Cidades com melhor qualidade de vida para todos os públicos, que levam em conta não só aspectos concretos, como mobilidade, mas também alguns mais abstratos, como governança e cidadania. Essa é uma das definições possíveis para cidades inteligentes. O tema foi o escolhido para a Maratona de Inovação deste ano, com inscrições abertas até hoje, que irá pensar sobre Como construiremos as cidades em que queremos viver. Por mais que pareça um assunto específico de algumas áreas do conhecimento, buscar soluções para melhorar o dia a dia das diferentes pessoas que vivem em uma comunidade deveria ser uma tarefa de todos.
Conforme explica a professora da Escola de Negócios da PUCRS Edimara Mezzomo Luciano, ainda é difícil dizer que uma cidade atingiu o nível considerado inteligente. “Normalmente se trabalha com iniciativas de cidades inteligentes. Aqui em Porto Alegre temos duas que merecem destaque: o Orçamento Participativo, criado há 30 anos e que já serviu de exemplo e foi aplicado em diversos lugares do Brasil e do mundo, e está relacionado às dimensões de cidadania; e o programa Todos Somos Porto Alegre, falando sobre mobilidade, que removeu os carroceiros e carrinheiros da rua”, explica.
Uma das questões que envolvem as iniciativas de cidades inteligentes é como são definidas quais propostas serão colocadas em prática. Muitas vezes os investimentos acabam sendo feitos no sentido de privilegiar aqueles que já são privilegiados, que têm mais poder e influência; ou mesmo ignorando as questões mais abstratas por falta de conhecimento sobre o assunto. “A universidade tem um papel fundamental nisso, pois traz à tona essas dimensões menos consideradas pela população e que são indispensáveis”, diz.
Além de ajudar a definir quais iniciativas devem ser tomadas, a universidade também pode contribuir para seu desenho e execução. Assim, pensar em cidades inteligentes também se conecta com a missão da PUCRS de desenvolver uma sociedade mais justa e fraterna, na medida em que gera impacto social na comunidade onde atua.
A construção de uma cidade melhor para todos não depende só de engenheiros e arquitetos. Todos, enquanto cidadãos, têm um papel importante nesse desafio. Alguns cursos discutem a cidadania em sala de aula mais do que outros. Por isso trabalhar o tema em uma Maratona de Inovação é importante.
Para Edimara, discutir cidades inteligentes é também chamar a atenção para questões que não estão tão bem onde vivemos, e isso incentiva a refletir e a ser um cidadão melhor. “Além de cidadãos, nossos alunos estão estudando para ser profissionais. Ao pensarem assuntos como gentrificação e mau exercício da cidadania, podem levar a discussão para sua profissão. Assim, poderão ajudar a gerar a mudança que precisamos para construir as cidades em que queremos viver”, conclui.
A Maratona de Inovação é voltada a estudantes de todas as Escolas da universidade. As inscrições se encerram hoje e podem ser feitas neste link.
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