O documentário Arno Lise – A Arte da Natureza, lançado em 2019, conta parte da extensa trajetória de um dos maiores especialistas em aranhas do Brasil. O biólogo e naturalista, com mais de 57 anos de carreira, passou todos lecionando na PUCRS, até se aposentar em 2016 – mesmo ano em que recebeu o título de Professor Emérito da Universidade. A obra foi a única brasileira selecionada como finalista do Raw Science Film Festival, na categoria de séries documentais profissionais, na edição de 2020.
Realizado pela Prana Filmes, produtora sob direção do cineasta e também professor da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, Carlos Gerbase, o média-metragem contou com a participação do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT) – através de sua Associação de Amigos. O grupo de pesquisa Estúdio Transmídia – da Famecos, também colaborou com as gravações que aconteceram em parte no Tecna, em Viamão, e outras em Porto Alegre.
A produção audiovisual retrata a vida de Lise desde a infância, em Canela – na Serra Gaúcha, onde começou a colecionar as primeiras espécimes de besouros, coletadas no começo da década de 1960, até suas famosas ilustrações de aranhas minúsculas, criadas até 2018.
No documentário, é possível acompanhá-lo em plena coleta de novas espécimes, munido de ferramentas que ele mesmo inventou, e também desenhando pequenas aranhas com auxílio de uma câmera clara acoplada a um microscópio. Arno Lise identificou várias novas espécies de aracnídeos, sempre movido por sua paixão pela natureza, particularmente pelos insetos.
Arno Antônio Lise, carinhosamente apelidado de “Professor Aranha”, devido ao seu destaque na área de atuação, formou diversos(as) outros(as) profissionais. Ao comentar sobre o documentário, se surpreende. “Fiquei muito lisonjeado! É uma grande felicidade saber que esses 57 anos trabalhando na Universidade serviram para inspirar outras pessoas. Já perdi a conta de quantos alunos e alunas formei e quantos trabalhos publiquei”, conta.
Ao começar a carreira, o biólogo afirma que não esperava uma repercussão tão grande sobre seu trabalho, referência no Brasil, e, agora, internacional. “Nunca pensei nisso. Não sou vaidoso, procuro fazer meu trabalho da melhor maneira possível. É gratificante!”, comenta.
Com um estilo próprio e uma técnica refinada, Lise ficou conhecido pelos entomólogos (especialistas que estudam os aspectos dos insetos e suas relações com seres vivos e o meio-ambiente), em parte, pelos seus desenhos sobre aranhas pequenas. O trabalho artístico era uma novidade na época em que os estudos, em sua maioria, falavam sobre insetos maiores. As últimas duas décadas de sua vida foram dedicadas ao MCT, onde fica sua sala.
“O pontapé inicial foi do MCT. Eles me pediram ajuda, em 2017, pra fazer um pequeno vídeo sobre o professor Arno, que acompanharia uma exposição sobre seus desenhos de aranhas. Fiz o vídeo e conheci o personagem fantástico. Aí veio a ideia de fazer um trabalho mais longo e mais ambicioso”, recorda Gerbase.
Durante as entrevistas, o diretor percebeu que a trajetória do “Professor Aranha” poderia inspirar outros(as) cientistas, pela sua história de superação. “Não teve privilégio algum. Pelo contrário. Lutou pela sua carreira e foi bem sucedido”, declara.
Além de ser professor da Graduação e Pós-Graduação da Famecos, Carlos Gerbase é roteirista e diretor cinematográfico desde 1978, tendo realizado sete longa-metragens e dez curtas. É escritor, com quatro trabalhos de ficção (dois volumes de contos e dois romances), duas obras ensaísticas na área do cinema (tecnologias digitas e direção de atores) e uma obra didática destinada ao ensino médio (introdução à realização audiovisual).
Em sua sexta edição, o Raw Science Film Festival (RSFF) é um dos mais importantes festivais do mundo na categoria de Filmes Científicos. Neste ano, atraiu títulos de 29 países diferentes. Arno Lise – A Arte da Natureza é o único representante brasileiro.
“A missão do RSFF é humanizar a ciência e garantir que especialistas baseados em fatos fiquem na vanguarda da cultura popular, comemorando as melhores histórias científicas do mundo. Honra destaques em ciência, tecnologia e mídia e exibe os melhores filmes do mundo”, destaca o portal oficial do evento.
A edição do filme é de Alexander Desmouceaux e Fábio Lobanowsky. A edição de som e a música são de Augusto Stern, do Bunker Sound Design.
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No dia 19 de novembro, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT-PUCRS), no prédio 40 do Campus (Av. Ipiranga, 6.681, prédio 40), promoveu o lançamento oficial da Associação dos Amigos do Museu. Seu objetivo principal é reunir recursos para ampliar a atuação do MCT, contribuindo com seus programas e projetos.
Com a Associação dos Amigos do Museu, a ideia é que haja atenção especial para ações ligadas à inclusão social, acessibilidade, infraestrutura e modernização das exposições. Além disso, será possível firmar convênios, parcerias e contratos através de editais públicos ou diretamente com a iniciativa privada.
Para o reitor Ir. Evilázio Teixeira, o lançamento da Associação dos Amigos do Museu é um momento histórico, de alegria e de expectativa. Em sua fala, ressaltou a importância de reconhecer o trabalho realizado por todos os pesquisadores, técnicos e professores ao lado do Museu nestes mais de 50 anos. “É porque desenvolvemos um trabalho inovador e internacionalmente reconhecido que podemos dar um passo tão importante como Associação”, disse.
O evento ainda contou com a apresentação do documentário Arno Lise: a arte da natureza, produzido por professores e alunos de iniciação científica da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, com apoio da Associação dos Amigos do MCT-PUCRS. Lise, que é um dos maiores especialistas em aranhas do Brasil e professor emérito da Universidade, esteve presente na atividade. O reitor considerou oportuno o lançamento do filme na ocasião e reforçou a importância de seus estudos: “A Comunidade Acadêmica da PUCRS e todos aqueles que mundo afora foram beneficiados pelo seu trabalho certamente lhe são gratos”, concluiu.
É possível participar da Associação dos Amigos do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS nas modalidades estudante, amigo, parceiro, patrocinador ou patrono. Tornando-se membro, você contribui com o financiamento de projetos especiais de difusão e promoção da história, ciência e tecnologia para a comunidade da cidade e do Estado. Detalhes e links para se associar estão disponíveis no site do Museu.
A Associação é presidida pelo advogado Edemar Tutikian, que tem larga experiência na gestão de captação de recursos e patrocínios. O vice-presidente é o cineasta, escritor e professor Carlos Gerbase, que leciona na PUCRS desde 1981 e desenvolveu diversos projetos acadêmicos em parceria com o MCT-PUCRS. Completando a diretoria, também atua a professora e contadora Eroni Terezinha Mattei, como tesoureira.
A trajetória do biólogo, naturalista e docente aposentado da Faculdade de Biociências da PUCRS Arno Antônio Lise será retratada no documentário Professor Aranha, produzido pelo Grupo de Pesquisa Estúdio Trans, ligado a Faculdade de Comunicação Social (Famecos), e pela Prana Filmes, produtora dirigida pelo cineasta e também professor da Famecos Carlos Gerbase. A obra audiovisual narrará a vida de Lise desde a infância, quando colecionava besouros no município de Canela, onde nasceu, passando pela formação em Ciências Naturais, concluída na PUCRS, até o momento em que se tornou um grande especialista em aranhas.
O homenageado lecionou na Universidade por mais de 50 anos, se aposentou em 2016 e recebeu o título de Professor Emérito pela Instituição no mesmo ano. Na PUCRS formou centenas de biólogos e iniciou uma das maiores coleções de aracnídeos do Brasil. Ele também é um grande especialista no desenho de aranhas, publicando seu trabalho em periódicos internacionais.
O documentário será composto por uma entrevista, gravada na sala do professor, no Museu de Ciências e Tecnologia (MCT), onde também foi registrada a técnica de desenho de Lise. Outras cenas mostram ele coletando materiais em Viamão, onde hoje está localizado o Tecnopuc, entre outras homenagens já realizadas. Também serão adicionadas fotos pessoais da vida do professor. O documentário deve ficar pronto em junho.