Nos últimos anos têm sido cada vez mais frequente a publicação pela ediPUCRS de obras de caráter não apenas acadêmico – em sentido estrito, resultantes de pesquisas desenvolvidas pelos mais variados Institutos e Programas de Pós-Graduação da Universidade -, mas também de obras de grande relevância cultural, social, literária ou didática de todas as áreas do conhecimento. São livros voltados à divulgação científica, mas que buscam esclarecer temas e problemas contemporâneos à comunidade. Nesse sentido, um ótimo exemplo é a recente publicação da obra O que é esta tal de nuvem e o que pode fazer por você?, que procura traduzir, de uma maneira simples, a evolução computacional e como as pessoas podem utilizar estas ferramentas para facilitar suas vidas.
De tecnologia à temas da saúde, mais de 22 obras já compõem a linha editorial que também é composta por obras literárias, com valores entre R$ 18,90 e R$ 39,90. Destas, cinco foram lançadas recentemente: O que é esta tal de nuvem e o que pode fazer por você?, de César de Rose; A era de Trump: a encruzilhada da direita americana, de Bruno Biasetto; Comunicação em Organizações Educacionais: práticas em prol da cultura do encontro e do diálogo, dos organizadores Bruna Ferreira, Diego Wander da Silva e Luciana Gomes; Reconstruir-se: nada está escrito!, de Francisco Kern e Transtorno do espectro autista (TEA): mitos e verdades, de Karla da Silva e Marlene Rozek.
O coordenador administrativo da ediPUCRS, Rodrigo Braga Silva, destaca que na Universidade é consenso a necessidade de preparar as pessoas para participarem mais ativamente e com proximidade dos avanços científicos e tecnológicos que a sociedade precisa. “Queremos ampliar as publicações desta linha editorial para que os temas abordados sejam acessíveis a um público mais amplo. E também porque sabemos que aproximar a ciência do dia a dia das pessoas é uma contribuição para a educação e para que jovens e pessoas de todas as idades tenham motivação para seguir carreiras nessas áreas que são tão importantes para todos os segmentos da sociedade”, afirma.
Conheça neste link a lista completa de obras.
O livro O que é esta tal de nuvem e o que pode fazer por você?, por exemplo, procura explicar de forma clara e acessível os avanços por trás desse conceito, os problemas que efetivamente soluciona e também suas limitações. O termo “nuvem”, uma abreviação de “computação em nuvem”, faz referência a uma forma diferente de acessar e utilizar computadores e pode ter vários desdobramentos e modos de aplicação.
Por se tratar de um conceito poderoso que está revolucionando a forma como os indivíduos e as empresas usam recursos computacionais em seus projetos e abrindo oportunidades para novos negócios, tornou-se bastante popular, sendo por muitos anos a palavra da moda na área de tecnologia. “Busco fazer isso por meio de exemplos práticos, para explicar como as pessoas podem se aproveitar dessa poderosa ferramenta para facilitar suas vidas e aumentar a produtividade no uso de computadores”, destaca o cientista da computação e autor, César de Rose.
Mais de 60% das brasileiras e brasileiros se interessam por ciência e tecnologia, mas a falta de acesso ainda é uma barreira para difundir o conhecimento e torná-lo mais popular. É o que mostram as pesquisas mais recentes de percepção social sobre o tema. Em 2015 o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou um estudo que mostra que 61% dos entrevistados declaram interesse por ciência e tecnologia, índice superior ao demonstrado para arte e cultura (57%), esportes (56%) e política (28%). No entanto, o elevado interesse não se reflete em conhecimento e informação, já que 87% não sabe informar o nome de nenhuma instituição científica, enquanto 94% não conhece nenhum cientista brasileiro.
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Nesta quarta-feira, dia 8 de julho, em celebração ao Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação realizou o webinar Ciência e a Transformação da Sociedade. O evento teve como objetivo debater sobre a relevância da ciência e do papel do pesquisador na sociedade.
A abertura do encontro contou com a presença do reitor Ir. Evilázio Teixeira, da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Carla Bonan e da diretora de pesquisa Fernanda Morrone. Na ocasião, Carla destacou a importância da data, reforçando a relevância da ciência para os avanços da humanidade. “Fazer ciência é um desafio. Não depende somente do esforço individual, mas de investimentos no desenvolvimento de um ecossistema que incentive e promova a busca pelo conhecimento científico, do ensino fundamental até o ensino superior”, adicionou.
O reitor Ir. Evilázio Teixeira parabenizou os cientistas da Universidade pela data e agradeceu pelo engajamento dedicado e pelo protagonismo de cada um em levar adiante aulas e atividades de pesquisa dentro do atual cenário. “Encontros como esse reafirmam o nosso compromisso enquanto comunidade científica com a integridade, a ética, a ousadia e a dignidade. Hoje mais do que em outros tempos, a pesquisa se constitui como caminho para inovação e empreendedorismo, como vetor para solucionar problemas demandados da sociedade”, completou.
O reitor também celebrou o trabalho de excelência desenvolvido na PUCRS, colocando a Universidade entre as 20 melhores instituições da América Latina, destacando-se especialmente na área de pesquisa, citações, ensino e perspectivas internacionais.
Excelência na pesquisa
A diretora Fernanda Morrone deu as boas-vindas aos participantes e falou sobre a nova publicação de divulgação científica da Universidade: PUCRS Excelência em Pesquisa. A revista apresenta dezenas de estudos conduzidos por mais de 50 pesquisadores da Universidade, dividida em cinco grandes temas estratégicos:
A revista também traz um panorama sobre as recentes pesquisas conduzidas na Universidade relacionadas à Covid-19, em resposta a essa importante demanda da sociedade. “Todos esses estudos acontecem em mais de 500 estruturas da nossa Universidade, ou seja, laboratórios, centros e institutos, além de também acontecer em nossos 23 Programas de Pós-Graduação“, completou. Acesse a publicação completa neste link.
Desafios de ser pesquisador
Em seguida, um debate mediado pelo professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Régis Mestriner contou com a presença de quatro pesquisadores que, apesar de jovens, estão se destacando em suas áreas de atuação: Aline Machado Lucas (Escola Politécnica), Ana Paula Duarte de Souza (Escola de Ciências da Saúde e da Vida), André Salata (Escola de Humanidades) e Thiago Wendt Viola (Escola de Medicina).
A primeira questão trazida pelo próprio público que acompanhou o evento foi sobre quais são os principais desafios de fazer ciência e seguir a carreira de pesquisador hoje. Salata destacou o fato de os pesquisadores serem também gestores de recurso – tanto de tempo, quanto de verba. “É um desafio saber gerir esses recursos, tanto em saber conciliar o tempo da pesquisa com outras atividades, quanto em trabalhar sistematicamente em seu projeto com a verba disponível”, afirmou.
Viola afirmou que o desafio também envolve o desenvolvimento de pesquisas no momento atual que vivemos. “É desafiador manter-se firme no propósito enquanto vemos a opinião pública tão dividida, onde parte acredita na ciência e a outra parcela reluta sobre sua relevância”, adiciona.
Incentivo à pesquisa desde cedo
Outra questão levantada pelo público envolveu o investimento na iniciação científica desde a escola primária como forma de fortalecer a sociedade para a prática científica. Aline afirmou que introduzir a vivência na pesquisa desde cedo, mostrando que por detrás de qualquer resultado há um processo é fundamental para que a sociedade compreenda de forma prática o trabalho do pesquisador.
“Também acredito que a comunicação científica é fundamental para que a sociedade consiga absorver o conhecimento produzido e confiar na relevância deste trabalho. A ciência leva tempo, mas é essencial para avançarmos”, afirmou Ana Paula.
André Salata afirmou que a crise e o questionamento do discurso científico têm incentivado que os pesquisadores pensem novas formas de catalisar o conhecimento para o grande público, de forma cuidadosa e democrática.
Fazer ciência durante a pandemia
Manter a produtividade, permanecer concentrado e seguir dedicado com sua pesquisa tornou-se um desafio para muitas pessoas durante a pandemia da Covid-19. Questionados sobre dicas para manter a dedicação acadêmica e de pesquisa, Salata reforçou a importância de manter uma rotina. “Pesquisa é sistemática, analisar dados, ler artigos. Reserve um tempo do seu dia para pesquisar, pois é o que permitirá que você alcance o sucesso lá na frente”, aconselhou.
Viola afirmou que o momento atual pode ser utilizado para fundamentação teórica, essencial para uma pesquisa bem construída. “Também pode ser um momento para aprender mais sobre análise de dados, buscando ferramentas online para a capacitação”, finalizou.
Situações de pandemia, como a que estamos vivendo atualmente causada pelo novo coronavírus, geram impactos na vida de todos. Em um contexto de mudança de rotina, distanciamento físico, excesso de notícias e consequências econômicas e sociais, é comum que surjam sentimentos como emoções negativas, como medo, tristeza, raiva, solidão, estresse e ansiedade. Pensando nessa realidade, pesquisadores e estudantes de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS e da PUC-Campinas se uniram com o objetivo de ajudar as pessoas a lidarem com esse desconforto emocional, dando origem à Força-Tarefa PsiCOVIDa.
O grupo surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. Para isso, os integrantes desenvolvem produtos de comunicação e orientação, como cartilhas, folhetos, minicursos e vídeos, baseados na ciência da psicologia e de áreas afins.
Conforme conta Wagner de Lara Machado, professor da graduação e do PPG em Psicologia e um dos coordenadores gerais da FT-PsiCOVIDa, tudo teve início com uma matéria para o site da PUCRS sobre sugestões de cuidados com a saúde mental neste período de pandemia, para a qual foi convidado a ser fonte. Ele e a mestranda Juliana Weide começaram a traduzir conhecimentos teóricos em práticas, fundamentadas na Psicologia Clínica, que poderiam ser acessíveis às pessoas em situação de quarentena/distanciamento social. “Essas sugestões tinham por objetivo a regulação emocional e o controle do estresse. Pedimos uma revisão do material para a professora Sônia Enumo, do PPG de Psicologia e Ciências da Saúde da PUC-Campinas, e, como não conseguimos incorporar todas as sugestões na matéria, decidimos por dar continuidade ao projeto”, conta Machado.
Sônia incorporou mais dois alunos à equipe: Eliana Vicentini e Murilo Araújo, ambos doutorandos em Psicologia na Puc-Campinas. A equipe começou a se reunir de forma online e a conversar para alinhar a proposta. “Reconduzimos a revisão da literatura e localizamos estudos indicando estressores e estratégias de enfrentamento específicos para situações de crise, especialmente a pandemia da Covid-19. Assim, deu-se início à redação da Cartilha para enfrentamento do estresse em tempos de pandemia”, pontua o professor.
O material é dividido em três grandes seções. A primeira apresenta informações sobre estresse e seu enfrentamento; a segunda aborda a identificação de sinais que indicam que a capacidade de lidar com o estresse pode não estar sendo suficiente; e, a última, fala sobre a identificação de estressores e estratégias de enfrentamento específicas para o contexto da epidemia da Covid-19. Segundo Machado, a ideia do grupo é que, por ser um material acessível, a Cartilha seja compartilhada e utilizada não apenas por profissionais, mas por toda a comunidade neste momento de desafio.
Para o professor, o grande diferencial do material é o embasamento teórico atual, enfatizando o bem-estar psicológico e a saúde mental em tempos de calamidade. “As sugestões de enfrentamento presentes na Cartilha podem prevenir o agravamento de dificuldades no manejo do estresse e promover qualidade de vida neste contexto de pandemia”, conclui.
A força-tarefa originada a partir do grupo que se reuniu para o desenvolvimento da Cartilha já conta com mais de 100 integrantes de 12 universidades, entre pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, profissionais de diversas áreas e professores. Dividida em times de trabalho, a equipe está desenvolvendo cerca de 20 novos produtos. A Cartilha para enfrentamento do estresse em tempos de pandemia está sendo traduzida para o inglês e para o espanhol e, posteriormente, será distribuída gratuitamente por meio de universidades e entidades científicas.
Clique aqui para acessar e baixar a Cartilha