O câncer é o segundo tipo de doença que mais causa óbito no Brasil, perdendo apenas paras doenças cardiovasculares. No entanto, o número de fatalidades causadas pela doença tende a aumentar: de acordo com Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Incra) as mortes por câncer no Brasil terão um aumento de quase 99% até 2050. A estimativa da entidade é que é de que até metade da década existam 1,15 milhão de diagnósticos da doença e 554 mil óbitos (98,6% a mais em relação aos ocorridos em 2022).
A alta nos números alerta para a necessidade de uma atuação conjunta da sociedade em prol da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessa doença. Startups e organizações que integram o Parque Tecnológico da PUCRS têm atuado no combate ao câncer. Conheça algumas das iniciativas.
A WebMed, startup responsável pela ShortMed (plataforma de suporte ao diagnóstico precoce e conexão entre paciente e serviço de saúde em diferentes patologias), firmou uma parceria com o Hospital Ernesto Dornelles (HED) para auxiliar no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Na prática, qualquer pessoa pode preencher um questionário online que identificará se ela apresenta risco para a doença e, em caso positivo, a conectará de maneira rápida a um profissional de saúde da rede pública ou privada. Essa conexão irá de acordo com os dados fornecidos pelo usuário.
A solução ShortMed foi criada em 2020 para identificar casos de burnout em profissionais da saúde durante a pandemia de Covid-19, devido ao fundador e CEO, Luciano Lorenz, ter entrado em burnout. Desde então, tem sido utilizada para rastreio de outras 16 patologias / áreas terapêuticas, com diferentes parceiros, e já encurtou o caminho entre diagnóstico e início de tratamento de 40 mil pessoas em 3 anos, período em que a plataforma teve 1,5 milhão de acessos.
A Thummi é uma plataforma de monitoramento remoto para pacientes oncológicos que busca oferecer maior assertividade no tratamento. O paciente utiliza o aplicativo para registrar e organizar os eventos do dia a dia, como sintomas, sentimentos, efeitos colaterais e consultas. Todos esses registros são reportados em tempo real para a equipe médica – conforme a autorização do paciente. Além disso, o próprio algoritmo do aplicativo alerta sobre a necessidade de ir a uma emergência ou consultar a equipe médica imediatamente, em caso de o paciente relatar sintomas que necessitem dessa atenção. Esse acompanhamento permite ao paciente se sentir mais seguro e à equipe médica ter mapeada toda a jornada, o que torna o tratamento mais assertivo.
Criado em 2018 pelos médicos oncologistas Alessandra Morelle e Carlos Barrios, pelo pneumologista Carlos Eurico Pereira e pelo engenheiro de software Ronaldo Aloise Júnior, o aplicativo é gratuito aos pacientes e já ajudou no acompanhamento de mais de 5 mil pessoas em tratamento.
A Alora é uma startup especializada em cosméticos para pacientes oncológicos. Seus produtos previnem e minimizam os efeitos indesejáveis causados na pele e mucosa oral em decorrência da quimioterapia e radioterapia. A composição dos produtos é vegana e livre de substâncias tóxicas.
A startup foi fundada pelos farmacêuticos Patrícia Benvenutti e Luciano Marques Borges, após perceberem que a maioria dos pacientes relatava problemas relacionados à pele, entre eles ressecamento, coceira, descamação, sensibilidade, inchaço e dor nas mãos e pés durante o tratamento oncológico – o que, em muitos casos, resultava na interrupção do tratamento em função dessas reações.
O IGCC é uma organização sem fins lucrativos criada a partir da experiência do City Cancer Challenge Foundation em Porto Alegre. Com atuação nacional, o instituto tem como missão apoiar cidades e parceiros na elaboração e implementação de políticas públicas, projetos e pesquisas que ajudem a diminuir a brecha existente com relação ao acesso aos melhores tratamentos de câncer.
Desde a sua criação, em 2014, o Dezembro Laranja, fundado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), aproveita a chegada do verão para lembrar a comunidade da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele. Com o lema “Seu Sol, sua pele e sua proteção. Cada um com a sua prevenção”, a campanha deste ano busca alertar para a necessidade de cuidados permanentes de prevenção, seja nos momentos de lazer (na praia, nos parques, entre outros), mas também durante a rotina diária, como no deslocamento e no trabalho.
A dermatologista e professora da Escola de Medicina da PUCRS Vanessa Cunha explica que, o Dezembro Laranja também coloca no centro dos debates os/as trabalhadores/as urbanos e rurais diariamente expostos aos raios solares em virtude de sua profissão.
“Às vezes as pessoas acham que só precisam usar o filtro solar quando vão realmente se expor, seja em atividade física ou na beira da praia, mas a verdade é que o dano solar é cumulativo e todo sol conta”, enfatiza.
A Dermatologista do Hospital São Lucas da PUCRS Giovana Fernsterseifer pontua que o uso do filtro solar é diário e independente da previsão do tempo, mesmo em dias nublados ou chuvosos. Por isso, é importante lembrar que o protetor solar é a principal medida de prevenção ao câncer de pele.
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Existem dois tipos de câncer de pele, o melanoma e o carcinoma (também conhecido como não-melanoma). O melanoma é o menos frequente e, apesar de ter o pior prognóstico, tem chances de cura de mais de 90%, quando detectado precocemente. Ele acontece sobre os sinais acastanhados ou enegrecidos da pele, aquelas “pintas pretas”. Uma pinta preta pode já nascer como melanoma, assim como um sinal que a pessoa tinha previamente pode desenvolver o câncer. Já o carcinoma se divide em dois: basocelular e espinocelular.
“Os carcinomas possuem maior associação com o raio ultravioleta A – aquela que é constante, desde que o sol nasce até se pôr. Este é o câncer de quem trabalha o dia inteiro exposto ao sol, como os agricultores. Também está associado ao sol voluntário, de exposição de praia, piscina e lazer pelo acúmulo dessa radiação no organismo”, explica Vanessa.
A radiação ultravioleta B é aquela que deixa a pele vermelha, com o seu pico de intensidade ao meio-dia, e está associada ao melanoma. Ele é considerado o mais perigoso do corpo humano pois uma pequena lesão já pode ocasionar metástase (espalhar para todo o corpo) e a pessoa pode evoluir para óbito de forma rápida. A professora pontua que existe preocupação para orientar as pessoas a observarem sinais novos, pontos que mudaram de cor ou já nasceram diferentes – pontudos ou que sangram.
Esta deve ser uma preocupação coletiva, não somente durante o Dezembro Laranja ou o verão. Assim, além de manter o uso do protetor solar nas expostas (30 minutos antes de pegar sol), é preciso estar consciente dos piores horários para se expor – dentro das possibilidades de rotina de cada um. De forma geral, a radiação é mais intensa das 10h até as 16h.
“Uma evidência científica é que o câncer de pele é associado à exposição solar ocorrida até os 18 anos. Por isso, é importante observar a quantidade de sinais pretos. Na infância, a pele é fina e mais suscetível a ação do sol, por isso é importante evitar que bebês, crianças e adolescentes fiquem muito tempo no sol”, comenta a professora da Escola de Medicina.
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A oncologista cutânea Giovana recomenda que as pessoas fiquem atentas às alterações da própria pele, façam um autoexame, observem seus sinais e, percebendo qualquer sinal de alerta (mudança do aspecto de pintas que já existem, sinais novos, bordas irregulares, mudança de cor, sangramento e ferida que não cicatriza), busquem um especialista.
“Todos esses são sinais de alerta. Nestes casos, o paciente deve procurar o médico dermatologista. Para quem tem acesso, também é recomendado o exame anual, para que toda a pele seja olhada e os sinais revisados”.
A Escola de Medicina tem como diferencial o FotoFinder, um aparelho que faz o mapeamento digital dos sinais e pintas, aliando a tecnologia ao acompanhamento próximo dos especialistas.
“Esses aparelhos fazem fotografias para o mapeamento e, quando a pessoa retorna, é feito um novo rastreio e com a grafia das lesões. O FotoFinder consegue identificar quais mudanças aconteceram, se são significativas e se algum sinal precisa ser retirado”, explica a professora Vanessa.
Já o Hospital São Lucas possui dermatologistas especializados na área de oncologia cutânea (câncer de pele) e além do exame clínico da pele, também oferece a dermatoscopia.
“Existe uma luz polarizada e toda uma técnica que, através deste exame, a gente consegue detectar alterações nos sinais que aumentam a suspeição e fazer o diagnóstico de uma forma precoce. Assim como os outros cânceres, faz diferença no prognóstico e aumenta as chances de cura”, pontua Giovana.
A Escola de Medicina da PUCRS prepara os/as alunos/as com uma formação alinhada a conceitos contemporâneos de saúde, para além do conhecimento técnico para um diagnóstico certeiro. O curso prepara para lidar com as mais variadas situações do dia a dia da profissão, compreendendo as necessidades e individualidades de cada um, exercitando as relações interpessoais nos mais diversos âmbitos.
Os/as futuros/as médicos/as são capacitados/as com conhecimentos multidisciplinares na área de Inovação em Saúde e Trabalho Integrado em Saúde. As áreas de atuação ao terminar o curso são muitas: hospitais, clínicas médicas, unidades básicas de saúde, unidades de pronto-atendimento ou emergências, laboratórios, indústrias farmacêuticas, universidades, entre outras.
Conheça a Escola de Medicina da PUCRS
No começo de 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. As informações são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil e destacam que as regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% da incidência. A pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Fernanda Bueno Morrone explica que o câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal de células em qualquer parte do corpo.
De acordo com a docente, essas células crescem e se dividem mais rapidamente do que as células normais e podem invadir tecidos e órgãos próximos. O câncer pode se espalhar para outras partes do corpo através do sistema circulatório ou linfático, o que é conhecido como metástase. Ao todo, foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais comuns no Brasil, sendo eles o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
A professora Fernanda atua com pesquisas reconhecidas internacionalmente pelo seu impacto na proposição de novas estratégias para o tratamento farmacológico e combate aos mais diversos tipos de câncer. Ela conta que vários fatores são levados em consideração ao definir o melhor tratamento para cada paciente com câncer.
“O objetivo dos tratamentos é eliminar o câncer ou controlá-lo por um período de tempo. Alguns fatores para definir a melhor estratégia incluem o tipo e estágio do câncer, a idade e estado de saúde geral do paciente, bem como a presença de outras condições médicas. Os tratamentos mais comuns para o câncer incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e imunoterapia”, destaca.
No mundo, atualmente se discute muito sobre os avanços na ciência e na busca por novos tratamentos, incluindo novas abordagens de imunoterapia, terapia gênica, terapia com células CAR-T (células T modificadas), radioterapia com prótons, terapia de ondas sonoras e nanotecnologia. Fernanda ressalta que também há pesquisas em andamento para identificar novos alvos terapêuticos e desenvolver novos medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.
Mais recentemente, houve avanços significativos no desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer, e alguns dos mais promissores incluem: imunoterapia, terapia-alvo, terapia gênica, radioterapia de precisão. Esses novos tratamentos estão ajudando a melhorar as taxas de sobrevivência e qualidade de vida dos pacientes com câncer e continuam a ser desenvolvidos e refinados para melhorar ainda mais os resultados do tratamento.
Na PUCRS, o grupo de pesquisa em Farmacologia do Câncer e Inflamação: aspectos bioquímicos e moleculares, coordenado pela pesquisadora, é responsável por desenvolver pesquisas para encontrar novos tratamentos para várias neoplasias. Em estudos anteriores do grupo, foram encontrados resultados promissores realizando a injeção de células de gliomas com uma enzima que quebra o ATP para diminuir o tamanho do tumor. Conforme salienta a professora, essas descobertas podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias farmacológicas para o tratamento dessas neoplasias.
Atualmente, dois estudos estão em andamento. Uma pesquisa em colaboração com o grupo do professor da Universidade de Harvard Simon Robson, com foco na investigação da resistência do câncer à radioterapia e a resposta imunológica em modelos de tumores cerebrais.
Além disso, devido à alta prevalência do câncer de esôfago no Rio Grande do Sul, o grupo de pesquisa também está realizando estudos para identificar genes presentes nesse tipo de câncer. Esses estudos são feitos em amostras de pacientes e utilizando grandes bancos de dados internacionais, com a avaliação dos dados obtidos por inteligência artificial. O grupo tem uma parceria com o Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB), ligado à Organização das Nações Unidas, na África do Sul, onde também há muitos casos de carcinoma de esôfago.
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Autoexame é fundamental para a prevenção da doença
Mais de 80% dos casos de câncer de boca estão relacionados a hábitos do paciente. / Foto: Bruno Todeschini
O câncer de boca é um tumor maligno que acomete os lábios e estruturas da boca como língua, céu da boca, gengiva, amígdalas e glândulas salivares. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2022, mais de 15 mil pessoas foram acometidas pela doença, afetando principalmente homens acima dos 40 anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que o câncer de boca pode ser prevenido de forma simples, por meio da promoção da saúde bucal, da ampliação do acesso aos serviços de saúde e do diagnóstico precoce. A PUCRS é referência na área de Saúde Bucal: o Serviço de Atendimento Odontológico do curso de Odontologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e o Serviço de Estomatologia e Prevenção do Câncer Bucomaxilofacial do Hospital São Lucas (HSL) oferecem assistência odontológica em diversas especialidades para a comunidade em Porto Alegre.
Além disso, pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da PUCRS desenvolvem diversos estudos nas áreas de concentração em Clínica Odontológica e Biologia Oral. A professora Fernanda Salum, que atua na área de Estomatologia, explica quais são as causas do câncer de boca e quais hábitos saudáveis podem ser adotados para evitar a doença.
Autoexame é fundamental para a prevenção da doença. / Foto: Pexels
Conforme a docente, mais de 80% dos casos de câncer de boca estão relacionados a fatores externos, ou seja, os hábitos do paciente. Fernanda alerta que o principal fator associado é a exposição ao sol (câncer de lábio), o consumo de tabaco (cigarros, cachimbo, charuto, palheiro e fumo de mascar) e o consumo de álcool.
Nos últimos anos, o alto número de jovens utilizando cigarros eletrônicos também influenciou os registros de pessoas acometidas pelo câncer de boca, pois o hábito é tão ou mais prejudicial quanto o consumo do cigarro convencional.
Em 2020, o Atlas de Mortalidade por Câncer relatou que o número de mortes pelo câncer de boca atingiu em sua maioria homens, totalizando 4.767 casos, enquanto o número em mulheres foi de 1.425 casos. A professora explica que o HPV (papiloma vírus humano) também pode causar a doença, podendo então provocá-la principalmente nas regiões mais posteriores da cavidade oral.
Com isso, além de evitar o consumo de tabaco e álcool, recomenda-se o uso de filtro solar labial para a prevenção do câncer de boca. Outra forma de combater a doença é o autoexame, pois sempre que o paciente perceber feridas (úlceras) bucais que não cicatrizam, placas brancas ou manchas vermelhas na cavidade oral, deve procurar um especialista. Fernanda destaca que, com o diagnóstico ainda nos estágios iniciais, as chances de cura são altíssimas, sem necessidade de cirurgias mutiladoras.
Entre as principais doenças da cavidade bucal estão também a cárie e a doença periodontal (doença da gengiva e dos tecidos de suporte dos dentes). Fernanda pontua que as boas práticas de cuidados bucais para a prevenção destas enfermidades envolvem higiene bucal adequada. Isso inclui escovação com pastas de dentes fluoretadas e uso diário de fio dental, além de visitas regulares ao dentista, determinadas de acordo com as necessidades do paciente.
“Além de manter adequada higiene bucal, o paciente deve estar ciente dos malefícios do tabaco e do álcool. Manter uma dieta adequada também é importante, assim como a hidratação da mucosa com ingestão frequente de água. Evitar bebidas ou alimentos muito quentes e eliminar qualquer fator traumático bucal como próteses mal adaptadas é fundamental”, conscientiza a professora.
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O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) será o primeiro hospital brasileiro a oferecer em nível clínico o Check Lung, uma inteligência artificial que possibilita o rastreamento de câncer de pulmão em estágio inicial e outras doenças. Essa tecnologia foi desenvolvida, dentro do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, pela startup Exper. A avaliação é indicada, principalmente, para pacientes fumantes a partir de 50 anos. Os pacientes do HSL que tiverem interesse poderão submeter seus exames já realizados à tecnologia, sem a necessidade de realizar mais um teste.
A técnica utilizada pelo Check Lung é a tomografia computadorizada de baixa dose, que já demonstrou excelentes resultados em pesquisa com protocolo semelhante nos EUA: em um estudo realizado em 2011 com ex-fumantes de até 74 anos, mais de 20% dos participantes tinham um parente de primeiro grau com câncer de pulmão e o uso da tecnologia para a identificação da doença reduziu em 20,3% a mortalidade por esse tipo de câncer, em comparação com o rastreamento por radiografia simples.
Outras doenças também podem ser rastreadas pela técnica, como a calcificação arterial coronariana (que também é associado ao histórico de tabagismo e à idade avançada do paciente), a osteoporose e o aumento de gordura hepática (ou seja, no fígado).
Segundo Bruno Hochhegger, chefe do Centro de Diagnóstico por Imagem do HSL e fundador da empresa responsável pela tecnologia, o objetivo do rastreamento é identificar pessoas assintomáticas e que ainda não tiveram as doenças diagnosticadas: “Isto significa que, ao descobrir um nódulo pulmonar em fase inicial este poderia ser tratado com intensões curativas, ao contrário de uma doença diagnosticada tardiamente”, ressalta.
Ana Gellati, médica do Serviço de Oncologia do Hospital, reafirma o impacto do rastreamento precoce: “Ter acesso a essa tecnologia é extremamente relevante a doenças do pulmão e outras. Faz toda a diferença, pois isso reduz a mortalidade de uma forma geral”.
A técnica é oferecida no Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital São Lucas por R$ 150,00, valor adicional ao da tomografia. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3000 ou pelo WhatsApp (51) 98504-6469.
Durante o mês de outubro, as campanhas de prevenção ao câncer de mama ganham destaque nas mais diferentes mídias, assim como as mensagens de combate ao câncer de próstata em novembro. Porém, o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento de todas as variações e tipos de câncer? Graças a esse cuidado, é possível aumentar as chances de controlar a doença, assim como a qualidade de vida dos pacientes, além de favorecer a efetividade e os custos dos tratamentos.
Um dos principais aliados no tratamento dos pacientes é o profissional da área de oncologia. Esses especialistas estudam o crescimento desordenado de células, que podem resultar em câncer ou tumores, assim como seu desenvolvimento no organismo e a melhor forma de tratamento. Além disso, novas pesquisas com medicamentos e diferentes terapias são cada vez mais exploradas na busca de formas de combater o câncer. Isso é o que mostra o relatório social anual Clinical Cancer Advances 2020, divulgado pela American Society of Clinical Oncology (Asco). Entre os avanços já destacados estão as possibilidades com imunoterapia e novas tecnologias, por exemplo.
Sendo uma condição médica complexa, os profissionais especializados em oncologia possuem diferentes formações. Entre eles, estão os médicos, enfermeiros e farmacêuticos. O último, por exemplo, geralmente menos associado a esse tipo de trabalho, é quem produz e mistura os remédios e químicas necessárias para o preparo da quimioterapia. Ele também atua no acompanhamento dessas medicações, de forma a amenizar possíveis efeitos colaterais para o organismo. Segundo Liamara Andrade, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, “para prevenir os erros na terapia de combate ao câncer, a multidisciplinaridade é essencial”. Inclusive, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2004, destaca a necessidade de que todos os serviços que trabalhem no combate ao câncer tenham equipes formadas por esses três profissionais para um tratamento completo e aumentar os índices de cura.
Apesar do diagnóstico muitas vezes assustar, a descoberta do câncer não é uma sentença. Na verdade, quando o tratamento acontece da forma adequada, o índice de recuperação é bastante elevado: mais da metade das pessoas sobrevivem à doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a sobrevida mediana de pacientes é estimada em 75% em casos de câncer de mama, 92% para o câncer de próstata, 60% para o câncer do colo do útero e 66% para Leucemia Linfoblástica Aguda na infância.
Segundo uma estimativa realizada pelo Inca, o Brasil teria registrado 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019. No mundo, foram mais de 18 milhões de ocorrências em 2018, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esse mesmo estudo aponta que o tipo de câncer que será o mais comum nos próximos anos é o de pele, conhecido por ser menos letal. Os outros dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil serão o de próstata, mama feminina, cólon e reto (câncer de intestino), pulmão, estômago, colo do útero, cavidade oral, sistema nervoso central, leucemias e esôfago.
Segundo o Inca, o câncer é um conjunto de doenças, cada uma com características e fatores de risco próprios, cujo denominador comum é a reprodução desordenada de células. Sendo assim, pode ser causada por diversos fatores. A idade, histórico familiar e a exposição a propriedades do cigarro, alimentos processados e gordurosos e sobrepeso podem amplificar as chances do desenvolvimento da doença.
Novas técnicas de detecção também surgiram nos últimos anos. Recentemente, uma equipe de pesquisadores internacionais publicou na revista Science seu trabalho sobre um novo exame de sangue que pode ajudar a detectar oito tipos de câncer em uma fase pouco avançada. Além disso, o método também consegue identificar com mais certeza em qual órgão a doença está se proliferando.
O curso de Oncologia Farmacêutica da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS capacita o profissional graduado em Farmácia a atuar diretamente nos serviços de tratamento ao câncer, com o diferencial de atuar já durante o curso no Hospital São Lucas da PUCRS e utilizar da simulação realística para o aprendizado prático dos casos. “Cada vez mais se necessita do profissional farmacêutico, tanto no mercado de trabalho, quanto na pesquisa de novas terapias oncológicas”, comenta Liamara Andrade. Acesse o site do curso e amplie sua área de atuação com aulas já para esse semestre.
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O oncologista Siddhartha Mukherjee fala sobre o câncer de forma leve, mas provocadora. Na quinta noite de conferências do Fronteiras do Pensamento, para um público que lotou o Salão de Atos da UFRGS em 3 de setembro, ele mereceu a atenção total do público do primeiro minuto até a última resposta. Fez um rápido histórico sobre a doença, registrada há cerca de 4 mil anos, interagiu muito com a plateia lançando perguntas inquietantes, mas focou principalmente em jogar luzes nos futuros tratamentos para combater o mal.
Mukherjee é reconhecido mundialmente por ser o autor de O imperador de todos os males: uma biografia do câncer, lançado em 2012 no Brasil e vencedor do Prêmio Pulitzer 2011, nos EUA. O livro de 634 páginas, voltado para todos os públicos e que serviu de base para um documentário de Ken Burns, retrata a história da doença, os avanços no tratamento e o impacto na sociedade. “A diversidade do câncer é igual à diversidade do número de pacientes. Nenhuma doença tem essa diversidade. Então, não é simples: é um desafio. Mas tivemos avanços poderosos”, declarou.
A palestra foi conduzida em tom otimista. Citou uma pesquisa realizada em 1996 nos EUA sobre o que as pessoas mais tinham medo, as respostas foram tubarão e câncer. “Sobre tubarão, não sei nada, mas posso falar sobre câncer”, disse. Lembrou que hoje já é possível saber a altura que um adulto terá só analisando o código genético ainda na fase de feto. De forma semelhante, será possível saber se um bebê em desenvolvimento terá alguma doença grave e em qual fase da vida. Questionou os presentes para saber se gostariam de ter essa informação. Poucos responderam afirmativamente. “Você gostaria de saber antes? Esse é o dilema”, afirmou. “O medo do câncer se espalhou pela nossa cultura”, acrescentou.
Sobre o presente e o futuro da medicina no combate ao mal, Mukherjee disse que gostaria de preparar as pessoas para esse mundo novo. “Todos somos pré-câncer e estamos sendo supervisionados”, provocou. “Quanto mais tentamos diagnosticar de forma precoce mais nos tornamos paranoicos? Somos futuros pacientes de câncer em vigilância.” Destacou que há um plano global de enfrentamento à doença e dividiu a estratégia em três momentos: prevenção (a partir da revelação dos estados cancerígenos); detecção precoce e tratamento.
Siddhartha Mukherjee enfatizou que o caminho para tratar o câncer será cada vez mais individualizado, levando em conta hereditariedade, genética, hábitos e utilizando as terapias-alvo de precisão. É o caso da imunoterapia, que usa o próprio sistema imunológico para atacar a doença. Lembrou da paciente norte-americana Barbara Bradfield, a primeira a usar a droga Herceptin contra o câncer de mama há 20 anos, e hoje está viva. “Só funcionou nela porque antes havia sido detectada uma determinada mutação genética individual que responderia a este medicamento. Caso contrário, o remédio seria tóxico”, explicou. “Hoje podemos rastrear, detectar precocemente gens que aumentam o risco para tumores”, acrescentou. “Faço de 15 a 20 sequenciamentos genéticos por semana.” Nos EUA, sequenciar 23 mil genes custa cerca de US$ 1 mil por pessoa e o resultado fica pronto em uma semana.
No final do evento, em conversa mediada pelos médicos Carlos Alexandre Netto (UFRGS) e Luiz Antonio Nasi (Hospital Moinhos de Vento), anunciou que uma das grandes apostas no estudo do câncer está associada à dieta como forma de mudar a resposta ao tratamento. Citou quatro estudos publicados na Nature que atestam que o câncer usa mecanismos muito particulares para bloquear o tratamento quimioterápico. ”Nosso desafio é combinar o medicamento correto com a dieta adequada”, frisou. Em outubro, nos EUA, começará a primeira pesquisa em seres humanos nesse sentido com 24 pacientes de câncer de mama.
Nasceu em Nova Delhi (Índia) há 48 anos, estudou Biologia na Universidade Stanford, Imunologia na Universidade de Oxford e formou-se em Medicina na Universidade de Harvard, especializando-se em oncologia. Atualmente, trabalha no centro médico da Universidade Columbia, onde também é professor assistente. O oncologista defende que repensar a medicina significa repensar a forma com que nossos corpos se curam e, a partir disso, passar a focar nos microambientes que tornam determinadas partes do corpo imunes ou afetadas pelas doenças. Ele alerta: estas transformações já estão acontecendo.
A PUCRS é parceira cultural do evento. Professores, técnicos administrativos, mestrandos, doutorandos e alumni (diplomados) da Universidade contam com 50% de desconto para as conferências. Podem também comprar ingresso para um acompanhante com o mesmo desconto. Os diplomados devem portar a carteira Alumni na hora da compra. É obtida na sala 109 do prédio 1, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30. Contatos: Rede Alumni. Os estudantes de graduação têm meia-entrada, se portarem carteira de identificação estudantil, conforme legislação. Os pontos de venda de ingressos estão disponíveis aqui.
A próxima conferência do Fronteiras do Pensamento será em 8 de outubro com Ai Weiwei, artista plástico, designer e cineasta. Weiwei é um dos artistas-ativistas mais destacados da atualidade. Ele manifesta o ativismo em suas obras e entende que seu trabalho é dar voz aos que não têm como falar. O evento ocorre no Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110), às 19h30min. O mundo em desacordo: democracia e guerras culturais é o tema da temporada de 2018.
Cerca de 30 mulheres participarão do Desfile das Vitoriosas nesta terça-feira, 31 de outubro, na PUCRS. O evento marcará a entrega dos lenços, echarpes e bandanas arrecadados ao longo do mês de outubro em vários pontos da PUCRS e colégios Maristas, durante o projeto Entre Laços. O desfile será a partir das 18h30min no Centro de Eventos, prédio 41 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), com entrada franca e aberto ao público.
A programação também conta com um bate-papo sobre prevenção, esclarecimento de dúvidas e sobre como encarar o câncer, com a participação do professor da Escola de Medicina da PUCRS e médico do Serviço de Oncologia do Hospital São Lucas Márcio Debiasi, da jornalista Rosane Marchetti e da técnica administrativa da Universidade Keli Cristina. As iniciativas têm apoio do Instituto da Mama do RS (Imama).
A ação, promovida pela PUCRS, arrecadou lenços e mensagens de apoio para as mulheres que enfrentam a doença. O objetivo é semear alegria e conforto emocional, além de reforçar a importância da realização de exames periódicos para prevenção do câncer e aumento da qualidade de vida.
Tomar chimarrão pode ter relação com a alta incidência de câncer de esôfago no Sul do País? Ao tentar responder a essa pergunta, uma pesquisa da Faculdade de Farmácia, em parceria com a Engenharia, avaliou os efeitos específicos da erva-mate. Para surpresa do grupo, alguns compostos da bebida típica do gaúcho reduzem as células tumorais. “O efeito benéfico está relacionado ao extrato como um todo e não com a cafeína presente na erva”, esclarece a professora Fernanda Morrone, do Laboratório de Farmacologia Aplicada, líder do estudo. O Laboratório de Operações Unitárias, do curso de Engenharia Química, é o responsável por extrair os compostos. Estão sendo feitas infusões de erva-mate com e sem cafeína e ricas em outras substâncias, como flavonoides e testadas no tratamento das células de câncer de esôfago.
A próxima etapa será o teste das substâncias em células normais do esôfago para avaliar se contribuiriam para a prevenção do câncer. Estão em andamento estudos epidemiológicos sobre o consumo de chimarrão e incidência da doença. Também haverá o acompanhamento de pacientes para verificar fatores de risco, tratamentos e interações medicamentosas. O grupo pretende ainda testar os compostos em células cancerígenas de bexiga.
Na região Sul, o câncer de esôfago é o quinto tipo mais frequente em homens, segundo o Instituto Nacional de Câncer (2016), sem considerar os tumores de pele não melanoma. O alto índice pode estar associado ao consumo de bebidas quentes. Deve-se evitar água fervida no chimarrão. A temperatura que não traz riscos é menor do que 70 graus (ao chiar a chaleira).
Biobanco estimula pesquisas
As pesquisas na área da oncologia são estimuladas com a organização do Biobanco, composto por material biológico humano. A PUCRS tem a primeira coleção do Estado regularizada na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Até 2011, essas amostras apenas podiam ser armazenadas para estudos de execução imediata. “Nem sempre o pesquisador tem um projeto no momento da coleta das amostras, com hipótese, cronograma e orçamento definidos, e é uma lástima descartar um material raro ou difícil de se encontrar. Agora se torna possível guardá-lo para uso futuro. As tecnologias também mudam, permitindo novos estudos”, afirma a professora Clarice Alho, da Faculdade de Biociências, que, representando a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento, elaborou o projeto do Biobanco.
O chefe do Serviço de Oncologia do Hospital São Lucas e professor da Escola de Medicina, André Fay, diz que a iniciativa coloca a Universidade numa posição diferenciada, proporcionando um avanço científico e assistencial. “Em um trabalho colaborativo, estabelecemos o Biobanco, que permitirá a realização de protocolos de pesquisa ao longo das gerações.”
Os materiais da oncologia ficam no Instituto de Pesquisas Biomédicas. Tecidos de câncer de cólon estão armazenados por iniciativa dos professores Henrique Fillmann e Lúcio Fillmann. E, em dezembro de 2016, começaram a ser reunidas amostras de pacientes submetidas a biópsia da mama no Hospital. O projeto-piloto avalia as condições de captação do material e armazenamento.
A reportagem completa, Uma revolução contra o câncer, tema de capa da última Revista PUCRS, pode ser acessada aqui.
Em menos de uma década, o câncer deve ser a principal causa de morte em Porto Alegre, uma das cidades que lidera os casos na América Latina. Medicamentos novos, especialmente baseados em imunoterapia (que usam o sistema imune para combater o inimigo), estão revolucionando o tratamento.
Pacientes do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital São Lucas (HSL) participam de programas com o que há de mais eficiente contra a doença, ainda não disponível comercialmente. Eles têm acesso aos mesmos protocolos de grandes centros mundiais. Como nem todos respondem satisfatoriamente à terapia e a evolução dos tumores ainda é um desafio para a ciência, a PUCRS investe também em pesquisas, tornando-se referência nacional e internacional na área.
Para potencializar os resultados e gerar novos projetos, profissionais dos mais diversos ramos – oncologistas, cirurgiões, patologistas, químicos, físicos, farmacêuticos e biólogos – estão reunidos no Núcleo de Pesquisa em Câncer (NP-Câncer), estruturado pela Escola de Medicina, pelo Serviço de Oncologia do Hospital e pelo Instituto de Pesquisas Biomédicas (IPB).
A intenção é que, em alguns anos, esse contexto interdisciplinar contribua com o desenvolvimento científico. “Nossos alunos e professores terão a oportunidade de circular nos mais renomados ambientes acadêmicos”, destaca o chefe do Serviço de Oncologia e professor da Escola de Medicina, André Fay.
“Estou tão bem agora que não sinto que tenho isso.” A corretora de imóveis Suzana Caberlon, 59 anos, recebeu diagnóstico de câncer no rim em 2015 e lhe deram de três a seis meses de vida. Insatisfeita com o tratamento em São Leopoldo, recorreu ao urologista, que a encaminhou ao oncologista André Fay.
A paciente está sendo acompanhada no Serviço de Oncologia do Hospital São Lucas, pelo SUS, onde participa de um protocolo de pesquisa de acesso expandido e recebe gratuitamente o medicamento imunoterápico nivolumabe. Desde então, o tumor diminuiu pela metade. Ela continua trabalhando e não se abate com as sessões quinzenais de quimioterapia.
Outro caso é o do arquiteto Ricardo D’Ávila, 52 anos, tratado há um ano e meio no Hospital. Quando chegou, ele não conseguia mais caminhar, sentia muita dor e tinha dificuldade para respirar. Portador de câncer de rim metastático, começou tratamento no Centro de Pesquisas Clínicas e, desde então, os tumores no quadril e no pulmão apresentaram redução de 60%. “Praticamente não sofro de limitação física. Daqui a um ano estarei melhor”, afirma. “O fato de ele ter apresentado uma resposta tão importante é um bom sinal de que seja duradoura”, observa o seu médico, André Fay.
Formado em 1988, o Serviço de Oncologia avalia e trata todos os tipos de câncer. A nova Unidade de Quimioterapia, inaugurada em 2016, atende mais de 2 mil pacientes por mês pelo SUS e por convênios. No local, são realizados os tratamentos quimioterápicos, com drogas biológicas e de administração oral. “A Oncologia da PUCRS cresce a cada dia e deve assumir espaço relevante em âmbito local e nacional, vinculada às atividades de pesquisa”, destaca Fay.
Em 20 anos, o Centro de Pesquisas Clínicas rastreou mais de 2,5 mil pacientes na área de oncologia, dos quais 1,5 mil participaram de estudos, gratuitamente. “A pessoa é tratada da mesma maneira que se estivesse no Memorial de Nova York ou no MD Anderson, em Houston”, afirma o professor Carlos Barrios. O tratamento básico é muitas vezes superior ao oferecido pelo SUS.
A reportagem completa, Uma revolução contra o câncer, é tema de capa da edição 183 da Revista PUCRS.