Na reorganização dos fluxos de acolhimento aos estudantes no Núcleo de Apoio Psicossocial já a partir de março deste ano, o atendimento passou a ser na modalidade online, com credibilidade e confiança. Os nossos estudantes continuaram buscando apoio e acolhimento no cuidado para com a vida em todos os sentidos. Sem dúvida, os impactos foram muitos na reconfiguração da vida acadêmica e com todas as possibilidades projetadas para continuidade da mesma. Mesmo que novas rotinas foram construídas e outras mantidas, não saímos imunes desta pandemia. Precisamos ter consciência de seus impactos para construirmos nosso posicionamento e fortalecimento humano social frente aos desafios que se colocam.
Alguns destes impactos puderem ser percebidos no acolhimento remoto aos estudantes após as medidas de isolamento social principalmente nos dois primeiros meses (abril e maio). As demandas apresentadas, num primeiro momento, se caracterizaram por estarem associadas, principalmente, a dificuldades para acompanhar as aulas e realizar as atividades online, dificuldade de organização temporal, quadros de ansiedade e de depressão; bem como, dificuldades familiares em função do convívio diário. Tudo era novo, sem precedentes e requeria habilidade na construção de hábitos, costumes e competências. Consequentemente, a exigência em novas modalidades de trabalhos, comunicação entre os integrantes das disciplinas foram se destacando no início deste novo período. O sentimento prevalente da frustração, foi evidenciado quando dos sucessivos adiamentos do término da quarentena, outros, pelo sentimento de rebaixamento de produção acadêmica e dificuldades pertinentes ao final de semestre que se assemelham quando em período presencial.
Neste período de acolhimento e apoio realizado na modalidade remota, algumas pessoas atendidas demonstraram dificuldades emocionais prévias ao período de pandemia que foram potencializadas pelo distanciamento social e pelo impedimento de seguir as rotinas previamente definidas. Para alguns, este período intensificou sofrimento o que demandou o encaminhamento a rede social de apoio. Outros ainda, de acordo com as suas necessidades buscaram ajuda com a intenção de encaminhamento para psicoterapia, a pedido de outros profissionais ou por perceber neste momento de maior reclusão a necessidade de investir no tratamento pessoal para resolver problemas antigos que foram reavivados. Realizou-se ainda orientação a familiares que buscavam suporte para ajudar seus filhos.
Já no final do semestre de 2020.1, surgiram queixas de ansiedade, estresse e irritabilidade, pela falta de perspectiva em retomar a rotina anterior, o trabalho e o ensino presencial e o contato com colegas; e por outro lado o reconhecimento da importância da continuidade do ensino remoto garantindo todos os cuidados possíveis.
O apoio e acolhimento tornou-se fundamental para que o estudante pudesse construir uma consciência desta nova realidade e de posicionar-se frente a ela. Desta forma, um dos principais impactos positivos foi a manutenção da continuidade da vida acadêmica e a busca constante de estratégias na superação das dificuldades.
Historicamente, a angústia provocada por doenças contagiosas, por experiências diretas e indiretas, com os riscos de contaminação, desencadeiam situações de vulnerabilidade que provocam muito medo em todos os sentidos. A angústia provocada pela pandemia do covid-19 tem suas particularidades. O inimigo invisível que antes estava longe, hoje pode estar na porta da entrada de casa; o que antes era o inimigo invisível, hoje se materializa nas pessoas mais próximas; o outro passa a ser a ameaça; a finitude da vida que era compreendida como possível e certa, relacionada ao covid, se apresenta da forma mais cruel possível.
Quando iniciávamos o semestre letivo em março, não imaginávamos que seriamos condicionados a situação de isolamento social para preservarmos a nossa saúde, bem como, a de outras pessoas que convivem conosco. Dar continuidade ao ano letivo em 2020.2, no contexto da pandemia na modalidade on line, é uma decisão responsável e contextualizada da Universidade com base nas orientações das autoridades da saúde.
Iniciamos o segundo semestre de 2020 ainda sob os impactos de uma pandemia, que sem precedentes, literalmente nos obrigou a retornarmos para nossos habitats no primeiro semestre. O vírus chamado de Covid-19, apresentou-se como um poderoso inimigo invisível que aos poucos foi se aproximando e de certa forma, tomando conta de nossas vidas, ditando regramentos, protocolos e novos comportamentos.
Um dos maiores aprendizados que podemos construir neste período, é o reconhecimento de que somos capazes de nos reinventarmos ou nos recriarmos frente aos desafios pedagógicos que são colocados. A descoberta de novas formas e modalidades de aprendizado nos coloca em condições de que se faz necessária uma organização diária para que os aprendizados obtenham seus impactos necessários na vida de estudantes e professores. Neste sentido, propusemos aqui algumas contribuições para que os estudantes possam se organizar com maior tranquilidade em relação aos seus estudos no período em que estiver em casa:
Os cuidados com a vida são necessários e isso precisa ser repetido sempre. Os impactos da pandemia em nossas relações são inevitáveis e cabe a nós o posicionamento de como possamos nos reconstruir frente a tudo isto. Por mais que a pandemia nos convocou para voltarmos para casa, é também a oportunidade de construirmos um aconchego conosco mesmo, com os nossos familiares, repensarmos as nossas atitudes e nossos projetos daqui em diante. A que nos projetamos? Quais são os nossos projetos de vida pessoal e profissional? Os nossos projetos continuam inspirando histórias de vida? As nossas histórias de vida continuam inspirando novas atitudes e novos projetos?
A atitude de nos reconstruirmos no contexto da pandemia pode ser decisiva na construção do amanhã e de todos os cuidados necessários com a vida. O agora é simplesmente o momento mais importante que está previsto e nele somos capazes de construir os melhores projetos de vida que podem mudar a nossa história. A concretude da vida acadêmica pode se constituir no mais importante projeto da nossa vida, porque nele nos enxergamos, atuamos, nos projetamos e nos tornamos sujeitos de uma construção impregnada de sentidos e significados.
Neste período de isolamento social e de ensino remoto, o Núcleo de Apoio Psicossocial está apoiando estudantes e professores com orientações sobre os cuidados com a saúde mental e seus impactos nos processos de ensino e aprendizagem. O acolhimento está sendo feito por profissionais da Psicologia com apoio da equipe multidisciplinar.
Os contatos podem ser feitos pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (51) 98300-3778 e (51) 98334-6418 .Você pode enviar o seu nome e sobrenome, matrícula e telefone pelo e-mail ou WhatsApp, ou se preferir, pode ligar diretamente para os números de telefones informados. O atendimento é das 9h às 12h e das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira.
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Dificuldades de aprendizagem; atendimento e acompanhamento às pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida e com necessidades educacionais específicas; acolhimento aos estudantes que buscam orientações sobre cuidados com a saúde mental e seus impactos no processo de formação pessoal, acadêmica e profissional. Essas são as necessidades psicossociais atendidas pelo Centro de Apoio Discente da PUCRS e que, durante o período de suspensão das aulas presenciais, seguem sendo realizadas de forma remota.
“Sabemos que este é um período delicado, de muitas inseguranças e incertezas, mas nossas equipes estão disponíveis e preparadas para acolher e auxiliar os nossos estudantes para um enfrentamento saudável nesse contexto de isolamento, privação e de situações de estresse que são geradoras de diversos sintomas.”, afirma a coordenadora do Centro e professora do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Vanessa Manfredini.
Confira como estão operando os núcleos
Núcleo de Apoio à Educação Inclusiva
Os estudantes que necessitam de orientações e acompanhamento podem contatar diretamente a equipe de atendimento educacional especializada e o psicopedagogo do núcleo pelo e-mail [email protected].
Núcleo de Apoio à Aprendizagem
Foram criadas áreas virtuais no Moodle, onde todos os alunos das monitorias, assim com os próprios monitores, estão inseridos. Cada monitor fará atendimento semanal através de fóruns, encontros na ferramenta Zoom, além de postagens complementes para auxiliar nos estudos. Esse atendimento está sendo feito por professores e bolsistas, inicialmente para alunos matriculados nas disciplinas de Matemática, Estatística, Física, Química, Letras e Desenho. Para mais informações sobre as disciplinas que possuem monitoria online, acesse a página do núcleo ou entre em contato pelo e-mail [email protected] .
Núcleo de Apoio Psicossocial
O acolhimento aos estudantes que buscam orientações sobre cuidados com a saúde mental e os impactos nos processos de ensino e aprendizagem está sendo feito por profissionais da Psicologia, com apoio de uma equipe multidisciplinar pelo e-mail [email protected] e pelos telefones abaixo, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h.
(51) 98300.3778 (Carla Villwock)
(51) 98334.6418 (Ângela Pratini Seger)
Os profissionais da área da saúde atuam diretamente na linha de frente no combate ao coronavírus (Covid-19). Pensando nisso, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) lançou a campanha Conta comigo, estamos juntos, por meio do Serviço de Psiquiatria. O objetivo é prestar suporte psicoemocional para essas pessoas, ajudando a aliviar o desgaste mental e emocional que esse tipo de cenário pode causar.
Atendimentos psicológicos serão disponibilizados gratuitamente aos interessados de todas as áreas do HSL. “Nossos profissionais se empenham diariamente no cuidado da população, e nesse período de enfrentamento ao novo coronavírus, a exigência emocional é ainda maior. Viabilizar uma iniciativa como essa mostra que um olhar integral aos nossos colaboradores é essencial, sobretudo em cenários adversos como este que estamos vivendo”, ressalta o Diretor Geral do Hospital, Leandro Firme.
O projeto é coordenado pelo Dr. Marco Pacheco, chefe do Serviço de Psiquiatria, e conta com a colaboração de voluntários, todos com formação na área da psiquiatria. Os atendimentos serão realizados de forma online, em três modalidades:
Com essa nova iniciativa, o Hospital São Lucas da PUCRS, com o apoio do Serviço de Psiquiatria, reforça o seu compromisso de cuidar da vida em todas a suas dimensões.
Mais de 20 alunos da disciplina de Atelier de Design, do curso de Arquitetura e Urbanismo/Escola de Politécnica, estiveram no início da semana na Fundação O Pão dos Pobres para entregar 18 projetos e maquetes de móveis multifuncionais destinados ao uso por crianças e jovens internos da entidade. As propostas são compatíveis com a estrutura disponível nos cursos de aprendizagem profissional de marcenaria e serralheria do local, voltados ao público de 14 a 24 anos. A fundação utilizará os projetos para fins didáticos e melhorias de sua estrutura de acolhimento institucional, que abriga pequenos e adolescentes afastados de suas famílias por violação de direitos básicos, segundo determinação judicial. São 1.430 atendidos no total, dos quais 120 internos.
O professor Marcelo Martel afirma que o objetivo é substituir alguns dos móveis dos dormitórios dos internos, a maioria oriunda de doações, e também proporcionar a melhoria da qualidade da aprendizagem. “Eles poderão fabricar suas camas e armários, se receberem materiais compatíveis, e terão também modelos para montar os próprios negócios futuramente”, aponta.
O gerente socioeducativo, João Rocha, comenta que agora a fundação irá em busca de parceiros, como empresas moveleiras, para colocar as propostas em execução. “Além de prever móveis duráveis, bonitos e ergonômicos, a iniciativa proporciona o envolvimento dos jovens, inspirando-os a buscar a aprendizagem, alimentando a perspectiva de qualificação de suas competências técnicas e comportamentais. Quem sabe vão construir o sonho de frequentar a universidade”, afirma. Haverá uma exposição das maquetes para que as crianças do acolhimento também conheçam os protótipos e se imaginem usando os móveis.
Para a coordenadora do Centro de Educação Profissional, Simone Ledesma de Quadros, “aproximar a fundação da Universidade é uma estratégia muito importante para nós, pois, além de viabilizar projetos especializados, mostra para os aprendizes como se dá o aprendizado nos cursos de graduação”.
Martel, que divide a disciplina com o professor Júlio César Caetano, conta que os alunos de Arquitetura ficaram muito motivados com a atividade. O contato com a Fundação Pão dos Pobres começou quando alunos de Laboratório Interdisciplinar de Design 1, do curso de Design/Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, orientados por ele, projetaram móveis infantis a serem reproduzidos nas aulas de marcenaria da entidade. Saiba mais no link.
Os dormitórios das casas de acolhimento abrigam de duas a seis pessoas, distribuídas por sexo e faixa etária. Um dos projetos foi pensado pelos acadêmicos de Arquitetura Mariana Sobieszczanski e Bruno Menezes, devendo acomodar quatro crianças ou adolescentes de três a 17 anos em quartos de aproximadamente 7 x 3,50 m², incluindo locais para dormir, guardar suas roupas e estudar. O resultado foi um móvel multifuncional prático e resistente, com o mínimo possível de mecanismos. “Ainda que o Pão dos Pobres tenha salas de estudo, achamos importante a inclusão de mesas de estudo em seus dormitórios para incentivar o aprendizado”, afirma Mariana. As prateleiras viram escada para as crianças menores e a mesa de estudos também serve como proteção para quedas da cama. A altura do móvel permite que todos recebam igualmente a luz natural proveniente da janela existente nos quartos.
Segundo Mariana e Bruno, a ideia é que os alunos dos cursos profissionalizantes tenham a vivência de executar um projeto de design especialmente desenvolvido para eles, com o intuito de padronizar as casas de acolhimento no sentido arquitetônico e proporcionar a sensação de lar para as crianças e adolescentes que lá vivem com a construção de uma imagem positiva.
Bruno destaca que o trabalho os proporcionou o fortalecimento de seus valores como arquitetos, ao perceberem que “nossa profissão pode ir além de estética”. “Esse projeto dentro da Universidade é só um papel, mas na serralheria pode se tornar realidade graças a esses profissionais.”
Os alunos Lucas Garbin e Gustavo Sfredo projetaram um beliche com uma escada independente, dando uso livre para as gavetas da parte inferior da cama. Na área de baixo dos armários, há espaço para prateleiras removíveis, que podem ser retiradas caso se queira colocar roupas mais pesadas ou de cama. A mesa de estudos é dobrável. Para maior segurança, tem uma trava, evitando que se feche e fique acoplada ao armário.