Uma pesquisa realizada por uma aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da PUCRS busca voluntários com 18 anos ou mais que tenham passado recentemente por algum acontecimento traumático e tenham interesse em participar do estudo. Para isso, basta enviar um e-mail para [email protected]. A pesquisa é desenvolvida pela doutoranda Letícia Leite que, após o recebimento dos e-mails dos interessados, entrará em contato para explicar os procedimentos do estudo. Os pacientes selecionados passarão por exames de neuroimagem no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUCRS (InsCer), onde parte da pesquisa é desenvolvida com acompanhamento dos pesquisadores. O trabalho é orientado pelo professor Augusto Buchweitz e co-orientado pelo professor Diogo Lara.
O objetivo do estudo é avaliar um tratamento baseado em técnicas autoaplicáveis para pessoas que tenham desenvolvido Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Segundo Letícia, a abordagem torna-se particularmente importante “pois as pessoas que sofrem com o Transtorno de Estresse Pós-Traumático e/ou com traumas emocionais poderão ter benefícios em contar com uma técnica autoaplicável para recuperação de sua saúde mental, com acesso facilitado e redução de custos com tratamentos psicoterápicos”. O estudo é desenvolvido com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Diariamente, eventos traumáticos afetam milhões de pessoas em todo o mundo, a partir da exposição a agressão física, assalto, violência sexual, homicídio, sequestro, desastres naturais (ou provocados pelo homem), acidentes automobilísticos e/ou aéreos. Algumas pessoas, após vivenciarem este tipo de situação, podem desenvolver um diagnóstico chamado Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), apresentando memórias angustiantes ou sonhos sobre o evento traumático, flashbacks, sofrimento psicológico, reações fisiológicas, tentativa de fugir dos estímulos associados ao trauma, alterações significativas no humor e no conteúdo dos pensamentos. Além disso, estudos de neuroimagem têm fornecido evidências a respeito de alterações estruturais e funcionais em várias regiões do cérebro de pessoas com TEPT. Esta síntese torna o quadro um importante problema de saúde púbica, em especial no Estado do Rio Grande do Sul, considerando os altos índices de criminalidade, bem como a presença de desastres naturais – com as fortes chuvas, tempestades e inundações.