Cuidar da saúde é uma das metas mais citadas no começo de um novo ano. No entanto, priorizar o bem-estar físico e mental deve ser uma prática mantida ao longo de todos os meses. Mudar pequenos hábitos e adotar alguns cuidados pode ser um caminho para se manter saudável.
O médico cardiologista Mário Wiehe, professor da Escola de Medicina da PUCRS, reuniu sugestões para auxiliar no cuidado com a saúde. Confira:
Manter o peso compatível com a sua altura, ou seja, não ultrapassar o Índice de Massa Corporal (IMC) de 27, previne várias doenças crônicas de elevada prevalência, como a diabetes, e a morbimortalidade associada com estes fatores de risco. Para calcular o IMC é preciso dividir seu peso (em quilos) pela sua altura (em metros) ao quadrado, ou seja: IMC = Peso ÷ (Altura × Altura). Caso o resultado for acima de 27, o indicado é procurar o acompanhamento médico de um especialista.
Ter uma alimentação saudável é essencial para a saúde. Uma dica básica é reduzir a ingestão de produtos industrializados e conservados em sais de sódio, além de evitar ou reduzir a adição de sal (cloreto de sódio) aos alimentos. Saiba como se alimentar de forma saudável.
Mantenha ou comece a praticar atividades físicas aeróbicas por, pelo menos, 150 minutos por semana – ou seja, 3 sessões da 50 minutos. Exercícios em academia, funcionais ou resistidos (musculação) são complementos necessários para melhorar a autonomia, força muscular e a autoestima.
Saiba mais: Tudo você precisa saber sobre prevenção e tratamento do câncer de pele
Entre as mudanças de hábitos de vida, a cessação do tabagismo tem lugar de destaque, reduzindo o risco de infarto, enfisema pulmonar, bronquite crônica e vários tipos de câncer, especialmente de pulmão, bexiga, laringe e esôfago. Evitar uso abusivo de bebidas alcoólicas, energéticos e refrigerantes também é benéfico para a saúde.
Iniciar ou manter atividades artísticas, hobbies, esportes coletivos e viagens de turismo geram bem-estar e contribuem para a saúde mental. Ter contato (mesmo que virtual) com amigos e desfrutar de momentos de lazer também são atividades que geram prazer e devem ter espaço na nossa rotina. Lembre-se de que o trabalho é importante em nossas vidas, mas em excesso pode desencadear doenças físicas e transtornos emocionais. Uma atividade que tem como objetivo promover momentos de relaxamento, bem-estar e conexão consigo mesmo é a meditação. Se essa prática ainda não está inserida no seu dia a dia, saiba como começar a meditar.
Leia também: 5 livros de ficção para ler nestas férias
A acessibilidade universal, a mobilidade urbana e o direito à cidade são temas fundamentais na atualidade. As principais tendências discutidas na área de Arquitetura e Urbanismo estão ligadas à busca por relações mais equilibradas entre humanidade e ambiente, à proposição de soluções inspiradas na natureza e no conceito de biofilia (o amor à vida), e à forte conexão com o mundo natural, incluindo a dimensão humana e o uso de tecnologias. Esses são apenas alguns dos aspectos das chamadas cidades inteligentes, que devem revolucionar a vida em comunidade.
Dentre as estratégias difundidas nos projetos arquitetônicos, paisagísticos e urbanísticos estão o uso consciente dos recursos. “Nesse sentido, podemos destacar: o uso de recursos renováveis, o sequestro de carbono pelo uso da madeira certificada (que absorve a poluição) e a autogeração de energia nas edificações; a instalação de infraestruturas verdes (com plantas e integração com a natureza), principalmente nas soluções de drenagem urbana e na gestão dos recursos hídricos”, explica a professora Maria Alice Medeiros Dias, coordenadora da graduação em Arquitetura e Urbanismo da PUCRS.
Para desenvolver projetos com essa lógica são necessários anos de estudo, pesquisa e aprofundamento. Letícia Sebben, que está no 9º semestre da graduação na área, afirma que “a formação acadêmica fornece o conhecimento necessário para embasar tal processo, conferir segurança e valor para a prática profissional, bem como nos preparar para os possíveis caminhos que o futuro revelará para esta profissão”.
Para quem também sonha em atuar no setor, o curso de Arquitetura e Urbanismo está com inscrições abertas para ingresso por meio do Vestibular de Inverno (com prova de redação online, aproveitamento da nota do Enem ou a modalidade que houver o melhor desemprenho), até o dia 6 de junho. Também é possível solicitar Transferência (para estudantes de outras instituições) e Ingresso de Diplomado (para quem já se formou no ensino superior, com desconto).
Maria Alice pontua que a ideia principal é promover a qualidade de vida das pessoas, criar condições dignas de habitação, trabalho e lazer para que, de forma ampla, possam realizar suas atividades e explorar potenciais:
“Uma cidade inclusiva e pensada para as pessoas impacta positivamente a saúde física e mental da população, contribui para o desenvolvimento humano, abrangendo as diversas demandas da sociedade”.
Ela também destaca que o respeito ao patrimônio ambiental, cultural e histórico dos espaços deve estar presente na concepção de cidades inteligentes.
As cidades inteligentes do futuro deverão priorizar o bem-estar das pessoas por meio do uso criterioso de recursos tecnológicos. De acordo com a professora, o importante é assegurar que as novas ferramentas e inovações possam contribuir para que as cidades sejam mais humanas, seguras e eficientes nos serviços que oferecem aos cidadãos e cidadãs.
“As discussões nesse sentido têm envolvido a academia, as comunidades e os órgãos da administração pública em estudos, atividades e propostas para cidades mais sustentáveis, inteligentes e circulares”, acrescenta.
Afinal, quem já perdeu a paciência esperando para poder atravessar a rua em uma avenida movimentada e mal sinalizada, ou se encantou com a beleza convidativa de um ambiente ao ar livre planejado para a convivência, consegue entender brevemente qual é a importância prática da área.
Os espaços passaram a exercer funções ainda mais importantes na vida das pessoas nos últimos anos, e isso foi intensificado pelo período de distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19, salienta a aluna Letícia. Já a professora Maria Alice reforça que os futuros bons arquitetos e arquitetas serão profissionais que estão preparados/as para propor inovações de acordo com as necessidades do momento, tendo também uma visão empreendedora:
“Será necessário atuar como agente de inovação e transformação, dedicado a colaborar na solução e na gestão das demandas sociais. Criatividade, compartilhamento de ideias e trabalho colaborativo são competências essenciais no perfil de arquitetos e urbanistas”.
Letícia diz ainda que após a formação espera exercer a sua função com base em valores humanos: “A área de Arquitetura e Urbanismo tem muito potencial para modificar a nossa sociedade, que é o que eu acredito e acho coerente como futura profissional”.
Você sabe o que é bioimpedância? Realizado através de eletrodos, esse exame visa analisar a composição corporal, identificando o percentual de massa muscular, de ossos e de gordura no organismo. No Parque Esportivo da PUCRS todos os alunos matriculados na Academia podem realizá-lo. Mas, afinal, como isso funciona? Para que serve? Confira a explicação do professor Rafael Baptista, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.
O professor Baptista explica que cada tecido do corpo possui uma resistência (também chamada impedância) à corrente elétrica dos eletrodos, e é assim que os índices são calculados e emitidos em um laudo. Antes de realizar a bioimpedância, é necessário passar por uma preparação prévia, pois os índices de líquidos no corpo, por exemplo, podem alterar os resultados.
Os resultados, ao serem interpretados por profissionais da saúde, têm diferentes utilidades. “Através deles é possível observar se a pessoa possui um volume de gordura ou de músculos adequado à sua idade e ao seu gênero, identificando, por exemplo, se há risco de desenvolver obesidade ou doenças crônico-degenerativas que podem surgir em razão do sobrepeso. Com esses dados é possível intervir antes que esses problemas aconteçam”, explica o professor.
Baptista considera importante realizar esse exame ao iniciar um programa de exercícios: “Apesar de não ter uma influência direta no treino, a bioimpedância pode ajudar o profissional de Educação Física ao determinar quais exercícios serão realizados, se serão mais focados na perda de gordura ou no ganho muscular”, afirma. Dessa forma, o treino se torna personalizado.
GRADUAÇÃO PRESENCIAL
Enquanto a maior parte dos exames e métodos utilizados para medir a composição corporal avaliam apenas a gordura subcutânea, que, como o próprio nome já diz, localiza-se embaixo da pele e é menos prejudicial à saúde, a bioimpedância analisa, também, a gordura visceral.
Essa última se desenvolve atrás dos músculos, junto aos órgãos e é responsável por inúmeros problemas de saúde. Ela promove um aumento de doenças cardiovasculares, da insulina e da glicemia, hipertensão e síndrome metabólica. Além disso, ela pode ampliar a inflamação nos órgãos e reduz a quantidade de adiponectina, um hormônio responsável por acelerar o metabolismo, sua falta dificulta a queima de gordura.
Entendeu bem o que é bioimpedância, como ela é realizada e quais são suas aplicações? Matriculando-se na Academia do Parque Esportivo você pode realizar a sua.
Nossa academia é gamificada e essa avaliação corporal é um serviço diferenciado ofertado nela. Para isso, é utilizada uma balança da marca In Body, integrado ao aplicativo de treinos. O coordenador da Academia, Ignaldo Rosa, explica que nesse aparelho é possível realizar o exame e logo após o procedimento, o qual dura apenas alguns minutos, os resultados do teste já ficam disponíveis na plataforma.
A bioimpedância, atualmente, está inclusa no plano dos alunos matriculados na Academia, sendo realizada nos primeiros dias de treino. Por meio dela, é possível atingir melhor os objetivos de cada aluno.
Saiba mais no site da Academia.
Leia também: 5 motivos para conhecer a academia do Parque Esportivo da PUCRS
O Programa Saúde e Bem-Estar (Saber), promovido pela Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, está com inscrições abertas até o dia 23 de agosto para diferentes turmas, com vagas limitadas. O Saber é destinado a prática de atividades físicas e oferece acompanhamento gratuito de profissionais. As aulas são realizadas no Parque Esportivo da PUCRS, contando com toda infraestrutura da Universidade e seguindo todos os protocolos de segurança para prevenção da Covid-19. Interessados/as podem realizar a inscrição pelo site do Saber.
As atividades incluem a execução de exercício que buscam a coordenação motora, flexibilidade, resistência, força e elasticidade enquanto ampliam a autonomia e confiança. “No Saber, a aptidão física está voltada às questões de saúde e qualidade de vida, portanto, o desenvolvimento de habilidades físicas e motoras poderá atuar na prevenção de doenças e na manutenção de um estilo de vida ativo em públicos de todas as idades”, destaca a professora Michelle Guiramand, coordenadora do Programa.
A professora ainda ressalta a importância da prática de atividades físicas no contexto pandêmico, em que o isolamento social vivido pela sociedade há mais de um ano gerou perdas não só físicas, mas também emocionais.
“O retorno a uma prática de atividades físicas poderá contribuir na socialização, fazendo com que gradualmente haja um reestabelecimento das relações interpessoais e do convívio social, o que poderá atuar de forma significativa nas questões emocionais”, aponta Michelle.
Podem participar crianças (de 6 a 11 anos), adolescentes e adultos jovens (de 12 aos 25 anos), adultos (de 26 aos 60 anos) e idosos (a partir de 61 anos). A inscrição de menores de idade deve ser feita pelo/a responsável. Os participantes receberão acompanhamento duas vezes por semana ao longo do semestre, com início das atividades no dia 23 de agosto.
Mais informações sobre as inscrições podem ser consultadas no Centro de Educação Continuada da PUCRS (Educon), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na sala 201 do Prédio 40 do Campus ou pelo telefone (51) 3320-3727.
Iniciado em 2018, Programa Saúde e Bem-Estar (Saber) orienta crianças, adolescentes, adultos e idosos na busca de uma vida mais saudável e ativa. A iniciativa acontece semestralmente, com vagas limitadas, e oferece aos participantes a oportunidade de praticarem exercícios de forma correta, desenvolvendo atividades motoras não convencionais que desenvolvem a dominação do corpo.
As atividades são orientadas por professores/as e estagiários/as do curso de Educação Física da Escola de Ciência da Saúde e da Vida da PUCRS.
Refletir sobre os impactos da pandemia de Covid-19 na sociedade e a repercussão dessas transformações nos próximos anos é o objetivo da série Vida pós-pandemia. Na última semana, pesquisadores da Universidade lançaram um olhar sobre as implicações da crise sanitária na comunicação e nos negócios. Agora, o foco do debate é a digitalização da saúde pública e a importância da saúde mental da população. Confira!
Na medicina, a pandemia acentuou as tensões entre o profissionalismo médico e o bem-estar dos profissionais da saúde. Para os professores Alexandre Padoin e Thiago Viola, da Escola de Medicina, o contexto atípico impôs demandas fundamentais e obrigatórias em sistemas de saúde já sobrecarregados (sobretudo com falta de recursos materiais, de insumos e de mão-de-obra), testou médicos e profissionais de saúde até os limites da competência profissional e causou um impacto considerável na saúde e bem-estar físico e mental de cada um.
Frente às medidas de distanciamento, uma série de especialidades precisaram se adaptar rapidamente à telemedicina (atendimento médico online). A modalidade expandiu o desenvolvimento tecnológico de comunicação, diagnóstico e tratamento dos pacientes, possibilitando, inclusive, que o ensino da medicina e o treinamento de profissionais ocorressem a distância.
Leia também: Docentes da PUCRS integram projeto de atenção à saúde mental por teleatendimento
“Para o futuro há uma necessidade de combinação de trabalho em equipe aprimorado, redução de encargos administrativos, preparação otimizada organizacional e cada vez mais ênfase no desenvolvimento científico e tecnológico”, aponta Alexandre Padoin.
Para além do tempo recorde no desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro, os pesquisadores também salientam o avanço dos algoritmos de inteligência artificial, capazes de identificar e rastrear a disseminação do novo coronavírus, predizendo locais geográficos de alto risco. Nesse sentido, segundo Thiago Viola, “o futuro da saúde pública tende a se tornar cada vez mais digital, incluindo o alinhamento de estratégias internacionais para a regulamentação, avaliação e uso de tecnologias digitais para fortalecer a gestão de crises futuras”.
Sobre os impactos da Covid-19 na saúde da população, os professores destacam que as principais implicações negativas em adultos incluem o aumento de sintomas de fadiga crônica, sofrimento psicológico, problemas de sono, sintomas de depressão e ansiedade. É importante considerar também que pesquisas apontam que os fatores de risco para os sintomas acima são “ser do sexo feminino, apresentar preocupações com a família, medo de infecção, contato próximo com a Covid-19, sentimento de luto e/ou ter sofrido algum impacto socioeconômico familiar, como perda de emprego.
Em relação ao comportamento da sociedade sobre a saúde pública, os pesquisadores Alexandre e Thiago afirmam que alguns laboratórios de pesquisa já estão mapeando o que foi mais efetivo em termos de cuidados sanitários, visando a futura prevenção.
“A construção de sociedades resilientes deve incluir a mudança comportamental de toda a população, bem como a redução das desigualdades socioeconômicas. A incorporação de comportamentos nas sociedades requer mudanças nos ambientes físicos e sociais, como a promoção de locais de trabalho seguros e normas sobre condutas de higiene. Estes espaços precisam ser sustentados pela ativação da comunidade, regulamentação da organização e legislação nacional”, ressaltam.
Manoela Ziebell de Oliveira, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, afirma que diante da realidade de outros países já é esperada a necessidade de um período de adaptação no retorno às atividades presenciais. Para ela “algumas pessoas voltarão com medo e com mais dificuldade de interação. Por isso, precisaremos nos adaptar assim como no início da pandemia, quando adotamos as medidas de isolamento”.
Sobre os impactos da pandemia na saúde mental da população, a professora destaca uma série de efeitos. O medo da contaminação, a ansiedade com relação ao desempenho nos múltiplos papéis que as pessoas tiveram que conciliar (como trabalhar, cuidar de casa, auxiliar os filhos com ensino remoto, entre outros), o aumento nos níveis de depressão e ansiedade, além do aumento da violência doméstica e suas consequências, são alguns deles. Além disso, aumentaram as incertezas relacionadas ao futuro – seja no âmbito profissional, econômico ou de saúde – especialmente entre as pessoas que se encontravam em situações mais vulneráveis antes da pandemia.
Mesmo entre pessoas percebidas como saudáveis, observaram-se sintomas de definhamento (sensação de estagnação, vazio, abatimento) após tantos meses de isolamento. Para driblar medos e inseguranças, Manoela alerta para a importância de manter os cuidados como o uso de máscara e de álcool em gel, e evitar as aglomerações.
“Uma dica também é a prática de mindfulness (exercício de atenção plena no momento presente), para aqueles com dificuldade de concentração ou ansiedade. Também será preciso renegociar limites e tarefas do dia a dia conforme uma maior presencialidade vai sendo inserida na rotina. Além disso, é muito importante buscar ajuda quando a ansiedade ou sentimentos negativos se tornam muito fortes”, completa.
Embora desconfortáveis, o medo e a insegurança ajudam as pessoas a estarem alerta para o risco que permanece. Buscar conforto e diálogo com pessoas próximas e queridas pode ajudar a lidar com os sentimentos negativos; e manter os níveis de atenção e dedicação na realização das tarefas pode contribuir com a sensação de êxito e autonomia.
Essas ações não irão eliminar o medo, mas certamente serão úteis para a adaptação durante o retorno das atividades presenciais. “Ainda temos um caminho a ser percorrido e cada um tem um importante papel de manter os cuidados e proteger a si e aos demais”, finaliza.
Leia também: Vida pós-pandemia: um olhar sobre comunicação, tecnologia e negócios
Dispositivos como os smartphones se tornaram cada vez mais integrados à vida da maioria das pessoas. São diversas funcionalidades que auxiliam na realização de tarefas do dia a dia, na comunicação e na organização, por exemplo. Segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 58% da população brasileira acessava à internet exclusivamente por meio do celular em 2019.
A combinação entre internet e mobilidade gerou um novo contexto comunicativo, que pode ser batizado como “A era dos smartphones”, segundo Amanda Borges Fortes, mestre em Psicologia, e Carolina Lisboa, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Uma recente pesquisa realizada por Amanda, sob a orientação de Carolina, mostrou que o bem-estar e a regulação emocional podem estar relacionados com a utilização de smartphones de forma controlada.
Porém, a literatura especializada também aponta prejuízos à saúde mental causados pelo uso excessivo do celular, além de impactar no cotidiano, ao tirar o tempo para outras atividades, afetar os relacionamentos, aumentar a ansiedade e o estresse, provocar insônia, etc. Mesmo assim, Amanda destaca que a maior influência vem da parte emocional das pessoas:
“Não necessariamente o tempo que as pessoas ficam utilizando os celulares é prejudicial para a saúde mental, mas sim os diferentes tipos de uso”.
Para auxiliar que as pessoas saibam como utilizar os dispositivos de forma apropriada, aumentando a sensação de felicidade, a socialização e evitando danos à saúde, as pesquisadoras prepararam algumas orientações úteis sobre o que a ciência diz à respeito do tema. E uma boa notícia: não há contraindicações, pode ler pelo celular!
O impacto que os smartphones causam na saúde mental vai depender do tipo de uso. O problema aqui não é somente “o quanto” se usa, mas sim “para quê” (motivação). O dispositivo pode ser usado de forma a promover a qualidade de vida e a saúde, por exemplo para auxiliar no controle de hábitos, como no incentivo à prática de atividades físicas e técnicas de relaxamento.
O ideal é não recorrer aos celulares a qualquer instante: “Precisamos entender que o momento em que usamos o smartphones também vai representar um uso saudável ou não”, explica Amanda. Por exemplo, em um almoço em família, em que todos estão reunidos à mesa, não é adequado usar o celular para fins de trabalho ou até mesmo para se conectar com algum amigo que está longe.
“Devemos sempre nos remeter a um famoso paradoxo referente às pessoas estarem fisicamente presentes, mas ausentes devido ao uso dos smartphones”, relembra Carolina. Para um uso saudável, cuide também o momento em que irá usar os smartphones. O tempo de uso pode ser um dos maiores fatores de risco e precisa de ainda mais atenção no momento em que muitas pessoas estão trabalhando e estudando a distância.
“Qual seria o tempo adequado? Não sabemos. Mas as pessoas podem se questionar quanto tempo estão dedicando a cada uma das suas atividades de sua vida e, se esse comparativo não for equilibrado, temos um problema”, reforça Amanda.
Se uso do celular for necessário, como muitas vezes a presença das pessoas é exigida, compartilhe o uso que irá fazer. “Me desculpem, vou precisar atender esta ligação”, “olhem que legal esse vídeo que eu assisti”, ou “estou apenas combinando isso com o meu colega, em seguida largarei o celular”. Dependendo do contexto e do momento, é interessante que você possa falar sobre o uso que está fazendo para que a pessoa que está com você não se sinta ignorada ou desrespeitada.
Isso acontece quando não se tem um objetivo evidente e específico para usar o smartphone, percebendo certa perda de controle com relação a essa tecnologia. É o chamado uso “passivo”. Dessa forma, acaba não se percebendo a passagem do tempo e coisas importantes são deixadas de lado (seja conversar com sua família, trabalhar, estudar ou até mesmo dormir e descansar).
Geralmente, o uso automático é acionado para driblar alguma emoção negativa (tédio, tristeza, frustração) ou até mesmo alguma situação difícil (solidão, desconforto em conversas difíceis, etc). A maneira como as pessoas lidam com as suas emoções pode influenciar na forma de usar a tecnologia.
Antes de pegar o seu smartphone, faça-se três perguntas: “por quê?”, “para quê?” e “precisa ser agora?”. Ao responder, certamente as funcionalidades disponíveis serão aproveitadas de formas melhores.
Portanto, o desafio é fazer um uso controlado da tecnologia, já que os smartphones estarão cada vez mais presentes no dia a dia da população. Aceitar isso e entender quais as formas de usá-los sem ter prejuízos é uma tarefa fundamental dos dias atuais. “A tecnologia deve ser usada ao nosso favor. A gente no controle e não com as tecnologias nos controlando”, pontua Carolina.
Ambas as pesquisadoras integram o Grupo de Pesquisa Relações Interpessoais e Violência – Contextos Clínicos, Sociais, Educativos e Virtuais (Rivi), onde o estudo foi desenvolvido.
A ideia de um cuidado integrado não é recente: Platão, filósofo que viveu durante o período clássico da Grécia Antiga, por exemplo, já afirmava que cuidando do corpo, cuida-se da alma. Atualmente, a Psicologia não fala mais em alma, mente é o termo utilizado, e promover de maneira interdisciplinar os cuidados relacionados à saúde está se mostrando algo cada vez mais importante para proporcionar o bem-estar.
Na Escola de Ciências da Saúde e da Vida, a aproximação entre diversas áreas é pautada pelos diferentes cursos que a compõem. Entenda, em seguida, o que é o cuidado integral e de que forma ele está presente na da Escola, como nas graduações em Educação Física e Psicologia, que estão com inscrições abertas via Vestibular. Esses e os demais cursos também aceitam Transferência e Ingresso de Diplomado.
Cada vez mais as equipes interdisciplinares estão presentes nas mais diversas áreas. A união de conhecimentos de setores diversos tem mostrado seu valor. Na área da saúde isso também é uma realidade e é por isso que se fala em cuidado integral, o qual consiste em unir diferentes profissionais de forma a promover uma visão do ser humano em sua totalidade, o auxiliando a cuidar do bem-estar de forma ampla.
De acordo com a professora Carolina Lisboa, do curso de Psicologia da PUCRS, essa prática é uma forma de prevenir doenças antes que um problema possa se expressar. “É esse o caminho da área, a gente percebe que atacar pontos específicos não tem sido tão eficaz para a manutenção da saúde quanto uma abordagem mais ampla, que promove um cuidado holístico”, explica.
Em relação à importância de oportunizar essa prática transversal, os professores do curso de Educação Física da Universidade, Rodrigo Sartori e Adriano Detoni, explicam que “essa abordagem é importante para pensarmos na formação de um profissional de saúde com visão sistêmica e com atuação humana nos processos de avaliação, planejamento e intervenção. Buscando exatamente o conceito de saúde trazido pela Organização Mundial de Saúde, de um bem-estar físico, mental e social”.
Lisboa explica que a prática de exercícios físicos, comprovadamente, produz a liberação de dopamina e de serotonina, que são neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar. “Além disso, o exercício físico produz uma relação diferente do indivíduo com ele mesmo, não existe um padrão de beleza universal, mas um corpo saudável tende a proporcionar uma melhora na autoestima da pessoa e poder cuidar do corpo, faz com que seja possível se sentir no controle de sua própria vida”, acrescenta.
Na pandemia, a necessidade de praticar exercícios físicos se tornou evidente: desde que com os devidos cuidados de prevenção à Covid-19, se manter em movimento se mostrou um aliado no combate a problemas psicológicos como ansiedade e depressão, complementa a professora.
O professor Luciano Castro, decano da Escola de Ciências de Saúde e da Vida, comenta, ainda, que esse momento demonstrou, por exemplo, a importância dos psicólogos no ambiente hospitalar, além da notável necessidade de médicos, fisioterapeutas e enfermeiros: “Os pacientes contaminados pelo coronavírus têm vários impactos na saúde mental, por isso, percebemos que, por mais que cada profissional atue na sua área durante a pandemia, o cuidado de diferentes aspectos da saúde humana é importante”.
O professor Rodrigo Sartori confirma o que foi apresentado pela psicóloga:
“A prática regular de exercícios físicos efetivados de forma sistematizada é atualmente reconhecida na literatura científica como uma estratégia não-farmacológica para o tratamento e prevenção de diversas doenças associadas aos aspectos mentais do ser humano, sejam elas de caráter metabólico, físico e/ou psicológico”
Ele ainda explica que a prática de exercícios auxilia no Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro, uma proteína da família das neurotrofinas, que são responsáveis pela sobrevivência, o desenvolvimento e a função dos neurônios. Muitas doenças mentais, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, estão relacionados a uma redução da expressão dessa proteína, o que comprova, mais uma vez, a relação entre corpo e mente na promoção do bem-estar.
Luciano Castro explica que a ideia é explorar a transversalidade na formação, unindo diferentes áreas em disciplinas comuns de forma a proporcionar a interrelação entre as profissões e o compartilhamento de conhecimentos. Há, por exemplo, a disciplina de Trabalho Integrado em Saúde, que tem como objetivo trazer a discussão da saúde, de modo geral, por futuros profissionais de diferentes áreas.
Os professores Lucio Brandt e Adriano Detoni, da Educação Física chamam atenção, também, para além do ensino: pesquisa e extensão fazem parte do tripé que sustenta uma universidade. “A Escola dispões de grupos de pesquisa, que atuam conjuntamente na busca de novos conhecimentos, aproximando os alunos à teoria e à prática baseada em evidência. Na parte da extensão, hoje temos o Conectar-se, um evento que tem como característica as ações interprofissionais, a busca do trabalho em conjunto e a união de várias áreas de conhecimento na construção de soluções para a área da saúde”, acrescentam.
Atualmente, de acordo com os protocolos estabelecidos pelos governos Estadual e Municipal. os cursos da Saúde estão realizando atividades práticas presenciais. Além disso, os alunos atuam ativamente no combate à pandemia das mais diferentes maneiras: seja através da construção de cartilhas ou, até mesmo, no cuidado hospitalar de internados. Castro complementa que o Plano de Prevenção e Redução de Riscos para a Covid-19 da Universidade tem sido rigorosamente cumprido.
Leia também: PUCRS contra a Covid-19: escolas lideram iniciativas
Assim como os cursos de Psicologia e Educação Física, outras opções de bacharelado e licenciatura estão sendo ofertadas no Vestibular da PUCRS com ingresso em 2021/2, que está com inscrições abertas até o dia 7 de junho! Além disso, é possível estudar na PUCRS por meio de Transferência e Ingresso de Diplomado.
Nesse semestre, os vestibulandos podem optar entre realizar uma prova online de redação, utilizar a nota do Enem ou escolher entre a que tiver o melhor desempenho.
Inscrições abertas para todos os processos de ingresso em 2021/2
Uma prática milenar, a meditação é um conjunto de técnicas que buscam a regulação do corpo e da mente. Por meio da focalização da atenção, a atividade proporciona benefícios como diminuição do estresse e do nervosismo, melhora na qualidade do sono, ampliação da concentração, além de contribuir nos tratamentos de depressão e ansiedade. Utilizada por muitas religiões como uma prática direcionada a espiritualidade, a meditação também pode proporcionar reflexão e autoconhecimento.
Com o objetivo de contribuir para o bem-estar emocional e espiritual, o Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS está promovendo atividades online voltadas para a prática da meditação. A iniciativa reúne workshop de introdução à meditação online, trilha para acompanhamento personalizado e grupos de meditações em diferentes formatos.
Leia também: 5 dicas: práticas para quem quer começar a meditar
Meditar exige persistência e paciência, e quando realizada de forma online os desafios aumentam, mas não é impossível. Pensando nisso, será oferecido de maneira gratuita um momento de formação e partilha sobre como realizar a prática nessa modalidade. Além de ferramentas, dinâmicas e cuidados será apresentada uma introdução às meditações Slow e Cristã.
O Workshop de Introdução à Meditação Online acontece no dia 30 de março, terça-feira, das 15h às 16h30min, pela plataforma Zoom. Serão oferecidas 30 vagas, sendo 25 para comunidade PUCRS e 5 vagas para comunidade externa. Para realizar a inscrição é necessário preencher o formulário disponível neste link.
A Meditação Slow é uma filosofia voltada para auxiliar na desaceleração e no relacionamento saudável com o tempo por meio de práticas de treinamento mental, atenção plena e relaxamento.
Os grupos de Meditação Slow acontecem semanalmente nas terças-feiras das 8h às 8h30min e quintas-feiras das 17h às 17h30min. A atividade é gratuita e aberta para toda a comunidade. Para participar, basta enviar um e-mail para [email protected] com seu nome e contato. Você receberá um e-mail com o link de acesso na plataforma Zoom.
Em parceria com a Comunidade Mundial de Meditação Cristã, a Meditação Maranatha segue os ensinamentos de Dom John Main, monge beneditino que sonhava com mosteiros sem paredes. Através de mantras, orações e silêncio são cultivadas práticas da tradição cristã para meditar.
Os grupos de Meditação Cristã acontecem semanalmente nas sextas-feiras, das 16h às 17h. A atividade é gratuita e aberta para toda a comunidade. Para participar, basta enviar um e-mail para [email protected] com seu nome e contato. Você receberá um e-mail com o link de acesso na plataforma Zoom.
A Trilha de Meditação busca, com o serviço de tutoria de meditação, acompanhar de forma personalizada aqueles que buscam introduzir em suas vidas a prática de meditação. A iniciativa tem como objetivo auxiliar os participantes a iniciar ou aperfeiçoar a prática de meditação, ao mesmo tempo em que são compartilhados conteúdos formativos sobre como integrar a meditação na vida diária, em especial na vida acadêmica.
A Trilha é dividida em quatro sessões: alinhamento e apresentação, introdução de prática, acompanhamento e percurso. As sessões duram entre 15 e 30 minutos e podem ser semanais ou quinzenais. Os encontros são realizados por videochamada na plataforma Zoom. Entre as sessões, o tutor estará disponível para solucionar qualquer dúvida (de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h).
A atividade é voltada apenas para a comunidade PUCRS e as inscrições podem ser realizadas de forma gratuita clicando aqui.
Situações de pandemia, como a que estamos vivendo atualmente causada pelo novo coronavírus, geram impactos na vida de todos. Em um contexto de mudança de rotina, distanciamento físico, excesso de notícias e consequências econômicas e sociais, é comum que surjam sentimentos como emoções negativas, como medo, tristeza, raiva, solidão, estresse e ansiedade. Pensando nessa realidade, pesquisadores e estudantes de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS e da PUC-Campinas se uniram com o objetivo de ajudar as pessoas a lidarem com esse desconforto emocional, dando origem à Força-Tarefa PsiCOVIDa.
O grupo surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. Para isso, os integrantes desenvolvem produtos de comunicação e orientação, como cartilhas, folhetos, minicursos e vídeos, baseados na ciência da psicologia e de áreas afins.
Conforme conta Wagner de Lara Machado, professor da graduação e do PPG em Psicologia e um dos coordenadores gerais da FT-PsiCOVIDa, tudo teve início com uma matéria para o site da PUCRS sobre sugestões de cuidados com a saúde mental neste período de pandemia, para a qual foi convidado a ser fonte. Ele e a mestranda Juliana Weide começaram a traduzir conhecimentos teóricos em práticas, fundamentadas na Psicologia Clínica, que poderiam ser acessíveis às pessoas em situação de quarentena/distanciamento social. “Essas sugestões tinham por objetivo a regulação emocional e o controle do estresse. Pedimos uma revisão do material para a professora Sônia Enumo, do PPG de Psicologia e Ciências da Saúde da PUC-Campinas, e, como não conseguimos incorporar todas as sugestões na matéria, decidimos por dar continuidade ao projeto”, conta Machado.
Sônia incorporou mais dois alunos à equipe: Eliana Vicentini e Murilo Araújo, ambos doutorandos em Psicologia na Puc-Campinas. A equipe começou a se reunir de forma online e a conversar para alinhar a proposta. “Reconduzimos a revisão da literatura e localizamos estudos indicando estressores e estratégias de enfrentamento específicos para situações de crise, especialmente a pandemia da Covid-19. Assim, deu-se início à redação da Cartilha para enfrentamento do estresse em tempos de pandemia”, pontua o professor.
O material é dividido em três grandes seções. A primeira apresenta informações sobre estresse e seu enfrentamento; a segunda aborda a identificação de sinais que indicam que a capacidade de lidar com o estresse pode não estar sendo suficiente; e, a última, fala sobre a identificação de estressores e estratégias de enfrentamento específicas para o contexto da epidemia da Covid-19. Segundo Machado, a ideia do grupo é que, por ser um material acessível, a Cartilha seja compartilhada e utilizada não apenas por profissionais, mas por toda a comunidade neste momento de desafio.
Para o professor, o grande diferencial do material é o embasamento teórico atual, enfatizando o bem-estar psicológico e a saúde mental em tempos de calamidade. “As sugestões de enfrentamento presentes na Cartilha podem prevenir o agravamento de dificuldades no manejo do estresse e promover qualidade de vida neste contexto de pandemia”, conclui.
A força-tarefa originada a partir do grupo que se reuniu para o desenvolvimento da Cartilha já conta com mais de 100 integrantes de 12 universidades, entre pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, profissionais de diversas áreas e professores. Dividida em times de trabalho, a equipe está desenvolvendo cerca de 20 novos produtos. A Cartilha para enfrentamento do estresse em tempos de pandemia está sendo traduzida para o inglês e para o espanhol e, posteriormente, será distribuída gratuitamente por meio de universidades e entidades científicas.
Clique aqui para acessar e baixar a Cartilha
Bem-estar e a regulação emocional podem estar relacionados com a utilização de smartphones de forma controlada. É o que mostra o trabalho inédito da mestranda Amanda Borges Fortes, do Programa de Pós Graduação em Psicologia da PUCRS. “Quanto tempo as pessoas ficam usando os aparelhos não necessariamente é prejudicial para a saúde mental, mas sim os diferentes tipos de uso”, explica.
Amanda conta que a ideia de pesquisar sobre o assunto veio da sua participação no grupo de estudos Relações interpessoais e violência: contextos clínicos, sociais, educativos e virtuais (Rivi), coordenado pela sua orientadora, a professora e pesquisadora do curso de Psicologia, Carolina Lisboa. “Geralmente os artigos publicados na área têm um viés negativo sobre o uso dos smartphones. A mídia acaba por reproduzir esse discurso e demonizam os aparelhos. A realidade é que a maioria de nós precisa deles no cotidiano”, destaca a mestranda.
Para Carolina, o discurso de que “hoje em dia as pessoas não se relacionam mais” ou “todo mundo se expõe em excesso”, não é sempre verdadeiro. “É bom que as pessoas tenham a liberdade de usar seus celulares e a Amanda teve ética e dedicação para demonstrar isso”, conta. A orientadora reforça que o modelo teórico construído não diz que o uso do smartphone e das tecnologias é inofensivo, mas que, ao analisar o contexto, a maior influência vem da parte emocional das pessoas.
O fácil acesso aos smartphones são alguns dos fatores que influenciam esse fator. No Brasil, são mais de 230 milhões de aparelhos em uso, mais de um por habitante, segundo a pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV), no início de 2019. No mesmo ano, o País chegaria a ter 420 milhões de dispositivos ativos.
Recentemente alguns sistemas operacionais disponibilizaram uma função que permitem aos usuários monitorarem quanto tempo eles mexem no celular. Amanda conta que aquelas pessoas que não tinham utilizado a ferramenta ainda, ao estimarem o quanto utilizavam o celular, colocavam menos tempo do que elas realmente praticavam. “Elas se surpreendiam quando olhavam os dados verdadeiros, o que mostra como a percepção é falha”, acrescenta.
“A verdade é que não existe um viés positivo e um negativo, existe o uso consciente e com cuidado”, diz Amanda. Especialista em terapias cognitivo-comportamentais, ela conta que recebe relatos frequentes em seu consultório sobre a utilização excessiva da tecnologia ou pelos motivos errados. “Quase todos descrevem que se sentem mal ao verem muitas publicações felizes nas redes sociais, como se todo mundo fosse assim o tempo inteiro”.
Os tipos de uso considerados prejudiciais são aqueles em que passa o tempo e a pessoa além de não perceber, também deixa de fazer coisas importantes. É preciso ter cuidado para que o uso não seja uma forma de lidar com emoções negativas.
Hoje o celular nos oferece diversas funções, inclusive trabalhar. “É um recurso que ajuda muito, mas mesmo assim é necessário saber diferenciar quando é um momento de trabalho e quando não é. Se não, o indivíduo pode desenvolver hábitos disfuncionais para a sua vida, porque não se pode ficar trabalhando 24 horas, todos os dias” explica Amanda.
Segundo ela, a grande sacada é fazer um uso controlado. Para seus pacientes ela orienta sempre que se façam três perguntas: “por quê?”, “para quê?” e “precisa ser agora?” antes de utilizarem o celular.