Diferentes tipos de brinquedos e mobiliário destinados pela PUCRS à Fundação Pão dos Pobres, em Porto Alegre, irão auxiliar educadores e educadoras em atividades pedagógicas de acolhimento com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Os itens foram desenvolvidos por estudantes das disciplinas LAB 1, dos cursos de Design de Produto e Design de Comunicação, e Atelier de Design, do curso de Arquitetura e Urbanismo.
Marcelo Martel, professor responsável pelas duas turmas, explica que a proposta dos trabalhos é promover um impacto social real e que, ao mesmo tempo, esse tipo de prática aproxima alunos e alunas dos problemas atuais da sociedade:
“Os estudantes foram desafiados a propor soluções viáveis e com comprometimento social. Para isso, foram criados itens que ajudam em aspectos importantes da aprendizagem, como na melhoria da coordenação motora, do raciocínio lógico e matemático e do desenvolvimento cognitivo”.
Martel também conta que a iniciativa é inspirada em personalidades italianas como Gianni Rodari (jornalista), Bruno Munari (artista), Bruno Danese (ceramista), Jacqueline Vodoz (fotojornalista) e Enzo Mari (artista visual), das décadas de 1960 e 1970. Entre as suas ideias estavam a de que cuidar das crianças é uma forma de contribuir para a construção de um futuro melhor, combinando imaginação e planejamento, design e ensino.
Indicados para o desenvolvimento cognitivo e motor de crianças de oito a dez anos, a atividade utiliza materiais recicláveis, como garrafas PET, embalagens tipo TetraPak, balões, cordas, e exploram a releitura de brinquedos antigos.
Podem ser facilmente produzidos em atividades práticas em grupo, como oficinas e workshops, pela simplicidade da montagem: com encaixes, engates, dobras e colagem.
Os projetos foram criados na disciplina LAB 1, que também conta com a participação do professor Júlio Caetano e da professora Cláudia Nichetti, pelas alunas Bianca Ferreira (Papa moscas) e Artur Pechansky (Orbitoides).
Os móveis foram criados com inspiração em escrivaninhas infantis, juntando mesa e estante e trazendo a utilidade de um lugar onde as crianças podem ler e estudar de forma confortável. Possui o design simples para trazer um aspecto divertido e colorido ao ambiente em que estiver
Desmontável ou empilhável para uso em espaços internos por crianças de até seis anos da educação infantil. Seria reproduzido no curso aprendizagem profissional em marcenaria da Fundação e poderia incluir funções adicionais (mesa, cadeira, cadeira de balanço, banco, brinquedo), dispositivos ou acessórios. O material utilizado seria o MDF, com montagem de encaixe, engates e dobras.
Projetos criados pelas alunas Maria Lopes (Bubu a Girafa), Yan Mendes (Multicanguru), Bianca Ferreira (Felunis) e Laura Sieg (Balancia).
Mesas e cadeiras modulares, prateleiras, armários, cabideiros, quadros e suportes para o uso de crianças e adolescentes de sete a 15 anos, que poderiam ser produzidos nas aulas de marcenaria e serralheria da Fundação. O conceito é que as salas de aula sejam aconchegantes e tragam diferentes opções de disposição.
Em todos os casos, para a prevenção de acidentes, é preferível evitar arestas, formas pontudas e componentes pequenos (potencialmente ingeríveis). Não há a necessidade de usar parafusos ou pregos, por exemplo.
Projetos criados pelas alunas Andressa Fattori e Maria Cavassola (projeto 1) e Bárbara Pertile e Ana Ferreira (projeto 2).
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Acadêmicos da Escola Politécnica do curso de Engenharia Mecânica, construíram brinquedos como exercício para a disciplina de primeiro semestre Introdução à Engenharia Mecânica. Os protótipos finalizados tiveram elaboração através da troca de ideias e confecção de material escrito, em molde de trabalho de conclusão de curso, todos apresentados em sala de aula. Quatro brinquedos foram concluídos durante o processo, entre agosto e novembro de 2018, e direcionados para o Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS para doação a entidades beneficentes cadastradas.
O Carro de Fórmula 1, criado pelo universitário Guilherme de Lima Roldão de 19 anos, foi confeccionado em impressora 3D, e teve seu modelo apresentado primeiramente em papelão, e, depois, representado no programa (computer-aided design) CAD. O Pequeno Trem Iluminado, confeccionado pelo aluno João Vitor Rangel de 19 anos, trouxe uma visão mais criativa em relação aos modelos tradicionais e alusiva a um trem com locomotiva desenhado à mão. Com todas as peças em 2D, foi feito em madeira mdf e delineado através do programa AutoCad. Já o Mini Futebol de Mesa (Fla-Flu), produzido pelo acadêmico Julio Cervo de 21 anos, trouxe uma proposta diferenciada de um esporte que concorre a campeonatos nacionais e internacionais, tendo Portugal como referência. Foram construídos bonecos semelhantes ao de minicraft para representar os jogadores. O Planador Aéreo, projetado pelo estudante João Victor Levandoski de 19 anos, é feito de papelão e representa um avião que serve como brinquedo para a diversão de crianças de seis anos ou mais.
O projeto inicial visava à construção de brinquedos que envolviam diversão e segurança, todos seguindo um passo a passo, desde sua projeção até a confecção. “No início, cada acadêmico teve suas ideias, esboçando-as em um anteprojeto, no qual nós pesquisaríamos e aprenderíamos mais sobre os aspectos necessários à confecção e utilização dos objetos. Após, foram feitos protótipos de baixa fidelidade, com materiais baratos, que representaram a ideia de brinquedo, e, depois, foi construído um projeto final, seguindo os moldes do anteprojeto”, ressalta João Victor Levandoski. Para João Vitor Amaral, o projeto foi um misto entre novas descobertas e muito aprendizado. “Foi muito legal transformar algo que estava no papel em realidade. Mas sem dúvida foi uma sensação de satisfação conseguir terminar o brinquedo a tempo de doá-lo para uma criança”, salienta. O professor do curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Sérgio Boscato Garcia, realça o engajamento e a responsabilidade dos estudantes, já no início do curso. “A concepção da ideia e a fabricação utilizando diferentes materiais e técnicas foram responsabilidades dos alunos a partir dos tópicos abordados em aula. Assim, eles se tornaram criadores e executores de seus projetos, resultando em uma atuação protagonista na disciplina”, reforça.
Para Júlio Augusto a tarefa foi desafiadora, pois tratou desde a fabricação mais simples do projeto, até a fase da otimização dos brinquedos. “Tudo foi pensado para que o brinquedo ficasse funcional e ao mesmo tempo bonito, e, principalmente, que não apresentassem perigo para os usuários”, afirma. Ainda para Gustavo de Lima, o projeto significou um passo importante na vida acadêmica. “Esse trabalho fez com que a disciplina não fosse somente uma cadeira passageira, mas o resultado de um trabalho que vai trazer felicidade para as crianças, e, quem sabe, um pouco de inspiração para um futuro engenheiro mecânico”, declara.
Crianças internadas na Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) tiveram uma atividade diferente na última quarta-feira, 31 de maio. Elas foram presenteadas com brinquedos de papel produzidos pelos alunos do primeiro semestre do curso de Design da PUCRS. Cada boneco representa um personagem, com características e vestimentas personalizadas. A entrega ocorreu dentro da programação do Sarau da Pediatria, promovido mensalmente.
Segundo o coordenador do curso de Design, Marcelo Martel, a produção dos brinquedos durou um mês e meio. “Promovemos essa atividade no início da graduação como forma de voltar os alunos para a prática do curso e para as causas sociais”, afirmou. A parceria para o trabalho ocorreu por meio de uma conversa com a professora da Letras, Vera Wannmacher Pereira, coordenadora do projeto de contação de histórias, e com profissionais do Hospital. O objetivo era realizar uma atividade que auxiliasse as crianças durante o período de internação.