celular durante períodos do dia, não assistir televisão o tempo todo e acessar apenas informações de fontes seguras. O momento acaba sendo favorável para que todos possam se questionar sobre formas de autocontrole e equilíbrio no consumo de informação – servindo de exemplo para as crianças.
Como muitas escolas estão enviando atividades online para os alunos, é preciso entender que as crianças têm, assim como os adultos, uma relação muito positiva com as tecnologias. “Existe um lado promissor, funcional e positivo que torna tudo mais prático e viabiliza a execução de muitas coisas. Esse reconhecimento é muito importante. Mas existe um outro lado que é o das relações inadequadas, dos diferentes tipos de abusos e violência, do consumo de conteúdos e presença em ambientes digitais não permitidos para sua faixa etária”. As formas de garantir que as crianças façam usos seguros e positivos dessas ferramentas passa pela criação de filtros etários, pelo respeito à classificação indicativa de conteúdos e redes sociais e, acima de tudo, pelo monitoramento dos adultos, isso é fundamental”, ressalta Juliana.
Para crianças que já têm noção do que é uma notícia e, de alguma forma, recebem informações por elas mesmas, esse também é um momento para se falar sobre a importância de diferenciar notícias verdadeiras de fake news. Uma forma interessante de fazer isso pode ser filtrar e indicar as fontes.
Em relação às crianças menores, a professora acredita que existe uma única fonte de informação segura na qual as crianças acreditam fundamentalmente: seus responsáveis: “Quando estamos perto de crianças muito pequenas, precisamos nos filtrar muito. Devemos garantir que não estejamos contaminados por fake news. Devemos buscar uma avaliação criteriosa de conteúdos que consumimos e disseminamos para que possamos realmente exercer a nossa função de ser uma fonte de informação confiável e de cuidado para a criança”.
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Não deixar que o tema “coronavírus” tome conta do cotidiano pode se tornar uma preocupação para os adultos. E, como toda a rotina está sendo afetada pela pandemia, é normal que o assunto acabe pautando as famílias. “Acredito que o melhor a fazer é permitir diferentes espaços na rotina, diversificar o dia”, comenta Juliana.
Se a criança está angustiada, entristecida, frustrada ou com medo, por exemplo, é importante que ela possa ter espaço para se expressar e que seja validada nesses sentimentos. Falar a ela frases do tipo “não chora”, por que está triste?”, “não precisa se sentir assim” é o mesmo que dizer para ela não sentir o que está, de fato, sentindo. “A criança precisa ter espaço, ser ouvida, reconhecida, mesmo em sua tristeza. Que vem e vai. Assim como a alegria, o riso, eles vêem e vão. A criança precisa ter espaço para sua relação com a escola, para explorar algum brinquedo ou brincadeira que goste muito, criar uma receita nova ou mesmo para encontrar algum passatempo enquanto sua família está por perto, mas trabalhando”, destaca a professora
Espaço para tudo: trabalhar, conversar, brincar, sentir, descansar, estar presente, estar próximo. “Essa experiência de quarentena nos devolve aos nossos lares, nos faz retornar ao nosso essencial. E, nesse essencial, reencontramos nossas crianças. Não estamos tendo outras alternativas além de nos olharmos, nos sentirmos e nos compreendermos, fazendo coabitar tudo que é nosso. Pode ser uma experiência de muito aprendizado. Ter e dar espaço para tudo, inclusive para o medo, para a angústia e para a tristeza que possam surgir nas vivências desse momento de crise sanitária que estamos vivendo”, conclui Juliana.
Um dos métodos adotados pela PUCRS como medida de proteção contra o coronavírus foi o de suspensão das aulas presenciais. Todos os cursos de graduação e pós tiveram suas atividades adaptadas para a modalidade online, através da plataforma Moodle, com ferramentas exclusivas para esse tipo de metodologia.
Apesar das aulas preparadas pelos professores serem pensadas para esse cenário, a rotina atípica causada pelo isolamento necessita de cuidados diferenciados e novos hábitos. “É natural que demore um tempo até conseguirmos nos organizamos melhor no tempo, entendermos em que períodos do dia rendemos mais e se adaptar aos novos horários”, destaca Manoela de Oliveira, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, psicóloga, especialista em Processos Psicossociais.
Confira cinco dicas profissionais de como organizar os estudos nesse período:
1. Evite procrastinar: durante as semanas, a dica é observar como você está gerenciando o tempo e se, de fato, está procrastinando. Depois de entender em que momento do dia você está mais disposto, com menos demandas externas (do trabalho, da família, dos pets, entre outros) e qual ambiente é mais favorável, aí sim, você pode começar a repensar a sua rotina e buscar ter mais produtividade. Vale lembrar que adiar as atividades que devem ser feitas não faz com que elas sumam. Uma opção é fazer as coisas aos poucos, em vez de deixar que elas acumulem.
2. Tenha uma rotina: tente manter uma rotina parecida com a que você tinha antes da quarentena. É importante dar continuidade aos seus hábitos, adaptando alguns conforme a necessidade e as ferramentas disponíveis, para que voltar ao cotidiano depois não seja tão difícil. Ninguém precisar sair do ritmo.
3. Teste diferentes estratégias: é possível que, para algumas pessoas, uma lista em papel e o cronômetro no celular também ajudem bastante. Outros preferem ter uma rotina mais flexível e conseguem fazer todas as suas atividades com sucesso. Existe um fator de autoconhecimento envolvido. É um bom momento para experimentar outras possibilidades.
4. Aplicativos e plataformas para organização: existem várias plataformas e aplicativos de produtividade e gestão do tempo online, como Asana e o Trello. Eles auxiliam em: 1) listar lembretes do que é preciso fazer; 2) elencar prioridades; 3) visualizar as atividades que precisam ser feitas, em andamento e concluídas. Outra sugestão é usar a técnica pomodoro, que consiste em intervalos de trabalho e de descanso.
5. Prepare sua mente para o novo formato: fique calmo e experimente as aulas devagar. Para começar, encontre um espaço tranquilo, confortável e com boa internet. Monte sua estrutura para a aula on-line e faça o teste. Nesta modalidade, você pode ter alguns ganhos, como poder rever uma parte da aula que não entendeu e consultar algum conteúdo de outra aula sem perder a matéria (fazer as pausas é bem importante).
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Manoela ainda destaca que a modalidade online proporciona maior autonomia. “Os alunos podem estudar da forma como se sentem melhor com todas as aulas em um só dia, de pijama, fazendo pausa no meio do dia para descansar, entre outros benefícios. Exercitar a autonomia e a responsabilidade que vem com ela é super importante para desenvolver algumas competências que o mercado de trabalho vem buscando nas mais diferentes áreas, que são o autoconhecimento e o protagonismo”, destaca.
A principal área de estudo de Manoela de Oliveira é o desenvolvimento de carreira em diferentes etapas da vida e em contextos culturais. Atualmente, é responsável pelo Grupo de Estudos em Desenvolvimento de Carreira da PUCRS.
Períodos de crises globais, como a causada pelo coronavírus (Covid-19), costumam instaurar uma tensão coletiva na população. As sensações de ansiedade, incerteza e medo do futuro são pontos que precisam ser foco de atenção, segundo especialistas. Parte disso está relacionado com a quantidade e a qualidade das informações às quais as pessoas são expostas diariamente, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A epidemia de SARS-CoV, síndrome respiratória aguda que surgiu em 2010, desencadeou sintomas de estresse pós-traumático em 29% das pessoas, enquanto 31% tiveram depressão por causa do período de quarentena. As informações são da The Lancet, umas das publicações científicas mais antigas e conhecidas da área de medicina.
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Mudanças na rotina causadas pelo isolamento social também podem ser fatores de desconforto para quem não está acostumado a trabalhar em home office e fazer atividades remotas. Wagner Machado, professor do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUCRS e coordenador do Grupo Avaliação em bem-estar e saúde mental; e Juliana Niederauer Weide, mestranda em Psicologia Clínica, trouxeram sugestões de como manter a saúde mental durante esse período de adaptações:
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Pensando no tema, instituições gaúchas uniram suas forças, criando uma forma de levar pessoas que necessitam de auxílio psicológico para conversar, de forma gratuita, com profissionais capacitados. O objetivo é ajudar a população a lidar com assuntos como medo, desamparo, solidão, angústia e outros sentimentos que podem aparecer em meio à epidemia do coronavírus. O telefone é (51) 3224-3340.
De acordo com o presidente da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, José Carlos Calich, já há cerca de 500 voluntários cadastrados. Entre eles, profissionais da PUCRS, da UFRGS, da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre e de outras instituições parceiras.
André Luiz da Silva, professor da Escola de Medicina e monge zen budista, também resolveu ajudar as pessoas nesse período. Ele respondeu mais de 100 dúvidas sobre o coronavírus por aplicativos de mensagens, gratuitamente.