A PUCRS, a universidade Feevale e a FK Biotec, empresa instalada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), formalizaram nesta quinta-feira, 2 de junho, parceria para aprofundar pesquisas sobre o mosquito Aedes Aegypti e os diferentes tipos de vírus que podem ser transmitidos por ele. Estiveram presentes os reitores da PUCRS e da Universidade Feevale, Joaquim Clotet e Inajara Vargas Ramos, respectivamente; a pró-reitora de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da Universidade, Carla Bonan; o diretor do Grupo FK Biotec e professor da PUCRS, Fernando Kreutz; e o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Renato de Oliveira.
“Este é o resultado da sinergia entre duas grandes universidades e a empresa FK, trabalhando para o bem-estar e pela saúde da população”, ressaltou Clotet. Inajara apontou que as universidades têm o papel de buscar soluções e respostas às demandas da sociedade. “Essa é uma grande oportunidade para trazer as respostas que a população espera em termos de saúde pública”.
Em março, a FK Biotec, que também tem unidade no Feevale TechPark, já havia anunciado parceria com o Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (Lafergs), com a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico (BahiaFarma), e com o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) para o desenvolvimento de um teste rápido para diagnóstico do Zika vírus, Dengue e Chikungunya. Recentemente, a empresa também lançou o Biovech, primeiro larvicida biológico contra o mosquito transmissor dos vírus Zika, Dengue e Chikungunya, já disponível para os consumidores.
“O mundo vive um problema que teve seu epicentro no Brasil: o ZiKa Vírus. Além dos impactos imediatos da doença, não sabemos ainda que outras repercussões teremos sobre gerações pela frente. Nosso desafio é transformar a ciência em inovação, em produto e em soluções para a sociedade. E temos um país carente de soluções. Somente quando transformarmos ciência em produto, é que ajudaremos a combater problemas graves como este. A exemplo de outros países, temos que nos transformar em protagonistas, criando produtos que ajudem realmente a nossa sociedade, agregando tecnologia aos nossos processos.”
“Estamos vivendo quase uma epidemia de casos de dengue e de zika, com impacto significativo na nossa saúde pública. Fomentar a pesquisa científica e tecnológica, envolvendo empresas em busca dessas questões, expressam o papel das Universidades no século 21. Além disso, a possibilidade de desenvolver parcerias com essa características é fundamental para a formação dos nossos estudantes, que passam a ter essa visão inovadora.”
“Além dos avanços possíveis com essa parceria, temos que destacar hoje a figura do empreendedor, representada por Kreutz. Figura rara entre nós. O cientista empreendedor sabe enfrentar descrenças e situações que certamente fariam com que muitos pesquisadores puros desistissem de escrever, ou que fariam empreendedores sem lastro na ciência mudarem de ramo. Significa uma conquista de visão no meio acadêmico que temos que fomentar. Essa é a sociedade que funciona e a qual o Estado brasileiro vai ter que se adaptar, superando as instituições políticas. Também é muito significativo que esteja sendo celebrado no âmbito de duas universidades realmente tecnológicas, que funcionam como uma guarda avançada da ciência e da tecnologia no ambiente da inovação. Isso é o que nos falta no Brasil. Formatos de articulações institucionais, transformando ciência em produto, não são incentivadas pelos instrumentos que regulam a nossa vida acadêmica. Espero que a crise que vivemos nos estimule também a revisar a relação entre a universidade e o ambiente produtivo.”
“A união das diferentes competências é um passo importante para transformação dessa realidade. Certamente, no contexto, o grupo formado terá condições não somente de ação propositiva no que se refere a sistemas diagnósticos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes, mas também em outros processos envolvidos na questão. A PUCRS, no período de 2013 a 2015, depositou 12 patentes relacionadas a questões diagnósticas e terapêuticas. Com infraestrutura e pesquisadores reconhecidos internacionalmente, podemos colaborar em todos os objetos constitutivos do Consórcio, em especial no desenvolvimento e validação de testes de base imunotecnológica (produção de antígenos recombinantes, anticorpos mono e policlonais para uso em imunoensaios) e desenvolvimento de repelentes.”