A cada chuva mais intensa, Porto Alegre sofre com a exposição aos alagamentos, prejudicando a vida de muitas pessoas. Porém, quais são os custos que a cidade e as pessoas têm com esse tipo de evento tão comum? As respostas para essa dúvida é que o Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento da PUCRS (LTIG) pretende esclarecer a partir da apuração de dados. Para isso, elaborou um questionário com 10 perguntas relacionadas aos prejuízos causados. Os moradores da capital gaúcha podem participar até o dia 25 de maio por meio do link http://bit.ly/2IAMzoD.
“Com esses dados coletados poderemos verificar os prejuízos econômicos sofridos pela sociedade, tanto pessoas físicas e empresas. O objetivo é que possamos responder o quanto custam os alagamentos à cidade e, assim, subsidiar estratégias de resiliência”, destaca o professor Regis Lahm, coordenador do LTIG.
As informações geradas apontarão os principais locais aonde ocorreram as perdas materiais (com valorização estimada), outros tipos de prejuízos (como atrasos ou faltas ao trabalho ou à escola), danos à saúde e exposição ao risco. Com esse levantamento, os dados serão adicionados a uma pesquisa com o uso de uma inteligência geoespacial, utilizando o algoritmo HAND, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa ação faz parte do Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Desastres Naturais (Pró-Alertas).
Em janeiro de 2018, durante o Fórum Econômico Mundial, foi apresentado o Relatório Global de Riscos, que analisa o impacto e a probabilidade dos principais riscos à vida no planeta Terra. Pela primeira vez, os líderes do Fórum demonstraram maior preocupação com os riscos ambientais, que, neste ano, representam quatro dos top cinco. Como justificativa a essa postura, o relatório indica que o ano de 2017 foi considerado um ano de desastres, ocasionados por grandes tempestades, incêndios e temperaturas extremas.
No Brasil, cidades como Porto Alegre e São Paulo sofrem com prejuízos socioeconômicos ocasionados por eventos climáticos extremos. Na maioria das vezes, relacionados com a infraestrutura, saúde e mobilidade urbana, sobretudo devido a desastres extensivos (menor impacto e maior ocorrência) como os alagamentos.
Os episódios de alagamentos em Porto Alegre ganharam uma pesquisa elaborada pelo Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento da PUCRS (LTIG). Já foram identificados mais de oito mil pontos em que ocorreram alagamentos na Capital, conforme reportados via mídias sociais com a hashtag #AlagaPOA no Twitter. Esta iniciativa faz parte do Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Desastres Naturais (Pró-Alertas).
Desde 2013, a equipe do LTIG cruza os registros de alagamentos com índices pluviométricos e modelagens de escoamento da água da chuva na superfície por meio de inteligência geoespacial, utilizando o algoritmo HAND, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com essa integração de dados, a pesquisa vem evoluindo de conteúdo, permitindo a aplicação de inteligência artificial para o desenvolvimento de análises preditivas que possam apontar as bocas de lobo com maior probabilidade de alagar em determinadas taxas de chuva. Essas informações podem ser acessadas por instituições públicas ou privadas.
Além disso, o laboratório realizou um novo estudo de caso em uma área específica no bairro Partenon. Num raio de um 1km nas proximidades da PUCRS, a pesquisa procura entender os motivos seja por descarte irregular de lixo na rede de drenagem seja excesso de precipitação. Nesta área, foram identificadas mais de 18 mil estruturas públicas e privadas propícias a alagar, com escalas de baixo a alto nível. “Esse objeto de pesquisa simula qualquer região da cidade. É um grande serviço de utilidade pública, pois pode ser inserido em aplicativos, por exemplo”, diz o professor Regis Lahm, coordenador do LTIG.
A população de Porto Alegre poderá ajudar a mapear os pontos de alagamento da cidade por meio das redes sociais. Para isso, é necessário utilizar a hashtag #AlagaPOA no Twitter, informando o local onde ocorre o alagamento. A ação irá captar dados para uma pesquisa do Laboratório de Tratamento e Imagens e Geoprocessamento da PUCRS (LTIG), que está identificando os locais da Capital que mais sofrem com o problema. Também é possível ligar o GPS do celular, ativando a geolocalização do Twitter, colocando o nome da rua e o número. A conta do projeto na rede social é @AlagamentosPOA.
As informações são mapeadas, mas o nome ou qualquer outra informação sobre o usuário não serão mantidos no banco de dados. Os resultados serão utilizados em dois projetos do Laboratório: Integração de Sistemas Autônomos e Redes de Sensores para Aquisição de Dados Remotos para Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais e Vulnerabilidade Social a Possíveis Impactos Relacionados a Fenômenos Hidro Meteorológicos.