Institucional

Painel debate racismo e representação na mídia

terça-feira, 14 de novembro | 2017

Foto: Maria Eduarda Petek

Foto: Maria Eduarda Petek

Com o objetivo de trazer as discussões sobre racismo, igualdade e inclusão para um ambiente gerador de ideias e onde muitos alunos negros vem buscando seu espaço, foi promovido na Famecos o painel Cidadania e Racismo: A Mídia que Sonhamos Ver. O evento, realizado no auditório do prédio 7, marca a abertura da 27ª Semana da Consciência Negra de Porto Alegre, e trouxe especialistas e comunicadores para debater o tema. “Vemos as manchetes, o assunto está em voga. Todo dia há casos e achamos importante trazer essa discussão para dentro da Faculdade”, explicou Oscar Henrique Cardoso, secretário executivo da ONG Grupo Multiétnico de Empreendedores Sociais.

Respondendo à proposta sugerida pelo título do evento, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos do Povo Negro de Porto Alegre, Giovanni Nunes, afirmou que “a mídia que eu quero ver é uma mídia igualitária. Que nos trate em igualdade de condições”. Para a painelista Renata Rodrigues Lopes, especialista em Gestão e Políticas Públicas de Gênero e Raça, na realidade as coisas não funcionam assim. Ela advertiu que a mídia coloca os negros como produto quando o assunto é violência, e ainda ressalta a falta em quantidade e qualidade das suas aparições em novelas e programa jornalísticos, que reforçam estereótipos.

Também jornalista e editora da revista A Coisa Tá Preta, Renata esclareceu que busca na publicação trazer assuntos e abordagens onde as comunidades negras podem se enxergar e encontrar novas referências. Indagada sobre o fenômeno de influenciadores e youtubers que falam da causa, afirma que a prática é um local de identificação, de entrar em contato com essas questões de empoderamento e discuti-las. “O interessante é isso, a grande mídia não nos representa, a gente não está lá, mas tem gente fazendo. Acabamos recebendo as informações também. Então é importante termos essa rede, saber quem são esses nossos influenciadores que estão falando, que estão fortalecendo a nossa luta”, completou.

Levando em consideração o papel da oralidade na educação e no desenvolvimento e registro da história e cultura afro, Franquilina Marques Cardoso, presidente da ONG Grupo Multiétnico de Empreendedores Sociais, ressaltou a importância da comunicação para seus representantes. Advertiu que a comunicação não pode se prender a esse aspecto de racismo e discriminação. “Encontramos na comunicação o grande elo da educação. Sem a comunicação não temos o crescimento e nem o desenvolvimento”, afirmou a convidada.

Os eventos em celebração à Dia Nacional da Consciência Negra na Universidade se encerram na próxima terça-feira, 21 de novembro, com a 4ª edição do #tanapauta, promovida pela Escola de Direito. Para abordar o tema Consciência Negra, estará presente o professor Jorge Terra, Coordenador da Rede Afro-Gaúcha de Profissionais do Direito, que integra a Rede de Direitos Humanos do Sistema de Justiça e Segurança. A atividade é gratuita e aberta ao público. Para mais informações, é possível entrar em contato através do telefone 3320-3634.