O 6º Encontro Energizar, promovido no dia 25 de outubro, proporcionou momentos de partilha que foram além de breves relatos sobre a relação dos painelistas com a Universidade. Os cinco convidados que subiram ao palco do teatro do prédio 40, representado estudantes, gestores, docentes e técnicos administrativos, brindaram a plateia com as próprias histórias de vida, muitas delas construídas no ambiente da PUCRS.
Giovani Saavedra, professor da Faculdade de Direito há 14 anos, narrou sua trajetória desde a opção pela graduação, motivada pelo “desejo de mudar o mundo, de trabalhar pela justiça”, algo acalentado a partir dos movimentos juvenis católicos dos quais participou. Após colar grau, ingressou no mestrado e, por incentivo de seus mestres, rumou para o doutorado por cinco anos na Alemanha. “Sempre senti-me reconhecido e estimulado na PUCRS”.
“Meu primeiro momento na PUCRS foi na barriga da minha mãe”, disse Janaína Claudio, docente da Faculdade de Letras (Fale) desde 2007, ao falar de sua duradoura relação com a Universidade. Ela recordou que os pais, os docentes aposentados Iára e Dalcídio Claudio, foram os responsáveis pelo apreço que tem pela cultura marista. Mas isso foi acentuado com a relação pessoal e profissional aqui estabelecida. Surda de nascença, sempre foi incentivada em casa a quebrar barreiras. Chegou à docência, ao mestrado e ao doutorado. “Sou apaixonada pela PUCRS”, revela. Esse sentimento é confirmado ao relatar que abdicou de uma vaga obtida por meio de concurso, em universidade pública, para permanecer na Fale. A relação afetiva com a Instituição é fortalecida pelo voluntariado em atividades de recreação, expressão corporal e ensino da Língua Brasileira de Sinais aos pacientes do Hospital São Lucas.
Priscila Brasil, acadêmica do curso de Pedagogia, na Escola de Humanidades, ingressou em 2013, com o auxílio de uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). Determinada, abriu mão do emprego para ter experiências como estagiária em Educação e como bolsista de Iniciação Científica. “Eu vou ser professora”, declarou, reforçando sua disposição em educar e, também, continuar a atuação como pesquisadora tão logo tenha início o curso de mestrado.
O projeto Sinergia Digital, promovido por diversos anos junto à Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia, foi um fator determinante para o técnico administrativo Vergilio Britto da Silva, da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, sentir-se engajado socialmente e identificado com a Universidade. “Aqueles momentos eram mais que aulas de informática, era momentos de felicidade”, descreveu o sentimento despertado ao colaborar para que crianças e jovens de comunidades economicamente desfavorecidas pudessem aprender a lidar com computadores e softwares. Desde a sua contratação, há 12 anos, Silva passou por diferentes Unidades Acadêmicas e qualificou-se com a graduação e o mestrado. Ele traça como metas o doutorado e a docência.
O quinto painelista, professor Jorge Audy, pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento, mostrou que seu vínculo com a PUCRS se estabeleceu antes mesmo de seus pais planejarem ter filhos. “Meu avô comprou de presente para os meus pais, quando eles casaram, 15 cheques-matrícula da PUCRS, para os netos que ele nem sabia se teria, mas acreditava que seriam muitos, pelo número de cheques comprados”. Após arrancar risos na plateia, ele explicou o fato. Como eram necessários recursos para erguer os primeiros prédios do então novo Campus, que na década de 1960 estava migrando do Colégio Rosário para o espaço atual, no Bairro Partenon, o Reitor Ir. José Otão adotou a política dos cheques-matrícula para captar recursos que, futuramente, seriam transformados em anuidades gratuitas para alunos.
“A PUCRS e os irmãos maristas definiram minha vida”, revelou, lembrando a trajetória de estudante no Colégio Rosário – incluindo experiências como retiros espirituais no município de Viamão; a graduação em Sistemas da Informação; e a contratação, há 32 anos. Audy citou mestres como Gilberto Keller e Iára Claudio, “que me convenceu a fazer doutorado, pois seria importante um dia, para o futuro da Universidade, e isso acabou definindo minha carreira profissional”, rememorou.
Sobre os cargos de gestão, citou aprendizados com os reitores Norberto Rauch, em especial na construção do Tecnopuc, e Joaquim Clotet, de quem recebeu o convite para ser pró-reitor, com desafios como a obtenção da nota 7, na Capes, para um dos programas de pós-graduação, objetivo atingido em 2012. À professora Vera Strube de Lima, mencionada ao final de sua fala, atribuiu a motivação de sua permanência na PUCRS, há alguns anos, mesmo após ter sido aprovado em concurso público.
Esses foram os depoimentos apresentados, sob a condução do Reitor, Joaquim Clotet, e com tradução simultânea para Libras, pela intérprete Tânia Brites. Ao final da atividade, foi promovido um momento de confraternização, no foyer do teatro.
O Energizar é um evento realizado regularmente para que as pessoas que trabalham e estudam na Universidade possam, numa breve pausa de suas rotinas, compartilhar com colegas e amigos suas vivências neste espaço.