O primeiro semestre de 2020 passou e levou muito de todos nós. Planos, experiências e as condições de vida com as quais estávamos acostumados. Rápido, silencioso e doloroso, levou também a nossa saúde, mental e física, por vezes em definitivo. Mas a tristeza nos fez seguir adiante, com a missão de encontrar saídas para uma crise global de saúde nunca antes sentida na contemporaneidade.
Os efeitos de tudo isso têm intensidades diferentes em cada um. Embora isso nos preocupe do ponto de vista social, chama a atenção a forma com que nos aproximamos enquanto seres humanos. Sim, a vida foi posta em jogo. E quando nos vimos impactados por um turbilhão de fatos negativos, não conseguimos recorrer como gostaríamos àqueles que amamos. O abraço entrou em compasso de espera.
Viver a experiência de enfrentar uma pandemia dentro de um complexo hospitalar é algo que não se esquece. Além da batalha contra a Covid-19, as demais doenças não param. O reflexo está nos rostos do dia a dia, que carregam medo, insegurança e incerteza. Mas não é só isso. Também emerge dos ambientes clínicos um chamado ainda maior à vida. Está nas mãos, mentes e sobretudo corações dos profissionais da saúde, que na assistência, no atendimento clínico ou na pesquisa se tornam ainda mais fundamentais. Nesses momentos, percebemos que juntos somos mais fortes.
Se os primeiros meses do ano foram de luta, o último semestre nos encoraja a colher o resultado de tanto esforço. É tempo de se fazer presente, reunir forças e alimentar a esperança de que podemos alcançar nosso resultado. Nosso ponto de partida é a testagem da vacina contra o coronavirus, que iniciará nas próximas semanas em nosso centro de pesquisa. Estaremos em sintonia com todos, sobretudo os gaúchos, para que em breve seja possível retomar o normal que conhecemos.
Sabemos que essa luta tem diversas frentes. Por isso, até que a vacina seja eficaz e possa ser distribuída, precisamos seguir com todos os cuidados de prevenção e distanciamento, sempre refletindo sobre como as nossas atitudes podem impactar o outro. Por mais que muitas vezes a vida esteja sob cuidado dos médicos, até chegar a eles, a responsabilidade é de todos nós.