A professora esclarece que a alimentação orgânica favorece questões sociais, ambientais e de saúde. O fortalecimento da agricultura familiar ajuda também no desenvolvimento social e enriquece a cultura de alimentos orgânicos. Ainda, a valorização desse trabalho faz com que os filhos dos agricultores vislumbrem um futuro na terra. “Quanto mais consumirmos, mais teremos produtores seguindo o caminho da agroecologia”, explica.
O meio ambiente também é beneficiado. Segundo Maria Rita, todo o agrotóxico utilizado no alimento não fica somente na planta, mas também contamina o solo e a água, e a população acaba ingerindo veneno novamente, afetando ainda mais a saúde. Portanto, inserir alimentos orgânicos na rotina é uma maneira de preservar o meio ambiente e cuidar da saúde. “Temos o hábito de não planejar a alimentação, mas devemos nos perguntar: será que a nossa saúde e o meio ambiente não merecem esse cuidado?”
O agricultor Volmir Forlin, da banca Orgânicos Pérola da Terra, conta que, além de levar um produto extremamente saudável, o consumidor colabora diretamente com a família de quem produz. “É o campo e a cidade juntos”, afirma, sorrindo. Para a professora, a relação entre produtor e consumidor é o diferencial das Feiras Agroecológicas. Ela acredita que o supermercado pode ser um lugar muito solitário. Na Feira, são criados vínculos de confiança. “O que é muito importante nos dias de hoje, pois desconfiamos de tudo o tempo todo”, completa.
Luis Ernesto Dable, que possui uma banca de ovos, explica que os produtos têm cuidados especiais e respeitam a natureza, por isso não podem ser comparados a alimentos não orgânicos. Quanto ao preço, brinca: “No final, o que vai custar caro é o remédio”.