Desde a sua criação, em 2014, o Dezembro Laranja, fundado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), aproveita a chegada do verão para lembrar a comunidade da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele. Com o lema “Seu Sol, sua pele e sua proteção. Cada um com a sua prevenção”, a campanha deste ano busca alertar para a necessidade de cuidados permanentes de prevenção, seja nos momentos de lazer (na praia, nos parques, entre outros), mas também durante a rotina diária, como no deslocamento e no trabalho.
A dermatologista e professora da Escola de Medicina da PUCRS Vanessa Cunha explica que, o Dezembro Laranja também coloca no centro dos debates os/as trabalhadores/as urbanos e rurais diariamente expostos aos raios solares em virtude de sua profissão.
“Às vezes as pessoas acham que só precisam usar o filtro solar quando vão realmente se expor, seja em atividade física ou na beira da praia, mas a verdade é que o dano solar é cumulativo e todo sol conta”, enfatiza.
A Dermatologista do Hospital São Lucas da PUCRS Giovana Fernsterseifer pontua que o uso do filtro solar é diário e independente da previsão do tempo, mesmo em dias nublados ou chuvosos. Por isso, é importante lembrar que o protetor solar é a principal medida de prevenção ao câncer de pele.
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Existem dois tipos de câncer de pele, o melanoma e o carcinoma (também conhecido como não-melanoma). O melanoma é o menos frequente e, apesar de ter o pior prognóstico, tem chances de cura de mais de 90%, quando detectado precocemente. Ele acontece sobre os sinais acastanhados ou enegrecidos da pele, aquelas “pintas pretas”. Uma pinta preta pode já nascer como melanoma, assim como um sinal que a pessoa tinha previamente pode desenvolver o câncer. Já o carcinoma se divide em dois: basocelular e espinocelular.
“Os carcinomas possuem maior associação com o raio ultravioleta A – aquela que é constante, desde que o sol nasce até se pôr. Este é o câncer de quem trabalha o dia inteiro exposto ao sol, como os agricultores. Também está associado ao sol voluntário, de exposição de praia, piscina e lazer pelo acúmulo dessa radiação no organismo”, explica Vanessa.
A radiação ultravioleta B é aquela que deixa a pele vermelha, com o seu pico de intensidade ao meio-dia, e está associada ao melanoma. Ele é considerado o mais perigoso do corpo humano pois uma pequena lesão já pode ocasionar metástase (espalhar para todo o corpo) e a pessoa pode evoluir para óbito de forma rápida. A professora pontua que existe preocupação para orientar as pessoas a observarem sinais novos, pontos que mudaram de cor ou já nasceram diferentes – pontudos ou que sangram.
Esta deve ser uma preocupação coletiva, não somente durante o Dezembro Laranja ou o verão. Assim, além de manter o uso do protetor solar nas expostas (30 minutos antes de pegar sol), é preciso estar consciente dos piores horários para se expor – dentro das possibilidades de rotina de cada um. De forma geral, a radiação é mais intensa das 10h até as 16h.
“Uma evidência científica é que o câncer de pele é associado à exposição solar ocorrida até os 18 anos. Por isso, é importante observar a quantidade de sinais pretos. Na infância, a pele é fina e mais suscetível a ação do sol, por isso é importante evitar que bebês, crianças e adolescentes fiquem muito tempo no sol”, comenta a professora da Escola de Medicina.
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A oncologista cutânea Giovana recomenda que as pessoas fiquem atentas às alterações da própria pele, façam um autoexame, observem seus sinais e, percebendo qualquer sinal de alerta (mudança do aspecto de pintas que já existem, sinais novos, bordas irregulares, mudança de cor, sangramento e ferida que não cicatriza), busquem um especialista.
“Todos esses são sinais de alerta. Nestes casos, o paciente deve procurar o médico dermatologista. Para quem tem acesso, também é recomendado o exame anual, para que toda a pele seja olhada e os sinais revisados”.
A Escola de Medicina tem como diferencial o FotoFinder, um aparelho que faz o mapeamento digital dos sinais e pintas, aliando a tecnologia ao acompanhamento próximo dos especialistas.
“Esses aparelhos fazem fotografias para o mapeamento e, quando a pessoa retorna, é feito um novo rastreio e com a grafia das lesões. O FotoFinder consegue identificar quais mudanças aconteceram, se são significativas e se algum sinal precisa ser retirado”, explica a professora Vanessa.
Já o Hospital São Lucas possui dermatologistas especializados na área de oncologia cutânea (câncer de pele) e além do exame clínico da pele, também oferece a dermatoscopia.
“Existe uma luz polarizada e toda uma técnica que, através deste exame, a gente consegue detectar alterações nos sinais que aumentam a suspeição e fazer o diagnóstico de uma forma precoce. Assim como os outros cânceres, faz diferença no prognóstico e aumenta as chances de cura”, pontua Giovana.
A Escola de Medicina da PUCRS prepara os/as alunos/as com uma formação alinhada a conceitos contemporâneos de saúde, para além do conhecimento técnico para um diagnóstico certeiro. O curso prepara para lidar com as mais variadas situações do dia a dia da profissão, compreendendo as necessidades e individualidades de cada um, exercitando as relações interpessoais nos mais diversos âmbitos.
Os/as futuros/as médicos/as são capacitados/as com conhecimentos multidisciplinares na área de Inovação em Saúde e Trabalho Integrado em Saúde. As áreas de atuação ao terminar o curso são muitas: hospitais, clínicas médicas, unidades básicas de saúde, unidades de pronto-atendimento ou emergências, laboratórios, indústrias farmacêuticas, universidades, entre outras.