medicamentos

Foto: Jonathan Perez/Unsplash

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro medicamento biossimilar de princípio ativo trastuzumabe no Brasil, que será comercializado pela Libbs sob a marca Zedora. O produto foi desenvolvido pela empresa indiana Biocon, com estudos clínicos conduzidos pela norte-americana Mylan. Indicado para pacientes com câncer de mama que superexpressam uma proteína chamada de HER2 (20% do total), o trastuzumabe, além de ser menos tóxico e de estimular a reação do sistema imune, tem demonstrado eficácia inclusive em casos mais graves (metastáticos, ou seja, quando o tumor invade outros órgãos). Semelhantes aos medicamentos de referência e usados nos tratamentos oncológicos e de doenças como artrite reumatoide, os biossimilares têm um custo em média 30% menor.

O Zedora será fornecido ao governo federal por meio de uma parceria para o desenvolvimento produtivo, na qual a tecnologia será transferida para a empresa e para o Instituto Butantan, nos próximos anos.

Ampliação do acesso

Márcio Debiasi

Foto: Bruno Todeschini

A PUCRS, por meio do professor da Escola de Medicina Marcio Debiasi, participa da introdução dos biossimilares no Brasil. O oncologista integrou estudo capitaneado pela Libbs no Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital São Lucas e foi convidado a liderar a disseminação dos biossimilares no País. Médicos representantes de cada estado vão informar aos colegas sobre os mecanismos biológicos e moleculares do medicamento.

Hoje, para conseguir o trastuzumabe, é necessário ter convênio de saúde (e tumor acima de 2 centímetros), entrar na Justiça contra o Estado ou participar de um protocolo de pesquisa. O governo federal responde por cerca de 60% das compras de biológicos. De alto custo, esses itens consomem 43% dos gastos do Ministério da Saúde com medicamentos, apesar de representarem apenas 4% da quantidade adquirida. Agora, com a produção nacional, a ideia é a ampliação do acesso, aponta Debiasi.

Parceria com a PUCRS

Pode demorar até que o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça o biossimilar. Enquanto isso, Debiasi negocia com a empresa um protocolo de pesquisa para beneficiar, de forma mais rápida, pacientes que superexpressam a proteína HER2. Com liderança da PUCRS e suporte da pesquisadora Hope Rugo, da University of California San Francisco, o estudo deve envolver pessoas assistidas em hospitais brasileiros e da América Latina.

Mais informações sobre os biossimilares estão em reportagem da Revista PUCRS.

Rua da Cultura ficará entre os fundos do prédio 5 até o prédio 15

Rua da Cultura ficará entre os fundos do prédio 5 até o prédio 15 Imagem: Divisão de Engenharia e Arquitetura/PUCRS

A nova Revista PUCRS já está no site e circulando pelo Campus. A reportagem de capa explica o movimento que prepara a Universidade em 360° para os novos tempos. A mudança tem como eixos prioritários uma trajetória acadêmica aberta, educação integral, aprender diferente e Campus repensado.

A edição destaca ainda pesquisa com moléculas semelhantes ao resveratrol que se mostram eficazes contra uma superbactéria; entrevista com o psicólogo e professor da USP Wellington Zangari, sobre como mais de 80% dos brasileiros dizem ter experiências mediúnicas ou premonição; a história de um diplomado em Ciências Aeronáuticas que fez carreira em Hong Kong como comandante do jato A380, o maior avião do mundo; e como a Universidade participa da introdução no Brasil dos medicamentos biossimilares, mais baratos, contra o câncer.

Na seção de Memória, uma reportagem faz o resgate da memória dos 50 anos do Museu de Ciências e Tecnologia e outra mostra os 75 anos dos cursos de Ciências Biológicas, Física, Matemática e Química, reunidos, a partir de dezembro, na nova Escola de Ciências. Na Revista PUCRS, confira também a descoberta de um tesouro – livro e imagens – que ajuda a recontar a história das missões jesuíticas.