Documento, registro histórico, arte ou mesmo uma maneira de voltar no tempo e relembrar boas memória. A fotografia é multifacetada e, para apreciá-la, não é preciso ser um profissional da área. Com as câmeras dos smartphones, que se desenvolvem a cada novo modelo, fica mais fácil se animar com a ideia de fazer alguns cliques – seja para compartilhar em alguma rede social ou guardar de recordação.
Nesse 19 de agosto, Dia Mundial da Fotografia, reunimos algumas orientações sobre como construir um bom registro apenas com o celular. As dicas são do artista visual e fotógrafo Maciel Goelzer e você pode conferir o vídeo completo no IGTV do Instituto de Cultura da PUCRS.
Esse é um ponto essencial para se pensar em uma boa fotografia. Para um registro suave e delicado, a luz de janela é uma boa opção. Com uma luz mais forte e direta, é possível fazer uma foto contrastada e com recortes.
Para utilizar a iluminação da forma correta, é interessante prestar atenção na função da fotometragem, que faz com que o celular leia e registre a incidência de luz em um ponto específico. “Se quisermos fazer uma fotografia em que a pessoa está no sol, devemos fotometrar pela parte onde o sol está incidindo. Automaticamente, o celular irá entender que esse ponto precisa estar bem exposto”, explica Goelzer.
Assim, é possível evitar que uma foto fique “estourada”, por exemplo, com pontos muito mais claros do que outros. Para fazer essa fotometragem, basta tocar com o dedo em cima do ponto de luz.
Para uma fotografia harmoniosa, é necessário um bom enquadramento – e isso significa enquadrar exatamente o que se quer contar com a imagem. Nesse período de quarentena, Goelzer sugere fazer registros dos familiares em casa ou mesmo construir uma espécie de diário, utilizando esse recurso para contar uma história e construir lembranças.
“A fotografia vai longe de regras e de normativas. Ela é uma lembrança que a gente vai abraçar.” Maciel Goelzer
O concurso fotográfico Olhar da Casa, promovido pelo Instituto de Cultura, tem como objetivo promover a criatividade nesse período de distanciamento social. A iniciativa propõe a exploração da casa em sua totalidade, incluindo lugares, móveis, objetos, pessoas e animais que habitam. Podem participar estudantes de graduação e pós-graduação, e as inscrições seguem até 31 de agosto. Clique aqui para saber mais.
O fazer artístico perpassa a escuta, a vivência, a intencionalidade de tornar real. Fazer arte no Brasil, na maioria das vezes, é um desafio vencido por poucas pessoas. Entre elas, estão a escritora Conceição Evaristo e o ator Lázaro Ramos, duas figuras que carregam o peso da representatividade, da reinvindicação pela vida e dos sonhos de toda uma nação, que tem cor, sobrenome e estatística.
No terceiro encontro da Série Ato Criativo, do Instituto de Cultura da PUCRS, ambos participaram de uma conversa mediada pelo jornalista Daniel Quadros, ativista do movimento negro e LGBTQIA+, e por Ricardo Barberena, diretor do Instituto de Cultura e professor da Escola de Humanidades da PUCRS. O evento transmitido pelo YouTube e pelo Facebook teve mais de 700 telespectadores simultâneos ao vivo e quase quatro mil participantes no total.
“É preciso comprometer a vida com a escrita.” CONCEIÇÃO EVARISTO.
Quando a escrita está profundamente relacionada com a vida, nasce a Escrevivência. Ela é dinâmica, por vezes solitária, e acontece a partir da observação e da vivência. Não se cria do nada. “Crio porque escutei uma palavra, de algum contexto, porque eu vi um fato, porque as pessoas me contaram alguma coisa, ou porque estou sentido algo”, explica Conceição.
Desde 1995, na época da sua dissertação de mestrado, a palavra Escrevivência tem sido presente nas falas da escritora. O termo é uma referência à experiência de vida da autora e do seu povo, a qual somente o local de fala compreende. “É o desespero de captar uma cena e transformar em palavras, é o meu comprometimento com ela”.
Em diferentes momentos artistas interpretam e encarnam personagens que flertam com situações reais do cotidiano de muitas pessoas. Essa relação entre a vida e a arte é tênue e, para Lázaro Ramos, se mistura. “Eu só vivo porque faço a arte. O que dá sentido à minha vida é a arte. Ela foi responsável por me dar coragem de existir e falar o que eu penso. Foi o que deu sentido de perspectiva para a minha vida. Em um determinado momento eu não sabia que eu podia sonhar, fazer planos, desejar e mais: expressar os meus desejos”, recorda o ator.
Lázaro conta que sempre tenta trazer o racional para dentro de seus trabalhos e, que por ser algo que o mobiliza tanto, às vezes se confunde com a vida real. “Já passei por momentos em que eu interpretava um personagem, chegava em casa e me relacionava da maneira dele e isso não foi bom”.
Uma afirmativa com duas ou mais intenções. Por um lado, Conceição Evaristo foi criada rodeada por muitas palavras, de uma família muito falante, que contava histórias ao mesmo tempo em que sua mãe fazia bonecas caseiras. “O meu texto é muito marcado por essa oralidade”, afirma. Esse cuidado de buscar na expressão popular a essência do que se quer trazer para o texto é um aspecto dessa vivência.
Por outro lado, a expressão também é uma crítica social. Enquanto diversos escritores e escritoras podem afirmar com muito orgulho que aos 12 anos leram Machado de Assis, esse é um privilégio distante da realidade de grande parte da população brasileira. “O destino da Literatura me persegue, a partir desses locais subalternizados, como uma forma de quebrar esse imaginário da escritora que tem que nascer com o livro colado”.
Além disso, ela ressalta que não é necessário muito esforço para entender uma linguagem universal: a do corpo que fala. Através das expressões, um simples resmungo, a mensagem está dada.
De geração em geração, a arte, assim como outros conhecimentos, evolui e acompanha os contextos de seus momentos. O diálogo entre essas diferentes realidades também gera novas soluções.
“Eu me sinto grata à vida. Porque chega aos 73 anos e ter essa oportunidade de dialogar, de saber se sou aceita e recebida com tanto carinho pelos mais jovens, me certifica de que a minha vida valeu e vale a pena. Vocês me certificam de que eu estou seguindo o caminho certo.” CONCEIÇÃO EVARISTO.
Conceição comenta sobre um princípio das culturas africanas com as pessoas de mais idade, de aprender com a experiência e com aconselhamento. Mas também do princípio regendo as sociedades tradicionais africanas, o princípio do tempo espiralado. A mesma referência que se tem com o mais velho, o mais velho tem com o mais novo. Porque, segundo a autora, o mais novo potencializa o mais velho.
Lázaro Ramos ressalta que as suas escolhas não são as mesmas de qualquer outro ator. “Às vezes eu estou tão cansado que eu só queria fazer um personagem cômico, dar risada e me divertir com a plateia. Isso não é uma coisa que acontece constantemente. Porque eu tenho noção de que eu sou uma exceção. Um ator ter as oportunidades que eu tive, com personagens tão variados, de ser respeitado, de ter investimento em mim, não é o que acontece com a maioria dos atores negros no meu País”.
O ator conta que a sua história também foi narrada pelo ativismo que, mesmo não sendo uma posição tranquila, é um local de responsabilidade. “Durante muitos anos a gente falou do ativismo, sem falar nas nossas sensações mais particulares, mais imediatas e mais privadas. A carreira de um artista no nosso País não é estável, não há sucesso e nem fracasso para sempre. Não sei o que acontecerá daqui alguns anos, mas eu tenho certeza de que essa semente que foi plantada lá atrás, na Bahia, no Bando de Teatro Olodum, vai me acompanhar para sempre e será um norte para as minhas primeiras escolhas”, destaca.
Ana Maria Gonçalves, escritora mineira, foi mencionada pela sua fala sobre a importância de ocupar espaços. Lázaro relembrou de um comentário da amiga: “Ana me falou que ela não queria mais saber de representatividade. Ela queria presença!”.
Ser uma referência solitária, uma exceção, é um problema. Existem muitas pessoas talentosas que não têm o seu talento visto e reconhecido, por falta de oportunidades, destaca o ator. “Não quero me sentar nesse lugar de referência e achar que está tudo resolvido. Fora todos os discursos e ódio, da vontade de silenciar, esse processo só vai ser construído quando a gente conseguir dialogar”, acrescenta.
Para Conceição, essa é uma questão que precisa ser trabalhada todos os dias. “O meu primeiro lugar de recepção foi o movimento negro. Então eu acho importante a gente ter cuidado com esse lugar de exceção, dessa representatividade. Se não, a gente fica representando a gente mesmo. É a representação do eu sozinho”.
A hashtag #ConceicaoEvaristoNaABL tomou conta das redes em 2018 quando a escritora decidiu concorrer pela sétima cadeira da Academia Brasileira de Letras, podendo se tornar a primeira mulher negra a ocupar o posto. Mais de 40 mil assinaturas foram coletadas em pouco tempo. O Lázaro, inclusive, também se manifestou nas redes sociais em forma de apoio à campanha.
Conceição afirma que, apesar do resultado, a sua candidatura foi um marco na história da ABL que não será esquecido. A ação ascendeu o debate sobre os espaços que ainda podem e devem ser ocupados por pessoas que refletem a realidade do Brasil e do mundo.
Assista a live completa do terceiro encontro da série Ato Criativo, com a escritora Conceição Evaristo e o ator Lázaro Ramos.
A série Ato Criativo receberá a escritora Conceição Evaristo e o ator Lázaro Ramos para uma conversa sobre arte, cultura e as obras ao longo de suas carreiras no dia 28 de julho, terça-feira, às 21h. O evento será mediado pelo jornalista Daniel Quadros e por Ricardo Barberena, diretor do Instituto de Cultura e professor da Escola de Humanidades da PUCRS. O bate papo será transmitido pelo Canal da PUCRS no Youtube e pela página do PUCRS Cultura no Facebook.
O Ato Criativo se propõe a aproximar o público de personalidades e criadores de diferentes áreas da cultura, proporcionando espaços de bate-papos e trocas com artistas. Nesta edição, os convidados falarão sobre suas trajetórias profissionais, projetos e criações recentes, compartilhando as particularidades de seus processos criativos.
Lázaro Ramos é ator, apresentador, cineasta e escritor. Iniciou sua carreira artística em 1994 ao entrar para o Bando de Teatro Olodum. De 1998 a 2002, foi âncora do Fantástico. Ganhou notoriedade no cinema ao interpretar João Francisco dos Santos no filme Madame Satã (2002). Atuou em diversos espetáculos teatrais, filmes e novelas, ganhando prêmios e atingindo extenso reconhecimento por sua carreira. É autor dos livros Paparutas (2000), A Velha Sentada (2010), O Caderno de Rimas do João (2014), O Coelho Que Queria Mais (2017), Na Minha Pele (2017) e Sinto O Que Sinto: e a incrível história de Asta e Jaser (2019).
Conceição Evaristo nasceu em Belo Horizonte (MG), no ano de 1946. É romancista, contista e poeta. Ganhadora dos prêmios Jabuti de Literatura (2015); Faz a Diferença, na categoria Prosa (2017); e Cláudia, na categoria Cultura (2017). É mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro (1996) e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (2011). Estreou na literatura em 1990, publicando seus contos e poemas na série Cadernos Negros. É autora dos livros Ponciá Vicêncio (2003), Becos da Memória (2006), Insubmissas lágrimas de mulheres (2011), Olhos D’água (2014), Histórias de leves enganos e parecenças (2016) e Poemas da recordação e outros movimentos (2017). Atualmente, leciona na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como professora visitante.
Daniel Quadros é jornalista gaúcho graduado e estudante de Escrita Criativa pela PUCRS. Além disso, é ativista do movimento negro e LGBTQIA+, com participações em diversos projetos. Trabalha com os temas de inovação, ciência, tecnologia, responsabilidade social, educação, diversidade e inclusão. Atualmente faz parte da equipe da Assessoria de Comunicação e Marketing da PUCRS (Ascom) e do projeto AfrotechBR.
Ricardo Barberena nasceu em Porto Alegre, em 1978. Possui Graduação (2000), Doutorado (2005) e Pós-Doutorado (2009) na área de Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, Coordenador Executivo do Delfos/Espaço de Documentação e Memória Cultural e professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS. Coordena o Grupo de Pesquisa Limiares Comparatistas e Diásporas Disciplinares: Estudo de Paisagens Identitárias na Contemporaneidade e é membro do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (GELBC).
A combinação de cultura, design, gastronomia e música deu origem a um evento inédito em Porto Alegre: o PUCRS Festival. Promovido pela PUCRS, em parceria com a Opus, e inspirado nas feiras de rua e festivais internacionais, o evento será no dia 5 de outubro (sábado), a partir das 16h no Campus da Universidade (Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). A entrada é gratuita e limitada, e requer inscrição neste link.
A programação do festival prevê oficinas temáticas voltadas à arte, cultura, gastronomia, bem-estar, empreendedorismo, atividades para crianças e adolescentes e food trucks. Também ocorrerão duas conhecidas feiras de design: a Papelera, que incentiva a exposição de novos artistas gráficos, que apresentarão colagens, fotografia, publicações, gravuras, impressões e desenhos; e a Craft Urbana, que empodera pequenos produtores e fomenta a arte e a economia criativa local com curadoria de marcas autorais, design e artesanato brasileiro. No line-up de shows estão confirmados DJ Joelma Terto, Banda Gelpi, As Batucas e, fechando a primeira edição do festival, o cantor Criolo.
Uma das principais atrações do Festival, o cantor Criolo retorna a Porto Alegre com a turnê que leva o nome da música e videoclipe cinematográfico Boca de Lobo, lançados em outubro de 2018, na Capital. No palco, o cantor traz uma espécie de retrospectiva de sua carreira, em toda sua potência de crítica misturada aos gêneros que abraça desde sempre, apresentados em um formato inédito num híbrido entre eletrônico e instrumentos orgânicos.
O palco da Rua da Cultura da PUCRS também recebe a banda gaúcha Gelpi. Com estilo baseado no folk e no blues americano, a banda lançou o seu primeiro cd, Blood Ties, em 2016 e, recentemente, o seu segundo ep, Pneu. A programação musical tem ainda As Batucas, orquestra feminina de bateria e percussão composta de 60 mulheres e a DJ Joelma Terto, conhecida do público porto-alegrense por ser presença confirmada em festas como Cadê Thereza e Tieta, além de ser residente em casas como Ocidente e Opinião.
Todas as atividades ocorrem na área central do Campus, que se estende da Rua da Cultura até o Living 360° (prédio 15).
SERVIÇO
PUCRS Festival
Sábado, 5 de outubro
Classificação: Livre
Programação
Para a atriz Fernanda Montenegro pisar no palco do Salão de Atos da PUCRS, fazer a leitura dramática de Nelson Rodrigues por ele mesmo e receber o Mérito Cultural da Universidade foram meses de negociações, dezenas de e-mails e telefonemas. Pesou na demora a idade – 89 anos, sem contar que ficou afônica pouco tempo antes da sua vinda. A equipe do Instituto de Cultura precisou transportar de caminhão do Rio de Janeiro uma mesa e uma cadeira (cenários do espetáculo). Todo esse trabalho de bastidores contribuiu para que o evento de outubro de 2018 tivesse tanta repercussão, com 1,3 mil expectadores, e ocorresse ainda na PUCRS o lançamento do Itinerário autobiográfico de Fernanda, publicado pelo Sesc.
No ano passado, foram promovidas mais de 80 atividades, trazendo para a Universidade 243 artistas da música e do teatro, 47 escritores e 184 pesquisadores e alunos, dirigidas a um público acima de 15 mil pessoas.
“O Instituto é mediador entre o público docente e discente no contato com a cultura”, enfatiza o diretor, Ricardo Barberena, professor da Escola de Humanidades. Uma aluna revelou que Caio do céu foi a primeira peça a que assistiu na vida. Um funcionário se encantou com a presença da atriz e escritora Fernanda Torres. Um gestor relatou que se sentiu bem com as notas do piano no Living 360°. “Como professor, me encanto quando vejo quem não estava habituado a determinados eventos se emocionar e ter um fascínio despertado. A cultura é um instrumento de humanização e sensibilização diante do mundo”, festeja Barberena.
Confira a reportagem completa sobre os bastidores do Instituto na Revista PUCRS.
Arte, gastronomia e exposição de diversos produtos em um mesmo ambiente. Esta é a proposta da 1ª edição da Feira PUCRS Cultura, que ocorre no dia 22 de novembro, das 11h às 20h. Neste evento, aberto ao público, os visitantes podem conferir trabalhos desenvolvidos por diversas marcas da economia criativa, como produtos artesanais, autorais, de decoração, de moda, entre outros. A feira acontece na Rua da Cultura da Universidade (Av. Ipiranga, 6681).
Além de food trucks, o público poderá conferir atrações musicais como a cantora Nani Medeiros; além de Victor Todt e banda, apresentação de uma escola de tango e 100 alunos do Colégio Marista Champagnat tocando flauta.
Entre os expositores, estão confirmados: Ateliê do Químico, Cordaria Design, La Decora, Gaturama, Koala, 9 Luas, Poa Portal, Vicka Bolsas, Energia do Bem Organites, Camisetas Prida, Imagem.Arte, Hi-Lo Comfy Wear, Bike de churros Pueblo, Gelateria Gianlucca e Bistrô da Ana.
A realização da Feira PUCRS Cultura depende das condições climáticas.
Durante o dia, alunos, professores, técnicos administrativos e pessoas que passavam pelo Campus puderam desfrutar do ambiente. Ao som de um DJ, descansaram nas redes, bateram papo nos decks e nas arquibancadas, saborearam cachorros-quentes e churros, levaram temperos da hortinha e compraram livros, artesanatos, roupas e discos.
No final da manhã, reproduzindo uma imensidão de sons, adentrou pelo pórtico da Universidade O Homem Banda, interpretado por Mauro Bruzza, da Cia1Péde2. O artista circulou pelos prédios 7, 8 e 15 até chegar à Rua da Cultura. Portando 20 instrumentos, o artista fez a alegria de muitos presentes, contanto com uma grande interação da plateia.
Já no início da noite foi o momento de descerrar a placa, que foi conduzido pelo reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, e o vice-reitor, Dr. Jaderson Costa da Costa. Semelhante às que estão pelas ruas de Porto Alegre, a placa será instalada nas entradas da Rua da Cultura.
No palco, em seu pronunciamento, o Reitor da PUCRS destacou a satisfação desta entrega, que marca as comemorações dos 70 anos de história da Universidade, sendo um novo local voltado para a cultura e o bem-estar. “É um espaço permeado por atrações e iniciativas que irão congregar todas aquelas pessoas que desejaram participar de uma intensa programação cultural que será desenvolvida sob a gestão do Instituto de Cultura da PUCRS. O campus é o lugar em que compartilhamos experiências e vivências. Por isso, a universidade está investindo em ambientes não apenas de convivências, mas de serviços, aprendizagem e cultura”, enfatizou.
Teixeira ainda destacou que, no segundo semestre, será concluída outra parte importante do projeto: o novo prédio 15, que reunirá num mesmo espaço diversos serviços voltados para o estudante, além de salas de aula com estrutura e metodologia diferenciadas. “Precisamos desenvolver novas formas de viver, aprender e criar o campus. E o que é a cultura senão essa união de conhecimento, arte e capacidade de criar”, disse.
Para encerrar, com chave de ouro, as festividades da inauguração, houve a apresentação de A Sbørnia Køntr’Atraka, com Hique Gomez e Simone Rasslan, ou melhor, os músicos sbornianos Kraunus e Nabiha. Uma continuidade do tradicional Tangos e Tragédias, o espetáculo, que conta com projeções de animações no telão, ofereceu muita música, artes cênicas e risos ao público.
No dia 7 junho está prevista uma nova atração para a Rua da Cultura: a ATL House. A iniciativa, que é uma extensão da Rádio Atlântida, vai unir inovação, interatividade e experiência para alunos e público externo que circulam pelo campus da PUCRS. O espaço conta com estúdio para transmissão de programas e unidades do Severo Garage, Canal Café e STB Trip & Travel. Nesta data acontecerá um pocket show com atração nacional.
A Capital gaúcha vai receber um novo espaço diferenciado, aberto à comunidade, para abrigar apresentações musicais e teatrais, projeções de filmes, aulas abertas, foodtrucks, exposições de arte e feiras de livros, entre outras atividades. No dia 4 de junho, acontece a inauguração da Rua da Cultura, localizada entre o prédio 5 e a Biblioteca Central Irmão José Otão no campus da PUCRS (avenida Ipiranga, 6681). Com programação das 9h até às 21h, a cerimônia oficial ocorre a partir das 18h, com a apresentação do espetáculo Sbornia Kontr’Atracka!, com Hique Gomez e Simone Rasslan.
“Precisamos desenvolver novas formas de viver o campus, novas formas de aprender. E o que é a cultura senão essa união de conhecimento, arte e capacidade de criar. A criação se manifesta quando cada um traz à tona o que tem dentro de si, expressando sentimentos, ideias e usando a imaginação de forma viva”, enfatiza o Reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira.
Integrada à natureza, a Rua da Cultura oferta ao público a possibilidade de colher frutas e vegetais em árvores frutíferas, como bergamoteira e pomar; bem como uma horta com chás e temperos. Outras comodidades oferecidas são: chimarródromo, redes para repouso e bicicletário.
Para o segundo semestre deste ano, estão programadas diversas atividades abertas ao público. “A Rua da Cultura será uma oportunidade de trânsito de todas áreas de conhecimento. A partir de uma programação cultural plural e interartística, a Universidade busca transformar-se num polo cultural no ano em que comemora seus 70 anos”, destaca o diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, Ricardo Barberena.
Com 84 metros de extensão, a Rua da Cultura possui um palco para apresentações, com uma arquibancada com capacidade para 250 pessoas, além de um deque de madeira com vista panorâmica.
As inspirações para a obra são de universidades estrangeiras, principalmente das Universidades Livre de Berlim, de Harvard, de Barcelona, de Laval (Québec) e Massachusetts Institute of Technology (Boston). O piso de madeira do deque foi inspirado no piso da Barceloneta, praia de Barcelona, na Espanha. O material do piso é resistente e não esquenta em dias mais quentes.
Para o final de 2018, o prédio 15, que está em obras, vai abrigar um centro de convivência, com salas de aula modernas e moduláveis, espaço coworking, área de lazer, praça de alimentação e serviços.
Com inauguração no dia 7 junho, a Rua da Cultura ganha um novo espaço de relacionamento do Grupo RBS: a ATL House. Esse é uma iniciativa de extensão da Rádio Atlântida, que vai unir inovação, interatividade e experiência para alunos e público externo que circulam pelo campus da PUCRS.
Além de um estúdio para transmitir programas externos e atrações exclusivas com os comunicadores, a ATL House prevê diversas atrações. Festivais de comédia, eventos inspirados na grade de programas, karaokê, campeonatos de games, estreia de séries, pocket shows e projetos acadêmicos direcionados aos estudantes são algumas das ações. No local, também haverá operações da hamburgueria Severo Garage, Canal Café e STB Trip & Travel. Os patrocinadores do espaço são Banrisul e Trident.
A ATL House vai funcionar de segunda-feira a sexta-feira, das 7h30min às 22h, e aos sábados, das 8h às 12h.
Um ambiente para a vivência de experiências diferenciadas de arte, literatura, música e gastronomia. Esta é a Rua da Cultura, que será inaugurada no dia 4 de junho, às 18h, no campus da Universidade. Além da cerimônia com a Reitoria, o evento contará com a apresentação de um espetáculo teatral. Esta é mais uma iniciativa do movimento de transformação PUCRS 360º.
A Rua da Cultura ainda conta com o ATL House, um hub de inovação da Rádio Atlântida com estúdio e espaços de lazer e convivência, com patrocínios do Banrisul e da Trident. A inauguração do empreendimento do Grupo RBS acontece no dia 7 de junho. Além disso, nas proximidades, estarão contemplados novas operações de alimentação e turismo no prédio 16 (Biblioteca Central Irmão José Otão), com as presenças dos empreendimentos Canal Café, Severo Garage e STB Trip & Travel.
No segundo semestre deste ano, a Rua da Cultura terá uma variada agenda com apresentações, shows e intervenções artísticas. Todas as atividades serão abertas à comunidade.
Para o final de 2018, o Prédio 15, que está em obras, vai abrigar um centro de convivência, com salas de aula modernas e moduláveis, espaço coworking, área de lazer, praça de alimentação e serviços.
Horas antes de se apresentar no Fronteiras do Pensamento, a atriz e escritora Fernanda Torres fez um bate-papo com a comunidade acadêmica no saguão da Biblioteca Central, onde, com bom humor, leveza e inteligência, comentou sobre o momento atual, interpretado por ela como “de total absurdo”, e exaltou o papel da arte para além do engajamento político. “Nietzsche dizia que só a arte pode dar conta do absurdo. A humanidade sempre se representou desde a caverna. Quando alguém diz que a história acabou e a arte também, é seu desejo de que nada ande depois dele. Hoje é difícil. A tecnologia nos atropelou a todos. Estamos vivendo outra revolução de Gutenberg. Não sabemos os valores que virão, se haverá emprego ou casa própria. Cada um que se agarra na esquerda ou direita cairá numa falácia”, avaliou a atriz e escritora em resposta ao questionamento do diretor do Instituto de Cultura, professor Ricardo Barberena, sobre o papel da literatura em tempos coléricos.Também participou da mediação a escritora Carol Bensimon (mestre em Escrita Criativa pela PUCRS). O reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e o vice, Jaderson Costa da Costa, prestigiaram o evento.
Mais de uma vez Fernanda se perguntou que arte é possível fazer sem ser militante, lembrando que cresceu vendo Caetano Veloso e Gilberto Gil voltando do exílio e Fernando Gabeira de sunga falando em liberdade sexual e ecologia. “Problemas graves não foram resolvidos. Voltamos à Guerra Fria e ao mundo como conheci.”
O que vislumbra de diferentes entre as duas épocas é que antes havia a ideia paternal de povo como uma entidade sofrida e passiva. “Cabia ao líder e ao intelectual conscientizá-la.” Hoje os grupos identitários podem se expressar, e Fernanda acredita que eles não querem mais que outros falem por eles. Precisam produzir seu próprio material de representação.
Fernanda Torres fala através dos seus personagens literários. No livro A glória e seu cortejo de horrores, aborda a decadência do ator Mario Cardoso, do Brasil e, em especial, do Rio de Janeiro. Ele se pergunta quem lê Tchecov ou Shakespeare andando pelo Centro e tentando salvar seu celular do pivete. “A cultura de massa venceu. Nos anos 70, um filme mainstream era Apocalipse now. Agora é Thor. Sensacional! A gente ia no cinema como lia um livro. Era Bergman, Fellini e Truffaut. Hoje são as séries.”
Carol Bensimon quis saber como é escrever crônica hoje no Brasil em comparação a 2006, quando começou. Antes Fernanda Torres não tinha medo da repercussão. Hoje pensa “50 vezes” antes de publicar se alguém não ficará ofendido. “Escrevia de forma mais livre. Agora as colunas falam mais sobre o que estamos vivendo.” E voltou a pronunciar a palavra “absurdo” para resumir a realidade.
Diferentemente do texto de jornal ou revista, o livro “quase se escreve por ele”, na sua experiência. “É uma maratona longa. A gente tem que deixar o assunto morrer para e ir ao outro lado. Quando vemos, estamos no mesmo caminho.”
Ao identificar a literatura contemporânea como “mal-humorada”, Barberena exalta a comicidade da obra de Fernanda. Mas, para ela, ser somente cômico é cair no vazio. “Meus textos são tragicômicos. Terminam numa depressão horrorosa. Sou marcada pelo Nelson Rodrigues.”
Sem curso universitário, diz que se sente um “queijo suíço”. “De vez em quando fecho umas lacunas.” Para isso se serve de autores como Flaubert, Machado de Assis, Thomas Mann e Dostoiévski.
O teatro do improviso, com o grupo Asdrúbal, integrado por Regina Casé, e os ensaios em casa dos pais atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres foram as primeiras influências de Fernanda Torres na literatura. Com a retomada do cinema nacional, acabou escrevendo o roteiro do filme Redentor. A partir do monólogo A casa dos budas ditosos, em 2003, teve que introjetar a obra de João Ubaldo Ribeiro. “Comecei a perceber a música que o livro tinha, onde ele mudava de parágrafo ou de capítulo. Absorvi tudo na minha pele.” Então vieram os artigos e colunas em jornais e revistas. Aprendeu como reduzir as ideias. “Nunca me imaginei, achava que não tinha o direito de pensar em literatura”, confessa.
Queria lançar o livro de crônicas e pediu indicação de editora para Ubaldo. E ele:
– O meio literário é muito violento.
Então Fernando Meirelles lhe pediu que escrevesse sobre a terceira idade para a TV e entrou em contato com a Companhia das Letras, sua atual editora. Luiz Schwarcz leu um conto que viria a ser o primeiro capítulo de Fim e sugeriu que renderia um romance. O que acabou se concretizando na história de cinco amigos cariocas que relembram fases marcantes de suas vidas e acabam morrendo.
Às 19h45min desta segunda-feira, Fernanda Torres participará de debate especial no Fronteiras do Pensamento com o artista plástico brasileiro Vik Muniz. A programação ocorre no Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110). O mundo em desacordo: democracia e guerras culturais é o tema da temporada de 2018. Depois de Fernanda Torres e Vik Muniz, até novembro, participarão outros nove conferencistas reconhecidos internacionalmente.
Fernanda Torres é uma das mais originais e reconhecidas atrizes do teatro, do cinema e da televisão no Brasil. Com formação na escola de atores O Tablado, fez sua estreia na peça Um tango argentino, da dramaturga Maria Clara Machado, e atuou em novelas a partir da década de 1980. Em 1986, recebeu a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes pelo filme Eu sei que vou te amar, do cineasta Arnaldo Jabor. No cinema, destacou-se em Terra Estrangeira, de Walter Salles Jr. e Daniela Thomas, O que é isso, companheiro?, de Bruno Barreto, e Casa de areia, de Andrucha Waddington. Desde 2003, encena o monólogo A casa dos budas ditosos, com texto de João Ubaldo Ribeiro e direção de Domingos de Oliveira. Na televisão, com exceção de Luna caliente, adaptação do romance de Mempo Giardinelli, a maioria dos seus trabalhos foi pautada pelo humor. Em 2013, ela publicou seu primeiro romance, Fim, que vendeu mais de 150 mil exemplares e foi lançado em países como França, Holanda, Itália e Portugal. No ano seguinte, reuniu crônicas veiculadas na imprensa no livro Sete anos. E, no final de 2017, lançou o romance A glória e seu cortejo de horrores.