Com as aulas do segundo semestre se aproximando, em meio à pandemia, docentes e alunos/as do curso de Gastronomia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS se uniram para pensar em formas diferentes de aprender. A professora e coordenadora do curso Rochele de Quadros, junto com professores e professoras, criou alternativas para que todos os/as alunos/as pudessem acompanhar as aulas. “A nossa prioridade foi que todos tivessem a mesma qualidade e excelência que estavam acostumados nas aulas presenciais”, explica Rochele.
Para garantir que os/as alunos/as pudessem reproduzir as atividades práticas em suas casas, foram pensadas alternativas inovadoras:
O cronograma das aulas também teve que ser repensado, conta a professora. “As aulas estão concentradas, assim ninguém precisa ir várias vezes buscar os suprimentos no laboratório. Durante uma das semanas, por exemplo, trabalharemos sobre panificação. Então nessa caixa já terá os insumos para toda a semana”.
Algumas das atividades ainda puderam ser realizadas nos laboratórios da Universidade, com um número restrito de pessoas, respeitando o distanciamento e os protocolos de segurança. “Quem precisar ir presencialmente na Universidade faz a higienização de segurança, mede a temperatura e recebe os acessórios de proteção, como o face shield, obrigatório para entrar em aula. Os ambientes são desinfetados entre as trocas de turmas”, destaca Rochele.
“Mesmo que tudo volte ao modelo que era antes, nada será igual”.
Além disso, ninguém fica de fora. Alguns alunos e alunas estão se organizando para buscar as caixas de colegas que não têm carro, por exemplo. “A coordenação também trabalha para atender a todas as demandas da melhor maneira possível”.
O “novo normal” é a transformação constante. O que faz sentido hoje, talvez não sirva mais amanhã: é preciso estar sempre repensando e implementando novas metodologias, conta Rochele. “Mostramos que existem outras possibilidades,
principalmente para quem tinha mais dificuldade de se adaptar. Nos preocupamos com a inclusão e cada aluno/a está tendo uma espécie de tutoria dos professores”.
É importante que os/as estudantes, que estavam preparados para outro modelo, enxerguem todo o processo e as etapas: compras, preparo, consumo e entrega. Todo mundo dará um feedback sobre a experiência online para continuar pensando em novos modelos nos próximos semestres. “Foi muito difícil implementar essa metodologia e o principal foi fazer o alinhamento. Tudo é muito novo, não existem exemplos: implementamos e aprendemos com o processo” acrescenta Rochele.
O curso de Gastronomia tem uma proposta criativa e empreendedora, com competências e conhecimentos científicos para planejar, gerenciar e operacionalizar produções culinárias, atuando nas diferentes faces dos serviços de alimentação. Comece a estudar ainda em 2020!
Informar e levar recomendações para a comunidade escolar sobre formas saudáveis de enfrentamento do distanciamento social é o principal objetivo de um conteúdo desenvolvido pelo Núcleo de Psicologia Escolar e Educacional da PUCRS. A equipe, que compõe o Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), serviço-escola do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da Universidade, criou a Cartilha Conversando com a comunidade escolar durante o isolamento pelo Covid-19 – material que já está sendo enviado para instituições de ensino.
A ideia de produzir conteúdos para auxiliar a comunidade escolar surgiu durante uma reunião do Núcleo, formado por 18 estagiários de Psicologia que atuam em cinco escolas (sendo quatro da rede pública e uma escola social Marista). Supervisionado pela psicóloga Berenice Moura da Roza, o grupo busca auxiliar as escolas a lidar com os desafios que envolvem a educação, no âmbito da Psicologia Escolar e Educacional. Ao discutir o contexto de distanciamento social e a falta de contato com os alunos e com os demais sistemas das escolas, uma das equipes do Núcleo, formada por sete estagiários que atuam na escola parceira que compõe o Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da PUCRS, no SAPP, refletiu sobre os possíveis impactos que a suspensão das aulas presenciais de forma abrupta poderia causar nos alunos.
Segundo Berenice, o grupo começou a pensar em uma forma de acessar a comunidade escolar nesse contexto. “Inicialmente, fomos inspirados em outros materiais e postagens em redes sociais, em que foram criados vídeos com cartazes e frases de afeto com a mensagem de #fiqueemcasa. Assim, partimos para esse projeto, em uma perspectiva de acolhimento, dentro dos pressupostos científicos que sustentam a formação em Psicologia”, conta. O vídeo foi enviado para uma das escolas de atuação dos estagiários e o retorno positivo estimulou que o projeto não parasse por aí.
Após o sucesso do primeiro material desenvolvido, o grupo decidiu produzir conteúdos semanais, no formato de cards informativos sobre saúde mental em tempos de crise. Conforme Berenice, a premissa foi a de que, além de informar, os materiais tivessem um caráter afetivo e acolhedor. “À medida que os estagiários enviavam suas produções para a supervisão, entendíamos ser prioritário criar um local para compilar tudo e que permitisse que trabalhássemos junto o material. Criamos, então, uma pasta, na qual começamos a contribuir virtualmente. Em algumas semanas, durante outra reunião de equipe, nasceu a cartilha”, conta.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Psicologia Escolar e Educacional, professora Renata Plácido Dipp, por conhecer a realidade das escolas atendidas, o grupo entende que elas têm um papel que vai além do ensino de conteúdos formais nas comunidades em que estão inseridas. “Elas são referências em formação e informação. Orientam sobre hábitos saudáveis, saúde emocional e sobrevivência, pois de alguma forma, auxiliam essas comunidades das mais variadas formas de (sobre)vivência em seus contextos”, aponta.
A ideia é que, com o intermédio das escolas, as recomendações da cartilha alcancem a comunidade de uma forma geral. Por isso, o material traz informações referentes a diversos assuntos, que incluem hábitos de higiene, dicas de saúde mental, sugestões de brincadeiras e até um passo-a-passo para meditar. “Para a manutenção da saúde física e mental, é essencial que todos possam estar alimentados, com acesso a informações confiáveis e que estabeleçam um diálogo entre os moradores da casa e seus vizinhos – sempre mantendo o distanciamento seguro”, destaca Berenice.
A questão do diálogo recebe uma atenção importante, uma vez que, segundo as gestoras do núcleo, entende-se que a possibilidade de falar e de escutar contribui para diminuir as angústias e inseguranças cotidianas: “Salientamos, também, que por vezes, essas práticas não são suficientes. Por isso, sugerimos na cartilha práticas de relaxamento, de respiração, assim como brincadeiras de fácil acesso para as crianças e seus familiares”. O material esclarece ainda que, se o sentimento de angústia e de ansiedade persistirem, a recomendação é procurar ajuda nos postos de saúde da região de moradia, “para que a pessoa possa receber o devido acolhimento e encaminhamento”, reforça Renata.
Assim que a cartilha foi concluída, começou a ser trabalhada pela equipe do Núcleo. Inicialmente, o link do material foi enviado para as coordenações das instituições, com o objetivo que fosse divulgado em suas redes sociais. “A proposta foi muito bem recebida por todos. Assim, também formalizamos que a equipe de estagiários de cada uma das escolas parceiras iria trabalhar, semanalmente, por meio de postagens nas redes sociais destas, um dos tópicos da cartilha”, conta Berenice. Conforme a supervisora, o objetivo é explorar mais os temas abordados e responder questões que possam surgir da comunidade escolar.
Agora, a intenção é divulgar a cartilha para o maior número de comunidades escolares do município. “Assim, entendemos ser possível avançarmos os muros das escolas, hoje sustentados pelo necessário contexto de isolamento social, como forma de preservação da saúde e da vida”, concluem. A cartilha está disponível no site do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul.
Professores, pesquisadores e alunos da PUCRS têm se envolvido na produção de cartilhas com conteúdos relacionados ao enfrentamento da Covid-19. Saúde mental, atividades físicas e dicas para pessoas idosas são alguns dos temas desses materiais.
As cartilhas estão disponíveis neste link.