Entre reflexões e risadas, a atriz Denise Fraga alegrou a noite de terça-feira, 3 de setembro, no bate-papo realizado no auditório da Escola de Humanidades. Em uma parceria entre o Theatro São Pedro e o Instituto de Cultura da PUCRS, o evento contou com mediação do diretor do Instituto e professor Ricardo Barberena e o ator e diretor do Grupo de Teatro Universitário da PUCRS (GTU) Charles Dall’Agnol. Também serviu como um aquecimento para sua mais nova peça, Eu de Você, que estreia nesta sexta-feira, 6 de setembro, com sessões também no sábado e no domingo.
“A gente viveria melhor acompanhado da arte. A arte ajuda você a se reconhecer” foi uma das frases que Denise Fraga argumentou sobre a importância de ler, de ir ao teatro ou ao cinema, assuntos que passaram pelas suas falas. A atriz também lembrou do tema que mais gosta de trabalhar: os encontros do poético e da cultura com a vida cotidiana, em que citou as obras do dramaturgo Bertolt Brecht, uma das suas maiores inspirações.
A vida cotidiana, o humor e a alteridade são tópicos que percorrem grande parte de sua carreira, como o quadro Retrato Falado no Fantástico, em que interpretava relatos inusitados de telespectadores. Em Eu de Você, Denise retoma essa temática com histórias que coletou nas redes sociais traçadas com poetas e referências artísticas.
O limite entre o ético e o cômico
Por mais de uma vez, Denise defendeu o poder do humor como um artifício importante de inteligência e eficácia. “O humor requer de você, faz você pensar. Você ri daquilo que você entende, então a risada é como se fosse uma certeza de que a pessoa entendeu. E o legal é a possibilidade de divertir, comunicar, emocionar e ao mesmo tempo rir”, explicou. A atriz garantiu que existe uma linha que separa o humor da ética, pois o conteúdo das comédias não pode ser avaliado a partir de quantas risadas tiveram ou de como foram essas risadas, mas sim, do tipo de ideia que o comediante quer despertar. Esse limite garante que o cômico ajude a construir o tipo de mundo em que se vive, filtrando o que pode ser aceitado ou não socialmente.
O principal elemento da atuação
Quando questionada pelo ator Charles Dall’Agnol sobre qual seria a principal qualidade da atuação, Denise falou sobre a verdade. Ela comentou sobre a técnica de pegar emprestado a história e a vida de quem está se interpretando e colocar nos palcos, que reforça a autenticidade do papel.
A atriz ainda lembrou da época em que fazia a peça A Vida de Galileu, originalmente escrita por Bertolt Brecht e Hanns Eisler, em que interpretava um Galileu gordo e que adorava comer, mesmo sendo pequena e cheia de enchimentos. “Quando eu estava atuando como Galileu, sempre torcia para que acreditassem no que eu estava fazendo, porque fisicamente o papel não tinha nada a ver comigo”, acrescentou em meio a muitas risadas.
Empatia
Denise Fraga falou diversas vezes sobre a importância de se praticar a empatia. “A gente só é aquilo que a gente é quando reverbera no outro”, comentou. Para a atriz é valoroso refletir sobre a ressignificação da nossa comunicação, não apenas falar sobre suas angústias e vida, mas aprender a escutar o outro com atenção “um exercício de escuta para voltar a conversa e acabar com o discurso unilateral”. Além da relação com o próximo, Denise deixou um grande ensinamento sobre olhar para a vida de outras maneiras, revisitar de outros modos os mesmos lugares. Para a atriz, a alegria se cria.
A atriz Denise Fraga, com atuações de destaque no teatro, cinema e televisão, estará na PUCRS nesta terça-feira, 3 de setembro, para um bate-papo sobre sua carreira e seu mais recente espetáculo, Eu de Você. A ação é promovida pelo Instituto de Cultura, em parceria com o Theatro São Pedro, e terá como mediadores os professores Ricardo Barberena e Charles Dall’Agnol. O evento ocorre a partir das 19h30min, no Auditório da Escola de Humanidades, (prédio 9 do Campus – Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), e conta com ingressos a R$10,00, com 50% desconto para a comunidade PUCRS, que podem ser adquiridos na PUCRS Store (no térreo do Living 360°) ou pelo site uhuu.com.
O que seria das artes sem a vida comum? E o que seria de nós sem os poetas? Na sua nova peça Eu de Você, que tem pré-estreia entre os dias 6 e 8 de setembro no Theatro São Pedro, Denise Fraga traz diversas histórias reais em meio a narrativas que têm referências da literatura, música, imagens e poesia. O espetáculo conta com dramaturgia de Geraldo Carneiro, direção geral de Luiz Villaça e Leonardo Moreira, direção musical de Fernanda Maia, direção de arte de Simone Mina, direção de movimento de Kenia Dias e produção de José Maria.
A inspiração para esse projeto nasceu do quadro Retrato Falado, de 2000, apresentado no programa Fantástico para a TV Globo, em que interpretava histórias reais e inusitadas mandadas pelos telespectadores. Além de sua longa trajetória no teatro, e quadros no programa Fantástico, Denise trabalhou recentemente para as novelas A Lei do Amor (2016) e 3 Teresas (2013). Também atuou em diversos filmes, como O Auto da Compadecida (2000) e Por Trás do Pano (1999), que lhe rendeu um Kikito e outros sete prêmios de melhor atriz.
Bate-papo com Denise Fraga
Data: Dia 3 de setembro, terça-feira
Horário: 19h30min
Local: Auditório da Escola de Humanidades, (prédio 9 do Campus – Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre)
Mais informações e ingressos neste link.
O Instituto de Cultura da PUCRS, em parceria com o Theatro São Pedro, promove uma conversa com a atriz Denise Fraga no dia 3 de setembro. A atriz falará sobre sua carreira e o espetáculo Eu de Você. Será às 19h30min, no auditório da Escola de Humanidades (prédio 9 do Campus). Os ingressos estão à venda no site uhuu.com e na PUCRS Store, com valor especial para a comunidade PUCRS.
O que seria das artes sem a vida comum? E o que seria de nós sem os poetas? Na sua nova peça Eu de Você, que está em cartaz entre os dias 06 e 08 de setembro no Theatro São Pedro, Denise Fraga traz diversas histórias reais em meio a narrativas que têm referências da literatura, música, imagens e poesia. A peça conta com dramaturgia de Geraldo Carneiro, direção geral de Luiz Villaça e Leonardo Moreira, direção musical de Fernanda Maia, direção de arte de Simone Mina, direção de movimento de Kenia Dias e produção de José Maria.
A inspiração para esse projeto nasceu do quadro Retrato Falado, de 2000, apresentado no programa Fantástico para a TV Globo, em que interpretava histórias reais e inusitadas mandadas pelos telespectadores. Além de sua longa trajetória no teatro, e quadros no programa Fantástico, Denise trabalhou recentemente para as novelas A Lei do Amor (2016) e 3 Teresas (2013). Também atuou em diversos filmes, como O Auto da Compadecida (2000) e Por Trás do Pano (1999), que lhe rendeu um Kikito e outros sete prêmios de melhor atriz. Mais informações e ingressos no link.
A noite de 18 de julho de 2019 proporcionou uma experiência inédita e marcante, no Centro de Eventos da PUCRS, aos mais de 1.800 inscritos e ao carismático casal de atores Lázaro Ramos e Taís Araújo que, pela primeira vez, participou de um bate-papo ao vivo, no formato de arena. Mediado pela jornalista Carol Anchieta e pelo professor Ricardo Barberena, da Escola de Humanidades, a conversa descontraída abordou desde a peça O Topo da Montanha, espetáculo que a dupla encena neste final de semana no Theatro São Pedro, com ingressos já esgotados, aos assuntos que mobilizam suas trajetórias pessoais e profissionais, como representatividade de negros e negras, autoestima, afetividade, cotas raciais e a importância de uma educação pública de qualidade com forma de inserção social. Houve espaço, também, para fartas risadas com o público e lágrimas de emoção. Em uma feliz coincidência, o evento ocorreu no Dia Internacional Nelson Mandela, líder sul-africano que legou à humanidade o empenho pela coesão social e o fim do racismo.
Os 90 minutos de duração do evento pareceram pouco para a infinidade de temas interessantes, que tiveram a interação constante da plateia. A respeito da encenação que os trouxe à Capital gaúcha, reinventando o último dia de vida de Martin Luther King, Lázaro Ramos afirmou que na atualidade está muito difícil falar sobre temas concretos. “A subjetividade está mais fácil para mim, e O Topo da Montanha nos permite isso. A peça também oferece uma alternativa à barbárie que vivemos hoje, possibilitando refletir sobre coisas que parece que não vivemos mais. Nosso sentimento é de levar o amor, o acolhimento”, destacou. Para Taís Araújo, o espetáculo que lota casas em todo Brasil há 4 anos consecutivos vai se ressignificando a cada apresentação e reações do público. “Ele reforça nossas escolhas. A gente fala de afeto, de respeito ao próximo, do quanto o outro é importante. Fazemos uma peça para que as pessoas se sintam potentes, com vontade de fazer alguma coisa, mostrar que o mundo tem jeito”, mencionou.
“Queríamos fazer uma peça para que as pessoas se sentissem potentes.” TAÍS ARAÚJO
O livro Na Minha Pele escrito por Lázaro Ramos, lançado em 2017, foi tema de perguntas de Barberena e dos espectadores, via WhatsApp, assim como as quatro obras voltadas ao público infantil. O professor de literatura da PUCRS questionou sobre referências e a inspiração do autor. Lázaro disse que Na Minha Pele traz mais dúvidas do que respostas, mas permite uma discussão sobre identidade e representatividade. “Sou fruto das minhas dúvidas, dos meus afetos – da consciência de que eu afeto as pessoas e de que sou afetado. Tenho consciência de minhas incapacidades. Aí, num determinado momento, resolvi falar sobre isso. Acho que esse livro é mais sobre dúvidas do que respostas. Pude conversar com as pessoas sem me sentir prisioneiro do que essa luta pode fazer com que a gente fique. Vi que é inevitável ser livre e prisioneiro de quem eu sou”, refletiu.
“É inevitável ser livre e prisioneiro de quem eu sou.” LÁZARO RAMOS
Nas histórias dirigidas a crianças, destacou que já escreveu livros para si e para os filhos João Vicente, 8 anos, e Maria Antônia, 4, e que a redação surgiu de forma natural, sem grandes pretensões. “Tinha vontade de falar com as crianças. Em Sinto O Que Sinto – e A Incrível História De Asta e Jaser, escrevi o livro para a criança que fui. Não tive essa referência e acho importante falar de autoestima e de equilíbrio”, apontou.
Carol Anchieta direcionou a Taís uma pergunta sobre desconstruções de mitos e questionamentos pessoais sobre gênero, raça e os papeis vividos como atriz e apresentadora de tevê. Taís revelou que muitas vezes se sentiu ofendida e exposta com determinadas cenas para a teledramaturgia, experiências que a magoaram bastante. Mas falou que a superação desse sentimento começou a partir das suas novas escolhas. “Nossa carreira é feita de escolhas que são políticas – como aquelas envolvendo nossas posições pessoais – e outras que nos mostram novas possibilidades. Para mim, personagem bom é personagem bom, e ponto. Não tenho o menor problema em fazer uma empregada doméstica, desde que a personagem tenha humanidade e uma história para contar”, asseverou. Continuando a relatar a vida profissional, recordou sua graduação em jornalismo, a pedido dos pais, e a incompleta formação em artes cênicas, que espera retomar para reconectar-se com a universidade.
“Adoro o universo acadêmico. É um fetiche que eu tenho. Só na universidade vou ter acesso para estudar os meus autores e a chance de discuti-los”, declarou. A experiência no programa Saia Justa, do canal por assinatura GNT, também foi recordada. Taís disse que, além de abrir mão da oportunidade para poder dedicar-se à personagem Michele Brau, da série Mister Brau, da Rede Globo, também pediu para sair por dar-se conta de que não tem – e não deseja ter – opinião sobre tudo. Foi aplaudida efusivamente pelo público. Brincalhão, Lázaro disse: “eu tenho, sim, opinião sobre tudo, mas nem sempre falo em público. Tenho a Taís para me ouvir e evitar que eu fale bobagens”. E agradeceu: “Obrigado, amorzinho”, seguido de um coro feminino “ooohhh”, ao fundo.
Sobre o aumento do interesse da população negra na busca de ídolos na contemporaneidade, Lázaro disse que ter referência é algo importantíssimo. Sobre nomes de negros e negras no Brasil, ele dividiu a resposta com Taís. O ator acredita que ser referência não é um privilégio de quem é conhecido. “Por causa dos meus livros, tenho tido a oportunidade de visitar muitas escolas, com professoras fazendo trabalhos belíssimos, mas pouco valorizados. Esse é um movimento bonito. Não existe um formato para que a desigualdade acabe. O que importa são os desejos de transformação”, afirmou. Sobre a peça, recordou que resolveu encená-la por não conhecer e entender Martin Luther King. Com o tempo, compreendeu que não era sobre o homem, mas sobre o que todos podem fazer pelo outro.
“Adoro o universo acadêmico. A chance de discutir está dentro da universidade”. TAÍS ARAÚJO
Taís lembrou de dois nomes de mulheres brasileiras pensadoras com quem aprende muito: Sueli Carneiro e Cida Bento. “São pessoas cheias de conteúdo e que têm muito a nos ensinar. Têm estudos publicados aos quais podemos recorrer a qualquer momento”. A escritora Conceição Evaristo também foi recordada. Ao ouvir a pergunta da plateia sobre o que pensa a respeito das cotas raciais, afirmou categoricamente: “são fundamentais e maravilhosas”. Declarou que essa política afirmativa deve ser a base para os governantes promoverem uma educação pública de qualidade para que, no futuro, não seja mais necessário esse recurso. Lázaro argumentou que a melhor maneira de tratar do tema é mostrar, com resultados, o quanto a iniciativa mudou o cenário das universidades no País. “Sempre estimulo as pessoas a buscarem informações para poderem discutir esse assunto”, disse o ator.
Antes de finalizar a conversa, os artistas foram questionados sobre como lidam com a questão do racismo quando conversam com seus filhos. “Não tiramos a infância nem a ingenuidade deles. Quero que sejam crianças livres, independentes, mas não posso fingir sobre o que acontece à volta deles. Precisamos prepará-los para viver nesse País”, afirmou a mãe. Lázaro disse não estar preparando João e Maria para o racismo. “Estamos preparando nossos filhos para serem amados, respeitados, para gostarem de si como são, para terem força e autoestima. Nosso papel é amar e dar segurança, garantir que irão voltar para casa e receber todo nosso afago e apreço”, relatou o pai. Taís ainda reiterou o fato de ensinar a seus pequenos que podem errar, que têm esse direito. “Errar é possível e importante. Não dá para ser excelente o tempo todo”.
“Quando formos falar das questões ligadas à nossa negritude, é importante ter a oportunidade e o investimento para fazer disso algo mais valoroso. Precisamos ter um olhar mais plural, mais aberto para as potências que já existem e que, às vezes, nos recusamos a enxergar”. LÁZARO RAMOS
Esta foi mais uma ação da parceria entre o Instituto de Cultura da PUCRS e a Fundação Theatro São Pedro, firmada em agosto de 2018. Nessa passagem pela capital gaúcha, os atores farão a apresentação da peça O Topo da Montanha, com direção do próprio Lázaro Ramos, no Theatro São Pedro, nos dias 19 a 21 de julho.
Horas antes de se apresentar no Fronteiras do Pensamento, a atriz e escritora Fernanda Torres fez um bate-papo com a comunidade acadêmica no saguão da Biblioteca Central, onde, com bom humor, leveza e inteligência, comentou sobre o momento atual, interpretado por ela como “de total absurdo”, e exaltou o papel da arte para além do engajamento político. “Nietzsche dizia que só a arte pode dar conta do absurdo. A humanidade sempre se representou desde a caverna. Quando alguém diz que a história acabou e a arte também, é seu desejo de que nada ande depois dele. Hoje é difícil. A tecnologia nos atropelou a todos. Estamos vivendo outra revolução de Gutenberg. Não sabemos os valores que virão, se haverá emprego ou casa própria. Cada um que se agarra na esquerda ou direita cairá numa falácia”, avaliou a atriz e escritora em resposta ao questionamento do diretor do Instituto de Cultura, professor Ricardo Barberena, sobre o papel da literatura em tempos coléricos.Também participou da mediação a escritora Carol Bensimon (mestre em Escrita Criativa pela PUCRS). O reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e o vice, Jaderson Costa da Costa, prestigiaram o evento.
Mais de uma vez Fernanda se perguntou que arte é possível fazer sem ser militante, lembrando que cresceu vendo Caetano Veloso e Gilberto Gil voltando do exílio e Fernando Gabeira de sunga falando em liberdade sexual e ecologia. “Problemas graves não foram resolvidos. Voltamos à Guerra Fria e ao mundo como conheci.”
O que vislumbra de diferentes entre as duas épocas é que antes havia a ideia paternal de povo como uma entidade sofrida e passiva. “Cabia ao líder e ao intelectual conscientizá-la.” Hoje os grupos identitários podem se expressar, e Fernanda acredita que eles não querem mais que outros falem por eles. Precisam produzir seu próprio material de representação.
Fernanda Torres fala através dos seus personagens literários. No livro A glória e seu cortejo de horrores, aborda a decadência do ator Mario Cardoso, do Brasil e, em especial, do Rio de Janeiro. Ele se pergunta quem lê Tchecov ou Shakespeare andando pelo Centro e tentando salvar seu celular do pivete. “A cultura de massa venceu. Nos anos 70, um filme mainstream era Apocalipse now. Agora é Thor. Sensacional! A gente ia no cinema como lia um livro. Era Bergman, Fellini e Truffaut. Hoje são as séries.”
Carol Bensimon quis saber como é escrever crônica hoje no Brasil em comparação a 2006, quando começou. Antes Fernanda Torres não tinha medo da repercussão. Hoje pensa “50 vezes” antes de publicar se alguém não ficará ofendido. “Escrevia de forma mais livre. Agora as colunas falam mais sobre o que estamos vivendo.” E voltou a pronunciar a palavra “absurdo” para resumir a realidade.
Diferentemente do texto de jornal ou revista, o livro “quase se escreve por ele”, na sua experiência. “É uma maratona longa. A gente tem que deixar o assunto morrer para e ir ao outro lado. Quando vemos, estamos no mesmo caminho.”
Ao identificar a literatura contemporânea como “mal-humorada”, Barberena exalta a comicidade da obra de Fernanda. Mas, para ela, ser somente cômico é cair no vazio. “Meus textos são tragicômicos. Terminam numa depressão horrorosa. Sou marcada pelo Nelson Rodrigues.”
Sem curso universitário, diz que se sente um “queijo suíço”. “De vez em quando fecho umas lacunas.” Para isso se serve de autores como Flaubert, Machado de Assis, Thomas Mann e Dostoiévski.
O teatro do improviso, com o grupo Asdrúbal, integrado por Regina Casé, e os ensaios em casa dos pais atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres foram as primeiras influências de Fernanda Torres na literatura. Com a retomada do cinema nacional, acabou escrevendo o roteiro do filme Redentor. A partir do monólogo A casa dos budas ditosos, em 2003, teve que introjetar a obra de João Ubaldo Ribeiro. “Comecei a perceber a música que o livro tinha, onde ele mudava de parágrafo ou de capítulo. Absorvi tudo na minha pele.” Então vieram os artigos e colunas em jornais e revistas. Aprendeu como reduzir as ideias. “Nunca me imaginei, achava que não tinha o direito de pensar em literatura”, confessa.
Queria lançar o livro de crônicas e pediu indicação de editora para Ubaldo. E ele:
– O meio literário é muito violento.
Então Fernando Meirelles lhe pediu que escrevesse sobre a terceira idade para a TV e entrou em contato com a Companhia das Letras, sua atual editora. Luiz Schwarcz leu um conto que viria a ser o primeiro capítulo de Fim e sugeriu que renderia um romance. O que acabou se concretizando na história de cinco amigos cariocas que relembram fases marcantes de suas vidas e acabam morrendo.
Às 19h45min desta segunda-feira, Fernanda Torres participará de debate especial no Fronteiras do Pensamento com o artista plástico brasileiro Vik Muniz. A programação ocorre no Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110). O mundo em desacordo: democracia e guerras culturais é o tema da temporada de 2018. Depois de Fernanda Torres e Vik Muniz, até novembro, participarão outros nove conferencistas reconhecidos internacionalmente.
Fernanda Torres é uma das mais originais e reconhecidas atrizes do teatro, do cinema e da televisão no Brasil. Com formação na escola de atores O Tablado, fez sua estreia na peça Um tango argentino, da dramaturga Maria Clara Machado, e atuou em novelas a partir da década de 1980. Em 1986, recebeu a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes pelo filme Eu sei que vou te amar, do cineasta Arnaldo Jabor. No cinema, destacou-se em Terra Estrangeira, de Walter Salles Jr. e Daniela Thomas, O que é isso, companheiro?, de Bruno Barreto, e Casa de areia, de Andrucha Waddington. Desde 2003, encena o monólogo A casa dos budas ditosos, com texto de João Ubaldo Ribeiro e direção de Domingos de Oliveira. Na televisão, com exceção de Luna caliente, adaptação do romance de Mempo Giardinelli, a maioria dos seus trabalhos foi pautada pelo humor. Em 2013, ela publicou seu primeiro romance, Fim, que vendeu mais de 150 mil exemplares e foi lançado em países como França, Holanda, Itália e Portugal. No ano seguinte, reuniu crônicas veiculadas na imprensa no livro Sete anos. E, no final de 2017, lançou o romance A glória e seu cortejo de horrores.
O sentido do trabalho é o foco do primeiro evento de 2017 do Escritório de Carreiras da PUCRS. A atividade, que ocorre no dia 16 de março, abordará o tema tratando desde a relação do sujeito com o trabalho até o estabelecimento de propósitos e valores. Participarão do debate o professor da Escola de Humanidades da PUCRS Luciano Marques de Jesus, o professor da Faculdade de Informática da Universidade Rafael Chanin, a analista de recursos humanos da Dell Gabriela Dutra e a diplomada do curso de Economia da PUCRS Tayla Conceição. O evento é aberto ao público e tem entrada franca. Não é necessário realizar inscrição. O debate será às 18h no saguão da Biblioteca Central do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Outras informações pelo telefone (51) 3205-3141.
Na próxima terça-feira, 5 de julho, um bate-papo na Feira Agroecológica abordará as doenças crônicas e os compostos bioativos. O encontro é gratuito e aberto ao público, com participação da professora do curso de Nutrição da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia da PUCRS Sônia Alscher e dos produtores da Feira. O objetivo é apresentar diferentes formas para melhorar a saúde por meio da alimentação.
Os participantes poderão tirar dúvidas sobre os alimentos da Feira e, assim, ter um auxílio na hora da compra. A atividade será às 12h30min. A Feira ocorre todas as terças-feiras ao lado da Biblioteca Central, das 11h às 18h. É um espaço de agricultura familiar no Campus, onde produtores oferecem alimentos orgânicos frescos.
Durante a Feira Agroecológica na próxima terça-feira, 24 de maio, às 12h15min, ocorre um bate-papo com a nutricionista Rafaela Senderowicz Mold sobre alimentação vegetariana. Rafaela é defensora de uma alimentação saudável e sustentável sem radicalismos, e é autora do blog receitasdenutri.wordpress.com. A Feira Agroecológica ocorre todas as terças-feiras no Campus da PUCRS, ao lado da Biblioteca Central, das 11h às 19h. É um espaço de agricultura familiar, onde produtores expõem alimentos orgânicos.